Estado do Rio compra 1,2 milhão de kits de testagem rápida para detectar coronavírus

O primeiro lote de kits de testagem de Covid-19, de uma compra de 1,2 milhão feita pelo governo do estado, chegará ao Rio nesta quarta-feira. Segundo o governador Wilson Witzel, os primeiros a fazerem os testes serão profissionais da área de saúde e de segurança pública. O secretário de Saúde, Edmar Santos, por sua vez, ressaltou que os pacientes internados e aqueles que vierem a óbito também serão submetidos à testagem.

— São testes rápidos de meia hora. Estes 400 mil vão nos ajudar muito a fazer uma avaliação da contaminação e, aí, revermos a questão do isolamento social. Não sei se conseguimos usar todos estes testes até o dia 4 de abril (data da primeira avaliação sobre o isolamento marcada pelo governo do estado). Aparentemente, a curva está indo bem — disse Witzel.

O governo do estado não informou quanto pagou pelos testes, mas Santos explicou que os exames são do tipo imunocromatográficos. Ele segue a recomendação do diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom, de “testar, testar e testar”. A partir de uma amostra de sangue, é possível, em poucos minutos, saber se a pessoa está infectada.

Funciona assim: após entrar em contato com um reagente, a amostra corporal pode apresentar níveis específicos de anticorpos, defesas que o corpo produz para combater vírus como o Sars-CoV-2, nome oficial deste novo coronavírus. Se houver certa quantidade de anticorpos, é sinal de que o paciente está infectado. As empresas afirmam que a confiabilidade dos testes está acima de 90%. A testagem é tão precisa que até uma pessoa que não apresenta os sintomas, mas está infectada, é detectada.

— A política adotada, inicialmente, inviabilizou o maior número de testes. O fornecimento dos kits sempre foi restrito ao setor público, através da capacidade de produção da Fiocruz, que tem sido muito dedicada à produção do material. Mas essa estratégia do governo federal, num primeiro momento, limitou a capacidade de testagem. Não era uma prioridade. Mesmo os nossos laboratórios privados, como foi contextualizado pela declaração da Associação de Medicina Diagnóstica do Brasil, eles não tinham capacidade de fazer tão elevado número de testes. Parece que essa logística está sendo superada no país. Estes 400 mil testes que chegam na quarta, fazem parte de uma compra feita diretamente pelo estado — explicou o secretário de Saúde.

Segundo Santos, além da compra feita pelo estado, estão para chegar os kits de testagem do Ministério da Saúde.

— O Ministério da Saúde adquiriu 5 milhões de testes que serão distribuídos para os estados nesta semana. A nossa estratégia é uma testagem racional. [Primeiro] Profissional de saúde, para saber se já foram testados como positivo e já saíram da quarentena, podendo, assim, trabalhar na linha de frente dos hospitais com menor risco. Ou ainda aqueles que, sendo negativos, terão que se afastar por 14 dias, por ser caso suspeito, mas que podem voltar logo depois ao front — afirmou.

Os casos em que o paciente morre com a suspeita do coronavírus também estão entre as prioridades para a testagem, na visão do secretário.

— Precisamos dar transparência às famílias, especialmente à sociedade, se a pessoa morreu pelo Covid-19 ou não. Há toda uma situação constrangedora em relação a essas mortes, pela questão do isolamento do cadáver, o caixão lacrado. A terceira linha são os pacientes internados. Já iniciamos este protocolo. No dia de hoje, já estamos fazendo uso da cloroquina, para que possamos ter uma resposta se está funcionando ou não. Isso ainda não é uma verdade absoluta [o uso do medicamento].

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