Fundo da Housi faz primeiras aquisições

O fundo de investimento imobiliário (FFI) captado no início de maio pela Housi – plataforma digital de aluguel de unidades residenciais da Vitacon -, fechou suas primeiras aquisições. Trata-se da compra de dois projetos aprovados de edifícios residenciais na cidade de São Paulo por R$ 50 milhões. Os ativos pertenciam à Vitacon e já têm as licenças as necessária para construção. A expectativa é que os empreendimentos sejam entregues em um ano e meio.

No entendimento do fundador e presidente da Vitacon, Alexandre Frankel, o mercado residencial passará por forte transformação, em que os consumidores terão relação com o imóvel muito mais como serviço do que como um bem a ser adquirido.

Segundo o empresário, esse modelo permite que o consumidor “acompanhe o cenário da covid-19 de forma dinâmica”, tendo a opção de morar mais longe ou mais perto do Centro de São Paulo, conforme trabalhar de casa, em função do isolamento social, ou retornar, fisicamente, à empresa após a descoberta da vacina contra o coronavírus. Entre o fim da pandemia e o acesso à vacina, o aluguel de apartamentos centralizados será uma opção para profissionais que tiverem de trabalhar presencialmente e puderem evitar passar muito tempo em transportes públicos, de acordo com Frankel.

No cenário projetado, a compra das unidade será feita por investidores interessados na renda por meio da locação, de acordo com o fundador da Vitacon.

Frankel estima que a locação de cada uma das 300 unidades que passam a fazer parte da carteira do fundo ficará de R$ 2 mil a R$ 2,5 mil. Os apartamentos terão tamanho de 20 metros quadrados a 35 metros quadrados. Um projeto será desenvolvido no Itaim Bibi e o outro, na Avenida Paulista. Os dois empreendimentos serão entregues prontos ao fundo em um ano e meio.

De acordo com o empresário, o fundo comprou os dois projetos por valor 50% menor do que se tivesse adquirido as unidades no varejo. Isso porque houve redução de custos decorrente da inexistência de comissão, de despesas comerciais e com marketing, além de o ativo já incluir todas as licenças.

Na avaliação do empresário, será possível fazer nova rodada de captação do fundo ainda neste ano. “Com a Selic a 2,25%, a geração de renda pelo aluguel é muito interessante. O mercado residencial tende a ganhar corpo”, afirma Frankel.

Em março, antes do início da quarentena, o fundo captou quase R$ 58 milhões. Considerando-se a capacidade de endividamento, o poder de compra desse veículo de investimento chega a R$ 90 milhões. Segundo o presidente da Vitacon, o fundo tem negociações em curso para a aquisição de projetos de outras incorporadoras. Outra possibilidade é a compra de hotéis para a conversão em prédios residenciais para locação.

A Vitacon está mantendo sua meta de lançar R$ 1,7 bilhão em empreendimentos neste ano, apesar da pandemia de covid-19 ter afetado o setor. Por enquanto, a incorporadora apresentou R$ 420 milhões ao mercado. Devido à piora do cenário, a Vitacon já adiou alguns lançamentos. Segundo Frankel, há intenção de apresentar, virtualmente, até o dia 30, dois projetos cujo Valor Geral de Vendas (VGV) soma R$ 200 milhões.

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