Números indicam retomada do setor de construção

Os números mais recentes do setor de construção indicam que as atividades do ramo estão em retomada. Sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que agosto foi o terceiro mês de uma sequência crescente de avanços. O índice de evolução do número de empregados teve destaque, passou de 51,9 pontos em julho para 53,1 pontos em agosto.

De acordo com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, é a mais forte e disseminada expansão no indicador de emprego da construção desde que o índice passou a ser mensal, em janeiro de 2011. “A expansão foi registrada em todos os setores da construção, em especial no setor construção de edifícios, que puxou o resultado geral da construção para cima”, explica Marcelo.

O índice de evolução do nível de atividade da construção em geral foi bom, alcançou 55 pontos em agosto, maior patamar alcançado desde agosto de 2010 (55,5). É o terceiro melhor da série iniciada em 2010. Acima da linha divisória de 50 pontos, o resultado já sinaliza expansão de atividade em relação ao mês anterior.

As previsões da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) para o segundo semestre também são positivas. Enquanto a expectativa da Pesquisa Focus sinaliza alta de 2,65% para o PIB Brasil, a CBIC projeta expansão de 3,5% para o setor em 2022.

Exame

“O uso misto é o futuro da moradia nas grandes cidades”

Na liderança do projeto imobiliário mais ambicioso da atualidade em São Paulo – o Parque Global, na Zona Sul da cidade –, o diretor-geral da Benx Incorporadora, Luciano Amaral, debate o futuro da moradia nos grandes centros urbanos e o papel do empreendedor imobiliário na construção das cidades.

Desenvolvido em parceria com o Related Group, o Parque Global deve ser concluído em 2027. O VGV é estimado em R$ 12 bilhões. No total, serão cinco torres residenciais de alto padrão, um shopping center, centro médico com 300 consultórios, hospital, hotel, escola bilíngue e edifício de apartamentos de médio padrão para locação. O complexo ocupa uma área de 218 mil metros quadrados e compreende ainda uma ponte viária para conectar os dois lados da Marginal Pinheiros e uma estação de metrô da linha Ouro.

Complexos multiusos são uma tendência que veio para ficar?

Luciano Amaral – O uso misto é o futuro da moradia em grandes metrópoles como São Paulo – e só não há mais projetos desse tipo por falta de terreno. O futuro são as cidades onde se resolve tudo dentro de um raio de deslocamento de até 15 minutos. O morador do Parque Global, por exemplo, vai ter passagem direta para acessar a pé os serviços do shopping: hospital, centro médico, escola e hotel. Isso faz muita diferença para a qualidade de vida das pessoas e gera um impacto positivo na cidade também.

A preocupação em promover o diálogo entre empreendimentos e cidades tem crescido no setor?

Acho que é papel do empreendedor imobiliário construir cidades mais compactadas, com oferta de serviços e mobilidade facilitada. Nós investimos mais de R$ 20 milhões no desenvolvimento do Parque Linear Bruno Covas, com 17 quilômetros, às margens do Rio Pinheiros: são áreas verdes, passarela de acesso, banheiros, estacionamento e ciclofaixas, que serão estendidas até a Ponte do Jaguaré. E o retorno financeiro não está no foco desse investimento. O empreendedor privado precisa entender que é ele quem transforma as cidades, ter preocupação social e de sustentabilidade – e incluir isso na conta. É preciso cuidar de quem está próximo. Muitas vezes, é quem mais precisa.

Mas isso não impacta no preço final do produto?

Reduzir um pouco os lucros precisa fazer parte da cultura da empresa e de sua consciência-cidadã. Já perdi a conta do quanto investimos em ações desse tipo. Não tem um retorno tangível, mas não abrimos mão de participar da transformação da vida das pessoas que estão no entorno.

O Parque Global recebeu o selo de “empreendimento verde” do Santander. O que isso representa?

Fomos o primeiro da cidade a ser reconhecido pelo banco como um “empreendimento sustentável” e isso marca a consolidação dos nossos esforços. Desde o lançamento do Parque Global, há mais de dez anos, nossa ideia era que o empreendimento ajudasse a Benx a ganhar um viés definitivo de empresa sustentável. E não é da boca pra fora: temos um departamento interno com um gerente dedicada para cuidar do meio ambiente e contratamos uma consultoria para consolidar as questões ESG e um agrônomo para certificar nosso projeto do ponto de vista ambiental.

Como analisa o atual momento do mercado imobiliário?

Foi um ciclo espetacular para o mercado imobiliário, entre 2019 e 2021, com recordes de vendas e de lançamentos. O ano passado foi o melhor ano da Benx na história. O que aconteceu na virada para este ano foi um fator que, para o nosso negócio, é mortal: taxa de juros. Se ficar entre 5% e 8%, é boa para o mercado; até 10% é razoável; e acima de 10%, machuca.

O brasileiro adora 12% ao ano! Não interessa se a inflação é de 15%, se ele ganhar 1% ao mês, estará feliz da vida. E ele preferiu deixar o dinheiro investido, até porque tivemos um recorde de lançamentos e o comprador entendeu que esse estoque não iria acabar tão cedo e optou por esperar.

Além disso, tivemos questões periféricas como a crise gerada pela guerra, impactando a logística e a cadeia produtiva. A inflação mundial também. E, no caso do Brasil, temos eleições marcadas por extremos, que combina com medo e instabilidade.

E qual a expectativa para o ano que vem?

O que eu enxergo são bons horizontes para o mercado em 2023. A inflação não deve subir de patamar, há um controle melhor sobre o desequilíbrio de preços do INCC, e devemos ter uma tendência de queda de juros até o final do ano que vem. E não teremos mais eleição. Acredito que, quem quer que vença vai tentar fazer o melhor para o Brasil. Estou otimista.

Valor Econômico, caderno Imóveis de Valor

Barra e Recreio lideram ranking de valorização

A ressignificação da moradia que gerou um boom de negócios no mercado imobiliário, especialmente no segmento de alto luxo, alçou a Barra da Tijuca e o Recreio dos Bandeirantes (ambos na Zona Oeste) ao topo do ranking dos bairros mais valorizados do Rio de Janeiro. De acordo o Índice FipZap+ referente a setembro, a Barra e o Recreio atingiram uma valorização de 8,7% e 8,8%, respectivamente, nos últimos 12 meses.

O aumento no valor das unidades na região é maior do que o registrado em bairros da badalada Zona Sul carioca. O preço do metro quadrado de um imóvel na Barra (R$ 11,8 mil) é superior ao praticado na mundialmente famosa Copacabana (R$ R$ 11,2 mil) e ainda mais elevado do que nos bairros do Flamengo (R$ 11,1 mil) e de Laranjeiras (R$ 10,1 mil).

Com empreendimentos de alto padrão que reúnem arquitetura contemporânea, plantas confortáveis, lazer sob medida e diferenciais de tecnologia, segurança, sustentabilidade e serviços compartilhados, Barra e Recreio também lideram a lista de bairros mais demandados para operações de compra e venda de imóveis, com 12% e 9%, respectivamente — o que inclui ainda uma demanda reprimida natural da própria região por um upgrade dos imóveis.

Economista do DataZAP+, Larissa Gonçalves informa que o aumento da procura por imóveis na Zona Oeste vem se confirmando desde 2020. “O ciclo de crescimento do mercado imobiliário é longo, e, quando a região está prosperando, a tendência é de manutenção desse movimento por um longo tempo”, explica ela, acrescentando que, a despeito da indefinição no campo político em função das eleições presidenciais, a expectativa é que o nível de valorização observado na Barra e no Recreio se mantenha.

Para o empresário Eric Labes, CEO da Start Investimentos, o aumento da procura por imóveis na região deve-se a uma conjunção de fatores, como, por exemplo, a busca das pessoas por mais qualidade de vida e por mora-dias mais espaçosas. “A esse fator, soma-se ainda a maior oferta de empreendimentos em locais premium e com alto nível de sofisticação”, afirma. Segundo ele, o crescimento da demanda também por imóveis no Recreio é uma tendência natural, “uma vez que já não existem terrenos edificáveis na orla da Barra”.

Entusiasta da tese de que “o futuro imobiliário do Rio está na Barra da Tijuca”, Labes não só aposta na manutenção do frenético ritmo de crescimento da região, como prevê para um período de 15 anos, no máximo, o esgotamento da disponibilidade de terrenos também nessas áreas da Zona Oeste, a exemplo do que ocorre atualmente na Zona Sul. “Isso ocorrerá principalmente na Barra, cujo desenvolvimento já tem 50 anos. O Recreio deverá oferecer mais possibilidades porque o bairro só começou a despertar mais interesse das grandes incorporadoras a partir dos anos 2000″, explica Labes.

A Start Investimentos lançou recentemente, na Praia do Pontal, o condomínio de luxo On The Ocean, com 134 unidades de até cinco quartos na cobertura. O VGV foi de R$ 250 milhões.

Sanderson Fernandes, diretor da Avanço Realizações Imobiliárias, entende que o crescimento da região foi muito impulsionado pela pandemia, mas não é apenas circunstancial. “A demanda por residenciais de luxo na Barra da Tijuca deverá se manter em alta nos próximos anos”, estima o executivo. A incorporadora é dona do Condomínio Arouca, localizado no Jardim da Barra, que tem casas e mansões de até 1,3 mil metros quadrados de área total e preço médio de R$ 20 milhões.

Oferta de imóveis na região dobrou em dez anos

Estudo divulgado recentemente pelo Secovi Rio confirma a tendência observada nos resultados do Índice FipZap+. Segundo o levantamento, somente nos últimos dez anos a oferta de imóveis na Barra da Tijuca dobrou, saindo de 5,2 mil unidades, em junho de 2012, para 11,9 mil em junho de 2022.

Para Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi Rio, a valorização da Barra da Tijuca tem relação com a mudança de perfil dos imóveis que passou a ser buscado após a pandemia e com a adoção do trabalho em home office pelas empresas. “Muitas famílias passaram a buscar imóveis maiores e com espaços de lazer que ofereçam mais qualidade de vida, características comuns dos lançamentos na Barra e no Recreio”, analisa.

Schneider observa que o mercado imobiliário do Rio de Janeiro passa por um momento especial, principalmente considerando-se o desempenho dos últimos quatro anos. “Não podemos falar ainda se a valorização vai se manter, porque vivemos um cenário de incertezas na política, na economia e até no exterior, com a guerra na Ucrânia. Mas podemos ver claramente um cenário de estabilidade até mais consistente do que o observado de 2016 a 2020.”

O estudo do Secovi Rio aponta que o valor do metro quadrado ofertado para venda de imóveis na Barra da Tijuca é maior na Avenida do Pepê (R$ 19.062), seguida por Avenida Lúcio Costa (R$ 16.617), Jardim Oceânico (R$ 13.642), Península (R$ 12.199) e Ilha Pura (R$ 8.979).

Os endereços com o maior volume de unidades vendidas foram: Rua Rodrigo Melo Franco (168), Avenida Lúcio Costa (148), Avenida das Américas (96), Avenida Dulcídio Cardoso (93) e Avenida dos Flamboyants (79).

Valor Econômico, caderno Imóveis de Valor

Aluguel em São Paulo tem maior valorização no trimestre desde 2020

O mercado imobiliário de locação em São Paulo registrou, pela primeira vez desde 2020, uma alta no terceiro trimestre, o que reforça a retomada definitiva do mercado após as oscilações do período da pandemia. Em comparação com o segundo trimestre do ano, o preço dos aluguéis subiu 2% entre os meses de julho e setembro — alta de 16% em relação ao mesmo período em 2021. Os dados são do Índice QuintoAndar de Aluguel, e foram divulgados nesta quinta-feira, 13.

Até então, segundo o indicador, o desempenho no terceiro trimestre era marcado por quedas no preço dos imóveis. Em 2020, ano em que a pandemia de covid-19 impactou mais a economia, a queda registrada foi de 5,2% em comparação ao segundo trimestre daquele ano. Em 2021, quando o mercado já começava a esboçar recuperação, houve uma certa estabilização dos preços, com ligeira queda de 1,1% em comparação com abril, maio e junho daquele ano.

Os números reforçam, ainda, o cenário de aquecimento do mercado imobiliário na capital. Em 12 meses, o valor médio do metro quadrado subiu 16,9%. Somente neste ano, o preço médio dos novos aluguéis subiu 12,2%.

Em setembro, o preço médio do aluguel na capital paulista atingiu R$ 41,01, no 13º mês consecutivo de alta. É o maior valor do metro quadrado da série histórica do indicador, iniciada em 2019. Também é o período mais longo de altas consecutivas.

Segundo Thiago Reis, gerente de dados do QuintoAndar, o aumento dos preços em geral tem se refletido no mercado imobiliário, num momento de aquecimento da demanda. Imóveis localizados em regiões com acesso fácil ao transporte público e próximas de onde há mais ofertas de emprego têm feito com que o indicador cresça nos últimos meses.

Em setembro, em comparação com agosto, houve valorização dos apartamentos de um quarto (1,5%), dois quartos (1,%) e três quartos (1%).

Preço subiu, mas dá para negociar

Apesar do aumento dos preços no momento de assinar o contrato, os consumidores ainda têm encontrado espaço para negociação. Dados do QuintoAndar mostram que a diferença entre o preço do anúncio e do contrato cresceu pelo quarto mês consecutivo, atingindo 10,1%.

Como economizar no aluguel?

O estudo inédito “O mercado residencial na América Latina”, feito pelo QuintoAndar, aponta que os moradores da capital paulista gastam 31% da renda familiar com o aluguel. O valor está bem próximo dos 30%, considerado limite recomendado por especialistas.

Segundo Reis, uma forma de economizar é começar o processo de busca de imóveis com antecedência. Um estudo recente feito com dados de negociações concretizadas na plataforma revela que o desconto médio em imóveis alugados após quatro semanas é 30%, maior que aquele concedido para imóveis similares alugados nas primeiras duas semanas, e 75% maior que o desconto das unidades com contrato fechado em menos de sete dias.

Exame

Mercado Imobiliário: fechamento do 3º trimestre

Luis Fernando Deak e Renato Paglarin, da área de Research e Business Intelligence da Cushman & Wakefield, abordam sobre o fechamento do terceiro trimestre do mercado imobiliário.

Cenário Econômico

Na esfera do comércio, dados da Pesquisa Mensal de Comércio de julho de 2022 mostram queda de 0,8% em relação ao mês anterior no volume de vendas do varejo na série com ajuste sazonal. Em relação à taxa de desemprego, a última Pesquisa Nacional Contínua por Amostra de Domicílios (PNAD) registrou para o trimestre móvel encerrado em julho de 2022 taxa de 9,1%, recuo de 1,4 p.p. em relação ao trimestre anterior e 4,6 p.p. na comparação anual. Acerca da inflação, após variação mensal de -0,68% em julho, o IPCA encerrou agosto em queda de 0,36%. O INCC – M (Índice Nacional de Custo da Construção – M) avançou 0,33% em agosto e acumula alta de 8,80% no ano e de 11,40% em 12 meses. Por fim, o PIB brasileiro avançou 1,2% no segundo trimestre na série com ajuste sazonal. Na comparação anual, o PIB cresceu 3,2%.

Panorama de Mercado

O terceiro trimestre de 2022 apresentou aumento no número de transações. Foram contabilizadas 20 transações, frente a 13 registradas no segundo trimestre. O volume financeiro somou R$ 2.209.956.771,95, e o total de m² transacionados foi de 342.007,94 m². Na comparação com o trimestre anterior, o volume financeiro transacionado foi três vezes menor, ainda que o número de transações tenha sido superior no atual trimestre.

Com relação ao mesmo período do ano anterior, em que foram registradas 39 transações, o volume financeiro foi duas vezes menor. Em relação ao cap rate médio das operações de escritórios, industrial e varejo, verificou-se um crescimento de 1,53 p.p frente ao trimestre anterior, alcançando 9,18% a.a.

O mercado de escritórios registrou maior impacto na média, seguido pelo segmento de industrial. O resultado é, em parte, influenciado pela manutenção da taxa básica de juros em patamar contracionista, considerando que os investidores passam a exigir cap rates maiores.

Fonte: Cushman & Wakefield

Principais Transações

No mercado de Office, o destaque vai para a venda do edifício Onix Corporate, localizado no bairro Leblon, no Rio de Janeiro. O empreendimento foi vendido pela PRS XI Incorporadora Ltda para o FII Central Leblon, pelo valor de R$54.700.000,00, totalizando 2.682 m² transacionados.

No setor de logística, a LOG Commercial Properties concluiu a venda do ativo LOG Betim II, localizado em Betim, Minas Gerais. O ativo adquirido pelo CSHG Logística – FII tem área bruta locável equivalente 95.730 m² e encontra-se em construção Built To Suit. O valor da transação foi de R$244.327.860,00.

No segmento de varejo, é destacada a transação do Shopping JK Iguatemi, localizado no bairro Vila Olimpia em São Paulo. A Iguatemi S.A adquiriu a participação da Adeoti Empreendimentos Imobiliários Ltd, correspondente a 36% do ativo pelo valor de R$ 667 milhões. A área total transacionada foi de 12.368,88 m². Com a transação a Iguatemi S.A passa a deter 100% do shopping.

Projeções e Tendências

A expectativa para o final de 2022 é de que a atividade econômica desacelere, considerando o arrefecimento das economias desenvolvidas, sobretudo, dos Estados Unidos. Tendo em vista o temor recessivo, o FED deve combater com mais firmeza a inflação, e já indicou que aplicará com maior vigor a política monetária contracionista.

Com juros alto nos EUA, o dólar sobe, dificultando o combate à inflação no Brasil. Com relação a situação fiscal do país, as expectativas em relação a trajetória da dívida/PIB não são favoráveis, à medida que o risco fiscal cresce.

Durante o terceiro trimestre o mercado imobiliário seguiu performando bem. O mercado de escritórios ainda está em avanço gradual, em razão das decisões das empresas relativas à retomada aos escritórios, manutenção do modelo híbrido, ou home office.

Os setores de logística e retail continuam aquecidos, assistidos pelo e-commerce e pela retomada das vendas, respectivamente. A expectativa é de que os segmentos de varejo e logística sigam avançando com maior presteza que o de lajes corporativas.

Em relação aos fundos imobiliários, a expectativa é de que os fundos de tijolo se valorizem no longo prazo, e o segmento de papel siga beneficiado pelo cenário de pressão inflacionária no médio e longo prazo.

Fundos Imobiliários

Conforme dados da B3, o mercado brasileiro de fundos de investimento imobiliário contempla, atualmente, 413 FIIs listados e aproximadamente 1,8 milhões de investidores.

A variação acumulada do índice IFIX no terceiro trimestre de 2022 foi de 6,92%. Em julho, o índice apresentou variação positiva de 0,66%, seguida por 5,76% em agosto, e por 0,50% em setembro.

Acerca da indexação dos contratos dos FIIs que são monitorados, de acordo com dados referentes ao segundo trimestre de 2022, o IPCA é o indexador mais relevante, sendo utilizado como referência em 48,17% dos contratos, seguido pelo IGP-M, utilizado em 38,43%. Em comparação com o primeiro trimestre, verificou-se queda de 13,5% número de contratos indexados ao IGP-M, frente ao crescimento de 12,2% no de contratos indexados ao IPCA.

Acerca dos resultados, os FIIs de tijolo seguem negociando em patamares atrativos em média, com spreads bem precificados em relação às NTN-Bs de longo prazo.

Os fundos de papel seguem oferecendo oportunidades ao investidor diante do cenário de inflação pressionada, que impacta positivamente na rentabilidade e nas distribuições de rendimento do segmento.

Portal XP Investimentos

Vendas da Cyrela sobem 67% no 3° tri contra um ano antes

A construtora Cyrela registrou vendas totais contratadas de 2,29 bilhões de reais no terceiro trimestre, alta de 67,4% em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo prévia operacional divulgada nesta quinta-feira.

A participação da companhia nas vendas contratadas foi de 79%, contra 91% um ano antes.

A construtora somou 2,93 bilhões de reais em valor geral de vendas (VGV) com lançamentos entre julho e setembro, aumento de 33,1% na base anual, enquanto sua participação caiu de 90% para 73% no período.

Os números são preliminares e estão sujeitos à revisão da auditoria, segundo a Cyrela, que deve divulgar o seu resultado financeiro consolidado do trimestre em 10 de novembro.

IstoÉ Dinheiro

Mudanças para aumentar segurança no Pix ainda não têm cronograma, diz BC

O Banco Central (BC) informou que medidas para aumentar a segurança do Pix, sistema de pagamentos instantâneos brasileiro, estão “sendo discutidas e aprimoradas internamente” e que ainda não há cronograma para que sejam implementadas.

“As medidas propostas no Fórum Pix estão sendo discutidas e aprimoradas internamente. Seus contornos definitivos dependem ainda de apreciação das áreas técnicas do BC, além de avaliação pela Diretoria Colegiada e outras instâncias decisórias. Por isso, neste momento, não há um cronograma para a publicação e vigência de eventuais medidas”, disse o BC em nota enviada ao Valor.

Diante do aumento de fraudes e golpes com o Pix, o BC estuda endurecer as regras para coibir a utilização das chamadas “contas laranjas”, utilizadas pelos criminosos para pulverizar o dinheiro das vítimas.

Em um fórum realizado em 22 de setembro, o grupo de trabalho de segurança, formado por participantes do mercado e secretariado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), fez sugestões de aprimoramento de sistemas e regras do Pix à autoridade monetária e algumas foram acatadas.

De acordo com documento publicado na página do BC, uma das mudanças é a implementação de um procedimento que notifica automaticamente a ramificação desses valores, quando o criminoso transfere imediatamente o valor desviado para várias outras contas, dificultando o rastreio. O item foi incorporado à agenda prioritária do regulador.

A sugestão do grupo de trabalho prevê ainda que seja bloqueada até a quinta camada de ramificação e o registro de todas as operações realizadas em até 30 minutos após o recebimento do dinheiro, por exemplo.

Outra modificação, segundo a apresentação, é a inclusão do questionário de autoavaliação de aderência ao manual de segurança do Pix ao processo de adesão da instituição financeira ao sistema de pagamentos instantâneos.

O próximo fórum será realizado em dezembro deste ano.

Valor Investe

Confiança da indústria recua 2,6 pontos em outubro, para 60,2, diz CNI

Em outubro, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) registrou um recuou de 2,6 pontos, para 60,2 pontos. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (13) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

É a maior queda de confiança neste ano, que ocorre após sucessivos avanços de otimismo do setor industrial. O resultado ainda fica acima da linha divisória de 50 pontos, que separa um estado de confiança de um estado de falta de confiança do empresário industrial.

A avaliação da confederação é de que a menor confiança registrada é reflexo, sobretudo, de uma maior moderação das expectativas relativas aos próximos seis meses. A média histórica do índice é de 54,3 pontos.

Já o Índice de Condições Atuais recuou 1,5 ponto para 56,9 pontos. Enquanto o Índice de Expectativas recuou 3,2 pontos, para 61,8 pontos. Na avaliação de Larissa Nocko, especialista em políticas e indústria da CNI, a confiança do empresário permanece elevada em relação ao restante do ano.

“O ICEI mostrou um recuo no mês de outubro, na comparação com o mês de setembro. Essa queda foi resultado tanto de um recuo na avaliação das condições atuais quanto na expectativa do empresário para os próximos seis meses, ainda que tenha sido mais expressivo esse recuo no lado das expectativas. Apesar dessa queda no mês, o índice vinha em uma trajetória de alta desde o início do segundo semestre e se encontrava no ponto mais alto da confiança desde o início do ano. Então, apesar de essa queda, a confiança do empresário permanece elevada em relação ao restante do ano”, disse.

CNN Brasil

Preço do aluguel de imóveis no Rio de Janeiro salta para 16,4% em 2022

O Rio de Janeiro viveu em 2022 uma sutil desaceleração em relação ao período anterior — o melhor desde 2016. A variação do preço dos imóveis foi de 2,5% nos últimos 12 meses encerrados em agosto, ligeiramente abaixo dos 2,8% registrados em 2021, de acordo com os dados do ­FipeZap+. Mas o que surpreende é a variação no preço dos aluguéis: ela foi de 16,4% neste ano, ante 2,6% no mesmo período do ano anterior. 

O comportamento não é atípico na comparação com o restante do país. São Paulo, o maior mercado imobiliário, também registrou uma variação de dois dígitos no preço da locação pela primeira vez desde 2018, enquanto o preço das vendas seguiu em certa medida o que foi visto em 2021. Em escala nacional, o comportamento foi de alta de 6,1% no valor de compra e de 15,3% na locação.

No caso do Rio de Janeiro, a alta vem após uma estabilidade nos preços de locação ao longo dos últimos anos. É reflexo da grande quantidade de imóveis comprados para esse objetivo (uma compra de investimento) e da mudança macroeconômica, que desacelerou a oferta de novas casas e apartamentos à venda. “O preço do aluguel de imóveis vem em uma tendência de estabilidade desde 2012, aproximadamente. O que vemos agora é uma valorização razoável. O preço médio do metro quadrado na zona sul, por exemplo, era de 41 reais e agora está em 49 reais, com viés de subida”, diz Leonardo Schneider, vice-presidente do Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro (Secovi Rio).

Em relação às vendas, o aumento do custo médio obriga incorporadoras a lançar projetos a um valor mais elevado ou a postergar os planos. “Há uma desaceleração no volume de novos empreendimentos, mas não há diminuição no volume de vendas. As incorporadoras ainda estão vendendo o estoque”, diz Claudio Hermolin, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio).

Uma prova de como o apetite de empresas do setor para investir continua alto está em um dado compilado pelo Sinduscon, de financiamento para a construção. Nos primeiros seis meses de 2022, houve um aumento de 16% na quantidade de aprovações de crédito nos bancos em relação ao mesmo período de 2020. Uma das principais apostas das incorporadoras para o ano que vem é o projeto Reviver Centro, que prevê a revitalização do centro da cidade e da Lapa, com incentivos à moradia.

Em 2022, houve cinco vezes mais projetos (aprovados e em aprovação) do que antes da lei, nas contas do Secovi Rio. Uma dúvida são as discussões sobre o novo plano diretor para a cidade. “Por enquanto ainda não há uma definição, mas, caso seja aprovado ainda neste ano, o plano também deverá gerar mudanças positivas para a cidade já a partir de 2023”, diz Hermolin.

Exame Online

EXTec: alta de 72,5% em vendas líquidas

A EZTec reportou R$ 426 milhões em vendas líquidas no terceiro trimestre, alta de 72,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo as prévias operacionais. Do total, R$ 361 milhões são de unidades ainda em obras, maior volume já registrado pela empresa.

Valor Investe, coluna Empresas