Gestão de ativos imobiliários é novo filão de negócios

A gestão de ativos residenciais com soluções para toda a cadeia imobiliária é o mais novo filão de negócios do setor de incorporação no Brasil. Expostas a diversos cenários econômicos no decorrer do longo ciclo de construção de seus empreendimentos, empresas buscam amenizar o impacto financeiro causado pelas variações da demanda com a oferta de serviços pós-entrega das chaves.

A construtora SKR criou um setor específico para atuar nesse segmento: o SKR Viva. A proposta é assumir a responsabilidade pelo ativo imobiliário como um todo, da incorporação do terreno até a locação da unidade, informa o head de Asset e Property Management, Rubens Taragona. “Queremos aprimorar ainda mais a experiência do cliente”, diz.

O sofisticado condomínio Latitude, na região do Campo Belo, em São Paulo, é o primeiro empreendimento gerenciado dentro do novo modelo. Lançado no ano passado, conta com uma torre de estúdios de 25 metros quadrados e com unidades maiores, de 154 metros quadrados e três suítes. O VGV é de R$ 100 milhões, e o preço de comercialização está em torno de R$ 15 mil o metro quadrado.

Segundo Taragona, o morador do Latitude poderá gerenciar sua experiência de dentro do condomínio, como o controle de entrada e saída de visitantes, entrega de encomendas e comunicação com moradores e funcionários, além da locação de serviços compartilhados como bicicletas, carros e patinetes, entre outras tantas funcionalidades. Para isso, a SKR firmou parceria com o aplicativo de serviços Apepê — uma plataforma de ativação e integração condominial que conta com gestão de portaria, serviços de lavanderia e limpeza, entre outros.

A incorporadora Vitacon é outra que também vem fazendo uso da tecnologia para conectar o ativo imobiliário ao consumidor final, disponibilizando em seus empreendimentos as principais inovações nesse segmento. “Nossa visão vai muito além do mercado tradicional, cuja proposta é simplesmente vender um imóvel ou um metro quadrado. Vendemos mais tempo e qualidade de vida”, afirma Ariel Frankel, CEO da companhia. A gama de serviços ofertados vai da administração de condomínios à gestão de ativos imobiliários para renda.

Segundo Frankel, para atuar no segmento voltado exclusivamente para os moradores, a incorporadora criou a Housi, primeira plataforma de serviços de moradia por assinatura no Brasil. “A proposta é transformar o mercado imobiliário em algo simples e fácil, seja para comprar, alugar ou investir”, afirma. Por meio da plataforma, é possível planejar o imóvel como investimento ou como moradia.

“O cliente pode alugar um apartamento por um ano, seis meses, um mês ou uma semana. É ideal para quem comprou o imóvel pensando em usá-lo parte do tempo e em buscar rentabilidade quando não está em uso, por exemplo”, explica Frankel, acrescentando que, além da gestão de decoração e de locação, a Housi também presta serviços para terceiros e fatura atualmente algo muito próximo do resultado da Vitacom.

‘MULTIFAMILY ‘

Os prédios administrados dentro do conceito multifamily têm apenas locatários, de modo que a empresa mantenha sob controle as mudanças que precisem ser efetivadas na operação e para não haver distinção entre os moradores que compraram unidades e os que alugam. Segundo o empresário, o compartilhamento de automóveis é o principal serviço que diferencia a Housi da concorrência — além das áreas comuns equipadas com lavanderia, coworking profissional, biblioteca e sala de convivência.

No segmento voltado para os investidores imobiliários, a oferta de serviços da Vitacom para potencializar a rentabilidade dos ativos residenciais vai desde o pagamento de contas e manutenção dos apartamentos até a gestão de todas as locações flexíveis. “Nossa proposta é oferecer aos investidores mais praticidade, precisão e transparência na administração de seus ativos”, diz Frankel.

Na sua avaliação, o gerenciamento de ativos imobiliários no país ainda está em desenvolvimento, mas o mercado apresenta excelentes perspectivas de crescimento. “Hoje, já temos fundos internacionais investindo nesse segmento, e outras empresas estão seguindo o mesmo caminho. Nos países mais evoluídos, o residencial com esse objetivo de renda já é o maior mercado”, destaca ele.

Valor Econômico

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