Resíduos de Construção Civil melhoram vias rurais de Samambaia

Um trabalho diferenciado na área rural de Samambaia, que era aguardado há mais de 10 anos, tem levado uma mudança e tanto para quem mora ou passa por ali. Em 15 km de estradas, uma ação sustentável está garantindo mais qualidade nas vias. Resíduos de Construção Civil (RCC) estão sendo usados para melhorar as condições de acesso.

Para melhorar as vias na área rural de Samambaia, operários usam dois caminhões-pipa, dois rolos compactadores e duas retroescavadeiras| Foto: Divulgação/AR Samambaia

Na região do Haras, Canela da Ema e Granja os extratores de areia, os produtores de hortaliças e os criadores de animais fazem a rota diária com grandes caminhões. Com o RCC, segundo Loyane Damares, diretora de Obras da Administração de Samambaia, eles terão mais facilidade e qualidade nos serviços que prestam diariamente.

“O material tem ótima aderência e o acesso já está ficando muito melhor para os usuários dessas estradas”, afirma Loyane. “Esses são resíduos provenientes da própria natureza – como argila, cascalho, pedra e areia –  que são transformados em matéria-prima, como tijolos e concretos e, depois, voltam pra natureza”, complementa a diretora.

Inúmeros pedidos já haviam sido feitos por meio da ouvidoria para a melhora das vias nessas regiões. “Ficamos impressionados com a quantidade de demandas que não foram executadas nas outras gestões. Mas o governador Ibaneis Rocha fez a diferença e colocou o maquinário para trabalhar”, disse Gustavo Aires, administrador de Samambaia.

Dois caminhões-pipa, dois rolos compactadores e duas retroescavadeiras foram usados para melhorar as vias na área rural de Samambaia, pelo Polo Oeste da Secretaria Executiva das Cidades, como também pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU), a Novacap, a Secretaria de Agricultura e a Administração Regional de Samambaia.

Resíduos de Construção Civil (RCC)

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), segundo a resolução n° 37/2002, tornou obrigatória a utilização dos resíduos de construção civil para garantir a sustentabilidade de forma a realizar impactos positivos para o ecossistema e a comunidade.

Agência Brasília

Construção civil em MG se adequa aos ODS

Viver em cidades sustentáveis, repletas de residências, edificações comerciais e espaços públicos abastecidos com energia fotovoltaica, como aproveitamento da água da chuva para a limpeza dos espaços comuns e com o predomínio de áreas verdes, está deixando de ser uma utopia em Minas.

Segundo o diretor técnico ambiental do Sinduscon-MG, Fernando Sérgio Fogli, o 11º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, criado em 2015 para garantir o crescimento urbano consciente, já está se tornando uma realidade no Estado.

“O Sinduscon está atento não só às 17 ODS da ONU, mas a todas as legislações que estimulem os investimentos em energia renovável. Nossa comissão de Meio Ambiente promove seminários, distribui cartilhas e orienta os associados a promoverem o desenvolvimento pensando em preservar a natureza”, afirmou Fogli.

Em 2015, a ONU criou 17 ODS que, se implantados em todos os países, garantirão que o planeta chegue a 2030 não só mais pacífico, mas aumentará o nível educacional, a qualidade sanitária, com mais empregos e mais sustentável que este em que vivemos hoje.

Embora não tenham números indicando quantas empreiteiras mineiras estão hoje usando materiais renováveis em seus empreendimentos, conforme o diretor, grande parte das construtoras objetiva atender aos clientes que estão mais exigentes em relação aos imóveis que pretendem comprar.

“É uma tendência e uma demanda. Qual consumidor que não vislumbra uma redução em sua conta de luz, que não deseja reaproveitar a água e que não quer viver em um local cheio de árvores onde ele possa se sentir melhor?”, questionou.

Legislação

Além disso, ainda de acordo com as construtoras que investem na qualidade de recursos renováveis em seus empreendimentos, quando comprovam nos órgãos ambientais a utilização destes materiais, recebem certificações como “o selo verde”, que reduz o custo do valor do IPTU dos consumidores, por exemplo. 

“Dessa forma, estes certificados recebidos por tais empresas servem para atestar a qualidade dos serviços que prestam. Legitimam o próprio negócio, valorizam o empreendimento e atendem à demanda dos consumidores cada vez mais responsáveis”, disse.

Tecnologia

O barateamento das tecnologias de geração de energia fotovoltaica, de torneiras que diminuem a saída do fluxo de água, a opção por edificações secas, feitas com material modular que consomem menos água que as demais, também motivam os empreiteiros em investir na compra de materiais renováveis. 

“As bacias para caixa acoplada de duplo acionamento são a melhor opção para quem busca por bom custo-benefício Elas permitem controlar a quantidade de água que é despejada a cada descarga, liberando de 3 a 6 litros por vez, bem menos que o sistema normal”, disse.

Tendência

A ideia de construir prédios e condomínios utilizando materiais renováveis foi levada tão a sério pela construtora Emccamp, que a própria sede foi reformada para se adequar a ideia de se garantir cidades sustentáveis.  A energia utilizada hoje na empresa é renovável. O exemplo adotado pela empresa tem como meta implantar alguns dos ODS. 

“Preservamos a saúde e o bem-estar de nossos colaboradores e consumidores, honramos nossos profissionais, investimos no crescimento econômico e na transformação das cidades em ambientes sustentáveis, ancorados no consumo e na produção responsáveis”, afirmou a coordenadora de Segurança, Saúde e Meio Ambiente da Emccamp, Veronika Gottschalg. 

A Enccamp usa materiais como a BGS (Brita Graduada Simples), ou pedrisco, comprados de empresas que reciclam resíduos oriundos de outras construções. Outra   exigência é que todos os fornecedores possuam as licenças ambientais necessárias. Em vez de madeira, a empreiteira prefere usar formas metálicas, o que garante economia na destinação de resíduos para aterros e recicladoras. “Além de contribuirmos com o meio ambiente, estamos atendendo às exigências do mercado consumidor”, afirmou. 

Todos os empreendimentos desta construtora oferecem hidrômetros individualizados e reservatório para o reaproveitamento de água da chuva para a limpeza das áreas comuns, o que também já ajuda a diminuir os custos do valor do condomínio e evita o desperdício de uma fonte muito preciosa para o planeta.

Biomassa

Embora a construção civil ainda não use normalmente a biomassa (matéria orgânica de origem vegetal ou animal usada com a finalidade de produzir energia, como carvão, lenha, bagaço de cana-de-açúcar,​biogás etc), a Enccamp tem como hábito a implantação de composteiras no canteiro de obras para o reaproveitamento de insumos para a adubação de plantios de mudas nativas nas edificações que constroem. Outra inovação, segundo Veronika Gottschalg, é a utilização de efluentes sanitários tratados e analisados biologicamente para o abastecimento do lençol freático.

Mais caros 

Utilizar matéria-prima sustentável para a construção de casas, prédios e condomínios está se tornando cada vez mais um bom negócio para as construtoras mineiras. Criada há 12 anos, a Construtora AP Ponto está expandindo seu mercado, voltado para a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), para Ribeirão Preto, no interior paulista. Segundo Daniel de Deus Braga, engenheiro da AP Ponto, os consumidores estão exigindo mudanças nos empreendimentos imobiliários que devem ter recursos
que ajudem a conservar a saúde do planeta.

“Preferimos usar materiais que elevam a qualidade da edificação. Mas embora, em média, os preços de nossos imóveis sejam 30% mais caros, oferecemos um produto que une qualidade de vida à ideia de preservação ambiental. Nossos clientes, em geral, têm até 30 anos e são muito preocupados com as questões ambientais”, afirmou.

Com condomínios em Belo Horizonte; Contagem, Betim e Vespasiano, na RMBH; e Uberlândia, no Triângulo Mineiro, onde contam com uma sede e loja física, a AP Ponto está levando este modelo de negócios para Ribeirão Preto, no interior paulista. Segundo Braga, a maior parte de seus clientes está investindo no primeiro imóvel e têm até 30 anos.  

“Eles sabem que se não fizermos nada agora, não vamos deixar nada para nossos filhos e netos.  Estão cada vez mais conscientes e o mercado vem tentando adequar-se a este perfil”, afirmou.

Espaços verdes

Além disso, os condomínios contam com o plantio de árvores frutíferas e hortas comunitárias munidas com Qr Code que trazem informações sobre os benefícios nutricionais das hortaliças e legumes e a melhor forma de tratá-las.

Consumidor hoje se preocupa com o meio ambiente

A energia solar é mais que uma tendência de mercado.  Para a presidente da CMI/Secovi-MG, a empresária Cássia Ximenes, a criação de imóveis que sigam os 17 objetivos da ODS já se incorporou ao segmento imobiliário, tornando-se uma exigência dos próprios consumidores. Pesquisa da CMI-Secovi realizada há cerca de três anos constatou que o consumidor valoriza características como responsabilidade social e tende a investir em produtos renováveis e autossustentáveis. 

“Principalmente os consumidores mais novos. Eles compram apartamentos levando em conta o impacto ambiental causado pela nova moradia. Então, preferem as edificações e condomínios que tenham energia fotovoltaica e equipamentos para a economia de água e gás, contribuindo para a natureza”, afirmou Cássia Ximenes.

Até o paisagismo é levado em conta na hora da compra, segundo a presidente da CMI/Secovi.  Ela explica que a existência ou não de árvores, de jardins, de espaço para yoga, academias de ginástica e/ou que permitam a boa convivência são valorizados pelos consumidores. 

A capacidade de geração de energia fotovoltaica destinada aos pequenos e médios consumidores deve dobrar até o final do ano. Até o final de 2021, a Cemig SIM, braço da Cemig destinado ao atendimento à pessoa física e pequenos e médios consumidores, vai investir R$ 120 milhões para dobrar a capacidade de oferta de energia fotovoltaica que hoje atende 3 mil unidades no Estado. “Até o final de 2021, queremos atender 6.000 unidades residenciais e comerciais. Hoje, geramos 42 megawatts. Queremos dobrar essa produção”, informou o CEO da empresa, Danilo Gusmão. 

Mas os investimentos não vão parar por aí. Até 2025, a empresa vai investir mais R$ 1 bilhão para ampliar a produção de energia para 275 megawatts, atendendo pelo menos 60 mil unidades. “Cerca de vinte vezes mais que hoje”, avaliou Gusmão.

Diário do Comércio











Certificação na construção civil e o auxílio no déficit habitacional no Brasil

Pesquisa divulgada no início do mês de março pela Fundação João Pinheiro apontou que em 2019, o Brasil registrou um déficit habitacional de quase 6 milhões de moradias ― o que representa 8% dos domicílios do País. O estudo ― que usou como base para o cálculo o período entre 2016 e 2019 ― concluiu que um dos principais componentes para esta defasagem foram os valores dos aluguéis urbanos, uma vez que o número de imóveis desocupados por esta razão saltou de 2,8 milhões em 2016, para 3 milhões em 2019.

Este cenário demonstra a necessidade de aumento da oferta de moradias de baixo custo para a população brasileira, assim como a criação de ferramentas que assegurem a qualidade dessas habitações. Este é o caso do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), que tem como finalidade difundir novos conceitos de qualidade, gestão e organização da produção do setor da construção civil, indispensáveis à modernização e competitividade das empresas brasileiras. Diversos projetos já integram o PBQP-H, com exigências para a execução de obras definidas pelo Sistema de Avaliação da Conformidade de Serviços e Obras da Construção Civil (SiAC).

Construtoras que tenham interesse em atuar em obras de moradias populares no Brasil devem contar com padrão de qualidade certificado por organismos credenciados pelo Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR) e o SiAC é o sistema de certificação de gestão da qualidade, voltado exclusivamente para empresas de construção. É um pré-requisito para aquelas que querem atuar na construção de habitações com verba federal ― como o Programa Casa Verde e Amarela ― e para obter financiamentos em instituições de créditos públicas e privadas, além da participação em licitações estaduais e municipais.

Em 14 de janeiro de 2021 foi publicado o novo regimento do SiAC, que está em sua 5ª versão. Houve uma revisão geral da redação do regimento, com o intuito de proporcionar mais clareza e precisão das regras. Em relação às mudanças, a principal delas está relacionada ao artigo 24, sobre Controle Tecnológico, onde foram acrescentados alguns critérios de que os ensaios devem ser realizados em laboratórios acreditados pelo Inmetro.

O período de transição para que as empresas se adequem ao novo Regimento Interno SiAC é de 180 dias. Assim, a partir de 15 de julho de 2021, as auditorias para emissão de novos certificados para participação no PBQP-H deverão seguir os padrões de avaliação vigentes. Os certificados que foram emitidos com base na antiga versão do SiAC Portaria N° 383/2018) ― antes da data de publicação da nova versão de 2021 ― terão sua validade respeitada. Já os certificados emitidos na antiga versão do regimento geral durante o período de transição, terão validade máxima de 365 dias ― a contar da data de emissão do certificado para adequação à nova versão.

Antes do SiAC as empresas do setor de construção contavam apenas com a certificação ISO 9001 para assegurar a qualidade de gestão e execução de seus processos. Com o novo regimento, as construtoras tiveram a oportunidade de melhorar seus processos, aumentando o desempenho e oferecendo unidades habitacionais de alta qualidade para a população. Outro ponto interessante é que, ao solicitar a certificação no SiAC, a construtora também está apta à certificação da ISO.

O Estado de SP, por Henrique Luiz, gestor de clientes da APCER Brasil, empresa integrante da APCER

Demanda por material de construção seguirá forte até 2023, aponta Duratex

O bom desempenho do setor de materiais de construção deverá persistir nos próximos anos, avalia o presidente da Duratex, Antonio Joaquim de Oliveira, convidado da Live do Valor desta segunda-feira. “Não vejo um arrefecimento dessa demanda. Acredito que 2021, 2022 e, possivelmente, 2023 serão anos fundamentalmente bons para o setor”, disse.

Hoje, os bons resultados da Duratex, que está com suas fábricas com nível máximo de produção, se devem principalmente à onda de reformas, decorrente da pandemia e do home office. Porém, ainda há pela frente uma onda de demanda decorrente do “boom” de lançamentos da construção civil.

“Ainda vamos aproveitar o ‘boom’ de lançamos visto no ano passado e que voltou com força no primeiro trimestre. Nossos produtos são o ‘last mile’ da cadeia, então devemos ver o impacto no fim do ano que vem, talvez em 2023. Neste momento, estamos vivendo o ‘boom’ das reformas. Hoje 80% da venda é por isso”, afirmou o executivo.

“Continuo otimista com as perspectivas de curto e médio prazo do nosso setor. Algumas condições indicam um cenário de demanda bastante favorecido. A primeira delas é a de juros baixos. A tendência é que os juros permaneçam baixos, ainda que haja alguma elevação, mas os juros ainda devem seguir em patamares baixos. Além disso, é uma tendência mundial, temos juros baixos na Europa, nos Estados Unidos. Esse aquecimento é um fenômeno mundial, não só brasileiro”, disse Oliveira.

Acomodação de custos

O forte aumento de custos, principalmente de commodities, deverá desacelerar no segundo semestre, avalia. Na visão do executivo, ainda haverá alguns reajustes, mas pontuais.

“O preço elevado das commodities é um reflexo da demanda grande. Tivemos preços extremamente deprimidos nos últimos cinco anos. Poucas empresas do nosso setor conseguiram repassar toda a carga inflacionária. Em 2020 conseguimos recuperar preços de maneira importante. Ainda vão existir necessidades de ajustes, tanto em madeira, Deca, revestimentos cerâmicos, mas já os caracterizo como menores”, disse.

“No segundo semestre, começa a haver um arrefecimento dessa inflação, com uma menor necessidade de repasse de custos. Hoje os preços estão em patamares bons, precisa de correções pontuais e há espaço para que isso ocorra, porque a demanda continua muito forte”, afirmou.

O presidente da Duratex não acredita que haverá blecaute no Brasil, mas certamente os preços irão subir, disse, em decorrência do cenário de energia elétrica no país. “Acredito que não deverá ter blecaute, o que vai existir com certeza é uma inflação em custos de energia, porque o sistema vai operar com térmicas e outras alternativas. Isso vai levar a um incremento de custos.”

No caso da companhia e do segmento industrial, porém, ele avalia que o impacto é menor, porque as empresas trabalham com contratos de fornecimento de longo prazo, com preços fixos. “Em nosso caso, 90% da demanda é contratada a longo prazo e não no mercado ‘spot’. Então preços estão fixos. Sob o ponto de vista de custo, não deverá ter impacto tão significativo. A população vai ter impacto, nós não”, disse.

Pandemia

Para o presidente da Duratex, o governo federal conduziu de forma muito fraca e confusa a crise sanitária da covid-19.

“Avalio que a condução do governo federal nessa pandemia foi muito fraca, difícil, hesitante, confusa. Precisamos engrenar, estamos vacinando muito pouco, é preciso tomar ritmo. A solução está na vacinação”, disse.

“Infelizmente há uma politização do tema. Espero que a gente possa acelerar a vacinação tendo uma visão baseada em ciência, naquilo que de melhor a gente pode oferecer”, completou.

A Duratex ainda não deverá tomar uma decisão sobre como ficará o regime de trabalho dos funcionários. “Só vamos decidir sobre o ‘ home office’ quando acabar a pandemia”, afirmou o executivo.

“Acreditamos muito no trabalho presencial. Esse período deverá trazer novos modelos. Pode ser que algumas áreas possam trabalhar remotamente, é bem possível, mas vamos ter que evoluir no Brasil com legislação para isso. Nossa legislação não está preparada”, disse ele.

Valor Econômico

Log vende galpões para levantar R$ 500 milhões e reinvestir no negócio

Condomínio logístico da LOG Foto: Divulgação
Condomínio logístico da LOG
Foto: Divulgação

A Log Commercial Properties, empresa de galpões logísticos que tem como sócios a família Menin, a gestora Starwood e um fundo gerido pelo Bradesco, bateu o martelo e decidiu acelerar a venda de ativos. O objetivo é levantar em torno de R$ 500 milhões por ano com a alienação de galpões que já estão em operação. Os recursos servirão para reforçar o caixa e dar vazão à construção de mais empreendimentos do mesmo tipo. A companhia tem visto uma demanda crescente por imóveis que sirvam como centros de estocagem e distribuição de mercadorias por todo o País com a explosão do comércio eletrônico.

A Log já acertou na segunda-feira, 31, a venda de um galpão de 77 mil m² situado na cidade de Extrema (MG) por R$ 272,7 milhões. O local abriga as operações da varejista Dafiti. Atualmente, 57 mil m² do empreendimento já estão em funcionamento, enquanto outros 20 mil m² estão em obras e serão entregues em setembro. O comprador foi o Fundo de Investimento Imobiliário BM II, da BlueMacaw, gestora do executivo Marcelo Fedak (ex-Blackstone).

O acordo prevê o pagamento à Log de R$ 191,3 milhões agora e R$ 81,4 milhões em outubro, após a conclusão das obras. O resultado representa uma margem bruta de 44% sobre o montante investido pela companhia.

Estratégia visa a reforçar a liquidez da empresa

A reciclagem do portfólio de galpões já vinha sendo adotada pela Log, mas a aceleração dessa estratégia ajudará a reforçar a liquidez após uma tentativa frustrada de emissão subsequente de ações em Bolsa (follow-on) no primeiro trimestre. Na ocasião, investidores pediram descontos acima de 10% em relação ao valor das ações, o que foi refutado pela administração da empresa,  segundo o CEO, Sergio Fischer.

A partir daí, a companhia fez uma emissão de debêntures de R$ 250 milhões, com prazo de cinco anos e taxa de remuneração anual de CDI mais 2%. Isso, somado à reciclagem de ativos, vai abastecer os planos de crescimento do grupo.

Diante da procura elevada por galpões, a Log decidiu, em abril, ampliar em 50% o seu plano de investimentos em 2021, chegando a R$ 750 milhões. Ao todo, os aportes vão atingir R$ 2,25 bilhões até 2024, ampliando o portfólio em 1,4 milhão de metros quadrados.

A Log trabalha principalmente com galpões modulares em capitais e cidades no interior do País, fora da região metropolitana de São Paulo, onde cada terreno é altamente disputado pelas grandes empresas do setor. Com isso, tem atendido uma demanda de regiões onde, historicamente, tinha pouca oferta de imóveis logísticos de qualidade.

O Estado de SP