Estudo aponta interesse por imóvel em mais de 15 milhões de famílias

Para os próximos dois anos, segundo levantamento realizado pela DataStore Series, 15,489 milhões de famílias manifestaram o interesse de compra de imóvel.

O número, que equivale a 30,44% do grupo que participou do estudo, no período de julho-agosto de 2021, engloba famílias com renda mensal acima de R$ 1,5 mil em todo o Brasil.

Para o estatístico e CEO da Datastore, Marcus Araujo: “Os brasileiros atingem o seu maior patamar de interesse em adquirir imóveis da história recente, e isso não só consolida o ano de 2021 como um dos mais importantes para o mercado imobiliário neste século, como já projeta 2022 como um ano que pode surpreender a muitos no setor imobiliário”.

Já no periodo de um ano, a pesquisa aponta que 9,139 milhões de famílias têm intenção de tirar os planos do papel com a compra de imóvel. O número equivale a 59% do público (um substrato dos interessados em comprar imóveis em até 24 meses).

Mesmo com um recuo da intenção de compra imediata para tomar a decisão em até 12 meses, consequência do quadro inflacionário, o cenário não deve prejudicar a velocidade de vendas de imoveis, disse Araujo.

Intenção de compra de imóvel por região

1º Sudeste: 31,84% (+1,07%)

2º Centro-Oeste: 31,08% (+0,92%)

3º Brasil: 30,44% (+1,10%)

4º Sul: 30,19% (+1,25%)

5º Nordeste: 28,71% (+0,97%)

6º Norte: 24,75% (+0,87%)

Fonte: Ibresp

Radar Imobiliário

Banco Central projeta inflação de 9,22% em 12 meses até novembro

O Banco Central projeta inflação de 1,98% no trimestre entre setembro e novembro, chegando no acumulado em 12 meses em novembro a 9,22%. Para o mês de setembro, a previsão é que o IPCA feche em 1,11%, recuando para 0,45% em outubro e 0,41% em novembro.

“A pressão sobre os preços deve continuar se revelando intensa e disseminada. O choque sobre preços de bens industriais não deve se dissipar no curto prazo, como sugerem indicadores recentes de preços ao produtor e a continuidade dos gargalos nas cadeias de produção que afetam alguns segmentos. Ao mesmo tempo, os preços de serviços devem continuar em trajetória de normalização, em linha com a recuperação da demanda no setor. Assim, as medidas de inflação subjacente devem se manter em patamar elevado nesse horizonte”, diz o BC.

Valor Investe

Congresso decide reforma tributária neste ano

O Congresso Nacional pretende concluir, ainda este ano, a tramitação da reforma tributária, seja para aprovar ou mesmo descartar as propostas em discussão. É o que asseguraram os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), em entrevista ao Valor.

Os dois presidentes, que comandarão o Poder Legislativo até o fim de 2022, afirmaram, também, que não permitirão o rompimento do teto de gastos, um compromisso assumido desde fevereiro, quando foram eleitos.

Lira e Pacheco afirmaram que a reforma tributária é o tema da agenda legislativa que causa mais divergências, seja entre as duas Casas do Congresso, seja entre o parlamento e o governo federal, bem como entre os vários setores da economia e também entre a União e os Estados e municípios.

O setor privado tem feito várias críticas sobretudo à proposta que envolve mudanças no Imposto de Renda e a taxação de dividendos, por temer aumento de carga tributária. Esses pontos foram propostos pelo governo para custear um programa de transferência de renda à beira das eleições de 2022.

O assunto relativo a tributos é delicado, em especial, no que diz respeito às propostas de unificação e simplificação contidas na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 110, que tramita no Senado.

A conversa de Lira e Pacheco com a diretora de Redação do Valor, Maria Fernanda Delmas, ocorreu na tarde da segunda-feira passada, e foi transmitida nesta terça-feira durante a cerimônia virtual do Prêmio “Valor 1000”. Os dois parlamentares disseram que chegou a hora de esgotar a discussão do assunto tributário.

Valor Investe

Justiça do Rio suspende exigência de passaporte da vacina contra Covid

O desembargador Paulo Rangel, da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, suspendeu nesta quarta-feira (29) a exigência de apresentação de comprovante de vacinação para acesso a lugares públicos e privados na cidade do Rio de Janeiro. Na decisão, o magistrado chama o passaporte de vacinação de ditatura sanitária.

Ao cassar parcialmente decreto do prefeito Eduardo Paes (PSD), o magistrado atendeu a um pedido de habeas corpus apresentado por uma aposentada, moradora da cidade. Na decisão, o desembargador afirma que o salvo conduto é extensivo a toda a população. Segundo ele, o decreto representa “grave violação à liberdade de locomoção”.

“Já disse em outra oportunidade e aqui repito. O decreto [de Eduardo Paes] divide a sociedade em dois tipos: os vacinados e os não vacinados, impedindo os não vacinados de circularem livremente”, escreveu.

Por meio de nota, a Procuradoria do município informou ainda não ter sido notificada, mas informa que vai recorrer da decisão contrária à comprovação da vacinação na cidade. “Acrescenta ainda que nesta quarta-feira (29) apresentou recurso junto ao STF para sustar os efeitos da liminar que suspendeu a necessidade de apresentação do comprovante de imunização nos clubes Militar e Naval”.

A decisão mantém em vigor parte do decreto referente a medidas que “não atingem a liberdade de locomoção, sendo permitido a todo e qualquer cidadão transitar livremente pelos locais citados no decreto independentemente de carteira de vacinação”.

O trecho do decreto que foi cassado condicionava à comprovação de vacina o acesso, por exemplo, a academias, estádios, cinemas, museus e feiras comerciais.

Na decisão, o desembargador afirma que o decreto estigmatiza as pessoas na tentativa de controlar tiranicamente quem circula na cidade.

“É uma ditadura sanitária. O decreto quer controlar as pessoas e dizer, tiranicamente, quem anda e não anda pelas ruas da cidade”, destacou.

O desembargador também determinou a expedição de ofícios às autoridades da área de segurança para que orientem os subordinados sobre a decisão, alertando para o risco de cometerem crime de abuso de autoridade caso proíbam trânsito de não vacinados a locais públicos e privados descritos no decreto .

No último dia 22, o desembargador Paulo Rangel já havia suspendido o “passaporte da vacina” de Maricá, na Região dos Lagos do Rio.

Folha de SP

Relator descarta desoneração ampla e quer foco em renovação de benefício a 17 setores

Relator do texto que renova a desoneração da folha salarial de 17 setores, o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) desistiu de trabalhar por uma medida estrutural que amplie esse benefício a todas as empresas do país. Ao afirmar que não há tempo hábil para um debate desse porte, ele defendeu que o Congresso foque na prorrogação das regras existentes hoje.

Na última semana, o deputado afirmou que daria continuidade ao projeto que beneficia os 17 setores, mas articularia uma proposta em paralelo, em conjunto com o governo, para promover uma desoneração ampla.

Após reunião nesta quarta com técnicos do Ministério da Economia, Goergen anunciou a desistência da proposta estrutural.

“O governo tem, neste momento, uma prioridade. A agenda da reforma administrativa, reforma do Imposto de Renda e [limitação] dos precatórios impede, na leitura do governo, de avançar no tema da desoneração”, disse.

“A tese de resolvermos de uma vez por todas, criarmos justiça tributária a todos os setores que deveriam ter esse mesmo direito fica impedida de avançar.”

O parlamentar afirmou que aguardava a apresentação de uma proposta ampla pelo governo, o que não aconteceu. Por isso, segundo ele, o único caminho possível agora é a renovação do benefício aos 17 setores.

De acordo com membros do Ministério da Economia, Goergen conversou com o ministro Paulo Guedes (Economia) nas últimas semanas sobre a possibilidade de promover a desoneração ampla, usando como fonte de compensação um novo imposto sobre transações financeiras aos moldes da extinta CPMF.

Guedes é um defensor da proposta, mas decidiu não apresentá-la ou trabalhar pessoalmente por sua aprovação diante das resistências à medida dentro do governo.

A estratégia do ministro, segundo relatos, era aguardar que a proposta fosse apresentada por iniciativa de parlamentares. Até o momento, isso também não ocorreu.

O relator ressaltou que se reuniu com diversos setores para debater a proposta mais ampla e encontrou “muitos pontos de vista divergentes”.

Diante desse cenário, Goergen disse que fez um apelo à equipe econômica para que o governo não obstrua a tramitação do projeto que renova até 2026 a desoneração a 17 setores.

A votação do texto na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara estava prevista para esta quarta, mas ficou para a próxima semana, segundo o deputado. Se não houver apresentação de recurso por parlamentares, o texto não precisará passar pelo plenário e seguirá direto para o Senado.

Segundo membros do Ministério da Economia, a tendência é que o projeto de prorrogação seja vetado se tiver aprovação do Congresso. Isso porque o texto não apresenta uma fonte de compensação para esse incentivo.

O governo abriria mão de arrecadar R$ 8,3 bilhões por ano, caso o benefício seja prorrogado para os 17 setores. Essa perda de receita não está prevista no Orçamento de 2022.

O relator afirmou que o pedido de que o governo não faça obstrução é para que, em caso de veto do presidente Jair Bolsonaro, haja tempo suficiente para que o Congresso possa derrubar a decisão.

O Executivo já foi derrotado no ano passado quando tentou impedir a prorrogação da desoneração desses setores até o fim de 2021. Nos últimos anos, o clima no Congresso tem sido favorável a essa iniciativa.

A desoneração da folha a alguns setores, adotada no governo petista, permite que empresas possam contribuir com um percentual que varia de 1% a 4,5% sobre o faturamento bruto, em vez de 20% sobre a remuneração dos funcionários para a Previdência Social (contribuição patronal).

Isso representa uma diminuição no custo de contratação de mão de obra. Por outro lado, significa menos dinheiro nos cofres públicos.

Atualmente, a medida beneficia companhias de call center, o ramo da informática, com desenvolvimento de sistemas, processamento de dados e criação de jogos eletrônicos, além de empresas de comunicação, companhias que atuam no transporte rodoviário coletivo de passageiros e empresas de construção civil e de obras de infraestrutura, entre outros.

Representantes desses segmentos e deputados que articulam a prorrogação da medida até dezembro de 2026 argumentam que a retirada do benefício elevaria os custos das empresas, o que colocaria empregos em risco em um momento em que o país tenta se recuperar da crise provocada pela Covid-19.

Folha de SP

Pela 1ª vez desde o início da pandemia, mais de 50% das pessoas com idade para trabalhar estão ocupadas

Pela primeira vez desde o início da pandemia, mais de 50% das pessoas com idade para trabalhar estão ocupadas, informou o IBGE nesta quinta-feira. A melhora, ainda que lenta, no mercado de trabalho também é percebida na taxa de desemprego, que saiu de 14,7% registrados no trimestre encerrado em abril, que servem de base de comparação, para 13,7% no trimestre encerrado em julho.

Também hoje, o Banco Central divulgou suas projeções de PIB e inflação. O BC espera que o PIB cresça 2,1% em 2022. A projeção para 2021 passou de 4,6% para 4,7%.

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) do IBGE mostram que o nível de ocupação subiu 1,7 ponto percentual para 50,2%.

“Essa é a primeira vez, desde o trimestre encerrado em abril de 2020, que o nível de ocupação fica acima de 50%, o que indica que mais da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país”, destaca a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.

O aumento da ocupação foi puxado tanto pela abertura de vagas formais quanto pela informalidade. O trabalho por conta própria bateu novo recorde.

Diferenças entre Pnad e Caged

A Pnad considera vagas formais e informais, e os dados são trimestrais. Já o Caged considera apenas vagas com carteira assinada.  E as divulgações trazem informações sempre referente a um único mês.

Na última quarta-feira, foram divulgados os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mostrou que em agosto foram criados 372,3 mil postos de trabalho. O resultado é reflexo de avanço na economia e do programa de manutenção de emprego.

Mercado de trabalho segue pressionado

Economistas avaliam que, na medida em que a vacinação avança no país e a economia conclui seu processo de reabertura, o número de desempregados tende a recuar.

Ainda assim, o aumento da população ocupada deverá crescer em menor magnitude do que a população economicamente ativa (que está empregada ou desemprego, mas à procura de trabalho), que voltará ao nível pré-pandemia.

Com isso, a expectativa é que o país conviva com níveis elevados de desocupação por bastante tempo, já que há um descompasso entre oferta e demanda de mão de obra.

“A taxa de desemprego provavelmente permanecerá em dois dígitos por um longo período de tempo, à medida que o número ainda considerável (5,4 milhões) de trabalhadores desalentados fora da força de trabalho começar a procurar emprego e retornar à força de trabalho ativa a uma taxa mais rápida do que a criação de novos empregos”, escreveu Alberto Ramos, economista do banco Goldman Sachs.

O Globo

Alta dos insumos da construção e importação de aço serão temas do 93º Enic

 

Os aumentos nos insumos da construção têm sido recorrentes e sem trégua. Apesar de o mercado estar aquecido, é preciso estar preparado para as altas constantes. Na 93º edição do Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), o tema será debatido com sugestões inovadoras e ações institucionais para reverter esses incrementos nos custos. O painel “Como sobreviver aos aumentos nos custos da Construção?” acontecerá no dia 18, às 18h, com a participação do presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, e do presidente da Coopercon-SC, José Sylvio Ghisi.

Na ocasião, será discutida como a importação do aço é importante para barrar o aumento dos preços do insumo da cadeia produtiva da construção civil. Segundo Ghisi, para se lançar um empreendimento, é necessário ter uma projeção dos custos, por exemplo, de cimento, aço, tijolo, para definir o valor do imóvel. “Se hoje a empresa não estiver focada no insumo do material, se não tiver o preço do dia a dia, não vai conseguir concluir o projeto e vai perder dinheiro”, disse.

De acordo com ele, o painel do Enic vai abordar como foram os trâmites para a importação de aço da Turquia, que aconteceu em dois lotes até o momento. “Foi a única maneira que a gente conseguiu para sair do aumento, que vinha constantemente e praticamente todo mês ou quinzenalmente”, explicou.

A primeira importação ocorreu em julho deste ano e a segunda neste mês de setembro. A ação foi resultado da parceria entre a CBIC e a CooperconSC, que captou empresas interessadas. Foram importadas 40 mil toneladas do insumo nas duas ocasiões.

“Nós não podemos ficar na mão de duas ou três empresas, então a gente tem que trazer alternativas para a construção civil e para os empresários”, concluiu Ghisi falando sobre a importação.

Nesta edição, o Enic será na palma da sua mão. É o maior evento da indústria da construção na tela do seu celular – online e gratuito!

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O 93º Enic é uma realização da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e conta com apoio do Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).

Agência CBIC

Gestão empresarial colaborativa auxilia no crescimento de empresas modernas

Visando ao crescimento no mercado durante a pandemia, empresas buscaram alternativas para se destacarem, aumentarem a qualidade dos serviços oferecidos e, consequentemente, o faturamento. Uma das ferramentas utilizadas foi a gestão empresarial colaborativa, conceito que une várias empresas de um mesmo nicho, que se complementam e, juntas, conseguem obter crescimento de alto impacto, oferecendo uma gama de serviços para os clientes que precisam centralizar demandas.

Em Maringá, no Paraná, um grupo de empresários do ramo de engenharia e arquitetura, durante uma feira de inovação e construção civil em 2020, elaboraram um hub que inicialmente uniu cinco empresas, criando o EngHub com o conceito de gestão empresarial colaborativa.

Keila Uezi, uma das empresárias do grupo, possui mais de 10 anos no mercado e é proprietária da Solucionare, empresa especializada em prevenção e solução de problemas no ramo da construção civil. Segundo ela, implementar um modelo de gestão, no qual incorporações do mesmo segmento trabalham juntas, pôde contribuir para o crescimento do setor e também dos envolvidos com o projeto, melhorando a experiência dos próprios empresários, colaboradores e até mesmo dos clientes.

“O EngHub é um escritório com conceito de ambientes compartilhados, que reúne empresas de um mesmo grande nicho e que se complementam em termos de serviços ofertados, contribuindo na estratégia e conexão de negócios. A curva de aprendizagem empresarial se tornou mais ágil e influenciou diretamente na gestão estratégica e resultados da minha empresa, a Solucionare”, explicou Uezi.

Após a aplicação da gestão empresarial colaborativa, a empresa da engenheira Keila Uezi obteve um crescimento trimestral em seu faturamento de 2,34%, 43,28% e 31,78%, respectivamente, somando um total de 93,23% no período de um ano.

Além da engenheira, outros cinco empresários do ramo garantem que o hub, com esse novo conceito, oportunizou dinamismo do ambiente com troca de informações, conhecimentos e compartilhamentos de soluções entre uma empresa e outra, aumentando a capacidade de gestão das incorporações que fazem parte do grupo e elevando o nível do serviço e satisfação dos clientes atendidos.

Portal Segs

Uso de IA pode subir em 50% o lucro das empresas, diz estudo

Em uma sociedade cada vez mais digital, com a tecnologia presente em diferentes esferas das relações sociais, afetivas e laborais, são raros os exemplos de setores da economia que prescindem de ferramentas não analógicas, ou que ainda estão em um estágio inicial na adoção delas. É o caso do setor da Construção Civil, que segundo um estudo da consultoria empresarial estadunidense McKinsey realizado em 2017, só ficou à frente da Pesca e Agricultura no ranking que avaliou o uso de tecnologia para a obtenção de ganhos de valor e produtividade na economia brasileira.

Apesar disso, diversas ferramentas de inovação têm sido desenvolvidas no setor nos últimos anos, possibilitando que seja vislumbrado um cenário otimista para a década recém-inaugurada: de acordo com a pesquisa “O impacto da IA no mercado de trabalho”, realizada pela consultoria americana DuckerFrontier a pedido da Microsoft, a adoção máxima da Inteligência Artificial (IA) na Construção Civil no Brasil poderá impactar no crescimento de 42% de novas vagas no setor até o ano 2030 em comparação com as estimativas feitas pelo Banco Mundial e o FMI.

A Inteligência Artificial (IA) é um conceito usado para descrever o uso de máquinas e tecnologias no desempenho de atividades que repetem funções cognitivas humanas, como resolução de problemas, reconhecimento de padrões e aprendizado. Na Construção Civil, a IA pode ser utilizada, entre outras funções, no design de projetos, na melhoria da experiência do cliente, na prevenção de acidentes, na robotização de canteiros e na simulação do uso de materiais.

De acordo com estudo realizado em 2018 pela McKinsey, em que foi pesquisada, de forma específica, a relação entre a Inteligência Artificial e o setor de Construção Civil em âmbito global, constatou-se que empresas que aplicam a IA a seus projetos podem gerar 50% a mais de lucro em relação àquelas que não o fazem.

Simulação de instalação de pisos em construções e reformas de imóveis

O segmento da Construção Civil permanece como um dos menos desenvolvidos no quesito tecnologia, mas ainda assim, o setor tradicional está evoluindo, fazendo com que surjam startups no setor, chamadas de Construtec.

Uma destas utilizações que têm ganhado força no mercado brasileiro é a simulação da utilização de pisos em construções ou reformas de imóveis por parte dos fabricantes de pisos e revestimentos.  A ferramenta permite que o consumidor possa simular o uso de pisos de diferentes cores, tamanhos e materiais para, então, escolher a melhor opção. 

A tecnologia empregada nesta simulação permite que, a partir da foto de um ambiente, seja detectada com precisão a área do solo em que será aplicado o piso, para que o cliente –  em seguida – possa fazer a escolha do material de sua preferência. 

Luane Araujo, Gerente de Projetos e Inovação da Hausz, startup considerada a primeira Construtec do varejo brasileiro, comenta que, muitas vezes, ferramentas – como o simulador de pisos – desenvolvidas inicialmente para profissionais de arquitetura, são ideais para serem utilizadas por pessoas que estão construindo ou reformando seus imóveis.

“Nós observamos que o público que está reformando ou construindo passa horas estudando e pesquisando dezenas de pisos para o seu ambiente. O uso do simulador pode, então, economizar tempo em pesquisas sobre qual o piso ideal, e garantir a satisfação do cliente que consegue ver antecipadamente o resultado”, diz a profissional.

As novas possibilidades geradas pela IA no contexto de construção e reforma de imóveis se dão em um momento de aquecimento da Construção Civil: estima-se que o setor cresça 4% neste ano, o maior índice desde 2013, segundo o estudo Desempenho Econômico da Indústria da Construção do 2º Trimestre de 2021, realizado pela CBIC.

Luane ainda reforça que empresas como a Hausz devem investir cada vez mais em tecnologias, utilizando a IA na maior quantidade de setores possíveis: marketing, logística, financeiro, etc. Isso para que a entrega ao cliente e o crescimento do mercado sejam cada vez mais positivos. 

Portal Terra

Valor 1000: Reformas, inflação e política são as principais preocupações dos empresários

Reformas estruturais e equilíbrio das contas públicas são questões urgentes, mas à medida que o cenário político fica mais instável e marcado por desentendimentos entre os três poderes acabam ficando menos em evidência do que deveriam, apontaram executivos que participaram, na noite desta quarta-feira (29), da cerimônia on-line de entrega do prêmio “Valor 1000”.

Desde a fundação do jornal, o “Valor 1000” destaca as mil maiores empresas do país e premia as de melhor desempenho em seus setores no ano que passou. Na 21ª edição da premiação, líderes empresariais destacaram que 2020 exigiu criatividade e sangue frio na gestão dos negócios, em um ano em que a crise sanitária interrompeu produção, fechou lojas e impactou o consumo, assim como as decisões de investimento.

Agora, a retomada esbarra num cenário político-econômico conturbado. A inflação foi diversas vezes apontada pelos empresários como uma das maiores preocupações e entraves para o investimento.

“O arrefecimento da pandemia traz a expectativa de as pessoas voltarem a circular e o consumidor ser mais otimista. Mas preocupa perceber que entraremos em ano eleitoral com a inflação chegando forte e os juros altos. Isso inibe investimentos”, destacou o presidente da Alibem Alimentos, José Roberto Goulart. “Inflação incomoda a todos, principalmente os menos favorecidos”, afirmou o presidente da Telemont, Gilnei Machado.

O diretor comercial da Tambasa, Alberto Azevedo, disse que a empresa mantém otimismo com a vacinação. A presidente da AES Brasil, Clarissa Sadock, afirmou que grandes clientes da indústria têm buscado contratos mais longos, de até 20 anos. Este seria o momento ideal para avançar nas reformas estruturais e na agenda de concessões e privatizações, segundo o presidente da B3, Gilson Finkelsztain.

Mas, para muitos, o ambiente de negócios instável tende a afugentar o investidor. “Investimentos gostam de estabilidade”, afirmou o presidente da Copersucar, João Roberto Teixeira. Ao conjunto inflação, juros altos e crescimento econômico baixo “soma-se a crise energética”, disse o presidente da Cristália, Ricardo Pacheco.

Além disso, medidas necessárias para conter a inflação, alcançar uma taxa de câmbio mais estável e ter contas públicas sob controle dificilmente virão, segundo os executivos, em meio à turbulência política que se vê hoje. “É difícil ver o caminho para nossas empresas em virtude do cenário político”, afirmou o presidente da Inpasa, José Lopes.

A guerra entre poderes incomoda os empreendedores. “Adoraria que Executivo, Legislativo e Judiciário falassem a mesma linguagem”, disse o diretor do grupo Santa Joana, Antonio Amaro. A diretora comercial da Berneck, Graça Berneck, também defendeu “maior sintonia entre poderes para assegurar que o país seja o centro das atenções”.

“Meu conselho é que os políticos cheguem a um acordo, façam as pazes e elaborem leis que façam o povo brasileiro sair da miséria”, afirmou o presidente do conselho de administração da Cyrela, Elie Horn. “Fica aqui meu pedido de maior harmonia entre poderes”, acrescentou o presidente da Afya, Virgilio Gibbon.

Maurício Gardenal, gerente de propaganda da rede Lojas Cem, acrescenta, ainda, a insegurança jurídica: “Leis não deveriam ser reinterpretadas ao sabor do momento. É preciso apressar reformas que reduzam burocracia e simplifiquem as legislações tributária e trabalhista”. Silvério Baranzano, presidente da Évora, defendeu uma reforma administrativa “abrangente e completa”. E para o presidente da Lorenzetti, Eduardo Coli, a reforma tributária “daria previsibilidade ao ambiente de negócios”.

Para empresas com atividade fora do Brasil, como a WEG, o país precisa de mais foco na inovação. “Medidas que estimulem sustentabilidade, inovação e exportação deveriam ser o eixo do desenvolvimento da nossa economia”, destacou o presidente, Harry Schmelzer Jr. E as que mais sofrem com a concorrência externa, como o setor têxtil, a “eliminação de travas burocráticas” ajudaria a alcançar a competitividade necessária para a abertura comercial, segundo o presidente do grupo Dass, Vilson Hermes.

Se a agenda pública parece lenta, na gestão dos negócios muitos demonstram ter pressa em avançar. A Petrobras procura reduzir custos e investe em projetos voltados ao meio ambiente. “A melhor forma de prever o futuro é construindo”, destacou o presidente da companhia, Joaquim Silva e Luna. Gerardo Bartolomé, presidente da GDM Seeds, disse que a empresa tem aplicado recursos em pesquisa e na reconstrução de instalações enquanto a Globenet, provedora de telecomunicações aproveitou a crise para estender cabos submarinos até a Argentina, segundo o diretor de vendas, Carlos Agripino.

Pandemia trouxe mudanças e lições na rotina de trabalho

Os empreendedores também fazem planos para incorporar à rotina lições aprendidas na pandemia. A relação com os empregados aparece entre as mais significativas. Com a crise sanitária, surgiram duas realidades: os que podiam trabalhar remotamente e os que ocupam funções que exigem tarefas presenciais. “Foi como uma guerra. Não havia vacinas, não havia leitos em hospitais. A água era uma barreira de proteção da população”, disse o presidente da Aegea Saneameanto, Radamés Casseb. Trabalhar na rua ou dentro de uma fábrica em meio ao caos criou relações de confiança. “O trabalhador precisava sentir-se protegido”, disse Goulart, da Alibem.

Nas áreas administrativas, a novidade do “home office” se incorporou e o retorno ao trabalho tem sido no estilo híbrido na maioria das empresas. “As ferramentas digitais nos mostraram um equilíbrio maior entre a vida profissional e pessoal”, disse o vice-presidente da CBMM, Ricardo Lima. Na Baterias Moura, porém, a visão é diferente. Todos voltarão para dentro da empresa. “Concluímos que a Moura foi construída com o relacionamento das pessoas”, disse o presidente do conselho de administração, Sérgio Moura.

Lidar com a pandemia e seus impactos também levou a soluções criativas e de olhar para a comunidade. Na Ambev, um aplicativo para localizar as pessoas nas fábricas serviu para rastrear eventuais contaminados pela covid-19, conta o presidente da empresa, Jean Jereissati. Com a situação emergencial, a NTS doou R$ 6 milhões em equipamentos hospitalares no início da pandemia. Como a crise e o desemprego persistem, a empresa fez nova doação de R$ 6 milhões. Desta vez em cestas básicas.

Na pressa da volta à normalidade, a vacinação ganhou ainda mais importância. Na Telemont, quem tomou a primeira dose pôde se inscrever num sorteio de vale-compras. Para o diretor de finanças da Suzano, Marcelo Bacci, é papel social das empresas estimular os funcionários a se vacinar. “É uma questão que ultrapassa liberdades individuais.”

Valor Econômico