‘Simplifica Já’ resultaria num sistema mais complexo do que a criação do IBS

Na discussão sobre a reforma da tributação do consumo, as entidades representativas dos municípios de maior porte, assim como algumas entidades empresariais, têm defendido uma proposta conhecida como Simplifica Já (ver meu artigo Os municípios na reforma tributária, publicado neste espaço em 15/9/2020).

Ao contrário da proposta de reforma tributária ampla do consumo, que propõe a unificação do imposto municipal sobre serviços (ISS) e do imposto estadual sobre circulação de mercadorias (ICMS) em um imposto sobre bens e serviços (IBS), o Simplifica Já propõe a manutenção da segmentação entre o ISS e o ICMS. O apoio ao Simplifica Já resulta, de um lado, do desejo dos grandes municípios em continuar cobrando o ISS e, de outro, da pressão de alguns setores pela menor tributação do consumo de serviços.

Ainda que a reforma tributária ampla mantenha a carga tributária total, uma de suas consequências é a redistribuição da tributação, com alguns setores pagando menos que hoje e outros pagando mais. É natural que setores que acham que serão prejudicados, como alguns segmentos de serviços, defendam a manutenção de uma tributação menor, ainda que isso seja socialmente injusto – pois ricos consomem proporcionalmente muito mais serviços do que pobres.

Também é natural que municípios que acham que serão prejudicados (na maior parte dos casos equivocadamente) sejam contra a unificação do ISS com o ICMS.

O problema é que o Simplifica Já é a pior forma possível de estes setores e municípios se protegerem dos efeitos da reforma. E isso por vários motivos.

Por um lado, a segmentação na tributação de mercadorias e serviços é um desastre para o crescimento do País. Na economia moderna, a produção e os investimentos são cada vez mais intensivos em serviços. Isso significa que a manutenção de um tributo cumulativo sobre serviços não apenas onera os investimentos e prejudica a competitividade da produção nacional, como tende a tornar o Brasil cada vez mais defasado em relação ao resto do mundo na incorporação de novas tecnologias. Não por acaso, o Brasil é o último país economicamente relevante do mundo que ainda tributa separadamente mercadorias e serviços.

Por outro lado, a proposta do Simplifica Já aumenta, e muito, a carga tributária. Isso se deve a três motivos. O primeiro é a redução das alíquotas interestaduais do ICMS prevista na proposta, cujo resultado é a cobrança no Estado de destino do imposto que hoje não é cobrado no Estado de origem, por causa de benefícios fiscais. O segundo motivo são o aumento da base de incidência e a mudança na forma de cobrança do ISS, que inevitavelmente resultarão em aumento de carga. O terceiro é a limitação do número de alíquotas do ICMS e o consequente reenquadramento nas novas alíquotas que, muito provavelmente, resultará em maior tributação. Ao contrário da reforma ampla, cuja transição foi desenhada para manter a carga tributária, a aprovação do Simplifica Já levaria a um aumento da carga tributária de um a dois pontos porcentuais do PIB.

Por fim, apesar do nome, o Simplifica Já resultaria num sistema muito mais complexo que o IBS cobrado com regras uniformes.

Caso o Simplifica Já fosse aprovado, o País inteiro pagaria uma conta extremamente pesada, na forma de menor crescimento e maior carga tributária. O pior é que o próprio setor de serviços seria prejudicado: de um lado, porque é o maior beneficiário do aumento do PIB e da renda das famílias; de outro, porque a não cumulatividade plena do IBS é muito melhor para os prestadores de serviços que estão no meio da cadeia que o ISS.

A demanda de alguns setores por menor tributação e de alguns municípios por maior participação na receita faz parte da política. O problema não está nessa demanda, mas sim na forma proposta para seu atendimento. Com o Simplifica Já, o custo para a sociedade tende a ser muito maior que o pretenso benefício para os municípios e setores que defendem a proposta.

O Estado de SP

Insatisfação com reforma tributária impulsionou manifesto

A insatisfação dos empresários e banqueiros com o andamento da segunda fase da reforma tributária, relacionada ao Imposto de Renda, serviu de mola propulsora para a manifestação que pedia a harmonia entre os três Poderes da República.

Com a possibilidade de a reforma não sair, depois de dois meses intensos de negociações entre membros do Ministério da Economia e diversos setores empresariais, as duas grandes entidades que coordenaram o movimento pela manifestação – Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) – procuraram elevar o tom.

Tudo isso em meio à medição pública de forças entre o presidente Jair Bolsonaro, membros do STF (Supremo Tribunal Federal) e os líderes do Congresso Nacional.

Nas palavras de um executivo que acompanhou as discussões na Fiesp, foi a “junção da fome com a vontade de comer”: os empresários insatisfeitos com a reforma, tentando se recompor dos efeitos da pandemia, preocupados com o planejamento dos negócios em 2022, que começa agora em setembro, assistindo os poderes travarem um cabo de guerra em Brasília.

Segundo ele, a necessidade de realinhar os negócios ao pós-pandemia esbarra neste “tumulto institucional” que gera insegurança jurídica. Especialmente às vésperas de um ano eleitoral, em que parte das compras governamentais são travadas pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

De acordo com este executivo, dentro da entidade, conselheiros ligados à indústria química – um dos setores que devem perder subsídios com a reforma – teriam insuflado o movimento a favor do manifesto. A Fiesp, capitaneada por Paulo Skaf, elaborou o documento e saiu solicitando o logotipo de cada entidade na assinatura. Segundo ele, Skaf recuou por motivações políticas e deixou o manifesto “acéfalo”.

No caso da reforma tributária, diz ele, os empresários estão extremamente insatisfeitos com o fato de o ministro da Economia, Paulo Guedes, não ter atendido pleitos como a simplificação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), o ajuste para aumentar a arrecadação sobre o comércio eletrônico, e a inclusão de um mecanismo para atualizar o valor contábil dos ativos, o que faria com que as empresas tivessem maior liquidez.

Mas para os bancos o grande “desconforto” com a equipe econômica está na cobrança de imposto sobre os dividendos, afirma. Na opinião dele, a Febraban “carregou a mão” ao se mostrar tão contrária à medida.

Mas para outro executivo, que integra o conselho de um grande banco de investimentos, a medida vai promover uma “cascata de tributos”, penalizando os acionistas. Para ele, a cobrança é “um grande absurdo”, mas os bancos não deveriam assumir um posicionamento político.

Na sua opinião, a Febraban deve se restringir a defender os interesses dos bancos, sem entrar no jogo político. Ao assinar o documento, diz ele, a entidade se expõe e ajuda o “palanque” de Skaf.

Este executivo do mercado financeiro diz que Skaf “reza” para que ele seja a “terceira via” tão ansiada pelos empresárias – numa alusão à provável disputa eleitoral de 2022, entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E para isso o presidente da Fiesp usa a entidade, o Ciesp [Centro das Indústrias do Estado de São Paulo], o Sesi e o Senai como plataforma política, diz.

O nome de Skaf também não cai bem junto a um executivo que integra o conselho de uma grande rede varejista. O presidente da Fiesp é muito “paroquial”, interessado em assuntos que lhe favoreçam politicamente.

Este executivo do varejo apoiou o manifesto, que considerou equilibrado por dizer aos poderes para “baixar a bola”, uma vez que essa disputa “não está sendo boa para o Brasil”.

Mas fica horrorizado ao ver que tudo está polarizado: “até chamar para a paz” significa “assumir um lado”. Para ele, essa situação é “ridícula”, em um momento em que o Brasil precisa de consenso para voltar a crescer.

Dessa forma, diz esse executivo, o melhor é mesmo retroceder e não publicar o manifesto, que seria para unir todos em torno de um “bem maior e comum”.

Para o executivo que acompanhou a discussão do manifesto na Fiesp, uma das coisas que mais incomoda é ver o Congresso “batendo cabeça”, na votação de temas importantes para o empresariado, como a reforma trabalhista, tributária e previdenciária.

Sobre Skaf, ele disse que, quando o líder torna-se maior que a entidade, há algo errado.

Paulo Skaf termina em dezembro ​seu mandato de 17 anos à frente da Fiesp. A partir de janeiro, quem assume é Josué Gomes, dono da Coteminas. Procurado, o empresário informou, por meio da sua assessoria de imprensa, que “não comenta atos do atual presidente”.

Folha de SP

Risco de racionamento dobra para 10% e deve pressionar ainda mais inflação

O risco de um racionamento de energia no país, por conta da crise hídrica que afeta o nível dos principais reservatórios​ das hidrelétricas aumentou de 5% para 10%, segundo projeções da equipe de macroeconomia do Itaú Unibanco.

A crise hídrica, com chuvas abaixo da média desde abril, tem levado o país a um cenário preocupante, o que aumenta os temores de um racionamento, lembra Mario Mesquita, economista-chefe do banco.

Isso fez com que o Itaú aumentasse as projeções para um risco de racionamento e, mesmo que a crise não escale para esse patamar, não é possível descartar que algumas regiões tenham períodos de escassez generalizada.

Nesse cenário de maior pressão sobre o setor elétrico, com nova elevação da tarifa de energia pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o banco prevê que a inflação pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor – Amplo) possa chegar a 8% este ano —ante a previsão atual de 6,9%, já bem acima do teto da meta para 2021, de 5,25%.

O novo valor da bandeira tarifária deve ser anunciado pelo governo nesta terça-feira (31). O aumento servirá para bancar a operação de usinas térmicas, mais caras, e há uma expectativa de que o valor seja elevado em ao menos 50%.

“O IPCA já está elevado e disseminado e com a crise hídrica há um viés de alta para este ano”, diz Mesquita. Segundo ele, os preços continuam pressionados ainda por conta de gargalos na indústria. E a inflação de serviços deve se manter persistente, com a recuperação paulatina do mercado de trabalho.

A restrição na oferta de componentes na indústria também faz com que os analistas antevejam uma recuperação mais lenta para o PIB (Produto Interno Bruto).

Ele também apontou que o impacto da crise de energia no PIB vai depender do tamanho do racionamento ou da redução forçada da demanda. Segundo o banco, para cada redução de 1 ponto percentual na demanda é esperada uma perda de 0,2 ponto no PIB.

Os economistas lembraram que a maioria dos países latinos vê uma queda no contágio e recuperação da atividade econômica. Todos os países que têm meta de inflação estão com o índice acima da meta.

“Este ano, o lado fiscal é menos expansionista, mas ainda estamos convivendo agora com as consequências da política monetária de juros baixos no começo do ano. Há também uma mola comprimida do setor de serviços e que está sendo descomprimida”, completa Mesquita.

Para 2022, a maior parte desses motores não terá o mesmo efeito sobre a atividade econômica, e o crescimento esperado pelo Itaú Unibanco para o PIB do ano que vem é de 1,5%.

“O Brasil cresce mais quando os juros aqui estão baixos e o mundo está crescendo. Ano que vem, o lado fiscal vai ser mais contracionista, o mundo vai crescer menos e a normalização dos setores após as medidas de isolamento, em boa medida, já vai ter acontecido.”

O Itaú também vê uma recuperação mais firme do emprego formal, a partir dos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), mas a ocupação que inclui os trabalhadores informais, medida pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua ainda distante do patamar de antes da pandemia e do pleno emprego antes da crise de 2015 e 2016.

Nesta terça-feira, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que a taxa de desemprego do país pela Pnad Contínua recuou para 14,1% no segundo trimestre deste ano. Apesar de uma redução ante o trimestre anterior, o Brasil ainda tem 14,4 milhões de desempregados.

No cenário externo, a perspectiva de retirada de estímulos do Fed (o banco central norte-americano) tem feito os países emergentes anteciparem a alta de juros.

Já para a China, o cenário tende a ser mais desafiador no segundo semestre, lembra a equipe do banco. O país precisa conviver com novas restrições decorrentes da Covid-19 e vai ser necessário usar mais medidas de restrição de circulação como estratégia para conter o vírus.

As exportações chinesas devem perder força e também podem impactar nos resultados da economia do país o aumento na regulação das empresas de tecnologia e o aperto de crédito e de regulação.

Folha de SP

Novo perfil do consumidor acelera procura por imóveis no Brasil

O mercado de imóveis vive uma nova fase, revela o especialista Rafael Scodelario. Novo perfil de consumidor permitirá um crescimento expressivo nesta área tão fundamental para a economia do país.

Se existe um segmento que está em franco crescimento econômico no Brasil atualmente é o mercado imobiliário. O setor já é visto por especialistas do setor como o grande elemento que irá ajudar o país a superar a crise econômica imposta pela pandemia. E essa expectativa se confirma com diversas pesquisas apresentadas recentemente na mídia sobre o assunto.

Exemplo disso é que em um levantamento da Datastore, 28,7% dos entrevistados revelaram a intenção de adquirir um imóvel nos próximos 24 meses. Este índice não atingia um registro deste porte desde 2011. Para o CEO do Grupo Escodelar, Rafael Scodelario, “muita gente está passando mais tempo em casa, devido a pandemia. Assim, conseguiu economizar e guardar um dinheiro que será usado para melhorar as condições de moradia. Como ainda não é possível viajar como antes, as pessoas vão querer é um ambiente confortável onde possam trabalhar, estudar e descansar em plena harmonia”, revela.

Sobre o público que tem investido nos imóveis, Scodelario percebe que este perfil tem se mudado ao longo dos últimos anos: “Antes, quem mais comprava imóveis eram jovens que desejavam casamento e filhos. Agora, os principais públicos são formados por jovens adultos que querem investir, casais acima de 35 anos que não querem filhos, têm apenas um ou são pais de pets, pessoas LGBTQIA+, e também tem aqueles com mais de 60 anos e a geração digital”. Sobre essa última, o especialista lembra que o grande desejo deles é algo que una o conforto do lar com opções de lazer: “É um item que se tornou essencial e os serviços se tornaram a nova fronteira, em conexão com a economia digital”.

Se por um lado as famílias estão diminuindo de tamanho, por outro isso reflete em mais pessoas buscando imóveis, percebe Rafael Scodelario: “Os núcleos familiares não são mais formados por 5, 6 pessoas como antigamente. E isso acontece em todas as classes sociais. Diante disso, o mercado vai demandar cada vez mais os imóveis menores, porém confortáveis, que possam atender a essas expectativas”, completa o especialista.

Radar Imobiliário

Aumento de índice da construção pressiona consórcio imobiliário

Os consórcios imobiliários tiveram um aumento de 68,9% nas cotas vendidas de janeiro a julho deste ano, em comparação com o mesmo período de 2020, e há 1,12 milhão de participantes ativos, segundo a Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios).

A modalidade atrai o consumidor por não ter juros, mas é preciso estar atento a outros fatores que incidem sobre o valor do consórcio, como o índice usado para reajustar as parcelas.

De acordo com a associação, 78% das administradoras de consórcio imobiliário utilizam o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) para readequar as cartas de crédito —o valor que o consorciado consegue resgatar para comprar seu imóvel.

Há ainda empresas que usam outras taxas, como o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), utilizado pela Caixa.

Esse reajuste é feito uma vez por ano, na data de aniversário do grupo de consórcio, seguindo a taxa acumulada nos últimos 12 meses.

Os grupos que foram reajustados em agosto, por exemplo, tiveram aumento de 17,35%, valor do acumulado do INCC até julho. Para aqueles que utilizam o INPC, o acumulado foi de 9,85%.

O INCC está hoje muito acima do que costumava ser praticado nos últimos 10 anos, quando a taxa oscilava, no acumulado em julho, entre 3 e 7%.

O reajuste é necessário para manter o poder de compra dos consorciados. Diferentemente do que ocorre em um financiamento, quem compra uma cota de consórcio não recebe o valor na hora. Os participantes precisam esperar serem sorteados, a cada mês, ou devem dar lances. Aqueles que derem os maiores lances também serão contemplados —cada grupo permite que um determinado número de pessoas seja contemplada ao mês.

O objetivo é que, até o final do grupo, que dura em média 184 meses (pouco mais de 15 anos), segundo a Abac, todos tenham acesso à carta de crédito e possam comprar o bem que desejavam no início do consórcio. Se não houver reajuste, quem for sorteado no começo consegue comprar o bem, mas quem fica para o final, não.

“Quando o INCC sai da curva desse jeito, vai ter impacto muito grande sobre os usuários, tanto aqueles que já receberam a carta e estão pagando a dívida quanto aqueles que não receberam o valor ainda e moram de aluguel”, afirma Gustavo Favaron, presidente global do GRI Club, clube de relacionamento do mercado imobiliário. “O que pode acontecer é essas pessoas não conseguirem continuar pagando”.

Paulo Roberto Rossi, presidente-executivo da Abac, afirma que a taxa de inadimplência dos consorciados contemplados, ou seja, daqueles que foram escolhidos para receber a carta de crédito, estava em junho em 2,45%.

“O INCC reflete a própria situação do mercado imobiliário, ano passado tivemos acomodação dos valores por causa da pandemia e neste ano pela falta de materiais” afirma Rossi. “O que notamos é que isso não está afetando demasiadamente os consorciados”.

Se a parcela se tornar muito pesada, uma opção do cliente é verificar se a administradora permite que a carta de crédito seja reduzida, o que também diminui as parcelas mensais. Como explica Alexandre Caliman Gomes, sócio-fundador da Consorciei, plataforma que atua no mercado secundário de consórcios, as regras sobre isso variam em cada administradora. Algumas permitem inúmeras alterações, enquanto outras liberam apenas uma ou duas.

A redução da carta também depende da disponibilidade do grupo. “Geralmente, a relação é de 50%: se o crédito maior é de R$ 200 mil, o menor é de R$ 100 mil”, afirma Gomes. Caso o consorciado já tenha a menor carta do grupo, não terá como reduzi-la.

Nessa situação, há ainda a saída de vender sua cota no consórcio para outra pessoa ou para uma empresa, como a Consorciei. Nesse caso, o consumidor perde uma parte do valor que já investiu. Pode ser melhor, porém, do que parar de pagar e esperar meses ou anos até receber o valor aplicado de volta, após o término do grupo.

O presidente da Abac recomenda que quem for contemplado agora não demore para comprar seu bem. Com a inflação especialmente forte sobre o setor de construção civil, a tendência é que o preço dos imóveis aumente e quem escolher esperar pode perder poder de compra.

Uma vez que a pessoa é contemplada, sua carta de crédito vai para um fundo de investimento, seguindo regras do Banco Central, e não é mais reajustada pelo índice do grupo, mas de acordo com aplicações financeiras.

Gomes aponta que outra estratégia para o consorciado não ser prejudicado pela inflação é evitar dar lances logo antes do mês de reajuste do consórcio, para que sua carta de crédito seja readequada ao novo valor. Se a pessoa for sorteada, porém, não há o que fazer, e a saída é concluir a compra rapidamente.

O consórcio imobiliário é indicado para quem deseja ter seu imóvel, mas pode esperar para fazer a compra. Para quem é sorteado no final do grupo, acaba funcionando como uma poupança forçada —sobre a qual incidem algumas taxas, sendo a principal delas a de administração.

“Se você pensar que vai juntar dinheiro por 10 anos e ser contemplado no final, compensa juntar na poupança, mas você vai ter disciplina para fazer isso? O consórcio traz a obrigação de poupar”, afirma Gomes.

A advogada Elaine Cristina Barreiro, 43, entrou no consórcio imobiliário já focada em fazer um lance nos primeiros meses, para conseguir rapidamente a carta de crédito.

Há cerca de 5 anos, Barreiro vendeu seu apartamento, mas continuou morando de aluguel no local. Então, ingressou em um grupo de consórcio e, meses depois, usou parte do seu FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para conseguir dar o maior lance e ser contemplada.

“Apesar de saber que o lance não era garantido, a partir do momento em que você compra a cota, tem acesso ao valor dos lances e sabe quanto tem que dar. Se todo o mundo está dando R$ 70 mil, a probabilidade de conseguir é grande se você der R$ 75 mil”.

Somando a carta ao que já tinha conseguido com a venda do imóvel, mudou para o novo apartamento, maior do que o anterior. Hoje, tem apenas mais três anos de consórcio pela frente.

Para ela, foi mais vantajoso do que entrar em um financiamento imobiliário, e o reajuste das parcelas, pelo INCC, não tem pesado no seu bolso. A última atualização do valor foi no início do ano.

Foi ainda uma forma de reduzir o prazo de pagamento da dívida. “Para poder ter uma parcela razoável, teria que financiar no banco em mais de 20 anos”, afirma. Seu consórcio terá duração total de 8 anos, com taxa de administração de 16%, cobrada sobre o valor total da carta de crédito.

Para aproveitar as vantagens do consórcio imobiliário, é importante estar atento às suas regras e não se deixar levar por promessas de que será sorteado rapidamente.

“A abordagem comercial do consórcio é muito agressiva, há uma falta de cuidado na venda que acaba gerando distorção, sentimos que é um pouco mais nebuloso fixar informações corretas e claras”, afirma Paulo Chebat, diretor-executivo da plataforma MelhorTaxa, que faz comparações entre financiamentos e lançou há três meses um comparador de consórcios.

Ele destaca que a comprovação de renda no momento da contemplação é mais meticulosa do que no início do contrato, o que pode ser um problema para alguns clientes. “Se o reajuste for entre 10% e 20% todo ano, em 3 anos a pessoa tem que comprovar renda muito maior [do que no começo do grupo], e provavelmente o salário dela não cresceu tudo isso”, afirma.

Folha de SP

Vendas de imóveis crescem 24% em São Paulo em julho

As vendas de imóveis residenciais novos, na cidade de São Paulo, cresceram 23,8%, em julho, na comparação anual, para 5.373 unidades. Já os lançamentos tiveram expansão de 165,3%, para 6.934 unidades residenciais, conforme levantamento do Secovi-SP.

Se considerados os 12 meses encerrados em julho, o aumento das vendas chega a 38,6%, ante a média móvel anterior, para 65.487 unidades. O volume lançado cresceu 53,9%, para 81.827 unidades.

Segundo Emilio Kallas, vice-presidente de incorporação e terrenos urbanos do Secovi-SP, há expectativa que, no acumulado deste ano, os lançamentos fiquem entre 65 mil e 70 mil unidades, e as vendas somem 60 mil imóveis.

A base de comparação do segundo semestre de 2020 é muito elevada. Outra razão para a desaceleração do crescimento, de acordo com Kallas, é que há incorporadoras adiando parte dos lançamentos para rever viabilidades diante da alta expressiva de custos de construção.

Ao fim de julho, havia 47.054 imóveis em oferta, na capital paulista, com alta de 59,9% em relação ao mesmo mês de 2020. O volume corresponde a nove meses de produção imobiliária na cidade. A oferta inclui unidades na planta, em construção e prontas, lançadas há 36 meses no máximo. Se ampliado o período para 48 meses, a oferta chega a 48.095 imóveis.

Valor Investe

Confiança Empresarial sobe 0,5 ponto em agosto ante julho, 5ª alta seguida

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) subiu 0,5 ponto em agosto ante julho, para 102,4 pontos, maior patamar desde junho de 2013, informou nesta terça-feira (31) a Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador avançou pelo quinto mês consecutivo.

“A confiança empresarial continuou avançando em agosto, mantendo-se acima do nível neutro de 100 pontos pelo segundo mês seguido, algo que não ocorria desde outubro de 2013. O resultado sugere que a atividade econômica mantém-se em aceleração no terceiro trimestre, ainda que a desagregação dos dados revele sinais de enfraquecimento da tendência na ponta. As expectativas continuam otimistas, mas pioraram ligeiramente no mês. A combinação de resultados setoriais também parece sugerir uma tendência de acomodação do indicador. Houve recuo da confiança nos setores em que ela girava acima dos 100 pontos e alta nos setores em que a ela estava abaixo deste patamar”, avaliou Aloisio Campelo Júnior, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

O Índice de Confiança Empresarial reúne os dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção. O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.

O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) subiu 0,8 ponto em agosto ante julho, para 100,5 pontos. Após o quinto avanço seguido, o ISA-E alcançou a zona dos 100 pontos pela primeira vez desde outubro de 2013. O Índice de Expectativas (IE-E) caiu 0,2 ponto, para 103,7 pontos.

Entre os grandes setores que integram o ICE, serviços e construção registraram avanço na confiança no mês, enquanto indústria e comércio tiveram perda.

A confiança da indústria caiu 1,4 ponto em agosto ante julho, enquanto o comércio encolheu 0,1 ponto. A confiança dos serviços cresceu 1,3 ponto. Já a construção aumentou 0,6 ponto.

Em agosto, a confiança avançou em 53% dos 49 segmentos integrantes do ICE. A coleta do Índice de Confiança Empresarial reuniu informações de 3.970 empresas dos quatro setores entre os dias 1º e 26 de agosto.

Confiança empresarial depende de cenário político e climático, diz especialista

A alta Índice de Confiança Empresarial “mostra evolução depois de uma queda temporária, por causa da segunda onda da Covid-19, em março”, diz o superintendente. Em entrevista à CNN Rádio, ele apontou que o cenário é favorável em todos os setores, especialmente recuperação em serviços e turismo, com perspectiva de melhora.

Mesmo assim, Aloisio evita fazer projeções para o futuro, já que “temos muito riscos”: “Há a variante delta, crise hídrica e incerteza no ambiente político, isso tudo afeta as empresas.”

“Temos efeitos da alta de juros para conter a inflação que podem afetar a confiança, no início da pandemia houve queda substancial de certos tipos de serviço, como viagens. No balanceamento do crescimento da economia para os próximos meses, que voltou a crescer, vamos ter o setor de serviços mais relevante para esse setor”, completou.

O economista acredita que o ambiente do ponto de vista do crescimento deve desacelerar em 2022: “A alta da taxa de juros só vai fazer efeito no ano que vem, isso é esperado de uma forma transversal, que afeta quase todos os setores e, no caso da crise energética, a questão é saber até que ponto vamos com aumento de tarifas.”

“O ambiente é conturbado e deve gerar algum risco, isso pode afetar o câmbio, pressiona a inflação e com possibilidade de afetar o crescimento”, avalia.

CNN Brasil

Desemprego recua para 14,1% em junho, mas ainda atinge 14,4 milhões de brasileiros

A crise no mercado de trabalho começa a dar sinais de recuperação. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) do IBGE, divulgada nesta terça-feira, mostram que a taxa de desemprego recuou para 14,1% no trimestre encerrado em junho.

É um recuo frente os 14,7% registrados no trimestre encerrado em março, quando o desemprego atingiu nível recorde no país. Ainda assim, o país soma 14,4 milhões de pessoas na fila em busca de um trabalho.

A queda na taxa, ainda que modesta, foi influenciada pelo aumento no número de pessoas ocupadas, que avançou 2,5%, um acréscimo de 2,1 milhões de trabalhadores, totalizando 87,8 milhões nessa condição.

Adriana Beringuy, analista da pesquisa, explica que o crescimento da ocupação ocorreu em várias formas de trabalho.

— Até então vínhamos observando aumentos no trabalho por conta própria e no emprego sem carteira assinada, mas pouca movimentação do emprego com carteira. No segundo trimestre, porém, houve um movimento positivo, com crescimento de 618 mil pessoas a mais no contingente de empregados com carteira — explica Beringuy.

Trabalho por conta própria cresce 4,2%

Esse crescimento de 618 mil de vagas com carteira corresponde a uma alta de 2,1% frente ao trimestre anterior, totalizando 30,2 milhões de pessoas. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o contingente ficou estável, mas interrompeu quatro trimestres sucessivos de quedas.

A ocupação também avançou com o aumento de 3,4% no número empregados sem carteira (10,0 milhões) na comparação com o trimestre anterior. Em relação ao segundo trimestre do ano passado, esse contingente subiu 16,0% ou 1,4 milhão de pessoas.

Outro destaque da pesquisa foi o trabalho por conta própria, que atingiu o patamar recorde de 24,8 milhões de pessoas. Isso representa um crescimento de 4,2% na comparação com o trimestre anterior e, em um ano, um avanço de 3,2 milhões de pessoas, alta de 14,7%.

Nas duas bases de comparação, a alta na ocupação veio do aumento dos conta própria sem CNPJ. São ambulantes e pessoas que fazem doce em casa por exemplo.

Os trabalhadores informais, que incluem aqueles sem carteira assinada (empregados do setor privado ou trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores ou empregados por conta própria) ou trabalhadores sem remuneração, somaram 35,6 milhões de pessoas e uma taxa de 40,6%.

No trimestre anterior, a taxa foi de 39,6%, com 34,0 milhões de informais. Há um ano esse contingente era menor, 30,8 milhões e uma taxa de 36,9%.

Economistas avaliam que, na medida em que a economia dá sinais de recuperação e a vacinação avança no país, mais pessoas voltarão a procurar emprego.

Com isso, a expectativa é que o país conviva com níveis elevados de desocupação por bastante tempo, já que há um descompasso entre oferta e demanda de mão de obra. O IBGE considera desocupado quem está procurando emprego e está sem trabalho na semana de referência da pesquisa.

Pnad X Caged

Com a pesquisa do segundo trimestre, os dados da Pnad começam a convergir com os do Cadastro Geral de Empregos (Caged), do Ministério do Trabalho, que vêm apontando abertura de vagas nos últimos meses.

O Caged considera apenas vagas formais (com carteira) do setor privado. Os dados são informados pelas próprias empresas ao ministérios e se referem sempre a períodos mensais.

Já a Pnad considera vagas formais e informais. São considerados trabalhadores por conta própria e funcionários públicos também. E os dados são trimestrais, coletados a partir de entrevistas.

O Globo

Profissionais do mercado imobiliário estão cada vez mais tecnológicos

Permanecer uma tarde inteira no decorado à espera do cliente, ou debaixo de um guarda-sol montado no loteamento ou em uma movimentada avenida, e a tiracolo muitos panfletos e folders de papel. Durante muito tempo, essas foram as principais ferramentas utilizadas por corretores de imóveis. Mas hoje, na era da tecnologia e das mídias digitais, elas estão perdendo espaço para um bom celular.

Uma pesquisa realizada em 2020, com os mais de 400 mil corretores de imóveis registrados no Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci), demonstra que esses profissionais do mercado imobiliário passaram a adotar com mais intensidade os recursos digitais para vender e alugar imóveis, como a utilização de fotos profissionais nos anúncios em sites e portais (56%), o uso de videoconferência (51%) e as visitas aos imóveis por vídeo (47%).

“Imagens em 360º, telas interativas, realidade aumentada, decorados virtuais que podem ser acessados e visitados de qualquer lugar e a qualquer hora. Hoje são inúmeras as ferramentas digitais disponíveis para os corretores usarem”, relata Gabriel Caixeta, diretor da Skyline Inovação e Produções.

Segundo Gabriel, a tecnologia resolve em grande parte as dores dos corretores de imóveis, que são a ponta da cadeia imobiliária que lida diretamente com o cliente. “As tecnologias digitais ampliam as possibilidades de trabalho do corretor, mas, sobretudo, facilitam a apresentação dos imóveis, assegurando que a informação será passada corretamente e de uma forma muito mais dinâmica e lúdica. Uma apresentação intuitiva, com uso de audiovisual e imagens em 360º, por exemplo, faz com que o cliente se sinta dentro do empreendimento que nem foi construído ainda”, descreve Gabriel.

Tecnologia é aliada

Corretores campeões de vendas e que hoje estão em cargos de gerência ou direção são unânimes em afirmar que a tecnologia nunca foi e nem será problema para aquele profissional que está sempre atualizado. “Se a tecnologia for extinguir o trabalho de alguém, será daquela pessoa despreparada, desatualizada, que não busca o contínuo crescimento, que não atualiza o conhecimento sobre técnicas de vendas”, frisa Juliano Junqueira, que atua no mercado imobiliário há 23 anos e hoje é sócio-diretor da Urbs One [braço do Grupo Urbs que trabalha com lançamentos de alto padrão]. Conforme Juliano, atualmente, 40% das vendas de sua equipe são oriundas de campanhas digitais.

Para Juliano, a tecnologia mudou muito a rotina de trabalho do corretor de imóveis, diminuindo, por exemplo, radicalmente o uso de papel. “E aí vem os contratos digitais, que estão se tornando cada vez mais comuns. Então você tem hoje como fazer a venda de um imóvel de forma totalmente digital. Na questão da apresentação temos, por exemplo, o recurso da visita virtual dos decorados, vídeos de alta definição que trazem a visualização de todas as plantas do empreendimento em 3D, você consegue entrar e visitar o apartamento de forma virtual”, elenca o diretor da Urbs One.

Juliano explica que as mídias sociais precisam estar presentes no dia a dia de trabalho do corretor moderno. “O corretor tem que estar ativo nas redes sociais com atualizações diárias. Tem que estar bem apresentável no Instagram, Facebook, no WhatsApp, que são atualmente as três principais ferramentas de comunicação digital que temos.”, ressalta.

Principal ferramenta

Atuando há 12 anos no mercado imobiliário e atualmente ocupando o cargo de sócio-diretor da Adão Imóveis, Manoel Lessa explica que o celular é hoje a principal ferramenta de trabalho do corretor. “O mundo tem se tornado cada vez mais mobile. Eu, por exemplo, tenho no meu celular todas as minhas mídias digitais, tenho meu CRM, meu email, relatório de resultados, além de diversos outros aplicativos e plataformas que me ajudam no meu dia a dia de corretor”.

Manoel destaca também as soluções digitais revolucionaram a forma como um corretor apresenta um imóvel para o seu cliente. “São ferramentas que ajudam muito no nosso atendimento, principalmente no que diz respeito à visualização, pois traz uma maneira diferente de ver o imóvel. O cliente hoje não quer mais folhear um folder, afinal é bem mais interessante e prático ele visualizar como será o seu futuro imóvel num painel digital, por exemplo”, ressalta.

Portal Segs

Offsite: sistema construtivo traz mais qualidade e redução de prazo na entrega da obra

O senso comum indica que obras costumam atrasar e imprevistos de custos sempre ocorrem em novos projetos. Problemas como estes prejudicam a indústria da construção civil. O sistema construtivo Offsite quebra esta barreira e mostra que é possível ter previsibilidade de custos e prazo aumentando a qualidade da edificação.

Para isso é necessário alterar a maneira de construir, tirando as atividades do canteiro de obras e trazendo-as para dentro de uma fábrica, passando desta maneira a industrializar parte da obra.

O termo “Offsite” remete às atividades que são executadas fora do canteiro de obra. Segundo o World Economic Forum (2016), a indústria de manufatura nos últimos 50 anos teve uma produtividade superior a 170% em comparação à indústria da construção civil.

É fato que boa parte destes imprevistos relacionados aos prazos e aos custos são devidos a improdutividade do mercado de construção, que possui um dos piores índices de produtividades entre todos os setores industriais. Portanto nada mais lógico do que industrializar parte da obra para conseguir virar o jogo.

A construção Offsite pode ser caracterizada conforme o grau de industrialização da construção que se aplica em cada projeto, sendo que a construção modular é o sistema mais industrializado que se pode adotar atualmente entre os diferentes tipos de offsite. A construção modular utiliza múltiplos módulos volumétricos produzidos em ambiente fabril e controlado, adotando os mesmos materiais, códigos e padrões da construção tradicional.

O tamanho de cada módulo é limitado pela condição de transporte entre a fábrica e o canteiro de obra, sendo que é comum módulos com dimensões de 3 m de largura, 6 m de comprimento e 3,5 m de altura. Essas dimensões trazem conforto espacial muito superior aos contêineres marítimos adaptados à construção civil, que possuem dimensões menores, além da construção modular ser nativa da construção civil e o contêiner marítimo uma adaptação de uma ferramenta logística que possui sérios problemas de interface quando utilizados em uma obra.

O mercado está em ampla expansão e os principais segmentos de atuação da construção modular concentram-se em obras educacionais, hospitalares, comerciais, industriais e para o setor hoteleiro.

A construção modular possui uma série de vantagens sobre a construção tradicional, entre elas redução do prazo, aumento da qualidade da edificação e, principalmente, a liberdade de deslocar o prédio futuramente para outro terreno. Isso abre um leque de oportunidades em vários segmentos de negócios, como, por exemplo, uma rede de escolas de idiomas que resolve ampliar suas instalações em uma determinada unidade implantando novas salas de aulas modulares, mas com o passar do tempo ocorre uma redução de demanda nesta unidade e um acréscimo em outra unidade do mesmo grupo. Com a construção modular pode-se retirar uma sala de aula de uma escola e transportá-la para outra escola, economizando no longo prazo e reduzindo custos operacionais.

Enquanto o mercado continuar a executar obras da mesma maneira que se faz há décadas, não haverá espaço para melhorias significativas e o ponto de inflexão deste cenário é alterar radicalmente a maneira de edificar.

Gazeta do Povo