Covid-19: Rio inicia vacinação da ampla população por idade

A auxiliar de serviços gerais Antônia Nascimento, de 59 anos, foi a primeira carioca vacinada na nova e última fase do cronograma de imunização contra a Covid-19 na cidade do Rio, que segue exclusivamente o critério de idade. Imunizada, ela disse que voltará a trabalhar.

— Estava desempregada, mas consegui um novo emprego e devo começar entre hoje e amanhã — afirma, emocionada. — Meu recado é: quando chegar seu dia de se vacinar, se vacine. Vacina sim!

Até quarta-feira, serão vacinados os cariocas com 59 anos, começando pelas mulheres. Para cada idade, serão destinados três dias de imunização. Assim, a prefeitura pretende aplicar a primeira dose da vacina contra a Covid-19 em 90% dos cariocas acima de 18 anos até outubro.

Durante o mês de junho, a campanha contemplará todos aqueles acima de 51 anos. Já em julho, serão vacinadas as pessoas de 50 até 42 anos. Em agosto, receberão a primeira dose aqueles de 41 até 33 anos. O calendário segue para as pessoas de 33 a 24 anos em setembro e termina em outubro, quando contempla todos de 24 a 18 anos.

A Secretaria municipal de Saúde espera receber novas entregas do governo federal toda semana, às quartas e sextas-feiras. A expectativa da prefeitura é vacinar 30 mil pessoas diariamente. O GLOBO já mostrou que, para atingir as metas do calendário de vacinação, a SMS deverá manter uma quantidade diária de 33 mil novas primeiras doses aplicadas.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, o Rio já alcançou uma cobertura vacinal de 32,2% em sua população total, com mais de 2,2 milhões de primeiras doses aplicadas. Um levantamento da SMS indica que o município é a segunda capital que mais vacina no Brasil, atrás somente da cidade de São Paulo.

— Trabalhamos sempre no limite do esgotamento das doses, por isso temos uma das campanhas mais adiantadas. Mas o Ministério da Saúde nos deu garantia de entregas até julho — disse.

Documentos necessários

Segundo a Secretaria municipal de Saúde (SMS), é necessária a apresentação de identificação original com foto, número de CPF e, se possível, caderneta de vacinação para receber a primeira dose. Não é necessária a apresentação de comprovante de residência.

Aqueles que estão com a segunda dose agendada devem comparecer ao local de vacinação com identidade, número do CPF, caderneta de vacinação e comprovante de vacinação da primeira dose na data marcada.

Para receber a segunda dose, o cidadão deve retornar ao mesmo posto de vacinação em que recebeu a primeira aplicação do imunizante.

O Globo

Bolsonaro diz que tem compromisso com reformas e projetos para reduzir o ‘custo Brasil’

O presidente Jair Bolsonaro garantiu hoje, em recado a investidores, estar empenhado em reformas e projetos estruturantes para diminuir o “custo Brasil”, estimular liberdade econômica e dar segurança ao ambiente de negócios. Em discurso durante abertura do Fórum de Investimentos Brasil 2021, promovido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), o presidente disse que a Economia brasileira “já retomou seu crescimento”. Diferentemente da maioria de suas manifestações, reconheceu a gravidade da pandemia e lamentou as mortes por covid.

O presidente abriu o discurso ressaltando que o fórum deverá receber 60 projetos de investimentos, com um valor de carteira estimado em cerca de US$ 72 bilhões. A partir disso, espera-se que o país receba aproximadamente US$ 50 bilhões em investimentos e gere 22 mil empregos entre 2021 e 2022.

“Meu governo tem compromisso com reformas e projetos estruturantes para reduzir o ‘custo Brasil’. Trata-se de aperfeiçoar normas e políticas para melhorar o ambiente de negócios. Para isso, desenhamos soluções tributárias que asseguram a estabilidade macroeconômica em contexto de desafios orçamentários. Engajamos o setor privado, nacional e estrangeiro, na solução de nossos conhecidos gargalos logísticos e de infraestrutura”, destacou o presidente, em manifestação ao vivo, por videoconferência.

Como uma das dez maiores receptoras de investimentos estrangeiros diretos no mundo, Bolsonaro afirmou que a economia brasileira já “retomou o seu crescimento e geração de empregos”, e se comprometeu a buscar mais “abertura e liberdade econômica”, com acordos econômicos “amplos e modernos”.

“Por essa razão, entre outras, queremos nos tornar membros da OCDE. Defendemos um sistema multilateral de comércio sem protecionismo, fundamentado em regras. Por isso, buscamos fortalecer a OMC. Desejamos intensificar a interação econômica com nossa região, o que significa um Mercosul e uma América do Sul mais dinâmicos, livres e democráticos”, pontuou.

Ao projetar o futuro do desenvolvimento do país, o presidente citou a região Centro-Oeste, com potencial agropecuário, e o Norte, que vive o paradoxo de possuir riquezas naturais e apresentar os piores índices de desenvolvimento do Brasil.

“Em ocasião mais recente, durante a última Cúpula do Clima, chamei a atenção para o ‘paradoxo amazônico’ em que o baixo desenvolvimento contrasta com a riqueza ambiental única no planeta. A adequada remuneração dos serviços ambientais prestados pela região amazônica, a concretização da bioeconomia e a exploração sustentável dos recursos florestais, minerais e agrícolas de forma inovadora são imperativos para superar esse paradoxo”, frisou.

Diferentemente da postura adotada em atos políticos, manifestações e no contato diário que tem com apoiadores, Bolsonaro reconheceu a gravidade da pandemia, exaltou esforços para vacinação e deixou de citar suas principais bandeiras ao tratar da doença, que envolvem críticas ao isolamento social e a defesa de medicamentos sem eficácia comprovada.

“A atual crise sanitária enseja preocupações, mas não tem o poder de comprometer o longo prazo de uma das maiores economias do mundo. O Brasil está, mais do que nunca, preparado para oferecer oportunidades únicas a investidores de todo o mundo por suas potencialidades, assim como por sua segurança jurídica e econômica, que busquei fortalecer durante meu Governo”, frisou.

Bolsonaro destacou que aproximadamente 20% dos brasileiros receberam a primeira dose da vacina e citou acordos firmados para compra de novos lotes de imunizantes.

“Ainda há riscos no curso da pandemia, mas temos feito e continuaremos a envidar nossos melhores esforços para mitigá-los”, finalizou.

Valor Investe

Lançamento de imóveis de alto padrão registra alta de 51%

Com o juro baixo, o lançamento de imóveis para classes média e alta registrou alta de 30,8% entre dezembro e fevereiro, na comparação com o mesmo trimestre móvel de um ano antes — ou seja, na pré-pandemia, de acordo com o Indicador Abrainc-Fipe.

Foram apresentadas no mercado 34.876 unidades, cenário que demonstra otimismo para as empresas, mesmo com a comercialização de apenas 18,6% na comparação anual.

No Programa Casa Verde Amarela, que representa mais de 85% dos lançamentos, o estoque cresceu 27,1% no trimestre. Já nos segmentos de médio e alto padrão, a alta nos lançamentos foi de 51,2% na comparação com o pré-pandemia — aceleração notável, uma vez que, em 12 meses, os lançamentos nessa faixa ainda encolhem 19%, segundo a publicação.

O Globo, coluna Capital

Senador propõe suspender inscrição de dívidas de pequenas empresas no Cadin

O senador Wellington Fagundes (PL-MT) apresentou um projeto de lei, o PL 1.585/2021, com o objetivo de impedir o governo federal de inscrever os débitos das pequenas e microempresas no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin) enquanto durar o estado de emergência em saúde pública provocado pela pandemia. Para mais informações ouça o áudio (clique aqui).

Fonte: Agência Senado

Mercado financeiro prevê crescimento econômico de 3,96% neste ano

As instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) elevaram a projeção para a expansão da economia brasileira pela sexta semana consecutiva. A previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – subiu de 3,52% para 3,96%.

Para o próximo ano, a estimativa de crescimento do PIB caiu de 2,30% para 2,25%, na segunda redução consecutiva. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2,50%.

As estimativas estão no boletim Focus de hoje (31), pesquisa divulgada semanalmente pelo BC, com a projeção para os principais indicadores econômicos.

Inflação

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiu de 5,24% para 5,31%, na oitava alta consecutiva.

Para 2022, a estimativa de inflação foi ajustada de 3,67% para 3,68%. Tanto para 2023 como para 2024 a previsão para o índice é de 3,25%.

A estimativa para 2021 está quase no limite superior da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. O centro da meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%.

O centro da meta de inflação para 2022 é 3,50% e para 2023, 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para os dois anos.

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, fixada atualmente em 3,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic termine 2021 em 5,75% ao ano. Na semana passada, a previsão era 5,5% ao ano. Para o fim de 2022, 2023 e 2024, a estimativa é de que a taxa básica encerre estes períodos em 6,5% ao ano.

Câmbio

A expectativa para a cotação do dólar permaneceu em R$ 5,30 para o final deste ano e de 2022.

Agência Brasil

Índice de Confiança Empresarial avança para 97,7 pontos

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre) avançou 7,9 pontos em maio e atingiu 97,7 pontos. É o maior nível desde março de 2014, que foi o último mês antes da recessão de 2014-2016. No ano passado, o índice chegou a 97,5 pontos em setembro, mas depois disso, até março, apresentou fase declinante. O ICE consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas Sondagens Empresariais produzidas pela FGV/Ibre: Indústria, Serviços, Comércio e Construção.

Segundo o Ibre, depois de perder 9,4 pontos de dezembro de 2020 a março de 2021, o Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) cresceu pela segunda vez consecutiva. Agora em 5,7 pontos, atingindo 94,9 pontos. Outra alta foi no Índice de Expectativas (IE-E), com elevação de 5,4 pontos, alcançando 95,5 pontos, o maior nível desde outubro de 2020.

Também pela segunda vez seguida, os destaques setoriais foram as altas da confiança do Comércio e de Serviços, em maio, justamente os dois segmentos que mais foram impactados no bimestre março-abril. Conforme a FGV, nos dois casos o motivo dos avanços foi, principalmente, a melhora das avaliações sobre o estado atual dos negócios. A avaliação mostrou ainda que após quatro meses de queda, os índices de confiança da Indústria de Transformação e da Construção também subiram em maio. Nesses dois setores, o componente de expectativas contribuiu para a melhora.

O setor com o maior nível de confiança continua sendo o da Indústria. “Apesar da acomodação do ISA-I, as avaliações sobre a situação atual continuam mais favoráveis que as expectativas para o futuro próximo. A mesma combinação foi registrada neste mês no Comércio”, apontou a avaliação.

Na visão do superintendente de Estatísticas do FGV/Ibre, Aloisio Campelo, a confiança empresarial consolida em maio a recuperação esboçada no mês anterior, com destaque para a alta da confiança no Comércio e nos Serviços. 

“Dois segmentos que sofreram muito em março com a piora dos números da pandemia no Brasil e a adoção de medidas de restrição à circulação. A confiança dos Serviços atinge o maior nível desde o início da pandemia e pode continuar em rota ascendente com a evolução da campanha de vacinação, embora o risco de uma terceira onda de covid-19 continue no radar dos setores mais dependentes da circulação de clientes“, observou.

Ainda conforme a FGV, “a confiança empresarial avançou em 82% dos 49 segmentos integrantes do ICE em maio, uma maior disseminação frente aos 49% do mês passado. Todos os grandes setores registram alta na maioria de seus segmentos, com destaque para Comércio e Serviços”.

Agência Brasil

OCDE prevê que PIB brasileiro crescerá 3,7% em 2021 e 2,5% em 2022

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil crescerá 3,7% em 2021 e 2,5% em 2022, impulsionados pela recuperação do consumo das famílias e de investimentos. Em relatório sobre perspectivas econômicas, a entidade também prevê que a inflação ao consumidor avançará a 6,2% este ano, antes de desacelerar a 4% no próximo.

Segundo a análise, o agravamento do coronavírus nos últimos meses complicou os prospectos para as políticas fiscal e monetária. O documento cita a falta de coordenação na resposta à doença, que tem feito a crise sanitária piorar, em meio a um processo lento de distribuição de vacinas. De qualquer forma, “dados recentes apontam para efeito mais fraco da pandemia sobre a atividade econômica em comparação com um ano atrás”, destaca.

A OCDE acredita que a atividade ficará “deprimida” no primeiro semestre, mas deve registrar forte retomada a partir da segunda metade do ano. Para a Organização, o volume considerável de poupança das famílias ajudará a limitar o impacto do desemprego alto na renda. “No geral, a taxa de atividade permanecerá significativamente abaixo dos níveis pré-crise, mantendo milhões trabalhadores fora do mercado de trabalho”, ressalta.

Na seara comercial, as exportações se beneficiarão do ambiente global favorável à demanda por alimentos e minerais, diz a OCDE. Já as importações dependerão da melhora na demanda doméstica.

Reformas

A OCDE também avalia que o Brasil deve implementar reformas nos gastos obrigatórios e nas regras de indexação para criar espaço fiscal, com objetivo de financiar políticas que acelerem o crescimento econômico de longo prazo.

No relatório, a Organização afirma que o País pode estender os gastos sociais por meio do redirecionamento das despesas atuais, entre elas subsídios a crédito e desoneração da folha de pagamentos para alguns setores.

Para a entidade, as medidas sociais devem ser prolongadas até que a pandemia esteja sob controle. “Encontrar o equilíbrio certo entre proteger os pobres e garantir finanças públicas sustentáveis será o principal desafio político em 2021”, considera.

A OCDE acrescenta que a melhora das regulações internas e uma maior integração com as cadeias globais de valores teriam potencial para otimizar a competição e reduzir os custos com bens intermediários e de capitais. Ressalta ainda que, para melhorar o desempenho do mercado de trabalho, é importante expandir acesso à educação infantil e aumentar recursos para cursos de treinamento.

“Em relação ao apoio às empresas, o crédito bancário vem aumentando devido aos baixos níveis de taxas de juros e medidas emergenciais que mitigaram os efeitos da crise da covid-19”, destaca.

O documento pontua que o endividamento das empresas e famílias seguem moderadas e que os níveis de capitalização dos bancos estão adequados. “No entanto, dada a provável crise prolongada, pode ser necessário prolongar as medidas de apoio financeiro às empresas e aumentar ou manter o relaxamento”, aponta.

Teto e medidas contra a Covid-19

A exclusão das medidas relacionadas à Covid-19 da regra do teto fiscal deve ser usada com cautela no Brasil, porque pode elevar a volatilidade nos mercados financeiros e as incertezas políticas, avalia a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

O governo, portanto, deve tornar a flexibilização temporária e estritamente relacionada às despesas da Covid-19, na visão da OCDE. “A credibilidade das políticas públicas será importante para continuar atraindo investimentos estrangeiros e limitar a depreciação da taxa de câmbio”, destaca.

Segundo a Organização, a situação social no país é “frágil”, em meio ao agravamento da crise sanitária. “No lado positivo, uma rápida implementação do pacote infraestrutura e de estímulos fiscais nos Estados Unidos vão impulsionar as exportações brasileiras e acelera a recuperação”, prevê.

CNN Brasil

Bento Albuquerque descarta risco de racionamento em 2021, mas pede uso racional de energia

Diante de uma seca histórica, o governo se prepara para adotar medidas para garantir o fornecimento de energia no país, principalmente no segundo semestre, no auge do período seco. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou em entrevista ao GLOBO que não há risco de racionamento este ano.

O ministro, porém, pede ajuda do consumidor no sentido de usar energia de forma mais “racional”. E vem se reunindo com membros de diversos gabinetes, como os presidentes do Senado e da Câmara e até o Procurador-Geral da República, Augusto Aras. Pretende conversar ainda com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux.

O governo acaba de acionar a bandeira vermelha nível 2 neste mês de junho, que determina uma cobrança adicional de R$ 6,24 por cada 100 quilowatts/hora de consumo. Em paralelo, faz um levantamento sobre outras fontes de energia, como a termelétrica, por exemplo, para serem utilizadas.

A importação de energia de Argentina e Uruguai está entre uma das ações já implementadas. Leia a íntegra da entrevista exclusiva e saiba quais medidas estão no radar do governo . 

O Globo

eSocial adia prazo para envio de informações de SST para as empresas

A obrigatoriedade de envio das informações referentes à Segurança e Saúde do Trabalho para as empresas integrantes do Grupo 1 (empresas com faturamento anual superior a R$ 78 milhões), prevista para iniciar no próximo dia 8 de junho, foi adiada.

De acordo com o coordenador do GT-Confederativo do eSocial, o auditor fiscal do Trabalho José Alberto Maia, a prorrogação se deve ao fato de que a Dataprev não conseguiu concluir o módulo que fará a integração dos dados que virão na nova versão simplificada (S-1.0) com o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) dentro do prazo esperado.

“A previsão é que a Dataprev só esteja apta a receber os dados enviados ao eSocial por meio desta nova versão a partir do final do mês de junho, o que já comprometeria o cronograma de início da prestação das informações de SST por parte das empresas do grupo 1, que está previsto para o começo do mês de junho, uma vez que os eventos de SST só poderão ser enviados nesta nova versão do sistema”, explica.

O GT-Confederativo propôs um adiamento do início da obrigatoriedade do envio dos eventos de SST pelas empresas do Grupo 1 para a partir do mês de outubro. Já o Grupo 2, cuja data prevista para iniciar esses envios era setembro de 2021, ficaria para janeiro de 2022, junto com o Grupo 3.

“A proposta foi bem recebida pelos representantes do governo no GT, que se comprometeram a levá-la como sendo uma proposta do Grupo de Trabalho para os gestores do eSocial, os quais analisarão a proposta e devem publicar alguma coisa até semana que vem”, conta Maia.

Portal eSocial

Empresas que “preveem” futuro indicam economia melhor mesmo com pandemia

A economia do Brasil vai melhorar no segundo semestre, e o PIB deve subir de 4,4% a 5,9% neste ano, apesar das idas e vindas da covid-19. É o que dizem empresários e economistas que trabalham com empresas capazes de “prever” o futuro da economia.

São os chamados indicadores antecedentes, produtos que indicam que o consumo está aumentando, como embalagens e componentes para eletrodomésticos. Quando isso começa a ser vendido, é sinal de que a indústria vai produzir mais. Por isso, esses setores “preveem” o futuro.

Apesar do otimismo, esses mesmos empresários e economistas destacam que essas previsões positivas dependem do controle da pandemia, do avanço da vacinação, com recuperação dos níveis de emprego, e do controle da inflação.

O governo divulga na próxima terça-feira (1º de junho) o PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre do ano. Os números devem mostrar se houve ou não um impacto forte da segunda onda da pandemia sobre a economia. Mas os economistas destacam que esse indicador funciona como um retrovisor, ou seja, olha para o que já aconteceu. Em 2020, o PIB caiu 4,1%, maior recuo em 24 anos.

Empresas que ajudam a prever o futuro da economia

Os cenários traçados por economistas são baseados em indicadores antecedentes, que apuram o desempenho de empresas que estão no começo da cadeia de produção, como as produtoras de embalagens e de matérias-primas, ou que medem a confiança de empresários, consumidores e investidores na economia.

Os setores que estão lá no início de um ciclo de produção indicam a tendência que está chegando. Se uma fabricante de eletrodomésticos ou de alimentos aposta que vai vender mais, essa indústria precisa antes de tudo encomendar mais matérias-primas e equipamentos, além de embalagens para poder empacotar mais produtos.

Por que a economia vai crescer?

Empresários e economistas dizem que vale buscar informações nos indicadores antecedentes.

Segundo esses analistas, os indicadores antecedentes e os setores da indústria que possibilitam prever o futuro da economia estão com desempenhos positivos – o que permite projetar que a atividade econômica brasileira seguirá crescendo até dezembro.

Indicador de construção, transporte e energia

Um indicador que acompanha de perto o comportamento das empresas que estão no começo da cadeia de produção da economia é o Índice Abdib-Vallya de infraestrutura, da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústria de Base.

O índice reúne indicadores de vendas por empresas da infraestrutura que atuam no Brasil nos setores de construção, transportes, energia elétrica e telecomunicações. Ele caiu em fevereiro, mas apresentou leve retomada em março e abril, como mostra o gráfico abaixo.

Veja três fatores que devem ajudar a economia no segundo semestre:

Matérias-primas em alta: Países que estão saindo mais rapidamente da pandemia, como China, estão comprando matérias-primas (metais e alimentos). O Brasil é um dos maiores vendedores desses produtos e se beneficia desse comércio.

“Vemos a economia crescendo até o fim do ano influenciada por setores ligados às matérias-primas. Quando esse setor está aquecido, isso sinaliza uma demanda forte para a produção industrial. Vemos isso pelos resultados positivos de empresas como Vale, Gerdau e CSN, que fornecem matérias-primas para a indústria”, Igor Rocha, diretor de economia e planejamento da Abdib (Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústria de Base).

Consumo de alimentos e consumo pessoal: Mesmo durante a pandemia, o consumo de itens básicos, como alimentos, higiene e limpeza, está mantendo o ritmo de crescimento.

“O setor de embalagem vende muito para áreas de alimentação, higiene e limpeza, ou seja, itens de primeira necessidade. As encomendas no setor de embalagens seguem fortes. O setor projeta para este ano um crescimento de 4,4% a 5,9% [da economia como um todo]”. Marcos Barros, presidente do conselho da Abre (Associação Brasileira de Embalagens).

Segundo o presidente da entidade que reúne fabricantes de embalagens de papelão e plástico, por exemplo, o setor abriu 6.000 vagas neste ano e deve seguir contratando até dezembro.

Compras de bens duráveis: A parcela da população que não perdeu emprego nem teve redução de salário preservou o nível de renda, mas gastou menos em itens como viagens e lazer.

Parte desse dinheiro foi gasta em bens duráveis, como TVs, smartphones, eletrodomésticos e até imóveis. E uma parte foi guardada. Isso ainda pode ser gasto neste ano, diz o diretor da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), André Rebelo.

A Fiesp prevê que as vendas na indústria paulista cresçam 10% neste ano em relação a 2020, enquanto o emprego deve aumentar 0,3%.

“Tem um motor ligado na economia, movido pela exportação, pela poupança acumulada por uma parte do mercado consumidor e pelo aprendizado dos agentes econômicos de como atuar durante as restrições, como é o caso do crescimento dos meios digitais. A gente aprendeu a conviver com restrições de ondas da covid. Atrapalha ainda, em especial o setor de serviços, mas o efeito tem sido cada vez menor”, André Rebelo, diretor de Economia e Estratégia da Fiesp.

Indicadores de confiança também ajudam a prever

Os cenários traçados por economistas são baseados em indicadores antecedentes (embalagens e matérias-primas) e também em índices que medem a confiança de empresários, consumidores e investidores na economia.

Os índices de confiança, por exemplo, são pesquisas que perguntam a empresas e consumidores se eles estão otimistas ou pessimistas com relação ao futuro. Um empresário pessimista não investe na produção, enquanto um empresário otimista aceita assumir o risco de contratar pessoal e expandir a fábrica.

Uma família preocupada com o desemprego ou com risco de ficar sem trabalho não vai gastar, o que afeta a economia. Já uma família mais otimista vai ter confiança para tomar crédito e adquirir uma casa ou um carro, por exemplo, movendo assim a economia.

O que pode atrapalhar a retomada?

Economistas e empresários apontam o que pode atrapalhar a economia:

Agravamento da pandemia: Se uma terceira onda da covid-19 fechar atividades.

Vacinação lenta: Com poucos imunizados, a chance de fechar a economia é maior.

Inflação: O mesmo dinheiro compra menos coisas, e isso afeta a economia como um todo.

“Agora os indicadores sinalizam uma visão otimista para a economia, mas o Brasil tem condições diferentes do que temos lá fora, com relação ao ritmo de vacinação, por exemplo. Além disso, o crescimento econômico pode ser prejudicado pela inflação ainda alta e pelo medo de desemprego. Inflação e emprego preocupam porque deixam o consumidor muito cauteloso”, Aloísio Campelo Junior, superintendente de estatísticas públicas do FGV/Ibre.

UOL Economia