O que muda para o mercado imobiliário com a chegada do metaverso?

O universo virtual compartilhado já começa a se refletir no mercado imobiliário, principalmente em ações de marketing. Aos poucos, os anúncios de venda de terrenos no metaverso, com NFTs como moedas de pagamento, e a possibilidade de visita a imóveis por meio de óculos VR, passam a fazer parte da realidade do setor.

Algumas empresas já deram início à reprodução do mundo real no virtual, ou seja, estão lançando empreendimentos, simultaneamente, nas duas dimensões.

O custo de investir em tecnologias ainda não popularizadas limita o número de empresas que apostam nessas iniciativas, mas a tendência é que a conciliação de ações, nos mundos real e virtual, faça parte, cada vez mais, da vida de incorporadoras, imobiliárias e plataformas que atuam nesta indústria.

Vantagens e desvantagens do metaverso

De acordo com Vânia Gomes, fundadora da UBlink, plataforma imobiliária, toda empresa que pretende ser perene e oferecer o melhor a seus clientes precisa estar atualizada e, de preferência, buscar o pioneirismo nas tecnologias utilizadas e na forma de fazer negócio.

“Investir no metaverso faz parte das iniciativas que têm de, ao menos, ser avaliadas por empresas do setor imobiliário com visão de longo prazo”, afirma.

Prova disso, para Arthur Igreja, especialista em tecnologia, inovação e tendências, é que o metaverso pode impactar o mercado imobiliário de várias formas, como um canal de atendimento, em que uma pessoa queira fazer uma reunião usando a tecnologia.

“A capilaridade também é um grande impacto, com a possibilidade de se ter um escritório virtualizado, com atendimento de clientes do mundo inteiro. E também na exibição dos próprios imóveis e na integração”, conta.

Entretanto, a executiva ressalta que essa indústria utiliza muito pouco de tecnologias já conhecidas e disponíveis, como deep technology – IA e blockchain. Desta forma, ela crê que o estágio de maturidade do setor no uso de tecnologias disruptivas prejudica a aceleração do uso de um metaverso.

Além disso, o custo no uso destas tecnologias ainda é visto como uma barreira para muitos. “Não vejo, exatamente, desvantagens no investimento no metaverso. Mas é preciso que organizações consolidadas e startups no início de sua jornada avaliem se este já é o momento de apostar no universo virtual compartilhado”, reforça.

“Pode ser que, antes de dar este passo, a empresa precise aprimorar tecnologias que assegurem que o funcionamento do negócio, no mundo real, ocorra da melhor forma possível, proporcionando melhoria nos processos existentes e buscando novos processos que tragam inovação e disrupção nos modelos de negócio existentes”, salienta Vânia Gomes.

Outro ponto é evitar a repetição do que aconteceu, há quase 20 anos, quando algumas incorporadoras investiram no Second Life — modelo pioneiro de simulação virtual do mundo real. A experiência acabou se mostrando uma onda que foi deixada de lado.

Arthur Igreja destaca que entre as principais vantagens de se investir no metaverso está a vanguarda. Ou seja, estar à frente e ser visto como um profissional ou uma empresa que está conectada com as tecnologias e a transformação digital, bem como a possibilidade de abrir novos mercados.

A desvantagem, segundo o especialista, é que muito possivelmente isso poderá não trazer um retorno tão imediato e tangível no curto prazo. “É muito mais uma aposta e um posicionamento de mercado. É preciso ter essa consciência”, frisa.

Principais tendências

Em relação à tecnologia, uma das tendências mais em evidência é o avanço de ações de empresas no metaverso com maior inovação. A tokenização, que facilita o fracionamento digital do imóvel para a venda a vários proprietários, também tem crescido.

Desse modo, Vânia Gomes relembra que a UBlink foi a primeira empresa a oferecer uma wallet – carteira virtual para que usuários tenham disponíveis documentos do imóvel. Ao carregar informações validadas, a UBWallet funciona como processo de pré-tokenização.

“O Google Wallet – aplicativo que reúne dados de pagamento e documentos pessoais – foi lançado, em maio, nos Estados Unidos, e só chegará ao Brasil nos próximos meses. Ou seja, nós nos antecipamos em relação a uma das gigantes mundiais de tecnologia”, compara.

Já no mercado imobiliário stricto sensu, a busca por locação tende a crescer, diante de um cenário mais desafiador para a compra de imóveis, com inflação e juros em alta.

Por fim, Arthur Igreja coloca que o setor imobiliário passará por uma série de transformações, sendo uma delas o tipo de empreendimento que está sendo buscado e seus atrativos, principalmente, como reflexo das mudanças da pandemia, com a valorização dos home offices, das casas e dos condomínios.

“Vemos uma onda muito forte de geração distribuída, eletrificação dos carros, aspectos voltados à sustentabilidade, à conveniência, com serviços agregados ao condomínio e ao residencial, sem falar nas tecnologias, como metaverso, NFT, o próprio pagamento em criptomoeda”, elenca.

“Estamos tendo também a revolução da web3 e o segmento imobiliário não ficará fora disso. Vemos uma convergência muito forte entre tecnologia e todos os mercados. É importante que corretor e imobiliária digital estejam atentos às mudanças”, finaliza o especialista.

Portal Consumidor Moderno

MRV e Cyrela se saíram bem na margem, apesar de fatores macro, diz Citi

As operações da MRV e da Cyrela se saíram bem na margem, mas fatores macroeconômicos no país e no exterior levam a uma postura cada vez mais cautelosa em relação às construtoras, avalia o Citi, em relatório, após reuniões com as duas empresas.

Os analistas Andre Mazini e Renata Cabral escrevem que a Cyrela se prepara para a deterioração setorial, e está bem posicionada para resistir à turbulência que se aproxima, pois tem menor exposição à sensitividade da acessibilidade do segmento de média renda, maior variedade de portfólio com mais oportunidades de escolha e qualidade premium de gestão e de processos para minimizar os riscos de execução.

Já a MRV espera uma reforma rápida do programa Casa Verde e Amarela (CVA), embora turbulência na Caixa Econômica agite o barco, dizem os analistas. Eles elogiaram a perspectiva de novas reformas do CVA ainda neste governo, pois implica a possibilidade de um eventual governo do Partido dos Trabalhadores pressionar por mais uma rodada de reformas nos próximos anos.

No entanto, a mudança de diretor-presidente da Caixa pode ser marginalmente negativa nessa frente, considerando que o presidente que está saindo teve influência política no Senado. “Não vemos a novo presidente da Caixa como tendo vontade política para uma reviravolta no assunto, mas o barulho pode adicionar atrito a uma votação sensível ao tempo.”

Quanto às operações da MRV nos Estados Unidos, tememos que os desenvolvimentos macroeconômicos estejam apertando a janela crítica de oportunidade de Resia, e esperávamos que as negociações já estivessem em terreno mais firme, afirmam os analistas.

O Citi tem recomendação de compra para Cyrela, com preço-alvo de R$ 21, potencial de alta de 77% ante o fechamento de ontem, e recomendação de compra para MRV, com preço-alvo de R$ 16, potencial de alta de 110%.

Valor Investe

OMS alerta que casos de covid-19 estão aumentando em quase todo o mundo

O número de novos casos de covid-19 aumentou 18% na última semana, com mais de 4,1 milhões de casos registrados no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde.

O maior aumento semanal de novos casos de covid-19 aconteceu no Oriente Médio, que registrou aumento de 47%, de acordo com relatório divulgado nesta quarta-feira. As infecções aumentaram cerca de 32% na Europa e no Sudeste Asiático e cerca de 14% nas Américas, segundo a OMS.

A agência de saúde disse que o número mundial de mortes permaneceu relativamente igual ao da semana anterior, em cerca de 8.500. As mortes relacionadas à covid-19 aumentaram no Oriente Médio, Sudeste Asiático e Américas.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que os casos estão aumentando em 110 países, impulsionados pelas variantes da ômicron BA.4 e BA.5, e que a pandemia está mudando, mas não acabou.

Ele disse que a capacidade de rastrear a evolução genética da doença está “sob ameaça” à medida que os países relaxam as medidas de monitoramento, alertando que isso dificulta a identificação de novas variantes, potencialmente perigosas.

Ele pediu que os países imunizem suas populações mais vulneráveis, dizendo que centenas de milhões permanecem não vacinados e correm risco de contrair formas mais graves da doença.

Tedros disse que, embora mais de 1,2 bilhão de vacinas covid-19 tenham sido aplicadas globalmente, a taxa média de imunização nos países pobres é de cerca de 13%.

“Se os países ricos estão vacinando crianças a partir dos 6 meses de idade e planejando fazer novas rodadas de vacinação, é incompreensível sugerir que os países de baixa renda não devem vacinar e aumentar a proteção de suas populações mais vulneráveis”, disse ele.

De acordo com números compilados pela Oxfam e pela People’s Vaccine Alliance, menos da metade dos 2,1 bilhões das vacinas prometidas aos países mais pobres pelas grandes economias do Grupo das Sete foram entregues.

Valor Econômico

Um em cada três brasileiros mudou de casa desde o começo da pandemia

Desde o começo da pandemia de covid-19, 36% dos brasileiros mudaram de casa, de acordo com um levantamento do banco C6 Bank e da empresa Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), que ouviu 2 mil pessoas das classes A, B e C com acesso à internet.

Entre os “millennials”, nascidos entre 1981 e 1995, e a geração Z, nascida entre 1996 e 2010, esse grupo é maior: 44% e 40% saíram de um lugar para o outro, respectivamente. Já entre a parcela com acima de 55 anos, apenas 26% se mudaram.

Para 31% dos brasileiros que trocaram de residência durante a pandemia, a causa foi uma alteração na rotina, como casamento, estudos ou mudança de emprego. Para 20%, o motivo foram questões financeiras. Já 16% mudaram de casa em busca de conforto durante o período de isolamento social. O restante saiu por outros motivos.

Com a alta de preços e a incerteza econômica, é essencial colocar todas as despesas no papel para entender quais podem ser diminuídas, aconselha Liao Yu Chieh, educador financeiro do C6 Bank. Ao fazer isso, muita gente percebeu que seria possível economizar com aluguel, condomínio e IPTU se mudando, segundo ele.

A troca de residência aconteceu de forma parecida nas classes A, B e C: 38% da classe A mudou de casa, 34% da classe B e 36% da classe C.

Contudo, a dificuldade financeira pesou mais na decisão dos mais velhos. Entre as pessoas com mais de 55 anos, 26% apontaram que as questões financeiras foram a causa da saída, enquanto apenas 18% dos “millennials” e 11% da geração Z contaram que esse foi o motivo da mudança. A geração Z passou a morar com mais gente, o que costuma levar a uma divisão de gastos e ajuda a economizar, explica Chieh.

Valor Investe

Zona Norte do Rio receberá investimento de R$ 36 milhões do Governo do Estado para aplicação em obras

Os moradores da Zona Norte da capital fluminenses serão contemplados pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro com de R$36 milhões em investimentos. Foram iniciadas, nesta semana, a construção de um colégio em Parada de Lucas, e as reformas de Conjuntos Habitacionais em Benfica e Inhaúma, após a assinatura da documentação de liberação das intervenções pelo governador Cláudio Castro (PL). O secretário de Infraestrutura e Obras, Rogério Brandi e o presidente da Comissão de Obras da Assembleia Legislativa, Max Lemos, também assinaram a ordem de serviço.

Durante a cerimônia, o governador destacou que as obras representam uma melhoria da qualidade de vida da população, através da Educação e da Habitação. Com a construção da escola vagas gratuitas serão geradas para jovens das comunidades próximas. Com a reforma e requalificação dos condomínios, que ficaram sem manutenção por anos, os moradores sofrerão um impacto na sua autoestima.

 ‘São obras que resgatam a autoestima dos moradores e garantem aos nossos jovens e adultos a oportunidade de buscarem através da Educação uma vida melhor. Construir escola é ter a certeza de que estão sendo oferecidas as ferramentas para os jovens transformarem a sua realidade’, afirmou Cláudio Castro.

O secretário Rogério Brandi, por sua vez, ressaltou que a realização das obras é um resgate do Estado para com a população fluminense, abandonado há décadas pelos vários governos fluminenses.

‘A Seinfra tem uma estrutura que permite abraçar um grande número de obras e executá-las com eficiência. Além da capacidade técnica de nossas equipes, na Secretaria e nas vinculadas, contamos sempre com a participação dos moradores dos condomínios, por exemplo, no acompanhamento das intervenções’, disse o secretário.

O Colégio Luis Melodia, que será construído em Parada de Lucas, deverá atender 2.700 alunos, nos três turnos, reduzindo o déficit educacional na região, segundo o deputado federal, Alexandre Valle (PL). Max Lemos, presidente da Comissão de Obras da Alerj, parabenizou o Governo do Estado por executar obras que eram esperadas há anos pelos moradores da região.

A construção da escola Luiz Melodia, em Parada de Lucas, está a cargo da Seinfra; a Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop-RJ) reformará o Condomínio Mandela, na Rua Leopoldo Bulhões, 540, em Manguinhos; e a Companhia Estadual de Habitação (Cehab) requalificará o Condomínio Residencial José dos Reis, em Inhaúma.

Diário do Rio

LDO prevê salário mínimo de R$ 1.294 e déficit de R$ 65,9 bilhões em 2023

Com a aprovação do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023 na Comissão Mista de Orçamento (CMO), nesta quarta-feira (29), falta apenas a votação da matéria no Plenário do Congresso Nacional, que deve ocorrer nos próximos dias.

O projeto de LDO aprovado (PLN 5/2022) prevê déficit nas contas públicas de até R$ 65,9 bilhões e salário mínimo de R$ 1.294 para o ano que vem. Neste ano o texto foi relatado na CMO pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES). 

Para 2023, a expectativa do Executivo é de crescimento de 2,5% do produto interno bruto (PIB), mesmo percentual esperado para 2024 e 2025. O PIB expressa a soma das riquezas produzidas no país. Quanto à inflação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficaria em 3,3%, e a taxa Selic (taxa básica de juros definida pelo Banco Central) em 10% no ano que vem. 

Os parâmetros econômicos — como a expectativa de inflação, o crescimento do PIB, o salário mínimo, as taxas de juros e de câmbio — são determinantes para o desempenho da arrecadação da União e balizam a maioria das projeções orçamentárias, tanto de receita quanto de despesa. 

Salário mínimo

O valor do salário mínimo, de R$ 1.294, sem aumento real, foi corrigido apenas pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de 6,7% projetado para 2022. Mas o valor do salário mínimo é mera estimativa, lembra a Consultoria de Orçamento do Congresso, sendo necessária uma lei específica para defini-lo.

Meta fiscal

Para o ano que vem, o total das receitas primárias será de R$ 2,2 trilhões. Em 2024 o governo terá arrecadado R$ 2,36 trilhões, e R$ 2,52 trilhões em 2025. Segundo os consultores, o resultado primário com déficit de R$ 65,91 bilhões previsto para 2023 equivalerá a 0,63% do PIB, menor que os R$ 66,9 bilhões (0,69% do PIB) projetados para 2022. Quanto às estatais federais, o prejuízo será de R$ 3 bilhões, desconsiderando os grupos Petrobras e Eletrobras.

Já a projeção para o resultado primário dos estados, do Distrito Federal e dos municípios é de um déficit de R$ 100 milhões. A estimativa para esses entes federados é apenas um indicador, não uma meta, porque o Executivo federal não tem ingerência sobre o orçamento deles.

De acordo com Marcos do Val, o Ministério da Economia espera uma recuperação bastante rápida do quadro fiscal, com a previsão de um pequeno superávit primário para o setor público em 2025, após 11 anos seguidos de resultados negativos.

Ainda assim não haverá redução do endividamento, diz o senador. Depois de atingir 88,6% do PIB em 2020, a dívida bruta caiu um pouco em 2021, para 80,3% do PIB, e cairá mais em 2022, para 79,3%, mas voltará a crescer, indo a 79,6% do PIB no fim de 2023, e novamente a 80,3% nos dois anos seguintes. 

Teto de gastos

O limite de gastos da União para 2023 é de R$ 1,79 trilhão, um aumento de R$ 108 bilhões em relação a 2022.

Nesse cálculo foram considerados uma estimativa de 6,55% para o IPCA acumulado no período de janeiro a dezembro de 2022 e o ajuste decorrente da diferença entre o IPCA previsto no Orçamento 2022 (10,18%) e o índice apurado após o encerramento de 2021 (10,06%), esclarece a Consultoria de Orçamento.

Regra de Ouro

A Constituição proíbe o governo de fazer dívidas para pagar salários, aposentadorias e gastos para manter a máquina pública funcionando. As únicas despesas que podem ser cobertas por operações de crédito são o pagamento de dívidas (refinanciamento) e de juros. Quando essa norma — chamada regra de ouro — é descumprida, os gestores e o presidente da República podem ser enquadrados em crime de responsabilidade.

Pela LDO 2023, o limite para operações de crédito será de R$ 17,3 bilhões para 2023. Mas a consultoria alerta que foi mantido o mecanismo que permite a inclusão, nos orçamentos fiscal e da seguridade social, tanto de operações de crédito acima do limite constitucional como das despesas a serem custeadas com esses recursos, desde que autorizado pelo Congresso.

Assim, Senado e Câmara poderão autorizar a contratação de operações fora do limite por maioria absoluta, ou 257 deputados e 41 senadores. E é esse mecanismo que pode levar ao descumprimento da regra de ouro, afirmam os consultores.

Saúde

O valor mínimo a ser aplicado em ações e serviços públicos de saúde (ASPS) pela União é obtido pela correção do montante mínimo de 2022 (R$ 139,8 bilhões) pelo IPCA de janeiro a dezembro de 2022, ainda a ser apurado. Mas, considerando a estimativa de 6,5% para o índice de inflação prevista na LDO 2022, o piso para 2023 será de aproximadamente R$ 148,9 bilhões, calculam os consultores.

Além desse valor, deverão ser incluídas no Orçamento as despesas com ASPS custeadas com recursos de royalties e da participação especial na exploração de petróleo e gás natural. Permanece a não obrigatoriedade de o Orçamento de 2023 prever a totalidade dos recursos necessários para atendimento do mínimo constitucional em saúde.

Orçamento impositivo

A Constituição permite que deputados e senadores apresentem emendas impositivas destinando recursos para a saúde. As emendas impositivas são um instrumento em que o deputado, senador, comissão ou a bancada estadual indicam ações, projetos e obras que o governo é obrigado a executar. 

O montante destinado a essas emendas será equivalente aos valores desse item em 2017, no caso das emendas individuais, e em 2021, no caso das emendas de bancada estadual, corrigidos pelo IPCA acumulado de janeiro a dezembro de 2022.

No Orçamento deste ano, para alcançar os R$ 135,4 bilhões obrigatórios para gastos em saúde, o Executivo considerou que R$ 8,1 bilhões viriam das emendas impositivas, sem contar as emendas do relator-geral.

Educação

O piso constitucional para o investimento na educação foi de R$ 62,6 bilhões em 2022 e deverá ser corrigido pelo IPCA para 2023. Segundo Marcos do Val, de 2016 a 2021 o investimento em educação caiu de 6,5% para 5,3% das despesas totais do Executivo federal, ou 22,1%. Foram R$ 74 bilhões contingenciados e remanejados para pagamento de outras despesas no período, afirma o relator.

Com a aprovação do Novo Fundo do Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), por meio da Emenda Constitucional 108, de 2020, a complementação devida pela União a estados e municípios, que antes era de 10% das receitas totais do fundo, passou para 12% em 2021, 15% em 2022 e deverá ser de 17% em 2023.

Para 2022, o Orçamento da União previu mais de R$ 30,1 bilhões para a complementação do Fundeb. Em 2023, considerando-se a projeção de crescimento real do PIB, estima-se que esse investimento atinja R$ 35 bilhões, dos quais R$ 33,4 bilhões serão gastos para equalizar as condições de financiamento das redes de ensino. Pela primeira vez serão distribuídos recursos segundo indicadores de melhoria da aprendizagem. Para isso está previsto R$ 1,6 bilhão.

Assistência social

Quanto aos sistemas de assistência social, estão reservados R$ 80,2 bilhões para o pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que desde 1996 vem substituindo a Renda Mensal Vitalícia (RMV).

As despesas com o BPC crescem ano a ano, em função do aumento do salário mínimo e do número de beneficiários. Em 2023 serão mais de 4,9 milhões de pessoas beneficiadas. Esse número deve aumentar porque, segundo o governo, há um estoque de mais de 710 mil requerimentos.

Já as despesas com o Auxílio Inclusão — benefício de meio salário mínimo pago às pessoas com deficiência que recebem o BPC e entram no mercado de trabalho com salário de no máximo dois salários mínimos — estão estimadas em R$ 333,9 milhões para 2023, R$ 345 milhões para 2024 e R$ 355,6 milhões para 2025.

Previdência

A arrecadação do regime geral de previdência social (RGPS, do setor privado) é estimada para 2023 em R$ 484,1 bilhões (equivalentes a 5,61% do PIB). Já a projeção da despesa com o pagamento dessas aposentadorias para 2023 é de R$ 846,4 bilhões (8,08% do PIB). Nesse cenário, o governo terá que cobrir um déficit de mais de R$ 259,1 bilhões (2,47% do PIB).

Por outro lado, a despesa com as aposentadorias dos servidores públicos — o chamado Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) — é difícil de ser estimada porque cada órgão público a paga com recursos de seu próprio orçamento.

Transferências voluntárias

Em relação às transferências voluntárias, foi mantida a verificação da regularidade fiscal de estados e municípios apenas no momento da formalização do convênio, não na etapa de desembolso, e retirado o prazo para análise do instrumento de transferência voluntária, que na LDO de 2022 é de 180 dias antes do vencimento.

Quanto às “condições suspensivas” dos convênios, a LDO 2023 inova ao atribuir ao Executivo a regulamentação dos prazos. Atualmente o prazo mínimo é de 24 meses, prorrogável por 8 meses para os instrumentos de transferência em vigor.

Precatórios

O pagamento de sentenças judiciais, incluindo os precatórios, foi bastante alterado pelas Emendas Constitucionais 113 e 114, de 2021. Uma das principais mudanças é que estarão fora da meta de resultado primário as receitas obtidas com encontros de contas, em que o cidadão ou empresa paga obrigações com a União usando direitos decorrentes de decisão judicial ou reconhecidos pela administração pública.

Por sua vez, a LDO 2023 garante prioridade para o pagamento de sentenças de pequeno valor e para os precatórios de exercícios anteriores, mas não menciona as prioridades constitucionais para pagamento dos precatórios do ano em curso.

Alterações

O texto ainda prevê que os créditos suplementares e especiais que alterem o Orçamento de 2023 devem ser compatíveis com a meta de resultado primário. O crédito atenderá essa exigência se não aumentar despesas primárias ou, se aumentá-las, sua justificação demonstrar que o acréscimo está fundamentado no relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas primárias; ou ainda se forem despesas relativas a transferências obrigatórias a estados ou municípios.

Não se enquadrando nessas hipóteses, o aumento de despesa só pode ser feito se houver o cancelamento de outros gastos. Os Poderes deverão garantir o cumprimento dos limites de gastos até o encerramento do exercício financeiro, inclusive contingenciando as despesas incluídas por emendas parlamentares, exceto as impositivas.

Fundo de Amparo ao Trabalhador

Já as receitas e despesas do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que financia o seguro-desemprego, o abono salarial e os programas de desenvolvimento econômico do BNDES, estão previstas em R$ 114,12 bilhões e R$ 69,5 bilhões, respectivamente, bem menores que nos anos anteriores.

Segundo o relator, o país tem taxas altas de desocupação há algum tempo. No trimestre encerrado em dezembro de 2021, por exemplo, a taxa de desemprego atingiu 11%, segundo o IBGE, o equivalente a 11,7 milhões de pessoas desocupadas.

Como o seguro-desemprego, o abono salarial e a transferência para o BNDES compõem grande parte das despesas do FAT (mais de 99% do total), Marcos do Val afirma que resta um espaço mínimo para o financiamento do incentivo ao emprego, como a qualificação profissional e a intermediação de mão de obra.

Execução provisória

A proposta amplia as situações em que o Executivo pode efetuar gastos no caso de o Orçamento da União para 2023 não ser aprovado, sancionado e publicado até 31 de dezembro de 2022. Foram incluídas as despesas relativas a situações de emergência ou calamidades públicas; ao acolhimento de imigrantes em situação de vulnerabilidade; ao controle de fronteiras; e aos encontros de contas. Além dessas possibilidades, o projeto permite que sejam pagas despesas com projetos em andamento cuja paralisação possa causar prejuízos à administração.

Fonte: Agência Senado

Prefeitura avança na abertura de processos digitais

O Processo.rio, sistema de processo eletrônico da Prefeitura, agora permite a integração com o FINCON, o sistema financeiro e contábil municipal. A partir desta semana, todos os órgãos conseguem utilizar o novo modelo do Processo.rio para abrir processos como dispensa de licitação, licitação por pregão e contratação por inexigibilidade. Em breve, todos poderão também abrir processos digitais de pagamento de faturas pelo sistema, que já estão disponíveis para a Secretaria de Educação, Procuradoria Geral do Município e órgãos da Administração Indireta (como a Guarda Municipal, Previ-Rio, Comlurb, Rio-Águas, entre outros).

Com isso, a Prefeitura está integrando os muitos sistemas ligados e implementar a transformação digital, buscando mais agilidade à tramitação dos processos administrativos e produtividade na gestão pública. Os documentos gerados digitalmente a partir desta nova funcionalidade também provocam economia de papel, impressão, transporte e armazenamento, representando um ganho expressivo de eficiência no trabalho dos órgãos da Prefeitura.

O projeto é liderado pela equipe da Subsecretaria de Transparência e Governo Digital, que pertence à Secretaria de Governo e Integridade Pública (Segovi), e desenvolvido pela IplanRio, empresa municipal responsável pelos recursos de Tecnologia da Informação e Comunicação do Rio de Janeiro.

Esse novo modelo será útil sempre que for preciso informar um nº SICOP no FINCON, por exemplo para liquidações, seja para fatura ou SDP, em processos de contratação de material ou serviço no momento da emissão da reserva de dotação.

Portal da Prefeitura do Rio de Janeiro

Presidenciáveis enxergam na construção civil possibilidade de o País expandir o emprego

Os presidenciáveis Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PDT) e o presidente da República, Jair Bolsonaro, apresentaram ao setor produtivo nacional, na tarde de ontem (29), ideias e visões para promover o avanço da indústria nacional e o crescimento econômico e social do país. O Diálogo da Indústria com os Pré-Candidatos à Presidência da República, organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, contou com a participação do presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins.

O presidenciável Ciro Gomes afirmou que “na construção civil está a única possibilidade de o Brasil ter, com a urgência necessária, um esforço explosivo de empregos”.

A pré-candidata Simone Tebet destacou importância de uma política industrial coordenada e da atuação do setor produtivo para retomada do crescimento econômico. Se eleita, prometeu que a reforma tributária sobre o consumo será aprovada pelo Congresso Nacional nos seis primeiros meses de governo para enfrentar o Custo Brasil. A senadora também abordou questões relacionadas à Política industrial e inovação, Meio ambiente e sustentabilidade, Educação e Crescimento e emprego.

Infraestrutura

Sobre Infraestrutura, a Simone Tebet defendeu a continuidade do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) para melhorar a infraestrutura do país. De acordo com a senadora, há 23 projetos prioritários em ferrovias quem podem colocar R$ 100 bilhões em investimentos. “O Estado necessário é aquele que presta saúde, educação segurança pública, habitação de qualidade e deixa a iniciativa privada como parceira, através de um amplo plano de investimentos em logística com regras claras, transparentes e fáceis de serem executadas para que possamos transformar esse Brasil num grande parque de obras públicas e de geração efetiva de dinheiro e renda”, disse.

Martins, antes de direcionar a pergunta sobre infraestrutura ao ex-ministro Ciro Gomes, ressaltou que a construção civil é responsável por 5,9% dos empregos do País, conforme dados divulgados no dia 28/06 pelo Novo Caged. Em 2022, o setor foi responsável por mais de 15% dos empregos gerados, ou seja, três vezes mais a participação da construção civil estoque. No entanto, o dirigente mencionou que, nos cinco primeiros meses de 2022, o segmento de Infraestrutura contratou 37% a menos do que no mesmo período do ano passado.

“Como aumentar efetivamente o investimento no Brasil em infraestrutura, principalmente no setor público, que nos últimos anos foi relegado a segundo plano?”, questionou Martins.

Ao fazer críticas à infraestrutura do país, o pré-candidato salientou que o Brasil tem cerca de 14 mil obras públicas iniciadas e paralisadas, que já passaram pelo processo de licitação e de licenciamento ambiental, e podem imediatamente gerar empregos e ter efeito econômico e de produtividade em curto prazo.

“A Transnordestina, quando estávamos avançando um quilômetro por dia, ela empregava 3 mil pessoas. Quando essa ferrovia estiver pronta e conectar esse fundão da produção com o Porto de Pecém e com o Porto de Suape, vamos explodir em riqueza e potencial”, disse.

Já o presidente Bolsonaro salientou a intenção em ampliar investimentos em infraestrutura e mencionou medidas que, segundo ele, propiciaram avanços na área de infraestrutura. O também candidato mencionou ainda a aprovação do marco legal do saneamento e das ferrovias. Ressaltou ainda que o país tem enorme potencial na área de energia e que pode ampliar a oferta de energia eólica, com possibilidade de exploração em alto-mar. 

Além disso, Bolsonaro comentou assuntos relacionados à Segurança jurídica, Desburocratização e Normas trabalhistas. Neste caso, destacou que as normas regulamentadoras de saúde e segurança do trabalho (NRs) estão passando por processo de simplificação, desburocratização e harmonização durante o seu governo.  Caso reeleito, o presidente afirmou  que criará o Ministério da Indústria e Comércio e que avalia uma desoneração para empresas com o objetivo de estimular a criação de empregos.

Agência CBIC

Programas de aceleração abrem espaço para mulheres na construção civil em MG

O setor da construção civil costuma ser associado aos homens. No entanto, há um movimento que busca por mais diversidade nos canteiros das obras, contratando e acelerando carreiras de mulheres e pessoas LGBTQIA+. O mercado para mulheres no setor cresceu cerca de 120%, de 2007 a 2018, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), passando de 109 mil trabalhadoras para 239 mil num período de 10 anos.

São mais de 190 mil engenheiras civis atuando em obras em todo o Brasil, segundo o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea). O Painel da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho, mostra um aumento de 5,5% em 2020 no número de mulheres trabalhando na construção civil, no comparativo com o ano anterior. 

“Ainda tem uma queixa do público feminino que a voz não é tão ouvida e respeitada”, afirma Elizabeth Aparecida de Souza Rodrigues, executiva de gente e gestão da Vedacit, que esteve em Belo Horizonte na ampliação da operação da empresa em Minas. “O homem fala e tem mais voz. Então, temos empoderado a mulher. Ela tem tanta voz quanto e não precisa de sombra”. 

A executiva se vê encarregada da tarefa de inspirar outras mulheres a chegarem em altos postos nas empresas. “Minha tarefa é que as pessoas digam ‘existe possibilidade. Eu posso chegar lá’. E puxar outras pessoas junto comigo. Estamos puxando mais mulheres”. A empresa preferencialmente define vagas para esses grupos de afinidade.

A empresa criou uma governança de diversidade com metas para acelerar o desenvolvimento de cinco grupos: gênero, raça, etarismo, LGBTQIA+  e pessoas com deficiência. Cada um desses segmentos participa do comitê, com seis representantes, para fazer diagnóstico e propor soluções para tornar o ambiente de trabalho mais acolhedor.

Programas para acelerar

As empresas devem fazer um investimento na formação, a contratação, uma escuta e o empoderamento. Em algumas situações, são realizados processos seletivos às cegas. Outro caminho é acelerar as carreiras por meio de programas de desenvolvimento, como o Mulher em foco, profissionais que estão próximas de serem promovidas a gerentes, para que tenham mentoria e programas de desenvolvimento. Também há vagas exclusivas. 

A engenheira Fabiane Argolo recebe incentivo na Vedacit para acelerar a carreira, com pós-graduação em engenharia de avaliações e Perícias e em engenharia diagnóstica. 

Mulheres à frente de startups

A arquiteta Luana Landin Mascarenhas de Andrade, de 27 anos, diretora de operações na ConstruCode, vê uma mudança em curso no ramo da tecnologia para a construção civil. Ela tem papel de destaque numa startup voltada para o setor – uma plataforma inteligente para gestão de processos da obra que elimina informação defasada no canteiro de obras.

“Nesse segmento, temos um papel ainda muito menor da mulher. A gama de investidores é muito masculina. As pessoas investem mais em startup que homens estão à frente. Tem estudos que dizem que um mesmo pitch feito por um homem é muito mais investido do que uma startup que tem uma mulher à frente fazendo o mesmo pitch. Essa desigualdade a gente vê a todo momento dentro do mercado de startup”. Ao falar de pitch ela se refere à sessão para apresentar uma proposta para financiadores. 

Luana se interessou por tecnologia na obra em que ela trabalhava e a partir daí avaliou que poderia comandar uma empresa de tecnologia na área da construção civil. “Temos muita engenheiras e arquitetas que estão à frente de construtoras”, afirma. Uma das medidas de Luana na startup foi promover uma linguagem mais inclusiva. A primeira ação quando assumiu o cargo de liderança foi mudar toda a linguagem para uma linguagem não sexista.

“Todo mundo fala do encarregado, do engenheiro, o mestre de obra, mas tem que falar do time de engenharia, do time de arquitetura, o time de campo, porque tem mulheres envolvidas.” 

Estado de Minas

Construtora fatura alto investindo em redutos do agronegócio

Empresa do Grupo Rodobens, a construtora e incorporadora RNI registrou em abril um volume de vendas de 110 milhões de reais. Foi a primeira vez que a RNI atingiu a casa dos três dígitos em um único mês.

A incorporadora segue com sua estratégia de expansão fora dos grandes centros, com foco nas regiões do agronegócio. Um exemplo é o empreendimento RNI Origem do Sol, em Várzea Grande (MT), anunciado em dezembro de 2021. Em apenas 150 dias, foram comercializados 100% das unidades na primeira fase de vendas.

Veja Online, coluna Radar