Lançamentos residenciais revitalizam Centro do Rio

Depois de alguns anos sofrendo um processo de esvaziamento, o Centro do Rio começa a mostrar sinais de recuperação. O número de unidades residenciais negociadas em 2021 na região central (2.869) foi o melhor resultado em muitos anos, segundo o Secovi Rio.Esse despertar reflete-se também nos números de licenças para a construção de 1.674 unidades residenciais e 16 comerciais solicitadas à prefeitura no mesmo período. E o que chama a atenção é que 70% dessas licenças são para retrofits de prédios antigos que terão uso misto. Os outros 30% serão exclusivamente residenciais.

“O Rio está seguindo uma tendência mundial, que é a de valorização das áreas centrais, onde há infraestrutura já implantada, com ampla oferta de serviços, transporte público e bens culturais”, analisa Pedro Wähmann, presidente do Secovi Rio, que observa um crescente interesse de compradores e construtoras por essa área da cidade.

O entusiasmo dele é compartilhado por Leonardo Mesquita, vice-presidente da Construtora Cury, que se tornou a mais ousada do mercado imobiliário na região. “Temos 58 anos em São Paulo e estamos há 12 no Rio. Nossa expectativa de crescimento no mercado carioca é muito grande”, afirma ele, apresentando números que dão base sólida para essa confiança.

Em pouco mais de um ano, nessa região da cidade, a Cury lançou quatro residenciais que somam 3.188 unidades, com VGV estimado em R$ 1 bilhão. O último lançamento é icônico, pois trata-se do primeiro empreendimento residencial na Avenida Presidente Vargas desde 1949. O prédio, que será construído no terreno onde funcionava um estacionamento, terá 360 estúdios e acesso a uma estação do metrô embaixo de seus pilotis.

Responsável pelo projeto da Cury, o escritório Cité Arquitetura vive um momento de alta demanda na região, testemunhando esse processo de revitalização. Entre os projetos, dois são de retrofit em construções magníficas da arquitetura brasileira: a antiga sede da Mesbla e o Hotel Glória.

“O Reviver Centro está pro-movendo um reencontro do carioca com o coração da cidade. É um movimento afetivo e ao mesmo tempo racional, na medida em que revaloriza uma área que tem serviços, infraestrutura e transporte público, sem contar as riquezas históricas e culturais”, sintetiza Celso Rayol, sócio da Cité.

Na Mesbla, a simplicidade e beleza das linhas art déco, de 1934, serão restauradas para abrigar estúdios destinados a um público moderno e urbano, que desfrutará das vistas da Baía de Guanabara e do primeiro jardim planejado do Brasil Colônia, o Passeio Público. Já o Hotel Glória, de linhas neo-clássicas, será relançado como um residencial de luxo — o que significa devolver um pouco do glamour ao edifício que já foi o mais sofisticado do Rio, inaugurado em 1922 como parte das comemorações do Centenário da Independência.

O renascimento do mercado imobiliário da região central é um negócio diário na vida de Claudio André Castro, dono da Sergio Castro Imóveis, uma das maiores empresas do setor no país. Foi sua empresa que vendeu o terreno da Avenida Presidente Vargas para a Construtora Cury.

É também sua equipe que trabalha para alugar os andares do Edifício Serrador, na Cinelândia, um dos endereços comerciais mais simbólicos da revalorização do Centro. Ali funcionou a sede do império de Eike Batista, que chegou ao posto de sétimo homem mais rico do mundo. Atualmente, o edifício pertence ao grupo Sued, de investidores argentinos.

Castro conta que as três filiais de sua empresa na região recebem em média 130 telefonemas diários de interessados em morar nos bairros da área. Mas as ofertas ainda são poucas para atender a tamanha demanda, principalmente, porque não há estoque de apartamentos antigos em boas condições para uso imediato.

Segundo ele, a procura por imóveis residenciais na região cresceu 80% no último ano. O principal objeto de desejo é a Avenida Beira-Mar, que permite uma vista espetacular da Baía de Guanabara. Mas também há muita procura por unidades na Praça da Cruz Vermelha, no Bairro de Fátima, na Lapa e na Rua Senador Dantas.

Um movimento nascente, acrescenta Castro, está acontecendo em direção aos sobrados históricos, a maior parte deles do período do Império, que existem em grande número nos bairros centrais — uma tendência também observada pelo arquiteto Rayol, cujo projeto de retrofit para oito sobrados nas imediações da Igreja de Santa Rita foi o único latino-americano a integrar, em 2020, a shortlist do Prêmio Internacional Domus de Restauração Arquitetônica, promovido pela Universidade de Ferrara, na Itália.

Projeto Reviver tem foco na recuperação urbanística

A revalorização do Centro do Rio tem sido impulsionada principalmente pelo projeto Reviver Centro, da prefeitura da cidade, que estimula e viabiliza novos empreendimentos residenciais e a recuperação de prédios antigos. O resultado até o momento é animador: serão quatro novos empreendimentos residenciais e 11 conversões de prédios comerciais para residenciais, totalizando 1.719 unidades.

O cenário de oportunidades justifica grandes projetos de retrofit, como os realizados nos edifícios da Mesbla e do Hotel Glória ou em prédios antigos transformados em residenciais. Claudio Castro dá belos exemplos.

“Um fundo de investimentos do Canadá está comprando conosco o Hotel Aymoré, na Praça da Cruz Vermelha, para fazer retrofit. É um excelente prédio, com 50 metros de frente e arquitetura belíssima. Os apartamentos serão entregues com cozinha montada. O futuro proprietário só precisará levar os móveis”, relata.

Para inspirar compradores individuais de imóveis antigos, Castro conta um caso de final feliz. “Recentemente, vendemos um apartamento na Avenida Beira-Mar, de 75 metros quadrados, por R$ 180 mil. Estava em péssimas condições. O imóvel consumiu R$ 150 mil em reforma e foi alugado por R$ 2,8 mil. Um excelente negócio!”

Mas o projeto da prefeitura deve encontrar obstáculos neste ano. Os vilões são a alta da taxa de juros e a inadequação dos preços dos imóveis antigos para operações de retrofit. “Os resultados excepcionais de 2021 tiveram os juros baixos como fator preponderante, situação que não se repete agora”, afirma Pedro Wähmann.

Claudio Castro concorda e acrescenta uma equação a ser resolvida: os projetos de retrofit só se tornarão atraentes em larga escala quando houver queda nos preços dos imóveis antigos, que devem baixar dos atuais R$ 3 mil o metro quadrado para, no máximo, R$ 1,5 mil, de forma a tornar esse mercado mais dinâmico.

Valor Econômico, caderno Imóveis de Valor

Lançamentos na Zona Sul são disputados a peso de ouro

Não é de hoje que ter um apartamento de luxo na Zona Sul do Rio de Janeiro é o “sonho de consumo” de brasileiros e estrangeiros. A escassez de endereços disponíveis para a construção de novos prédios criou uma verdadeira disputa entre construtoras e incorporadoras, dando aos imóveis o status de joias raras. Praticamente não existe estoque de unidades novas na região, e as vendas nos lançamentos se esgotam em questão de horas.

É o caso da Bait Inc., que em sete meses registrou dois cases de sucesso de venda de unidades de alto padrão. O mais recente foi o Forma, no Leblon, que teve suas 61 unidades de 31 a 139 metros quadrados esgotadas no prazo recorde de 48 horas, em março. O preço médio do metro quadrado foi de R$ 28 mil. Um ano antes, ela já havia registrado o recorde de venda total em apenas três dias das 50 unidades do Atlântico, em construção no último terreno livre da orla de Copacabana.

A empresa acaba de ser incorporada ao grupo Gafisa, que também protagonizou outro case de sucesso no disputado mercado carioca, com a aquisição do último terreno livre na Praia do Leblon. Nesse caso, o recorde quebrado foi de preço. O empreendimento Tom Delfim Moreira, lançado em janeiro, está sendo negociado a R$ 100 mil o metro quadrado. São apenas seis unidades de 284 a 501,5 metros quadrados, um apartamento por andar mais a cobertura duplex. No primeiro mês do lançamento, quatro já haviam sido vendidas.

A orla carioca abriga as primeiras sete posições no ranking dos 20 endereços mais caros das cidades do Rio e de São Paulo, de acordo com o Índice FipeZap. Na extensão das avenidas Vieira Souto (Ipanema) e Delfim Moreira (Leblon), há apartamentos avaliados entre R$ 29.517 e R$ 34.783 o metro quadrado. O preço não desestimula a compra, tampouco a conjuntura econômica adversa.

O empresário Isaac Elehep, CEO da incorporadora Mozak, ressalta a grande procura por parte de investidores estrangeiros, paulistas, mineiros e empresários do agronegócio. Segundo ele, o aumento da sensação de segurança no Rio renovou o interesse dos clientes com perfil de alto padrão em ter um apartamento de luxo na cidade. Elehep revela que, antes mesmo do lançamento oficial, uma seleta lista de clientes da Mozak recebe informações sobre os imóveis e, muitas vezes, o empreendimento é lançado com todas as unidades praticamente vendidas.

Por sinal, na “guerra” por áreas edificáveis na Zona Sul, a Mozak também marcou um gol de placa ao adquirir um dos últimos terrenos disponíveis no valorizado bairro da Gávea. São 25 mil metros quadrados que abrigarão o residencial de alto luxo Parque Sustentável da Gávea, com até quatro pavimentos de uso misto (residencial e lojas) e um parque público projetado pelo escritório de paisagismo Burle Marx para preservação e plantio de espécies nativas.

Na avaliação do empresário André Kiffer, sócio-diretor da Inti Empreendimentos, a conjugação de boa localização e bom produto é um dos fatores responsáveis pela grande procura. A maior parte dos condomínios de luxo da Zona Sul é muito antiga e não dispõe de áreas de lazer. Com foco nessa demanda, a Inti trabalha com o conceito de prédios-boutique: poucas unidades, excelente arquitetura e personalização total.

É o caso também do mais novo lançamento da empresa: o Cora, na Gávea, que reunirá natureza, cultura, lazer e gastronomia. “Serão apenas 18 apartamentos de dois a três quartos e área de lazer completa. Esse é o grande diferencial do empreendimento”, afirma Kiffer. O valor do metro quadrado será de R$ 19,5 mil, e o VGV, de R$ 30 milhões.

Mas o futuro imobiliário do Rio aponta para a Barra da Tijuca. Os muitos lançamentos de alto padrão na região confirmam esse prognóstico. Um dos destaques fica por conta do sofisticado Praia Residencial Mar, que ocupará o terreno do antigo Hotel Praia Linda, no Jardim Oceânico.

O projeto da Itten Incorporadora em parceria com a 3021 Participações assegura aos compradores “vista eterna para o mar” da Praia do Pepê. O VGV é estimado em R$ 120 milhões, informa o diretor Eduardo Cruz. O residencial terá 26 apartamentos, quatro gardens suspensos e quatro coberturas lineares, com metragens de 137 a 354 e infraestrutura completa de lazer.

O boom imobiliário de alto padrão na região também vem favorecendo o Recreio. O condomínio de luxo On The Ocean, na Praia do Pontal, tem sido o preferido dos investidores estrangeiros. Com VGV de R$ 250 milhões e 134 unidades com até cinco quartos na cobertura, o residencial já teve 35% de suas unidades comercializadas para estrangeiros de várias nacionalidades, informa Nayra Técia, diretora do grupo ON Brokers.

Valor Econômico, caderno Imóveis de Valor

Caixa apresenta resultado no crédito imobiliário no 1º trimestre de 2022

A CAIXA anunciou, durante a live Quintas da CBIC, promovida pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), resultado no crédito imobiliário no 1º trimestre de 2022. As contratações com recursos da poupança (SBPE) somadas às do Programa Casa Verde e Amarela (PCVA), com recursos do FGTS, totalizaram, de janeiro a março de 2022, R$ 34,4 bilhões, representando um aumento de 17,8% em relação ao mesmo período de 2021. Se comparado ao primeiro trimestre de 2018, o crescimento é de 92,6%.

Somente as contratações com recursos da poupança (SBPE), no primeiro trimestre de 2022, totalizaram R$ 21,4 bilhões. O crescimento foi de 31,2% em relação ao primeiro trimestre de 2021 e chegou a 817,3% se comparado com o mesmo período em 2018.

Nas duas modalidades, no primeiro trimestre do ano, mais de 546 mil pessoas realizaram o sonho de ter a casa própria. Foram mais de 136 mil unidades financiadas no período. Os dados foram divulgados pelo presidente do banco, Pedro Guimarães.

Novidades no financiamento imobiliário:
A CAIXA também anunciou novidades no financiamento imobiliário. Nas novas contratações de crédito imobiliário para pessoa física, com recursos SBPE, os clientes contam agora com período de carência de até 6 meses no financiamento de imóveis novos e usados. O novo prazo é válido em três opções de linhas de financiamento imobiliário do banco: TR, Poupança CAIXA e Taxa Fixa.

Haverá também a abertura da linha de financiamento para aquisição, construção ou reforma de imóveis comerciais, modalidade destinada às empresas. A partir de segunda-feira (02/05), já estará disponível a contratação para clientes pessoa jurídica, com taxas a partir de TR + 3,15% a.a, somadas à remuneração da poupança. O prazo é de até 180 meses.

O banco também divulga a prorrogação da taxa promocional das contratações da modalidade Poupança CAIXA, com recursos SBPE, para pessoa jurídica. Até 30 de junho, é possível aproveitar a taxa reduzida de 3,00% a.a, somada à remuneração da poupança. A queda é de 0,32 ponto percentual.

CBIC Hoje

Casa da Gente: lançado edital para construir 500 imóveis em Teresópolis

O Governo do Estado publicou, em edição extra do Diário Oficial desta quinta-feira (28), o edital de licitação para a construção de 500 unidades habitacionais em Teresópolis. Os imóveis serão destinados a famílias vitimadas ainda pelas chuvas de 2011 na Região Serrana. A iniciativa faz parte do Programa Casa da Gente, que vai construir 50 mil moradias ao longo dos próximos cinco anos.

Para o governador Cláudio Castro, agilizar soluções para quem espera há mais de uma década por moradia é uma questão de humanidade e respeito ao dinheiro público.

– Desde que criamos o Casa da Gente no ano passado, fui bem claro em relação à importância de terminarmos o que foi iniciado e acabar com o sofrimento de milhares de famílias que perderam suas casas antes de começar novas obras. Assim tem sido feito. Estamos trabalhando para dar mais dignidade às famílias que há anos esperavam pela casa própria. Isso representa respeito com o dinheiro público – declarou o governador.

Ao todo, serão erguidos quatro conjuntos no condomínio popularmente conhecido como Ermitage. Os imóveis irão complementar os 1,6 mil apartamentos construídos pela fase I do projeto inicial e entregues pelo Programa “Minha Casa, Minha Vida” em 2017. Os investimentos somam R$ R$ 97,4 milhões, oriundos da Secretaria de Infraestrutura e Obras.

As unidades serão entregues com alto padrão de qualidade, e o condomínio contará com área de lazer, quadra, centro comunitário, churrasqueira e academia da terceira idade, contribuindo para melhor convivência e harmonia dos moradores. O projeto prevê, também, que cada unidade tenha no mínimo 47 m², pé-direito mínimo de 2,60m, todas com dois quartos, revestimento completo em cerâmica das áreas molhadas, diferenciando-se da produção habitacional dos últimos anos.

– Vamos devolver um lar àqueles que foram assolados pela maior tragédia climática do nosso estado. Nossa escolha técnica foi desenvolver os projetos e validar os terrenos para diminuirmos os riscos de se construir empreendimentos em lugares não dotados de infraestrutura, como aconteceu no passado recente – destacou o secretário de Infraestrutura e Obras, Rogério Brandi.

De acordo com o subsecretário de Habitação Allan Borges, uma das principais metas do programa Casa da Gente está em acabar com os passivos de moradias na Região Serrana, além de reduzir o déficit habitacional em todo o estado.

– Uma equipe multidisciplinar verifica as condições urbanísticas e sociais dos terrenos, bem como da vizinhança. São avaliados alguns aspectos, como condições do terreno, se está ou não em área de proteção ambiental e se o entorno é dotado de escola, templos religiosos, mercados ou mercearias, lanchonetes, bares e unidades de saúde – explicou.

Moradias por todo o estado

Criado pelo Governo do Estado para atuar em três vertentes – a construção de 50 mil moradias populares em cinco anos, a reforma de condomínios com mais de uma década de construção e assistência técnica para famílias que vivem em moradias insalubres de comunidades da Baixada e da capital fluminense -, o Casa da Gente vem avançando a passos largos.

Desde seu lançamento, em setembro do ano passado, o programa tem 5.348 unidades habitacionais em processo de contratação distribuídas entre a Baixada Fluminense (423), a capital (2.615), a região Centro-Sul (300), o Médio Paraíba (584), a Região Metropolitana (200), o Noroeste Fluminense (330), a Região Serrana (1126) e o Norte Fluminense (100).

Portal do Governo do Rio

Congresso aprova transferência R$ 7,7 bi a estados e municípios

O Congresso aprovou, ontem (28), um projeto de lei que abre um crédito especial de R$ 7,676 bilhões para transferência para estados e municípios. Os recursos são oriundos dos leilões dos  volumes excedentes da cessão onerosa da Petrobras em áreas do pré-sal. A proposta segue para sanção presidencial.

Do total de recursos, R$ 3,489 bilhões serão destinados a estados e R$ 3,489 bilhões aos municípios. Os R$ 698 milhões restantes serão repassados aos estados produtores, que fazem fronteira com a área das jazidas.

A legislação limita a aplicação dos recursos recebidos por estados e municípios para despesas previdenciárias ou de investimentos. As despesas previdenciárias não se limitam ao ente, mas também a todas as pessoas jurídicas de direito público e privado integrantes de sua administração direta ou indireta.

Os investimentos ficam condicionados à reserva para pagamento de despesas com fundos previdenciários e contribuições sociais, além do pagamento do parcelamento de débitos previdenciários até o final do mandato do prefeito ou do governador.

Agência Brasil

Governo publica decreto que amplia para 35% desconto no IPI

O governo federal editou decreto nesta sexta-feira (29) que amplia a redução geral da alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de 25% para 35% para a maioria dos produtos.

“As mudanças adotadas representam uma diminuição da carga tributária de R$ 15.218,35 milhões para o ano de 2022, de R$ 27.391,20 milhões para o ano de 2023, e de R$ 29.328,82 milhões para o ano de 2024”, disse em nota o Planalto.

O decreto entrará em vigor imediatamente e não depende da aprovação do Legislativo.

No final de fevereiro, o governo havia editado decreto reduzindo as alíquotas do imposto em 25% para todos os produtos, com exceção de tabaco.

A nova rodada de redução do IPI havia sido defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em evento na última quarta-feira (27). Após o corte de 25% em fevereiro, o ministro chegou a falar em ampliar a redução para 33%, no entanto, o governo recuou por falta de acordo interno sobre a medida.

A redução do imposto vem num momento de pressão nos custos de produção do setor industrial, com a guerra no Leste Europeu aumentando preços das matérias-primas e da energia.

CNN Brasil

Desemprego fica estável no 1º trimestre em 11,1% e atinge 12 milhões de pessoas

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,1% no primeiro trimestre do ano, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (29), na Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). O número mostra estabilidade em relação ao período imediatamente anterior.

O mercado esperava que a taxa ficasse em 11,4%.

No primeiro trimestre do ano passado, a taxa de desemprego havia chegado no pico de 14,9% e vinha caindo desde então. A taxa divulgada nesta manhã é a menor para um trimestre encerrado em março desde 2016, quando também foi de 11,1%.

O IBGE também registrou estabilidade no número de desempregados, que chega a 11,9 milhões de pessoas. Já a população ocupada, estimada em 95,3 milhões, caiu 0,5% na mesma comparação, o que significa 472 mil pessoas a menos no mercado de trabalho.

A estabilidade registrada nos três primeiros meses de 2022 não é um cenário comum para esta época do ano, quando, normalmente, aumenta o número de pessoas procurando uma oportunidade de trabalho, segundo a coordenadora de trabalho e rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

“Se olharmos a desocupação em retrospecto, pela série histórica da pesquisa, podemos notar que, no primeiro trimestre, essa população costuma aumentar devido aos desligamentos que há no início ano. O trimestre encerrado em março se diferiu desses padrões”, diz.

/ IBGE

O rendimento, que vinha apresentando piora, subiu 1,5% sobre o trimestre encerrado em dezembro, o que, segundo o IBGE, é um dado importante, dado que o número vinha caindo desde o segundo trimestre do ano passado.

De modo geral, o que explica isso é que a participação dos trabalhadores formais aumentou, então o rendimento médio da população ocupada cresceu, segundo o instituto.

Ainda assim, quando comparado com o rendimento de março do ano passado, o número apresenta queda de cerca de 9%.

Os empregos com carteira assinada cresceram 1,1% quarto trimestre seguido de alta, mas num ritmo menor em relação aos trimestres de 2021.

O grupo de trabalhadores por conta própria, que são autônomos, caiu 2,5% e, com isso, a taxa de informalidade chegou a ter um recuo, de 40,7% no último trimestre para 40,1% agora.

CNN Brasil

Crise da Covid-19 não justifica atraso em obras, decide TJ-SP

Como não houve suspensão das atividades da construção civil em decorrência da crise sanitária, a 9ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a rescisão de um contrato de compra e venda de imóvel firmado entre uma construtora e um cliente, e também condenou a empresa a restituir integralmente, e em parcela única, os valores pagos pelo consumidor.

Consta dos autos que o autor comprou uma unidade imobiliária em um empreendimento da empresa ré, que não concluiu as obras no prazo previsto, alegando que o atraso se deu em razão da epidemia de Covid-19.

O cliente, então, optou pela rescisão do contrato, mas constatou a existência de cláusulas abusivas que regulavam a devolução do valor pago de forma parcelada e com retenção excessiva.

O relator do recurso, desembargador César Peixoto, afirmou que a empresa incorreu em “inadimplemento voluntário e culposo” das obrigações contratuais, uma vez que descumpriu o prazo de conclusão do empreendimento sem motivo justo, pois dificuldades causadas pela crise sanitária não são argumentos válidos.

“Os riscos foram exclusivos dos empreendedores do bem [ônus e bônus], sobretudo diante da ausência de suspensão das atividades da construção civil ou a sua limitação em razão da crise sanitária, deste modo esterilizando os argumentos subjetivistas articulados”, pontuou.

Assim, Peixoto concluiu pela obrigação da construtora de restituir, de forma integral e em parcela única, os valores pagos pelo cliente, “não havendo que se falar em abatimento das arras ou incidência da cláusula penal diante da culpa exclusiva da ré pela rescisão contratual”. A decisão foi por unanimidade. 

Consultor Jurídico (Conjur)

‘A retomada do Centro vai se dar pelo retrofit’

O presidente da Ademi-RJ, Marcos Saceanu, é só otimismo “com o pé no chão” para 2022. O Reviver Centro, a retomada de investimentos na Barra, a redução do estoque de imóveis no mercado e a perspectiva de despoluição da Baía de Guanabara são as razões da animação. A evolução do retrofit, segundo ele, abre cenário virtuoso para o Centro e a Zona Sul. Saceanu é diretor-presidente da Piimo Empreendimentos Imobiliários, voltada a projetos de alta renda, que lançou 50 unidades do residencial Paissandu 23 no antigo Hotel Paysandu, um prédio art déco tombado no Flamengo, com rooftop planejado pelo escritório Burle Marx.

Qual é a sua perspectiva para o mercado imobiliário no Rio em 2022?

Marcos Saceanu — Estou otimista. Será um ano de desafios para o Brasil todo, com atenção para a inflação. Os custos com a construção subiram, os juros estão mais altos, e é um ano de eleição. Mas é um ano em que vamos ter belos empreendimentos na cidade e rever o Plano Diretor. Sou otimista com os pés no chão, um apaixonado pelo Rio. O que vem sendo lançado agora é fruto do trabalho de 2021. O ativo real, o tijolo, sempre foi admirado pelo brasileiro, uma herança portuguesa. Em momentos de volatilidade, como o deste ano, o mercado imobiliário desponta como porto seguro em uma carteira de investimento.

O retrofit é um caminho para o Rio?

Um caminho importantíssimo! O retrofit é muito popular na Europa, e faz todo o sentido estimular sua aplicação no Rio, tanto pela arquitetura histórica dos prédios quanto pela pegada ambiental. Reformar é reaproveitar e gerar menos resíduos e emissão de carbono. A Lei do Retrofit dá incentivos aos incorporadores e mais flexibilização, como, por exemplo, a não obrigação de área mínima das unidades. A retomada do Centro vai se dar na imensa maioria pelo retrofit, que traz empreendimentos únicos, charmosos e desejados pelo carioca, além de valorizar o lado cultural ao somar o contemporâneo ao histórico.

O Rio sempre atraiu clientes de fora. Como está o interesse dos brasileiros por imóveis na cidade hoje?

O Rio é objeto de desejo da maioria dos brasileiros, pois é ícone, referência para o turismo e garante retorno do investimento. Os preços normalmente sobem quando há pouca oferta. Depois do Código de Obras de 2019, que permitiu unidades menores, que São Paulo autorizava há muito tempo, teve uma parcela grande de vendas para pessoas de fora do Rio. Com assinaturas digitais, as distâncias acabaram, e isso facilitou as vendas.

Quais os principais desafios na revisão do Plano Diretor da cidade? Há pontos mais estratégicos para estimular a construção civil?

Não é um debate simples, são mais de 400 artigos e 20 anexos. O mercado está atento e vai participar das discussões. O mais importante é que Plano Diretor incentive a produção imobiliária. Qualquer cidade próspera tem um mercado imobiliário próspero, que gera empregos, impostos e licenciamentos. Ajuda muito na prosperidade, no desenvolvimento dos bairros e da infraestrutura urbana.

Por que o setor demora tanto para responder a incentivos de construção no Centro, região com demanda como mostra o sucesso de lançamentos recentes?

Antes da aprovação do Reviver Centro, havia quatro ou cinco lançamentos no Centro a cada quatro anos. Praticamente nada. Menos de um ano depois da aprovação da lei, já são mais de 15 projetos aprovados ou em aprovação, alguns já lançados. Isso comprova que o Reviver está bem. O ciclo imobiliário demora cinco anos para negociar com o dono do terreno, propor projeto, aprovar, construir e entregar. Não acontece de uma hora para a outra. O importante é que o trem já saiu da estação, e agora ganha velocidade.

O Porto Maravilha parece demorar mais do que isso para responder aos incentivos…

A região tem infraestrutura de transporte, lazer e cultura pronta, não é promessa. Mas é verdade que o Porto Maravilha não andou com a velocidade que esperávamos. Centro e Porto vão ser muito mais povoados, apesar de o desafio ser grande, porque a área é extensa e ficou muito degradada. O Centro vai ter imóveis para várias faixas de renda, essa será a beleza da região.

O mercado voltou a avançar em construções na Barra após um período de timidez. A cidade ainda caminha para mudar seu eixo de desenvolvimento para lá?

São fenômenos complementares, uma cidade tem que se equilibrar e ter oferta em todas as regiões, uma não substitui a outra. A Barra passou muito tempo com um estoque grande de imóveis prontos, o que dificultava o lançamento de novos empreendimentos. Os apartamentos foram sendo vendidos, e hoje o estoque é bem menor do que há cinco anos, com lançamentos performando muito bem nos últimos dois anos. O metrô chegar ao bairro foi importante. Qualquer investimento em infraestrutura acelera o mercado imobiliário. Hoje o estoque de imóveis no Rio é de 11 mil e em 2021 foram vendidas 14 mil unidades. Ou seja, se a gente parasse de lançar projetos, o estoque daria para oito meses. Não é um nível alto. Há quatro anos, precisaríamos de quase um ano e meio para vender as unidades em estoque. Um nível de estoque de oito meses é baixo. Significa que a cidade está pronta para receber novos lançamentos.

Quais são as perspectivas de valorização da Zona Sul, que praticamente não tem mais terrenos disponíveis, a não ser com a derrubada dos casarões de Botafogo?

A Zona Sul sempre vai ter oferta menor do que a demanda. Há uma grande dificuldade de garimpar terrenos na região, demora-se muito para conseguir algo interessante. As técnicas de retrofit vêm oxigenar esse quadro. A releitura de prédios como os antigos hotéis Paysandú e Glória mostra que, com criatividade e incentivos, podemos fazer com que a oferta de imóveis de qualidade na região aumente.

Qual seria o impacto da despoluição da Baía de Guanabara no mercado imobiliário?

Seria algo transformador. É só esse adjetivo que me vem à cabeça. Isso aumentaria a autoestima da cidade inteira. Há quantas décadas sonhamos com isso? Se realmente acontecer, provocará um volume de investimento monstruoso, além de um impacto positivo na saúde pública. Todo investimento em infraestrutura é maravilhoso para o mercado imobiliário, mas esse seria transformador.

Valor Econômico, caderno Imóveis de Valor

Caixa anuncia linha de financiamento imobiliário para empresas

A Caixa anunciou, na tarde de ontem (28), um pacote de ações voltadas para empresas.

Em transmissão ao vivo com a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, divulgou a abertura de uma linha de financiamento para aquisição, construção ou reforma de imóveis comerciais para clientes pessoa jurídica. A contratação poderá ser feita a partir desta segunda-feira (2).

Segundo a Caixa, a linha terá taxas a partir de TR + 3,15% ao ano, somadas à remuneração da poupança. O prazo é de até 180 meses.

Para acelerar a liberação dos recursos, a Caixa anunciou que, a partir do dia 18, irá cortar pela metade a quantidade de documentos exigidos.

O banco federal também vai prorrogar a taxa promocional das contratações da modalidade Poupança Caixa, com recursos SBPE, para pessoa jurídica. Até 30 de junho, a taxa será de 3% ao ano, somada à remuneração da poupança. Uma queda é de 0,32 ponto percentual, segundo a Caixa.

Ainda será ampliada a linha de apoio à produção para pessoa jurídica, com o banco passando a financiar empreendimentos com doação de terreno por um ente público.

Para pessoa física, Guimarães anunciou que as novas contratações de crédito imobiliário, com recursos SBPE, terão um período de carência de até seis meses no financiamento de imóveis, tanto novos quanto usados, nas linhas com recursos da poupança. A regra em vigor até então não previa carência.

As contratações com recursos da poupança (SBPE) somadas às do Programa Casa Verde e Amarela, com recursos do FGTS, totalizaram, no primeiro trimestre deste ano, R$ 34,4 bilhões, segundo Guimarães.

O valor representa um aumento de 17,8% em relação ao mesmo período de 2021. De acordo com a Caixa, se comparado ao primeiro trimestre de 2018, o crescimento é de 92,7%.

Somente as contratações pelo SBPE totalizaram R$ 21,4 bilhões no período. Um crescimento de 31,2% em relação ao primeiro trimestre de 2021.

Folha de SP