Fator Acidentário de Prevenção para 2021 já está disponível

O Ministério da Economia disponibiliza, a partir de hoje (30), o resultado do processamento do Fator Acidentário de Prevenção (FAP) em 2020, com vigência para o ano de 2021, e dos róis dos percentis de frequência, gravidade e custo, por Subclasse da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.3), calculados em 2020.

O objetivo do FAP é incentivar a melhoria das condições de saúde e segurança do trabalhador, estimulando as empresas a implementarem políticas mais efetivas de SST para reduzir o índice de acidente de trabalho. Como índice aplicado sobre a contribuição do nível de acidentes de trabalho ocorrido por um determinado período, quanto mais baixo o número de acidentes, menor será o FAP da empresa. 

O FAP atribuído às empresas poderá ser contestado junto ao Conselho de Recursos da Previdência Social da Secretaria de Previdência, exclusivamente por meio eletrônico, por meio de formulário disponibilizado nos sites da Previdência e da Receita Federal.

O resultado pode ser acessado pelos seguintes links: Previdência  e  Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (RFB).


Incerteza da economia cai pelo quinto mês consecutivo, diz FGV

O Indicador de Incerteza da Economia (IIE) brasileira, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), caiu 14,5 pontos em setembro e chegou a 145,8 pontos. É a quinta queda consecutiva. Ele apresentou fortes altas durante o início da pandemia de covid-19: 52 pontos em março e 43,4 em abril.

“O resultado reflete a constatação de um retorno sólido das atividades econômicas e a continuidade do movimento de relaxamento de medidas de isolamento social impostas pela pandemia de covid-19. Apesar da melhora no mês, o indicador ainda está 9 pontos acima do nível máximo anterior a pandemia, alcançado em setembro de 2015”, disse Anna Carolina Gouveia, economista da FGV.

Os dois componentes do indicador tiveram queda em setembro. O componente de Mídia, baseado na frequência de notícias com menção à incerteza na imprensa, recuou 13,5 pontos e chegou a 130 pontos.

Já o componente de Expectativas, baseado nas previsões dos analistas econômicos, caiu 12,6 pontos, indo para 190. Segundo a FGV, essa é a primeira vez que o indicador fica abaixo dos 200 pontos desde o início da pandemia.

Agência Brasil

Brasil precisará de 30 milhões de novas moradias até 2030, diz estudo

Residencial do Programa Casa Verde e Amarela no Rio de Janeiro: carência por moradias aumenta no Sudeste (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Um estudo inédito da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), divulgado ontem (29), revela que o déficit habitacional no Brasil caiu 1,5%, entre 2017 e 2019, passando de 7,91 milhões para 7,79 milhões de moradias. Segundo a entidade, a queda foi puxada pela redução de 9,3% no número de habitações precárias no país, que recuaram de 963 mil para 874 mil nos últimos dois anos.

“A queda reflete o efeito das políticas públicas para expansão popular no país, com foco na redução do déficit para família mais pobres”, afirma o presidente da Abrainc, Luiz Antonio França. “É importante que o Estado brasileiro tenha acesso a esse tipo de informação para tomar decisão de seguir subsidiando a construção de habitação popular no país”.

Carência de moradias no Sudeste

De acordo com o estudo, o Nordeste foi a região com a maior queda no déficit nos últimos 15 anos. Na região, ele passou de 2,8 milhões de moradias, em 2004, para 2,3 milhões em 2019. Enquanto isso, no Sudeste, a carência por moradias subiu de 2,9 milhões de unidades para 3,1 milhões no mesmo período.

Aluguel de baixa renda

A pesquisa mostra também um crescimento de 2% na categoria chamada “ônus excessivo com aluguel”, que mede a locação residencial por famílias com renda de até três salários mínimos e que comprometem mais de 30% dela em gastos com moradia. A modalidade representa 3,34 milhões de moradias do déficit habitacional do país em 2019, ante 3,27 milhões em 2017.

Expectativa para 2030

O estudo indica ainda uma demanda de 30,7 milhões de residências até 2030, considerando o crescimento médio de 3% na formação de novas famílias. As que têm renda entre três e dez salários mínimos precisarão de 14,4 milhões de residências, enquanto famílias com renda de até três salários mínimo irão demandar 13 milhões de novos domicílios. Por fim, as que têm renda de mais de dez salários precisarão de 3,3 milhões de habitações.

Exame Notícias

Congresso deve analisar 10 vetos presidenciais nesta quarta-feira

Três sessões do Congresso Nacional para análise de 10 vetos presidenciais foram convocadas para hoje (30). O primeiro item da pauta é o veto parcial 56/2019, que derrubou 24 dispositivos do chamado pacote anticrime (PL 6.341/2019 — Lei 13.964, de 2019). A primeira sessão começa às 10h no Plenário da Câmara dos Deputados. A sessão deliberativa remota no Senado está marcada para as 16h. Os deputados concluem a votação a partir das 19h.

A sessão originalmente convocada para a semana passada foi adiada para permitir a realização, no Senado, de sabatinas e votações de autoridades — acumuladas desde o início da pandemia de covid-19.

Entre os vetos do presidente da República que ainda aguardam análise dos congressistas estão o VET 13/2020 — Parcial, que atingiu 12 dispositivos da lei que amplia os beneficiários do auxílio emergencial (PL 873/2020 – Lei 13.998, de 2020); e o VET 14/2020 — Parcial, que cancelou 10 dispositivos do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, o Pronampe (PL 1.282/2020 — Lei 13.999, de 2020).

Outro item da pauta é o VET 26/2020, que prorroga a desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia até dezembro de 2021 (MP 936/2020 — Lei 14.020, de 2020).  Esse veto ainda não tinha acordo para votação na última sessão do Congresso em agosto.

Entre os vetos polêmicos, está ainda o que atingiu 18 dispositivos do novo Marco Legal do Saneamento Básico (VET 30/2020 – Parcial); e o veto total ao auxílio emergencial à mulher provedora de família monoparental (VET 35/2020).

Devem ser apreciados ainda sete dispositivos vetados por Jair Bolsonaro à redução excepcional das alíquotas das contribuições aos serviços sociais autônomos e ao Fundo de Desenvolvimento do Ensino Profissional Marítimo (VET 29/2020 — Parcial).

Os congressistas também devem analisar os vetos parciais às regras para distribuição de prêmios por concessionárias ou permissionárias de serviço de radiodifusão e pagamento do valor da outorga do serviço (VET 31/2020); autorização a terceiros, por meio de qualquer forma de declaração, para retirada de medicamentos durante a pandemia (VET 32/2020); à frequência em locais de atendimento à população de rua e suspensão da obrigatoriedade de metas e requisitos do Sistema Único de Assistência Social , o Suas (VET 33/2020); e à suspensão durante  a pandemia de efeitos decorrentes do não cumprimento de indicadores financeiros ou de desempenho em contratos (VET 34/2020).

Fonte: Agência Senado

STF julga hoje ação que tenta barrar privatização de refinarias da Petrobras. 

O Supremo Tribunal Federal (STF) julga nesta quarta-feira uma ação que busca impedir a venda de refinarias da Petrobras sem licitação ou aval do Congresso Nacional. Está em jogo o plano da estatal de privatizar oito unidades de refino, que integram uma lista de ativos para desinvestimento.

A Petrobras vem cortando investimentos e saindo de negócios de diferentes áreas, com o objetivo de reduzir sua dívida e focar esforços no pré-sal, que exige elevados aportes. A estratégia ganhou força com a pandemia, que derrubou o preço do petróleo, tornando o caixa da empresa ainda mais apertado. 

Até agora, três ministros do STF se manifestaram por meio do plenário virtual: Edson Fachin (relator), Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello. Todos se posicionaram a favor de conceder uma liminar para suspender as privatizações.

Mas o presidente do Supremo, o ministro Luiz Fux, suspendeu o plenário virtual na semana passada e decidiu retomar o julgamento no plenário físico, o vai acontecer hoje.

A tendência, segundo apuração do GLOBO, é que a Corte reafirme o entendimento fixado do ano passado pelo plenário, de que o aval do Congresso ou o processo de licitação são necessários apenas para a venda das “empresas-mãe” – no caso, a Petrobras.

O processo chegou à Corte em julho, quando Senado e Câmara pediram ao STF a concessão de uma cautelar para impedir a venda das refinarias da Petrobrás na Bahia (Landulfo Alves) e no Paraná (Presidente Getúlio Vargas).

Na ocasião, os parlamentares consideraram que a companhia estava burlando a legislação para repassar esses ativos à iniciativa privada sem aval do Legislativo. As duas refinarias são as que estão com o processo de venda mais avançado.

Além dessas duas, estão na lista de venda da Petrobras a Abreu e Lima, em Pernambuco; a Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul; a Gabriel Passos, em Minas Gerais; Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas; Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor), no Ceará; e a Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul, no Paraná.

Na pandemia, falta trabalho para 32,9 milhões de brasileiros, aponta IBGE

A crise no mercado de trabalho gerada pela pandemia agravou um problema antigo do mercado brasileiro: pouca oferta de vagas para uma demanda cada vez maior. Dados da Pnad Contínua, divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE, mostra que entre abril e julho faltou trabalho para 32,9 milhões de brasileiros. Trata-se do patamar mais alto da série, iniciada em 2012.

O pico ocorre num momento em que o desemprego também bate recorde. No trimestre encerrado em julho, a taxa de desemprego atingiu 13,8%. Cerca de 13,1 milhões de pessoas estão nessa situação.

É a maior taxa de desemprego desde o início da pesquisa, em 2012. Na comparação trimestral, a desocupação só não foi mais alta entre fevereiro e abril de 2017, auge da crise no mercado de trabalho, quando atingiu 13,6%.

A população ocupada encolheu 8,1% em 3 meses, recuando para 82 milhões, o menor contingente da série. O número representa uma redução de 7,2 milhões pessoas em relação ao último trimestre pré-pandemia e de 11,6 milhões na comparação anual.

O cálculo da falta de trabalho é feito a partir do que o instituto chama de subutilização. É o grupo que reúne que reúne os desempregados, os que trabalharam menos horas do que poderiam e os que estavam disponíveis para trabalhar mas não procuraravam uma vaga.

Entre os subutilizados, o número avançou 4,2 milhões comparado ao período anterior a pandemia. No trimestre encerrado em fevereiro, 28,7 milhões de pessoas, o equivalente a 25,6% da força de trabalho, estavam nesse grupo que almeja uma oportunidade. Nos três meses encerrados em julho, esse percentual atingiu 30,1%.

A demanda baixa da economia nesse período fez com que houvesse mais demanda do que oferta de postos. Com isso, a busca por emprego cresce em ritmo superior ao número de pessoas empregadas, levando ao aumento da taxa de desocupação.

A população ocupada recuou para 82 milhões, o menor contingente da série. São 7,2 milhões pessoas em relação ao último trimestre pré-pandemia. No entanto, pode indicar uma desaceleração da perda de empregos. Entre abril e junho, cerca de 9 milhões de pessoas saíram da ocupação

— O ritmo dessa perda parece ser menor do que aquele que ocorreu e vinha ocorrendo. Eu vinha mês a mês com perdas cada vez maiores, agora a perda cai para 7,2 milhões. Isso pode indicar um movimento de retorno de pessoas na ocupação — ressalta Adriana Beringuy, analista do IBGE.

Especialistas afirmam que o desemprego deverá continuar crescente nos próximos meses, diante da redução do efeito renda positivo associado ao auxílio emergencial e da continuidade do processo de melhora nos indicadores econômicos, com mais pessoas buscando uma vaga e saindo do desalento.

O desalento, composto pelo trabalhador que nem procurou vaga na semana, porque não achou que conseguiria bateu recorde, atingindo 5,8 milhões de pessoas.

Levantamento feito pelo economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores, mostra que há uma relação inversa entre taxa de desocupação e taxa de isolamento social. Ou seja, à medida que o indicador de distanciamento cai, o desemprego sobe.

A expectativa é que o pico de desemprego ocorra em meados em 2021, quando as medidas emergenciais forem completamente interrompidas.

Apesar de também avaliar o mercado de trabalho, a Pnad Contínua não é comparável com os dados da Pnad Covid, pesquisa semanal de emprego do IBGE. As metodologias das duas pesquisas são distintas.

Aprovação de primeira fase da reforma tributária pode simplificar sistema e receber apoio de estados

Enquanto governo e Congresso não chegam a um acordo sobre encaminhar a próxima fase da reforma tributária, o Ministério da Economia preparou um documento no qual aponta que o primeiro projeto encaminhado pelo governo — que consiste na unificação do PIS e da Cofins — já seria suficiente para reduzir a burocracia do sistema de impostos.

A nota técnica da Secretaria de Política Econômica (SPE), antecipada ao GLOBO, afirma que a criação da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), resultado dessa fusão poderia incentivar o apoio de estados e municípios à proposta. A inclusão de governos regionais é um dos pontos de entrave para a proposta.

“A adoção da CBS poderá mostrar aos Estados e Municípios os ganhos que um imposto sobre o valor agregado irá trazer para o país, o que pode angariar o apoio desses entes, em um curto espaço de tempo. A CBS é um primeiro e importante passo para o incremento da qualidade tributária do país”, diz o documento.

Em julho, o governo encaminhou um projeto para substituir o PIS e o Cofins pela Contribuição sobre a Movimentação de Bens e Serviços (CBS), mas o texto está parado na Câmara. As propostas em tramitação no Congresso defendem a criação de um imposto sobre valor agregado (IVA) mais amplo, que abrangeria também o ICMS (dos estados) e o ISS (dos municípios).

Um dos motivos para a falta de acordo é a proposta de governadores e prefeitos que defendem a criação de um fundo para compensar perdas de arrecadação nos anos de transição. O ministro da Economia, Paulo Guedes, já se manifestou contra à proposta várias vezes.

— Isso é uma proposta do Congresso, essa incorporação de ICMS, ISS, junto com o IVA. Como é uma proposta do Congresso, a gente não fez essa estimação (do impacto) conjunta.  Mas creio que dificilmente a gente perderia esses ganhos se a gente acoplasse outras medidas — afirma Fausto José Araújo Vieira, subsecretário de Política Macroeconômica.

Questionado, o técnico não comentou o andamento político da reforma tributária. Além da CBS, o governo negocia com o Congresso a criação de um imposto sobre transações para desonerar a folha de pagamento. Mas a medida foi adiada após reunião com líderes do governo.

A expectativa, agora, é que a próxima rodada de textos só seja enviada após as eleições municipais, marcadas para o fim de novembro.

Processos de PIS/Cofins são 36,6% de disputas judiciais

Segundo Vieira, a CBS é importante porque reduziria o chamado contencioso tributário. De acordo com a nota da SPE, as disputas relacionadas ao PIS/Cofins respondem por 36,6% dos processos na Justiça relacionados a impostos. Na avaliação da equipe econômica, esse é um indicador do tamanho da complexidade tributária atual.

— Isso tem um peso muito grande. A empresa deixa de focar em como fazer um produto melhor e mais eficiente, e passa a focar em onde vai fazer e que tipo de regime tributário vai escolher. Quando você propõe um imposto horizontal, você reduz significativamente esses riscos — afirma.

Apesar da promessa de simplificação, a unificação enfrenta resistência do setor de serviços, que teme acabar pagando mais impostos com o novo modelo.

O problema é que o novo tributo terá alíquota de 12%, com possibilidades de abatimento de insumos utilizados ao longo da cadeia de produção. Hoje, o PIS/Cofins tem vários modelos de tributação, inclusive um com alíquota de 3,65%, sem possibilidades de compensar os gastos com matéria-prima.

Esse último modelo é mais usado pelo setor de serviços, que avalia ter pouco o que compensar, já que seu principal custo é com mão de obra e não com materiais gastos para produzir bens, como ocorre na indústria.

A equipe econômica argumenta, no entanto, que a simplificação do sistema também beneficiaria o setor. Isso ocorreria, dizem os técnicos, porque os pagamentos de ICMS e ISS seriam excluídos da base de cálculo. Além disso, solicitar os créditos seria mais simples.

— O problema do sistema não-cumulativo atual hoje (no qual a alíquota é de 3,65%) é que ele restringe a compensação a créditos físicos e que estejam detalhados na legislação. Por isso que a gente acaba tendo muita judicialização. Na CBS, qualquer imposto que foi pago em atividades anteriores vai poder ser abatido, como energia elétrica, gastos com prestação de outros serviços. Embora a gente não tenha entrado na discussão setorial, para mim é muito claro que o setor de serviços também é beneficiado — afirma Vieira.

O Globo

Covid-19 e a aceleração das tendências da indústria da construção civil

Enquanto o processo pode parecer complexo, a base da inovação é simples: resolver problemas. Ao longo das últimas décadas, a indústria da construção vem sendo pressionada a se reinventar para oferecer soluções aos seus conhecidos problemas.

Impactos ambientais, falta de previsibilidade de custos e prazos em suas entregas, processos antiquados, manuais e utilização de intensa mão de obra não qualificada são alguns dos desafios dessa indústria tão importante para a economia e o desenvolvimento da sociedade. Agora, esse cenário também precisa lidar com as exigências da pandemia de covid-19.

Em todo o mundo, enfrentamos restrições de mobilidade e dificuldades para dar continuidade às atividades com grandes concentrações de pessoas, inclusive os tradicionais canteiros de obras e os escritórios.

Essa crise acelerou processos e transformações na construção civil. Há uma clara exigência pela digitalização, mas não apenas isso. Vivemos uma busca pela “antifragilidade”, isto é, a necessidade de soluções que garantam maior previsibilidade em toda cadeia, mais certeza de entrega e de cumprimento de custos e cronogramas.

Por isso, é válido ressaltar a necessidade de entendermos as inovações da construção civil como peças fundamentais para nossa vida, especialmente no atual momento. Pois, diante dos impactos do novo coronavírus, fica evidente que as tendências da construção civil passam pela necessidade de promover segurança em todas as suas etapas.

Um dos pilares das transformações na construção civil é a construção pré-fabricada. Em vez de dezenas de atividades sendo realizadas simultaneamente por muitos trabalhadores em um canteiro de obra, a construção pré-fabricada representa uma produção de forma industrial e controlada de partes das edificações. Logo, a utilização de pré-fabricados pode significar, em média, uma redução de 50% a 70% na duração de uma obra. As indústrias que produzem pré-fabricados oferecem um ambiente industrial muito mais controlado e seguro, tanto na prevenção de acidentes, quanto no desafio de reduzir as multidões nos canteiros de obra.

A pré-fabricação é ainda uma das técnicas que traz controle e grande redução na geração de resíduos, além de permitir o uso de estruturas mistas, que unem o melhor de cada material e levam ao cliente final ganhos ainda maiores de performance e sustentabilidade.

Os “wearables” – dispositivos vestíveis – também podem trazer um grande avanço à construção civil, seja por aumentar a segurança do trabalho, seja para a geração de dados na busca de mais eficiência, como capacetes smart que permitem monitoramento de condições de saúde do trabalhador e de seu geoposicionamento, bem como óculos e roupas inteligentes que ajudam em diversas etapas do processo, trazendo dados importantes e mais segurança a todos.

O desenvolvimento de impressoras 3D de concreto para a produção de partes, ou até mesmo de toda a edificação, vem sendo testado projetos mundo afora. O uso ainda não está em larga escala, mas já podemos dizer que, ao lado da prefabricação, a impressão 3D tem tudo para acelerar e aumentar a eficiência na construção.

Investimentos em automação e robotização podem trazer velocidade e solução para tarefas repetitivas e complexas. A evolução dos processos que podem ser industrializados e automatizados na construção civil é um caminho natural para a atual dependência da mão de obra não qualificada do setor. A combinação dessa digitalização com a prefabricação tem se mostrado muito eficiente para integrar toda a cadeia do fornecedor ao cliente final, de uma forma muito mais colaborativa e racional.

Uma grande tendência nesse sentido são plataformas BIM (Building Information Modeling, ou Modelagem da Informação de Construção), que integram de forma colaborativa o projeto, a fabricação de peças, o orçamento, a montagem e todo o orçamento e gerenciamento dessa obra, em tempo real.

Outras inovações e tendências que já estamos observando na construção são os edifícios e materiais sustentáveis e inteligentes. Desde o projeto, passando pela execução e a manutenção, a construção busca evoluir seus edifícios para um menor consumo de recursos naturais, incluindo aqui a questão de gestão energética, desde a geração de energia limpa até o menor consumo.

O desenvolvimento contínuo de novas técnicas industriais e digitais para a construção tem trazido um ganho importante de competitividade ao setor da construção, o que permite oferecer moradias mais dignas à população mais necessitada economicamente, demonstrando como eficiência é igual a acesso social.

Muitas ferramentas digitais têm contribuído em várias etapas desse processo, desde o gerenciamento digital da logística, até a utilização de drones de monitoramento de áreas, processos, evoluções da obra etc. Por exemplo, podemos falar de instrumentos de realidade aumentada, como para a venda de um imóvel ou para a melhor visualização de detalhes em uma fábrica. Já smart sensors podem ser utilizados nas peças de concreto pré-fabricado para oferecer dados de movimento das estruturas por vibração das torcidas em um estádio, assim como ajudar a gerenciar a malhar de uma ferrovia.

Um dos principais desafios da indústria da construção nesse processo de transformação é conectar todas essas tendências de forma que volte a ser atrativa aos jovens trabalhadores. Hoje, com seu perfil repetitivo e sem especialização, a construção tradicional perdeu muito da atratividade que tinha há 20 ou 30 anos. Por isso, é preciso inovar para atrair talentos que ajudarão nessa transformação.

Tudo que favorece a experiência humana entra na evolução da construção civil. Aqui, falo da integração entre design e arquitetura com o objetivo de eficiência no uso das edificações e das cidades. Isso vai desde o design eficiente de uma maçaneta até o conceito cada vez mais explorado de smart cities, de cidades inteligentes, conectadas e sustentáveis. A revolução tecnológica não pode esquecer o fator humano, de experiência.

Tudo o que falei nesse artigo sobre tendências para a construção civil volta à minha primeira frase: a base da inovação é resolver problemas. Hoje, temos diversos problemas a serem enfrentados nas grandes cidades, a começar pelo mais emergencial, a covid-19. Por isso, considero tão relevante falarmos dessas tendências. Se para muitas empresas pareciam distantes, em um cenário de pandemia, elas podem ser ponto base dentro de suas reflexões e planos para a nova realidade.

As crises são momentos catalisadores de mudanças e vejo isso ganhando força também na indústria da construção. A combinação da digitalização em diversas escalas, a utilização eficiente de processos e tecnologias, o uso mais eficiente de materiais e recursos e um forte viés sustentável e social parecem ser a bola da vez para as empresas e líderes que estão puxando a fila dessa transformação sem volta.

Por Marcelo Miranda, CEO da Consolis Tecnyconta, para o portal Polinize

Juntos Somos Mais adquire gaúcha Triider

A Juntos Somos Mais, startup lançada há menos de 2 anos e que tem como acionistas Votorantim Cimentos, Gerdau e Tigre, anuncia a sua primeira aquisição. A plataforma gaúcha Triider, marketplace de serviços que conecta clientes com profissionais qualificados do mercado da construção civil, agora faz parte do rol de negócios da empresa.

No Brasil, o varejo de construção movimenta aproximadamente R$ 225 bilhões ao ano com 136 mil lojas e 4,6 milhões de profissionais de obra. A Juntos Somos Mais tem o propósito de fortalecer o varejo da construção e transformar a vida dos profissionais do setor. Para fazer frente a esse propósito, a empresa desenvolveu o maior ecossistema do setor com mais de 20 indústrias da construção e empresas de serviços e 500 mil membros – lojistas, vendedores e profissionais de obra.

Por meio desse ecossistema, proprietários de lojas têm acesso a produtos e serviços que os ajudam a ampliar vendas e melhorar a gestão das lojas. Profissionais de obra conseguem realizar capacitações e obter ferramentas que ajudam na sua profissionalização. A aquisição da Triider complementa esse ecossistema endereçando o maior desafio dos profissionais do setor: conseguir trabalho.

A Triider, marketplace de serviços, usa tecnologia para estreitar o gap entre profissionais de obra e serviços fazendo esse match de forma digitalizada e acompanhando o processo de ponta a ponta. “Ficamos impressionados com o time e com a solução tecnológica da Triider – trazendo muito valor para consumidores finais e profissionais de obra”, afirma o CEO da Juntos Somos Mais, Antonio Serrano, que acrescenta: “a Triider complementa nossa oferta de valor para o profissional de obra e aproxima o ecossistema da Juntos Somos Mais do consumidor que constrói ou reforma”.

A transação foi finalizada no último dia 17 de setembro e não teve seu valor revelado, mas prevê investimentos para aceleração exponencial. “O negócio com a Juntos Somos Mais permitirá que a Triider lance novos serviços e acelere seu crescimento pelo Brasil; essa transação chancela o grande trabalho realizado pela equipe desde a nossa fundação em 2016, oferecendo cada vez mais opções para que brasileiros tenham uma melhor experiência ao fazer manutenções e reformar suas casas”, explica o CEO e fundador da Triider, Juliano Murlick. A Juntos Somos Mais planeja investir do seu caixa mais de R$ 50 milhões nos próximos 2 anos e parte significativa desse valor será aplicado na Triider para que se torne o maior marketplace de serviços para construção do país.

Planos robustos – Assim, é inaugurada uma importante etapa da história da Juntos Somos Mais, que cresce de forma acelerada e sustentável. Os planos da empresa são robustos: transformar a experiência de construir combinando varejistas e profissionais com tecnologia. “Há alguns pontos do nosso ecossistema que estamos desenvolvendo internamente e outros que buscamos novas aquisições e parcerias”. Para acelerar, a empresa prevê levantar até R$ 300 milhões em investimentos vindos de fundos de private equity.

Atualmente, as receitas da empresa vêm do programa de fidelidade Juntos Somos +, criado em 2014 na Votorantim Cimentos, e também da Loja Virtual, o maior marketplace B2B do setor. Principal canal de vendas digital entre indústria e varejo com mais de 17 mil lojistas cadastrados, a plataforma transaciona mais de R$ 6,5 bilhões anualmente, realizando mais de 100 mil vendas on-line mensalmente e comprovando a relevância da digitalização do setor.

Nascida dentro de empresas que acumulam 300 anos de experiência e são reconhecidas como marcas tradicionais, a startup Juntos Somos Mais adota uma cultura ágil com um propósito bem definido e estrutura de squads. A aquisição da Triider reforça essa cultura de empreendedorismo e representa mais um passo na jornada de reinvenção do varejo da construção civil.

Diário do Comércio



Fundador da imobiliária Fernandez Mera morre em São Paulo

Elbio Fernandez Mera, sócio-fundador da imobiliária Fernandez Mera, morreu aos 77 anos, na última segunda-feira, 28, após ter dado entrada no hospital Sírio Libanês há cerca de 20 dias por causa do novo coronavírus. As informações foram confirmadas pela gerência de marketing da imobiliária.

Fundada em 1983, a Fernandez Mera foi criada originalmente para vender imóveis residenciais de alto padrão. Ao longo dos anos, a imobiliária ampliou a atuação para outros segmentos do mercado. No início de 2010, Elbio passou a presidência para o filho Gonzalo Fernandez.

“Inesquecível a alegria dele de viver. Infelizmente perdemos um ser muito especial”, disse o publicitário Pedro Cesarino, que está à frente da agência Publicidade Archote, especializada no ramo imobiliário.

O Secovi-SP divulgou uma nota lamentando a morte do “grande entusiasta” do mercado imobiliário. “Descrever a contribuição deste entusiasta para o setor imobiliário é fácil. Basta lembrar de suas magníficas campanhas e iniciativas empreendedoras que fizeram nascer Tamboré, para citar apenas um exemplo. Também não é complicado recordar sua permanente contribuição ao Secovi-SP e à Fiabci-Brasil (Federação Internacional Imobiliária), com ideias como salão do imóvel, Prêmio Master, Rede Imobiliária, enfim, coisas que saíram de uma cabeça efervescente, incapaz de parar de criar.”

“Difícil, porém, é colocar em palavras o significado desse grande ser humano para nós, como pessoas”, disse o Secovi.