Prefeitura do Rio inaugura programa Casa Carioca no Morro da Providência

A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Ação Comunitária, lançou o projeto Casa Carioca, no Morro da Providência. Parte integrante do programa Favela com Dignidade – que reúne secretarias e órgãos municipais para levar serviços públicos essenciais aos moradores de favelas e comunidades – o Casa Carioca vai beneficiar 300 moradias na primeira favela do Brasil. Nesta fase inicial do projeto, vão receber melhorias três mil casas em cinco complexos: Penha, Alemão, Maré, Vila Kennedy e Jacarezinho, além do Morro da Providência. A Prefeitura vai investir cerca de R$ 63 milhões somente este ano. Até 2024, serão contempladas 21.285 habitações em favelas e comunidades.

–  Temos que tratar as pessoas com dignidade. Precisamos dar as condições básicas para que possam viver em um ambiente com o mínimo de asseio, com o banheiro separado da cozinha e do quarto. Esse programa faz um levantamento das famílias que mais necessitam e, a partir daí, fazemos as obras de melhorias nas casas delas – afirmou o prefeito Eduardo Paes.

Na Providência, 120 habitações serão requalificadas até o final deste ano e mais 180 até 2024. O Casa Carioca tem por finalidade melhorar as moradias que atualmente oferecem riscos à saúde e à mobilidade. Abertura de janelas para maior circulação de ar, instalações sanitárias, troca de telhados e adaptações para acessibilidade são alguns exemplos de melhorias que vão impactar diretamente na qualidade de vida das pessoas portadoras ou não de deficiência que moram em comunidades.

–  O Casa Carioca veio para melhorar a qualidade de vida das pessoas que moram em comunidades e favelas. É desumano verificar algumas casas sem porta, janela ou mesmo um vaso sanitário adequado. Esse projeto vai devolver a dignidade a essas famílias, requalificando as suas moradias – disse a secretária de Ação Comunitária, Marli Peçanha.

As primeiras 120 famílias da Providência foram visitadas por assistentes sociais e suas residências vistoriadas por arquitetos, técnicos em edificações e engenheiros contratados pela Secretaria de Ação Comunitária. Os critérios de elegibilidade são: famílias com renda mensal de até três salários-mínimos e cadastradas no CadÚnico; residentes no município há pelo menos três anos; e que possuam um único imóvel.

Já as prioridades são: famílias com mulheres como chefes; com idosos; com pessoas com deficiência; com portadores de doenças graves; e com maior número de dependentes.

Uma das moradoras beneficiadas com o programa, Luana de Souza Vilarinho, de 32 anos, vive no Morro da Providência desde que nasceu. Desempregada, ela conta que sua casa está em condições precárias, tendo ainda que dividir os dois pequenos cômodos com os quatro filhos.

– Esse programa vai ser muito importante para mim e meus filhos. Quem esteve na minha casa viu que o teto está quase caindo e que não temos condições dignas de moradia. Temos que usar um banheiro comunitário e a cozinha fica na área externa.

Portal da Prefeitura do Rio

BR Properties aprova redução de capital no valor de R$ 1,125 bilhão

A BR Properties (BRPR3) informou nesta sexta-feira (29) a redução do capital social da companhia no valor bruto de R$ 1,125 bilhão, mediante a restituição aos acionistas em dinheiro foi aprovada pela assembleia geral extraordinária realizada em 28 de julho de 2022 (AGE), por unanimidade.

A redução de capital corresponde a aproximadamente R$ 2,423298 por ação, considerando um total de 464.243.333 ações ordinárias (ex-tesouraria), valor que poderá ser ajustado até a data em que a redução de capital se tornar eficaz, conforme a quantidade de ações em circulação em tal data.

Em 20 de julho, a BR Properties (BRPR3) concluiu a venda de ativos ao grupo Brookfield, por R$ 5,92 bilhões, operação anunciada em maio.

Os ativos alvos da transação foram Edifício Glória, Edifício Manchete, Edifício Ventura, Edifício Palácio da Agricultura, Edifício Panamérica Green Park, Edifício Panamérica Park, da Torre A–TNU, Parque da Cidade, Edifício Centenário , Edifício Plaza Centenário e Edifício Alphaville, que foram celebradas como único negócio jurídico indivisível. Na perspectiva da companhia, as promessas das vendas do Imóvel JK (Operação 2) e do Conjunto 34 Jatobá (Operação 3) são negócios distintos e apartados da operação 1.

Segundo comunicado, a operação se tornará eficaz após o prazo legal de 60 dias para oposição de credores, nos termos do art. 174 da Lei nº 6.404/76, contado a partir da data de publicação da ata da AGE.

A publicação está programada para ser realizada em 30 de julho de 2022.

Os acionistas da BR Properties na data base de 28 de setembro de 2022 terão direito ao recebimento da restituição de capital, considerando a publicação da ata da AGE em 30 de julho de 2022 e desde que a redução de capital se torne efetiva sem oposição de credores. Nesse caso, as ações de emissão da companhia passarão a ser negociadas ex-direitos da restituição de capital a partir de 29 de setembro de 2022.

InfoMoney

Desemprego recua para 9,3% e atinge 10,1 milhões no Brasil

A taxa de desemprego no Brasil recuou para 9,3% no segundo trimestre de 2022, informou nesta sexta-feira (29) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É o menor patamar para o período desde 2015 (8,4%), quando a economia atravessava recessão.

O resultado veio em linha com as projeções do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam 9,3% na mediana.

A taxa estava em 11,1% no primeiro trimestre, período mais recente da série comparável. No trimestre móvel de março a maio deste ano, o indicador já havia ficado abaixo de 10%, estimado em 9,8%.

O número de desempregados, por sua vez, recuou para 10,1 ​milhões no segundo trimestre. O contingente estava em 11,9 milhões nos três meses iniciais de 2022.

“A retração da taxa de desocupação no segundo trimestre segue movimento já observado em outros anos. Em 2022, contudo, a queda mais acentuada dessa taxa foi provocada pelo avanço significativo da população ocupada em relação ao primeiro trimestre”, afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE.

Pelas estatísticas oficiais, a população desempregada reúne quem está sem trabalho e segue à procura de novas vagas. Quem não tem emprego e não está buscando oportunidades não entra nesse cálculo.

Os dados divulgados pelo IBGE integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). O levantamento retrata tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal. Ou seja, são avaliados desde empregos com carteira assinada e CNPJ até os populares bicos.

​POPULAÇÃO INFORMAL BATE RECORDE

O número de trabalhadores informais, estimado em 39,3 milhões, também foi o maior da série histórica –os registros desse indicador começaram no quarto trimestre de 2015.

Na comparação com o trimestre anterior, houve um crescimento de 2,8%, o que representa mais 1,1 milhão de pessoas. Fazem parte dessa população os trabalhadores sem carteira assinada, empregadores e conta própria sem CNPJ, além de trabalhadores familiares auxiliares.

“Houve a retomada do crescimento do número de trabalhadores por conta própria sem CNPJ, que havia caído no primeiro trimestre. Além disso, outras categorias principais da informalidade, que são os empregados sem carteira no setor privado e os trabalhadores domésticos sem carteira, continuaram aumentando”, apontou Beringuy.

No mercado de trabalho formal, o maior crescimento em termos absolutos foi dos empregados com carteira assinada no setor privado. A categoria subiu 2,6% no trimestre, um acréscimo de 908 mil pessoas. No ano, o aumento foi de 3,7 milhões de trabalhadores (11,5%).

Após o baque gerado pela pandemia, o mercado de trabalho tenta se recuperar no Brasil. Segundo a Pnad, o número de desocupados chegou a romper a faixa dos 15 milhões no começo de 2021, sob efeito da crise sanitária.

Com a derrubada de restrições e a reabertura da economia, houve um processo de retorno ao trabalho, e o desemprego passou a ceder.

A criação de vagas, contudo, foi marcada pelo tombo na renda média dos trabalhadores. A disparada da inflação é apontada como uma das questões responsáveis pelos salários mais enxutos.

Conforme analistas, a recuperação do emprego encontra riscos no cenário dos próximos meses. Inflação ainda elevada, juros maiores e incertezas da corrida eleitoral ameaçam afetar a atividade econômica no segundo semestre e, consequentemente, a geração de postos de trabalho.

Pressionado, o governo Jair Bolsonaro (PL) tenta estimular a economia por meio da liberação de recursos adicionais às vésperas das eleições.

Folha de SP

Renda média do trabalhador cai 5,1% no 2º trimestre, diz IBGE

A renda média dos trabalhadores recuou 5,1% no segundo trimestre deste ano, frente a igual período de 2021, para R$ 2.652, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A diferença equivale a R$ 142. O rendimento médio real habitual dos trabalhadores considera a soma de todos os trabalhos.

Na comparação com o primeiro trimestre, houve alta de 1% (R$ 27). Nessa base de comparação, no entanto, o dado é classificado como estabilidade pelo IBGE, por estar dentro da margem de erro da pesquisa.

Já a massa de rendimentos real habitualmente recebida por pessoas ocupadas (em todos os trabalhos) foi de R$ 255,707 bilhões no segundo trimestre de 2022. O número aponta aumento de 4,4% (R$ 10,832 bilhão) em relação ao primeiro trimestre. Frente ao segundo trimestre de 2021, há ganho de 4,8% (R$ 11,664 bilhões).

Valor Investe

Leilão de imóveis do Bradesco tem lance inicial a partir de R$ 16 mil

O banco Bradesco em parceria com a Mega Leilões realizará um leilão de imóveis residenciais e comerciais localizados em 11 estados brasileiros. O evento online  acontece na sexta-feira, dia 29 de julho, às 14h.

Dos 22 imóveis disponíveis no leilão, 18 são residenciais, com lances mínimos de menor valor a partir de R$ 16 mil e de maior valor a R$ 665 mil. Os imóveis estão localizados nos estados da Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pará, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo.

Um dos destaques é um apartamento no Condomínio Landscape By Helbor, no bairro de Socorro, em Mogi das Cruzes (SP), com mais ou menos 190m² de área construída e lance inicial de R$674 mil. Outra oportunidade é uma casa localizada na região central de Registro, interior de São Paulo, com cerca de 114m² de área de construção e lance inicial de R$128 mil.

Os lances do leilão podem ser pagos em até 48 parcelas com sinal de 30% para imóveis com valor superior a R$100 mil, e em até 12 parcelas + sinal de 25% para os imóveis de outros valores. O Bradesco aceita pagamento dos lances à vista e oferece desconto de 10%.

Para participar dos leilões on-line é necessário fazer um cadastro no site da Mega Leilões, ler atentamente a descrição do lote desejado, o edital e se habilitar para o respectivo leilão.

Exame

Excesso de burocracia pesa em 12% no custo final do imóvel

Durante o painel “Simplificação na construção civil”, mediado pela gerente da Unidade de Políticas Públicas e Relações Institucionais, Sebrae-SP, Beatriz Gusmão, Martins se baseou no trabalho O Custo da Burocracia no Imóvel, desenvolvido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) em 2015 junto às principais empresas do setor no país.

De acordo com a pesquisa, os principais gargalos identificados pelas empresas estão ligados ao terreno e ao licenciamento para todos os tipos de empreendimento.

“Em relação ao terreno, o excesso de burocracia é ainda pior acerca do plano diretor, do zoneamento e do problema com concessionária de água e esgoto”, destacou o presidente da CBIC.

Martins destacou que, ao analisar o estudo, percebeu-se que as principais causas desses gargalos estavam nas prefeituras e nos cartórios.

“Me deixou muito feliz a recente aprovação da MP dos Cartórios, com o grande ganho do Registro Eletrônico”, salientou, mencionando o trabalho do setor e do governo para melhorar também a questão do poder municipal.

Na avaliação do representante do setor da construção, “simplificar na construção requer redução dos custos burocráticos e segurança jurídica”. O dirigente reforçou a importância da disseminação das boas práticas e da definição de um modelo de digitalização e unificação dos processos de licenciamento de registros de propriedade.

Como solução para a ineficiência regulatória nacional, que indica que o Brasil gasta R$ 200 bilhões a mais do que um pais da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apenas com o excesso de regulação, o assessor chefe de Ambiente de Negócios do Ministério da Economia, Willian Marchesi, informou que o governo estuda o Licenciamento Urbanístico Integrado (Murim), “é um sistema único que estabelece os parâmetros de baixo risco que permite o licenciamento automático”, disse.

Monitor Mercantil

Startup Tul, a ‘Amazon dos materiais de construção’, inicia operações no Brasil

A startup colombiana Tul iniciou suas operações no Brasil. Lançada em março de 2020, a Tul chega ao Brasil após um aporte de 181 milhões de dólares em uma rodada série B liderada pela empresa de capital de risco 8VC, e com participação da Avenir Growth Capital, sediada em Nova York.

Com o objetivo de transformar o setor da construção por meio da tecnologia e inovação, a startup deverá conectar grandes indústrias diretamente a lojistas de todo o Brasil. Atualmente, a startup conta com mais de 90 parceiros no segmento.

Somos uma empresa de tecnologia que conecta as principais marcas da indústria da construção com o pequeno lojista deste segmento por meio do nosso aplicativo”, diz Bruno Raposo, gerente responsável pela operação da Tul no Brasil.

A Tul quer ser a “Amazon para pequenos varejistas de material de construção”. Diferente dos tradicionais players do mercado, a startup faz entrega 24 horas direta do lojista ao cliente, sem pedido mínimo, além de ter um catálogo virtual com os principais produtos de diversas categorias da construção.

Com mais de 30 mil lojas cadastradas na Colômbia e México, a empresa inicia suas operações no Brasil na zona leste de São Paulo, com previsão de ampliação para atuação em toda a região metropolitana da cidade.

“Até o final do ano, a expectativa é atender todos os lojistas de materiais de construção da Grande São Paulo. Nosso grande plano para o futuro é ter uma cobertura nacional”, diz Raposo.

A tecnologia utilizada pela Tul também possibilita um acesso mais simples e prático ao estoque e aos serviços e produtos de valor agregado para pequenas lojas de materiais de construção.

“Por meio da digitalização, a Tul quer incentivar o comércio local e fortalecer as comunidades que já atende, oferecendo a possibilidade de abastecimento de forma simples, sem burocracias e melhorando a forma como o pequeno lojista administra seu negócio”, explica Raposo.

Exame

Descarbonização mobiliza setor de construção do país

A necessidade de diminuir as emissões de carbono da construção civil tem mobilizado entidades de classe, iniciativa privada e representantes do poder público do país. Encontros realizados pela Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), pelo Sindicato da Construção Civil (Sinducon-SP) e pelo Sindicatoda Habitação (Secovi-SP) junto a seus associados têm buscado debater propostas de ação e alinhar metas que viabilizem um cenário de carbono zero no setor até 2050.

Levantamentos recentes da Agência Internacional de Energia (IEA) colocam a construção civil mundial como responsável direta e indireta por 39% dos gases do efeito estufa liberados na atmosfera. Cerca de 11% desse volume estaria ligado à cadeia produtiva de aço e cimento. O restante refere-se à produção de energia para manter os edifício sem funcionamento.

Como impacto no setor de real estate, empreendimentos que não contemplam ações para reduzir a pegada de carbono desde a fase construtiva tendem a perder valor de mercado — o que afasta clientes potenciais. A constatação é comprovada na pesquisa da Johnson’s Controls, especializada em edificações sustentáveis, realizada no final de 2021, que ouviu 2,3 mil executivos de 19 setores distintos em mais de 25 países.

Segundo o estudo, 72% dos líderes empresariais consideram prioridade investir na área de sustentabilidade de suas companhias nos próximos dois anos. Fica claro que todo esse esforço incluirá a opção por escritórios, galpões e unidades fabris de baixo carbono. No Brasil, reuniões setoriais têm sido organizadas com o objetivo de estimular incorporadoras e empresas da cadeia a produzir inventários de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e gerar ações efetivas que colaborem para as metas de redução.

Em 2020, por exemplo, o Sinduscon-SP, em parceria com a empresa alemã Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), lançou o CE Carbon: uma ferramenta gratuita que calcula o consumo energético e as emissões de carbono dos materiais usados na construção civil.

Para o vice-presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes, são iniciativas necessárias para ampliar a conscientização dos setores público e privado quanto a soluções construtivas mais sustentáveis. “Se as áreas do mercado imobiliário trabalharem conjuntamente, será possível zerar as emissões de carbono ou algo muito perto disso”, acredita.

As empresas certificadoras também têm papel importante nesse processo. “Na França, as certificações verdes provocaram mais engajamento do setor e, gradativamente, subiram a régua da lei, levando a padrões de exigências mais altos”, afirma Ana Rocha Melhado, presidente da proActive, especializada em consultoria ESG para a construção civil.

Ana reforça que as metas de carbono zero carecem de apoio governamental, “porque a indústria da construção civil não pode arcar com todos os investimentos para a criação de uma infraestrutura de energias renováveis” que atenda ao setor. Como solução, ela aponta incentivos em impostos para construções verdes, como houve para linha branca de eletrodomésticos.

PAPEL DO ESTADO

O subsecretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Eduardo Trani, concorda que o setor imobiliário não consegue resolver sozinho uma questão tão complexa. “O estado pode criar políticas de descarbonização para mudar a transição energética”, afirma o subsecretário, que também é coordenador do Plano de Ação Climática Net Zero 2050.

Lançado pela Secretaria de Infraestrutura e do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, em 2021, o plano terá cinco eixos: eletrificação acelerada; combustíveis avançados; eficiência sistêmica; resiliência e soluções baseadas na natureza; e finanças verdes e inovação. “O primeiro grande objetivo é atingir o urbanismo sustentável, em parceria com o setor privado”,afirma Trani.

Em junho deste ano, o governo paulista lançou o Limpa-Entulho, uma usina móvel capaz de triturar entre 80 e cem toneladas de resíduos de construção por hora. Cada unidade custa R$ 3,2 milhões. O investimento público para atender 27 consórcios de municípios deverá chegar a R$ 87 milhões.

Outras ações implantadas são a adesão ao Procel, para melhorar a eficiência energética dos prédios públicos, e uma parceria com a companhia de energia para modernizar a iluminação dos hospitais do estado.

Valor Econômico

O chamado ‘home equity’ ganha popularidade no país

A modalidade de crédito com garantia do imóvel, conhecida como home equity, está em plena expansão no país. Segundo dados da Abecip, o valor das concessões teve um crescimento acumulado de mais de 80% nos últimos quatro anos — e continua com excelentes perspectivas, principalmente se comparado ao desempenho do mercado norte-americano, que movimenta cerca de US$ 4 trilhões, enquanto o volume anual brasileiro fica em torno de US$ 14 bilhões.

Um importante impulso para esse segmento foi obtido com a aprovação em junho, na Câmara dos Deputados, do projeto de lei que permite o uso do imóvel da família como garantia para obtenção de crédito financeiro. Se o texto for aprovado pelo Senado e sancionado pelo presidente, o país terá um novo marco que vai facilitar o uso das garantias de crédito, reduzir custos e juros de financiamentos e aumentar a concorrência.

“O projeto é importante do ponto de vista do aumento das garantias, pois vai tornar as regras similares às do mercado americano. Lá, o mesmo imóvel pode garantir dívidas distintas e de múltiplos credores”, avalia Daniel Caldeira, sócio-fundador da Mogno Capital. Essa modalidade de crédito conta com a garantia de um ativo imobiliário, que, na maioria das vezes, fica à disposição do credor pelo instrumento de alienação fiduciária.

Para a diretora da GEO Big Data, Rossana Costa, essa perspectiva de crescimento do home equity é importante para o desenvolvimento do mercado imobiliário, porque pode contribuir para uma injeção significativa de recursos na economia e, ao mesmo tempo, fortalecer os fundos de investimento imobiliário no mercado de capitais.

“Quando observamos os números do ano passado, fica evidente que houve a estruturação de mais de 560 novos fundos e um crescimento de 100% nas ofertas públicas registradas”, diz ela.

A executiva argumenta ainda que, em todos os países desenvolvidos com economia madura, o mercado imobiliário desempenha um papel fundamental. “No Brasil, a participação do crédito imobiliário no PIB ainda está aquém do seu potencial. No entanto, o país tem capacidade para mudar esse cenário e inclusive aponta mudanças nesse sentido à medida que home equity ganha relevância.”

No ano passado, o valor em-prestado na modalidade foi de R$ 5, 4 bilhões, de acordo com dados da Abecip, volume que não chega a 0,1% do PIB, que foi de R$ 8,7 trilhões, segundo o IBGE. Estudos realizados pelo Banco Central indicam que essa participação poderá chegar a 20% nas próximas duas décadas.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, inclusive, vem afirmando a intenção da instituição de “avançar em mudanças que permitam o desenvolvimento pleno do mercado de capitais brasileiro”. Especialistas aplaudem a proposta, lembrando que é por meio do mercado de capitais que o setor imobiliário garantirá uma fonte inesgotável de recursos, ao contrário da realidade de funding via FGTS ou empréstimos com base na caderneta de poupança.

MOMENTO DISRUPTIVO

Na opinião de especialistas do mercado, duas crenças contribuem para que o desenvolvimento do home equityno Brasil ainda esteja longe de seu potencial: “tomar crédito é ruim” e “é perigoso usar o imóvel como garantia”. “O brasileiro utiliza linhas de crédito caríssimas, como cheque especial e cartão de crédito, mas reluta muito em colocar o imóvel como garantia, o que deixaria a vida financeira dele muito mais saudável”, analisa Gabriel Zamora, executivo de Capital Markets.

Para Rossana Costa, o momento é disruptivo, e uma série de fatores vem contribuindo para a expansão do mercado de home equity, como a própria conjuntura econômica. “As transformações que vêm acontecendo na economia brasileira afetam diretamente os investimentos e a tomada de crédito. Com o mercado imobiliário aquecido, as construtoras veem a demanda crescer. E o home equity é uma fonte de funding muito interessante para elas”, pondera.

Para a executiva, o aumento da digitalização dos processos no mercado de crédito também é um importante componente na expansão do produto home equity. “Estão surgindo novos players, e eles estão redesenhando a jornada do consumidor e reduzindo a burocracia para o acesso ao crédito, além de distribuir produtos de forma totalmente digital”, afirma. Ela destaca ainda os esforços que os órgãos reguladores vêm despendendo para regular e fomentar as operações de home equity no país, com uma coordenação mais efetiva entre Banco Central, Ministério da Economia, Comissão de Valores Mobiliários e Superintendência de Seguros Privados.

Valor Econômico, caderno Imóveis de Valor

São Paulo possui quase meio milhão de imóveis financiados pelo Casa Verde e Amarela

Os dados são do Ministério do Desenvolvimento Regional, responsável pela coordenação do programa habitacional. No Brasil, 1.411.768 famílias contaram com o crédito imobiliário para conquistarem a casa própria.

A Região Sudeste ocupa a primeira colocação no ranking nacional do Casa Verde e Amarela. A soma dos quatro estados integrantes: Espírito Santo; Minas Gerais; Rio de Janeiro; e São Paulo, alcança 658.916 concessões de créditos nestes três anos.

O Rio de Janeiro figura como o terceiro da região a mais abrigar moradias subsidiadas pelo Casa Verde e Amarela, com 74.834 unidades. Em seguida, Espírito Santo ocupa a última posição do Sudeste, onde 11.690 imóveis foram adquiridos com base nos créditos do programa.

A regularização fundiária é uma das prioridades do programa, que atende a dois públicos: urbano e rural. Eles são estratificados de acordo com a faixa salarial, partindo de uma renda de R$ 2.400 por mês a R$ 8 mil no caso de financiamentos urbanos; e R$ 29 mil anuais a R$ 96 mil anuais para o financiamento rural.

PÚBLICO-ALVO

O financiamento imobiliário para regiões urbanas atende a três perfis financeiros: Urbano 1 – renda mensal até R$ 2.400 mil; Urbano 2 – renda de R$ 2.400,01 a R$ 4.400 mil; e Urbano 3 — renda entre R$ 4.400,01 e R$ 8 mil.

O público que tem interesse em adquirir um imóvel rural também está inserido em três grupos: Rural 1 – renda bruta familiar anual até R$ 29 mil; Rural 2 – renda anual entre R$ 29.000,01 e R$ 52.800,00 mil; e Rural 3 – renda familiar anual entre R$ 52.800,01 até R$ 96 mil.

As famílias em situação de risco e vulnerabilidade, aquelas comandadas por mulheres e as integradas por pessoas com deficiência, idosos, crianças e adolescentes terão prioridade sobre as demais categorias para acessar o programa.

FINANCIAMENTO

As famílias interessadas devem procurar diretamente as construtoras credenciadas e os bancos operadores para solicitar o financiamento imobiliário por meio do Programa Casa Verde e Amarela.

O cálculo dos juros leva em consideração a faixa de renda do beneficiário e a localização do imóvel, variando entre estes dois fatores.

Por exemplo, pessoas das regiões Norte e Nordeste que sejam cotistas do FGTS contam com taxa de juros de 4,25%. Para as demais regiões, aplica-se a este mesmo público-alvo juros de 4,5%.

Jornal do ABC