Inteligência Artificial já é realidade no mercado imobiliário e no-code deve ser a próxima revolução

A essa altura, você certamente já ouviu falar do ChatGPT – a inteligência artificial (IA) da empresa OpenIA, que responde a perguntas feitas pelos usuários com textos elaborados a partir de varreduras em dados online. A ferramenta e suas possíveis aplicações são o assunto do momento, assim como, há pouco tempo, foi o metaverso.

A diferença entre um e outro é que o ChatGPT se baseia em uma tecnologia validada, a IA para modelos conversacionais, que está sendo desenvolvida por várias empresas. E, apesar de ainda estar em fase de testes, já tem aplicações práticas. No caso do ChatGPT, um dos principais objetivos é tornar o Bing, da Microsoft (que é investidora da OpenIA) um buscador em formato de conversa para fazer frente à hegemonia do Google – que, vale destacar, também está desenvolvendo sua IA conversacional, o Bard.

O potencial deste tipo de ferramenta é tão grande que está motivando debates intensos sobre seus impactos em vários aspectos da vida, da aprendizagem ao mercado de trabalho, pela capacidade de substituir pessoas em determinadas atividades. No ramo imobiliário, já há corretores utilizando a ferramenta para várias funções. Pesquisas de dados de mercado e tendências, redação de listas e anúncios e até atendimento ao cliente com respostas a perguntas frequentes, por exemplo.

Quando estiver em pleno funcionamento – ainda não se sabe quando nem quanto custará –, as possibilidades vão aumentar ainda mais. A integração com outros bancos de dados, como os que a JLL mantém de seus clientes local e globalmente, fornecerá informações muito mais precisas e facilitará as análises, reduzindo a quantidade de pessoas necessárias para interpretar portfólios imobiliários.

Adesão a novas tecnologias: corrida ou cautela?

Se, por um lado, a adoção rápida de novas tecnologias pode significar diferencial competitivo, por outro, é preciso cautela para avaliar o retorno que este investimento pode trazer. Além disso, é importante ter em vista que as ferramentas impactam nos processos. Ou seja, se a relação entre corretor e cliente vai ser transformada, são necessários certos alinhamentos, como o treinamento dos profissionais.

É fato que inteligências artificiais como o ChatGPT vão mudar diversos processos – e isso já está acontecendo. Porém, são vários os caminhos da evolução tecnológica e há outras tendências para ficar de olho.

Não é temerário dizer que o no-code, isto é, plataformas de desenvolvimento de software sem código que permitem que pessoas sem conhecimento em programação criem soluções digitais usando interfaces gráficas e outras configurações simplificadas, terá impacto maior no mercado imobiliário.

No-code: a próxima grande revolução

O no-code possibilita que profissionais com conhecimento do mercado imobiliário, mas não de desenvolvimento de softwares, possam ter autonomia para desenvolver sistemas que resolvam questões dos seus clientes ou do seu dia a dia de trabalho. Para isso, é necessário conhecer o básico da lógica de programação, por isso, esta é uma das principais competências que os profissionais precisam desenvolver daqui para frente para não se tornarem obsoletos com o avanço da tecnologia.

 Apesar de, sim, algumas funções serem substituídas pela automação, não é possível confiar 100% de um processo a uma máquina. A interpretação humana sempre trará elementos impossíveis de serem reproduzidos pela tecnologia, mesmo as inteligências artificiais mais aprendentes. Afinal, são as pessoas que determinam como vão alimentá-las e aplicá-las. Aí vai residir o diferencial competitivo das empresas na adoção de novas tecnologias.

Exame, por Vinicius Santos, gerente e consultor de de Tecnologia da JLL Technologies

Índice de Confiança da Construção cai 0,3 pontos, mas a perspectiva em relação à demanda melhorou

O Índice de Confiança da Construção (ICST) não variou em março e se manteve em 94,4 pontos, patamar de moderado pessimismo. Em médias móveis trimestrais, o índice caiu 0,3 ponto.

Ele foi divulgado no dia 28 de março pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Segundo a coordenadora de Projetos da Construção do Ibre/FGV, Ana Maria Castelo, pelo segundo mês a perspectiva em relação à demanda dos próximos meses melhorou.

Ela destacou que uma percepção mais negativa sobre a tendência do ambiente de negócios contaminou o indicador de expectativas, que fechou o primeiro trimestre sem recuperar a queda recente, apontando pessimismo moderado do setor.

“Como já observado em fevereiro, o ritmo de atividade sinaliza desaceleração – o indicador de evolução recente fechou o trimestre em queda. Assim, as empresas apontam também menor intenção de contratar.

No entanto, a limitação dada pelas dificuldades em contratar mão de obra qualificada vem aumentando e alcançou o maior patamar de assinalações desde março de 2015, um sinal de que o ciclo de crescimento não foi invertido”, avaliou, em nota, Ana Maria.

Variações opostas – Conforme a FGV, a estabilidade do índice resulta das variações opostas dos dois componentes do índice.

“O Índice de Situação Atual do Índice de Confiança da Construção (ISA-CST) subiu 0,3 ponto e foi para 93,7 pontos, após quatro meses seguidos de queda. A alta do ISA-CST se deve exclusivamente à melhora na percepção dos empresários sobre o indicador de situação atual dos negócios, que aumentou 0,5 ponto, para 92,2 pontos. O indicador de carteira de contratos ficou estável ao variar -0,1 ponto para 95,2 pontos, menor nível desde março do ano passado (94,4 pontos)”, informa o estudo.

O Índice de Expectativas (IE-CST) cedeu 0,3 ponto, para 95,3 pontos, mantendo-se relativamente estável após alta registrada no mês anterior. A queda do IE-CST foi influenciada pelo indicador que mede a tendência dos negócios para os próximos meses, que caiu 1,4 ponto e foi para 92,3 pontos. Já o indicador de demanda prevista subiu 0,9 ponto, atingindo 98,3 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção variou 0,2 ponto percentual (pp), para 77,9%. O Nuci de Mão de Obra ficou estável com variação de -0,1 pp, para 78,9%, enquanto o Nuci de Máquinas e Equipamentos subiu 1,7 pp, para 73,6%.
Acesso ao crédito

Para 2023, o mercado financeiro projetou queda na concessão de financiamentos habitacionais. “Taxas mais elevadas e condições mais rigorosas de contratação representam um ambiente mais adverso para compradores e empresas. Nos dois últimos meses, de fato, houve um pequeno aumento de assinalações no quesito acesso ao crédito bancário como fator de limitação aos negócios, mas ainda distante de configurar uma ameaça ao ciclo recente de negócios”, informou o Ibre/FGV.

Portal Grandes Construções

Fraudes no mercado imobiliário: empresas reforçam o combate

Fraudes no mercado imobiliário acontecem em diversas frentes. É verdade que as tecnologias e soluções facilitam e aceleram a geração de negócios, contudo, trazem a reboque brechas que são aproveitadas por oportunistas.

Para conter o avanço destes problemas, o mercado se organiza lançando ferramentas e mecanismos para conter e reduzir danos. Uma novidade anunciada nesta semana partiu do QuintoAndar, que está fortalecendo a luta contra a desintermediação. Mas há diversos outros mecanismos voltados para evitar irregularidades como a falsificação de documentos ou o uso de CPFs de terceiros por parte de negativados. 

Compra online de imóveis na mira de golpistas

De acordo com dados da Abrainc, 6% das compras de imóveis foram realizadas de forma digital entre os meses de novembro de 2020 e 2021. Os números do último ciclo, que ainda não foram divulgados, podem revelar uma porcentagem ainda maior de transações fechadas de maneira totalmente online.

Ao mesmo tempo, dados da ClearSale, empresa referência em inteligência de dados e prevenção a riscos, revelam que os golpes compõem uma parte significativa do comércio digital. Segundo a empresa, 1,5% das transações no período da Black Friday seriam tentativas de fraude, o que equivaleria a R$ 50 milhões.

Para evitar fraudes na negociação de imóveis, o consumidor deve ficar de olho em pontos-chave. Entre eles: verificar qual empresa que está realizando a oferta, checar a documentação do imóvel, não realizar pagamentos adiantados e verificar os domínios dos sites

“Um domínio se refere ao endereço do site. Para evitar golpes, é importante optar por URLs registradas no Brasil. Além disso, através da plataforma Registro.br é possível verificar o dono do site e confirmar se o mesmo tem ligação com a empresa e se ela realmente existe”, aponta Marcelo Prata, CEO do outlet imobiliário Resale.

Programa antifraude: novidade do QuintoAndar 

Uma das preocupações que aflige parceiros do QuintoAndar é conhecida como bypass, fraude em que transações iniciadas por meio da plataforma são concluídas sem a remuneração de empresas e corretores. Em estudo realizado pelo unicórnio, estimou-se que esse tipo de prática pode chegar a desviar cerca de 9% da receita por trimestre, resultando em menos comissões para todos os agentes do mercado, incluindo imobiliárias e corretores.

Para evitar este tipo de situação, a companhia acaba de lançar um programa antifraude, que conta com um algoritmo que monitora comportamentos suspeitos na jornada de venda de imóveis e robôs que identificam casos de bypass, a partir do cruzamento de bases internas, como dados do QuintoAndar, registro do imóvel e ITBI. 

Também foi desenvolvido um processo de recuperação de valores, com a realização dos respectivos repasses para imobiliárias membros do Rede QuintoAndar e os corretores envolvidos na transação quando a recuperação do valor é concluída.

“Nossa intenção com o lançamento do programa é reforçar que os corretores

associados ao QuintoAndar e as imobiliárias membro do Rede QuintoAndar não percam a receito devida por transações pelas quais foram responsáveis”, afirma Arthur Malcon, diretor de Operações de Compra e Venda do QuintoAndar.

Identificada a irregularidade, usuários da plataforma que participaram do processo são notificados, podendo ocasionar ações judiciais, e os valores recuperados são divididos entre os atores que participaram da intermediação. A fraude é caracterizada depois que o serviço de corretagem é prestado, com comprador e vendedor do imóvel sendo aproximados pela plataforma, e as partes excluem a imobiliária e os corretores associados do fechamento do contrato, deixando de pagar a comissão de corretagem pelo serviço feito. 

De acordo com a plataforma, ao realizar o bypass (que é uma prática ilegal), os proprietários abrem mão do ambiente seguro e controle feito por especialistas em relação aos dados, além do apoio de um corretor parceiro. Já os compradores deixam de ter a transparência sobre os custos da operação, apoio especializado em sua jornada e ainda aumentam sua exposição para fraudes financeiras.

Com o lançamento desta solução, a companhia reforçou o “Jogando Limpo”, considerado um pilar de segurança e transparência tanto para quem quer alugar, comprar ou vender um imóvel, como também para todos os profissionais do mercado que atuam em associação ou parceria com o QuintoAndar. Nesta mesma vertente, um canal de denúncias foi disponibilizado para clientes, corretores parceiros e imobiliárias membro da Rede QuintoAndar.

Biometria facial: identificação para contratação de produtos

O recurso de reconhecimento de rosto, que há poucos anos já era uma inovação e tanto para uso do celular pessoal, já rompeu barreiras e chegou à concessão de crédito.

Diversas instituições que realizam a concessão de crédito e oferta de seguros já estão avançando para o uso da biometria facial no cadastramento e aprovação de clientes. Uma delas é a Porto (antiga Porto Seguro), que, em piloto realizado em três cidades paulistas antes do lançamento oficial, com mais de 6 mil simulações, detectou de 3% a 5% de fraudes. Com o sucesso da experiência, a Porto comunicou oficialmente ao mercado o uso desta solução no final de 2022. 

O responsável por riscos financeiros da Porto, Rodrigo Elorza, afirma que a biometria afasta o risco de fraudes de CPF para a locação de imóveis. “Entre 5% e 10% das cotações são feitas em nome de pessoas que sequer sabiam que a locação estava acontecendo”, relata.

O serviço é oferecido de forma gratuita para corretores e imobiliárias, de modo pioneiro no País no segmento de garantias locatícias. O benefício principal para a imobiliária é o reforço na segurança no momento da locação, para evitar fraudes; e, para o proprietário, é a confirmação da real identidade de quem estará ocupando o imóvel. 

Assinatura eletrônica com proteção “oficial”

Especialmente favorecidas no período mais agudo da pandemia (e o consequente isolamento social), as assinaturas eletrônicas reduziram sobremaneira a burocracia para a validação de contratos. 

Contudo, o avanço também trouxe receios e problemas, já que especialistas em fraudes virtuais ganharam um terreno mais amplo para aplicação de golpes.

O contragolpe do mercado? Reforçar a autenticação. É o caso da D4Sign, plataforma especializada em assinaturas eletrônicas, que conta com análise baseada em documentos públicos. A plataforma obteve permissão para comparar selfies e vídeo-selfies registradas pelos signatários com documentos oficiais da base de dados do Governo Federal, como CNH e RG. 

A empresa afirma que o método possui o maior nível de acuracidade disponível no mercado de assinatura eletrônica e digital. “Essa parceria entre a D4Sign e o Governo Federal foi pensada justamente para garantir a segurança de todos os envolvidos no processo de assinatura eletrônica de documentos. Caso o nível de similaridade seja inferior ao desejado, o signatário não conseguirá seguir com a assinatura”, diz Rafael Figueiredo, CEO e cofundador da companhia.

Imobi Report

STF mantém no Refis empresas consideradas inadimplentes pelo Fisco

Na tarde de ontem(30), o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a exclusão de empresas que tiveram pagamentos de parcelas de dívidas consideradas inválidas no Programa de Recuperação Fiscal (Refis) .

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB) apresentou uma ação à Suprema Corte alegando que um parecer da Fazenda Nacional permitiu configurar empresas como inadimplentes quando fornecerem “parcelas ínfimas ou impagáveis“. O termo se refere a casos em que os valores recolhidos sejam demonstrados insuficientes para amenizar a dívida da empresa.

Quando esses pagamentos são invalidados por sua “ineficácia” na quitação de débito, o pagador de impostos se torna inadimplente e é, então, excluído do programa de parcelamento. O Conselho alega que, nessas situações, as empresas acabam por ter seus débitos restabelecidos “em patamares exorbitantes“, em razão dos juros e da correção monetária em cima do valor original.

Lewandowski determinou que “é vedada a exclusão, com fundamento na tese das ‘parcelas ínfimas ou impagáveis’, de contribuintes do Refis I, os quais aceitos no parcelamento, vinham adimplindo-o em estrita conformidade com as normas existentes do programa“, até que o plenário do STF julgue o caso de forma definitiva, o que ainda não há data para acontecer.

O ministro também estabeleceu “a reinclusão dos contribuintes adimplentes e de boa-fé, que desde a adesão ao referido parcelamento permaneceram apurando e recolhendo aos cofres públicos os valores devidos“.

Portal Contábeis, com informações do Portal 360

Prevenção ao assédio passa a ser função obrigatória da Cipa nas empresas

Entrou em vigor a Portaria MTP nº 4.219/2022 que, dentre outras medidas, muda a nomenclatura da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), para Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio.

A inclusão do termo “assédio” reforça a obrigação da comissão com a prevenção da situação e também das empresas de adotarem algumas práticas de prevenção de assédio moral e sexual. 

Antes de citar quais mudanças foram estabelecidas pela comissão, o primeiro passo é entender o que configura assédio. 

O que é assédio moral?

São exemplos de assédio moral a prática constante de piadas de mau gosto, constrangimentos, metas abusivas, ameaças de demissão, submeter a humilhações, apelidos vexatórios, deixar o empregado sem função.

Podem ser caracterizados como assédio moral tais atitudes praticadas entre colaboradores ou por superiores. Em outras palavras, o cargo não importa.

O que é assédio sexual?

Outro tipo de assédio que as empresas têm obrigação de adotar práticas para prevenção  é o sexual. São exemplos de assédio sexual piadas de conotação sexual, alguns tipos de olhares e gestos, propostas indecentes, exigir o uso de vestimentas sensuais, contato físico indesejado, bilhetes e elogios que causem constrangimento.     

Assim como mencionado antes, independentemente do cargo, tais atitudes podem ser caracterizadas como assédio sexual.

O que diz a legislação sobre assédio?

Na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) não consta dispositivo específico disciplinando a forma de prevenção e combate ao assédio. Entretanto, o ato imoral praticado pelo empregado, pode ser configurado como incontinência de conduta e, dependendo da gravidade, acarretar a rescisão contratual por justa causa, conforme previsto no art. 482 da CLT.

No código penal, consta o crime de assédio sexual praticado por superior hierárquico. A pena para este tipo de delito vai de um a dois anos de detenção. E se for contra menor, a pena é elevada em até um terço.

O que mudou para a Cipa em relação a assédio?

A portaria citada acima trouxe mudanças na Norma Regulamentadora (NR) 5, que disciplina a Cipa. Com isso, e também com base na Lei nº 14.457/2022, as empresas estão obrigadas a adotar, entre outras, as seguintes medidas, como forma de prevenção e de combate ao assédio sexual e às demais formas de violência no âmbito do trabalho:

  • Inclusão de regras de conduta a respeito do assédio sexual e de outras formas de violência nas normas internas da empresa, com ampla divulgação do seu conteúdo aos empregados e às empregadas;
  • Fixação de procedimentos para recebimento e acompanhamento de denúncias, para apuração dos fatos e, quando for o caso, para aplicação de sanções administrativas aos responsáveis diretos e indiretos pelos atos de assédio sexual e de violência, garantido o anonimato da pessoa denunciante, sem prejuízo dos procedimentos jurídicos cabíveis;
  • Inclusão de temas referentes à prevenção e ao combate ao assédio sexual e a outras formas de violência nas atividades e nas práticas da Cipa; e
  • Realização, no mínimo a cada 12 meses, de ações de capacitação, de orientação e de sensibilização dos empregados e das empregadas de todos os níveis hierárquicos da empresa sobre temas relacionados à violência, ao assédio, à igualdade e à diversidade no âmbito do trabalho, em formatos acessíveis, apropriados e que apresentem máxima efetividade de tais ações.

Portal Contábeis

IOF: governo prepara medida para zerar imposto em financiamento do BNDES

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estão finalizando os termos de um decreto para zerar a incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos financiamentos do banco.

A iniciativa faz parte do conjunto de medidas que o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, pretende adotar para expandir a presença da instituição. 

Ela representa renúncia fiscal para o governo, porém é vista como um caminho para baratear o crédito.

Como o decreto é interministerial, ainda precisa passar pela Fazenda, antes de seguir para a aprovação da Presidência da República.

Recolhimento de IOF

Entre os anos de 2018 e 2022, o BNDES recolheu, em média, R$ 330 milhões de IOF ao ano. 

A estimativa é que esse seja o impacto gerado pela alteração da linha, ou seja, esse recolhimento do IOF se transformaria em crédito, segundo os defensores da medida no setor produtivo.

A avaliação é que a nova medida corrige distorção anterior, quando os créditos concedidos pelo BNDES passaram a sofrer incidência do IOF a partir de 2015, enquanto outras modalidades de apoio a investimentos da mesma natureza continuaram isentas, como os créditos concedidos pelos bancos públicos regionais com recursos dos fundos constitucionais.

Além das negociações do BNDES pela queda do IOF com o MDIC, também avançam as conversas no governo em torno de outra proposta de Mercadante para reduzir o pagamento de dividendos ao Tesouro Nacional, na tentativa de elevar a capacidade de concessão de crédito do banco.

Atualmente, o BNDES paga até 60% dos lucros aos acionistas. O Banco do Brasil, por sua vez, paga 40% a seus acionistas, incluindo a União na condição de acionista majoritário.

Com informações da Folha de S. Paulo

Banco Central eleva projeção de PIB em 2023 de 1% para 1,2%

O Banco Central revisou sua projeção para crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2023 de 1% para 1,2%, informou a autoridade monetária no Relatório de Inflação (RI) trimestral de março, divulgado hoje.

Segundo o BC, a revisão moderada reflete, especialmente, surpresas positivas em alguns componentes do setor de serviços no quarto trimestre de 2022, o que deixa uma “herança estatística” ligeiramente maior para o setor em 2023 do que o anteriormente esperado −, melhora nos prognósticos para a indústria extrativa e os indicadores iniciais do primeiro bimestre do ano.

Em relação à trajetória trimestral esperada, o BC diz prever variações modestas ao longo do ano para indústria, serviços e consumo doméstico.

“A agropecuária, contudo, deve apresentar dinâmica distinta, com crescimento expressivo no primeiro trimestre, decorrente principalmente da expectativa de elevado aumento da produção de soja. Este comportamento esperado para a agropecuária deverá contribuir para a alta do PIB no primeiro trimestre e para desaceleração no trimestre seguinte”, afirma o relatório.

Os fatores de risco para sua projeção são internos e externos, de acordo com o BC. O cenário internacional, observa, desenvolveu-se favoravelmente desde o último RTI, diz, citando a flexibilização da política de combate à covid-19 na China, que suscita recuperação cíclica da demanda e diminui os riscos de interrupções na oferta; o inverno mais ameno na Europa, que reduziu a probabilidade de cenários extremos no fornecimento de energia; e a resiliência da atividade econômica e do mercado de trabalho nos Estados Unidos.

Por outro lado, aponta, a persistência de pressões inflacionárias nos países centrais, os ajustes no setor imobiliário chinês e os recentes episódios envolvendo bancos nos EUA e na Europa são elementos de risco negativo para o crescimento global.

No âmbito doméstico, continua o BC, um risco negativo para a atividade econômica é uma desaceleração na concessão doméstica de crédito maior do que seria compatível com o atual estágio do ciclo de política monetária.

“Os dados disponíveis até o momento sugerem que o processo de desaceleração do crédito às empresas, que ocorre sob influência dos impactos cumulativos da política monetária, foi afetado em magnitude limitada por eventos específicos relacionados a empresas de grande porte”, afirma a autoridade monetária.

Adicionalmente, diz, permanece incerteza em relação à trajetória da política fiscal. “A proposta de um novo arcabouço fiscal deve trazer maior clareza sobre a sustentabilidade da dívida pública, com repercussões sobre expectativas de inflação, prêmios de risco e, indiretamente, sobre a atividade econômica”, afirma.

Valor Investe

IGP-M registra inflação de 0,05% em março

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), registrou inflação de 0,05% em março deste ano. Em fevereiro, o indicador havia apurado deflação (queda de preços) de 0,06%. Em março de 2022, no entanto, a inflação havia sido mais alta: 1,74%.

Com o resultado, o IGP-M acumula taxa de inflação de 0,20% no ano. Em 12 meses, a taxa acumulada é de 0,17%, bem abaixo dos 14,77% de março do ano passado.

A alta da taxa de fevereiro para março foi puxada pelos preços no varejo e no atacado. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede o varejo, passou de 0,38% em fevereiro para 0,66% em março.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) teve elevação, mas continuou registrando deflação, ao passar de -0,20% em fevereiro para -0,12% em março.

Por outro lado, a inflação do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) caiu de 0,21% em fevereiro para 0,18% em março.

Agência Brasil

Empreiteiras apostam em Lula e novo PAC para se reerguer, após jejum de obras públicas

As empreiteiras vêm atravessando anos difíceis. Algumas foram praticamente dizimadas após os casos de corrupção expostos na Lava Jato. As que não estavam envolvidas nos casos de corrupção acabaram também sendo afetadas, seja pelo fim da era de grande obras públicas ou pela dificuldade em obter empréstimos. Agora, todas apostam no governo Lula e na edição do prometido “Novo PAC” para reerguer o setor. “Estamos há seis anos sem nenhuma interlocução com o governo e quase nenhum investimento público”, afirma Cláudio Ribeiro, presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada Infraestrutura (Sinicon).

Segundo ele, o setor ficou esperançoso com o anúncio de que o PAC seria retomado. “Vejo com bons olhos que o governo esteja trazendo esse tema novamente para a pauta e que lance um programa, que gere medidas para voltar a investir em infraestrutura”, diz Ribeiro.

O setor de engenharia e construção bateu recorde em 2013, um ano antes da deflagração da Lava Jato e ainda no primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, com R$ 179,6 bilhões de receita bruta. Em 2021, o valor foi de R$ 68,2 bilhões.

O governo promete para abril o lançamento do futuro plano inspirado nos Programas de Aceleração do Crescimento anteriores. A ideia é usar dinheiro público e também privado para a realização de obras de infraestrutura. O cenário do setor de construção, no entanto, é bem diferente do vivido por Lula em seus governos anteriores.

A retomada dos grandes projetos, porém, é vista com grande desconfiança pelo mercado. Entre os motivos do ceticismo estão o fato de muitos empreendimentos anunciados no passado terem projetos mal estruturados e de parte das obras não ter sido finalizada, além do próprio envolvimento em grandes escândalos de corrupção.

A queda nos investimentos públicos, desde o segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, somada à crise de reputação gerada pelas investigações dos casos de corrupção, fez grandes empreiteiras encolherem ou desaparecerem, com histórias de recuperação judicial, demissões e dívidas bilionárias acumuladas. As companhias passaram a olhar para projetos considerados médios e empresas menores ganharam espaço.

O Estado de SP

Venda de imóveis novos cresce quase 10% em 2022; preço médio também aumentou 10%

A venda de imóveis novos cresceu 9,2%, em 2022. Foram 150 mil unidades a mais vendidas. Os imóveis de médio e alto padrão impulsionaram esse resultado e, quem comprou, pagou mais caro. O preço médio subiu 10%; ficou em R$ 344 mil.

O levantamento é da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), que também calculou o número de unidades vendidas no então programa federal Casa Verde e Amarela, hoje rebatizado de Minha Casa, Minha Vida. Foram pouco mais de 105 mil imóveis, queda de 6,4%.

Caiu também o total de lançamentos do setor: cerca de 16% depois do recorde de 2021. Ainda assim, foram quase 130 mil lançamentos, segundo maior número da série.

Apesar de não ter dados consolidados, a Abrainc considera que os primeiros meses deste ano surpreenderam nas vendas. A explicação dada pelo presidente da Associação, Luiz França, é que os compradores estão buscando uma operação segura, dada a instabilidade econômica.

– Para quem olha de fora, não tem lógica uma taxa a 13,75% e um mercado com volume de vendas melhor do que era esperado. No entanto, os compradores avaliam a apreciação de imóveis x Selic, e perspectiva de aumento de preços dos imóveis. Além disso, há uma certa insegurança geral, então as pessoas procuram um porto seguro para investir o dinheiro. As pessoas estão correndo para operações indexadas à Selic ou um ativo real – explicou ele.

O executivo também falou sobre a importância da construção civil para a economia. “No início do ano de 2022, tivemos uma pressão de custo muito alta, com uma perda de poder aquisitivo daquelas pessoas que compraram. Então, o mercado do Minha Casa, Minha Vida, corretamente, teve que se readequar. Vemos sim um cenário muito positivo para o Minha Casa, Minha Vida – lembrando que ele é muito positivo para o Brasil como um todo, porque quando você tem um déficit habitacional, você precisa reduzir esse cenário. Quando você trabalha essa necessidade, você gera emprego, você gera PIB para o Brasil, que gera arrecadação de tributos”, concluiu França.

O Globo e G1