Nota Carioca: desconto no IPTU 2020 pode ser solicitado até esta segunda-feira

Os moradores da cidade do Rio têm até esta segunda-feira para converterem créditos acumulados por meio da Nota Carioca em desconto na quantia a ser paga do IPTU 2020. No começo do mês, o secretário municipal de fazenda Cesar Barbiero informou que o imposto sofrerá correção monetária pela inflação no ano que vem.

Os contribuintes podem garantir abatimentos para um ou mais imóveis, comerciais ou residenciais, localizados no município. Podem ter créditos disponíveis no sistema pessoas físicas cujos CPFs estejam identificados nos documentos fiscais emitidos a partir de 1º de janeiro de 2017, desde que o ISS correspondente tenha sido pago pelos prestadores de serviços.

Os interessados em usar os créditos acumulados por meio da Nota Carioca no abatimento do valor de IPTU devem se cadastrar no site http://www.notacarioca.rio.gov.br/. Lá, eles devem indicar o número de inscrição do imóvel no cadastro do IPTU, que pode ser verificado no carnê de pagamento do imposto.

O site permite que mais de uma pessoa direcione seus créditos para um mesmo imóvel e possibilita abatimento de até 100% do valor de imposto a ser pago, com exceção da quantia relativa à Taxa de Lixo. Não é necessário ser proprietário do imóvel para usar os créditos no abatimento do IPTU.

Neste ano, cerca de R$ 125 milhões estão disponíveis para reduzir o imposto para um ou mais imóveis. Para direcionar os valores, é preciso tem no mínimo, um real acumulado no sistema.

Renúncia na Gafisa

O presidente, Roberto Luz Portella, renunciou. A função de Relações com Investidores, que ele também exercia, passou para o diretor financeiro, André Ackermann.

Itaú entra na briga do crédito imobiliário e reduz juro

Tradicionalmente mais silencioso que os concorrentes nos anúncios de juros e tarifas, o Itaú Unibanco anunciou a redução da taxa do financiamento imobiliário a partir de 7,45% ao ano + TR (taxa referencial, atualmente zerada).

As novas taxas estarão disponíveis a partir de 1º de outubro. Antes, o banco cobrava a partir de 8,1% ao ano + TR.

O novo juro é menor que o cobrado pelo Santander, de 7,99% ao ano + TR, até então o menor custo oferecido pelo mercado para a casa própria.

O Banco do Brasil também tem taxa a partir de 7,99%, mas apenas para contratos de prazos mais curtos que os tradicionais 30 a 35 anos.

Nessa composição, o juro do Itaú pode ficar em nível menor até que o empréstimo da Caixa atrelado à inflação. Lançada em agosto, a modalidade tem custo entre 2,95% a 4,95% mais a variação do IPCA, atualmente em 3,43%.

O movimento de queda da taxa do financiamento imobiliário vinha sendo puxado pelo Santander, que reduziu em julho o custo do crédito para 7,99% + TR em uma ação promocional com Luiza Trajano, presidente do conselho do Magazine Luiza.

O movimento de baixa no custo do crédito é colado ciclo de queda da taxa Selic, que está na mínima histórica de 5,50% ao ano. A expectativa de economistas é que ela possa cair abaixo de 5% até o final do ano, reflexo da fraqueza da economia brasileira e da inflação baixa.

“A gente não tem história de liderar esse movimento [de queda de juros]”, afirma Cristiane Magalhães, diretora do Itaú Unibanco.

Ela estimou que o banco poderá ter aumento de 20% nas consultas, sem confirmar qual é a expectativa de contratos fechados.

Segundo ela, ainda que a taxa seja “a partir de” 7,45% + TR, isso não significa que o universo de clientes beneficiados seja muito reduzido.

“Não é para todos os clientes, mas também não é para 2% ou 3%”, afirmou Magalhães.

Ela tampouco afirmou qual é o público potencial beneficiado pela taxa. O Itaú não diz qual é a taxa máxima praticada nessa linha.

Dados do Banco Central mostram que os novos financiamentos contratados tiveram custo médio de 8,2% ao ano — considerado os empréstimos com recursos direcionados, o dinheiro da poupança e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

Procurados, os demais bancos indicaram que acompanham movimentos de mercado, sem sinalizar se pretendem baixar o custo do crédito a seus clientes para fazer frente às novas taxas anunciadas pelo Itaú.

O mercado de crédito imobiliário é liderado pela Caixa Econômica Federal, que emprestou entre janeiro e agosto deste ano R$ 10,1 bilhões para a compra da casa própria, financiando 48,7 mil unidades.

O Itaú desembolsou R$ 8,5 bilhões a seus clientes, para 26,5 mil imóveis, enquanto o Bradesco emprestou R$ 8,4 bilhões que apoiaram a compra de 30,2 mil unidades. Os dados são da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).

O crédito imobiliário foi uma das linhas que melhor atravessou o período de crise econômica. Tem a preferência dos bancos porque o imóvel é dado em garantia e também porque faz com que o banco estabeleça um vínculo de longo prazo com os clientes, gerando receitas com outros produtos e serviços.

Mas a disputa entre os bancos cresce também na esteira da recuperação do mercado imobiliário e alguns sinais de maior confiança de consumidores para a compra da casa própria.

Ainda de acordo com números compilados da Abecip, foram liberados R$ 6,7 bilhões de reais para o financiamento imobiliário apenas em agosto, uma alta de 18,4% na comparação com igual mês de 2018.

Esse montante de recursos foi destinado para a compra de 26,4 mil unidades, crescimento de 17,3% na comparação anual. Ante julho, a expansão foi de 6%.

Outros indicadores vinham mostrando a recuperação do mercado imobiliário, como o salto no número de lançamentos. A Abrainc (associação das incorporadoras) mostrava 16,3 mil novas unidades lançadas apenas em junho — a maioria delas, 12,6 mil, era do programa Minha Casa Minha Vida.

Cartórios têm pesquisa para ajudar Brasil em ranking

Os cartórios estão se articulando para dar uma forcinha à promessa do presidente Jair Bolsonaro de colocar o Brasil entre os 50 melhores países para se fazer negócios no ranking do Banco Mundial, o “Doing Business”. Hoje, o País está na 109.ª posição. A entidade nacional que reúne os oficiais de registro de imóveis vai lançar amanhã, dia 30, uma pesquisa com dados inéditos sobre transações de compra, venda, permuta, distrato, doação, herança e desapropriação, entre outros itens, de todo o Estado de São Paulo. O lançamento ocorre em um momento em que os investidores estrangeiros têm demonstrado cautela em destinar recursos ao País. O registro de propriedades é um dos itens que constam no ranking do Banco Mundial que compara o ambiente de negócios em 190 países do mundo.

Passo a passo

O documento pode ajudar o Brasil a subir algumas posições no ranking porque um dos dez temas avaliados pelo Banco Mundial é justamente o registro de propriedades, bem como seus custos e prazos em cada região. Na categoria de registros, o Brasil é um dos piores colocados, na 137.ª posição, devido à carência de pesquisas sobre o volume de transações imobiliárias, o que deixa investidores no escuro sobre o nível de demanda no setor. A nova pesquisa trará os números das transações realmente efetivadas, com registro em cartório.

Campanha de venda em diversos bairros

A Direcional Engenharia realiza até o dia 30 a campanha de vendas Dia D Direcional. A ação comercializa unidades de 2 quartos de 11 empreendimentos em Jacarepaguá, Itanhangá, Santa Cruz e Campo Grande.

*Coluna Morar Bem

Condições especiais no Vogue Square

A Calçada faz ação para compra de salas prontas e acabadas do Vogue Square, quer virão com porcelanato, teto rebaixado de gesso, preparação para split e distribuição elétrica.

*Coluna Morar Bem

A paisagem da cidade atrás de muitos fios

A paisagem do Rio tem nos postes e nas fiações aéreas um inimigo. O excesso de cabos espalhados pelas ruas, sem qualquer padronização, deixa a cidade com o aspecto de abandonada, além do risco maior de interrupções, principalmente em dias de temporal. Em 2011, o Plano Diretor estabeleceu um prazo de cinco anos para que todas as redes fossem subterrâneas, o que é contestado pelas empresas de energia elétrica e telecomunicações. 

O caso já chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF). Há três meses, a prefeitura notificou as concessionárias responsáveis pela fiação aérea para que elas apresentem um plano de aterramento. A negociação está em curso. A Light, no entanto, foi à Justiça contra essa obrigação por causa do alto valor. A concessionária alega que o custo de um sistema subterrâneo “pode superar em 8,6 vezes o de uma rede aérea”. 

Essa despesa, informou, teria que ser repassada aos clientes, o que representaria um aumento de 80% na conta de luz. A Light afirma ter 5,7 mil quilômetros de cabos subterrâneos no Rio, o que, segundo reportagem do GLOBO do ano passado, representa 15% de sua rede. As empresas de telecomunicações não disponibilizam essa informação. Mas basta um passeio pela cidade para ver que muito pouco foi feito até agora. 

Em Botafogo, bairro com vista para cartões-postais como o Pão de Açúcar e o Cristo Redentor, os emaranhados estão em muitos postes. Ao percorrer cerca de dois quilômetros em seis trechos de ruas da região, o engenheiro elétrico Francisco Mourão, membro da organização americana Instituto de Engenheiros Eletrotécnicos e Eletrônicos, apontou 11 postes que violam as resoluções da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

NORMAS DESCUMPRIDAS

O mais correto seria encontrar ao longo dos postes três níveis de fios. O mais alto é a rede de alta ou média tensão da Light. No meio, abaixo do transformador, fica afiação de baixa tensão da mesma empresa. Por último e mais abaixo, está a rede de telecomunicação. 

Não é raro encontrar, no entanto, tudo embaralhado. Na altura do número 100 da Rua Assunção, em Botafogo, há um exemplo de tudo que não deve ser feito. Além de descumprir normas técnicas da Resolução 797/2017 da Aneel, o poste ainda estava inclinado. O documento diz que a distância entre as redes de baixa tensão e de telecomunicação precisa ser de, no mínimo, 60 centímetros. 

Outra regra é que os fios de telefonia, TV acabo e internet devem ocupar um espaço de até 50 centímetros. Também são proibidas as “rodilhas”, cabos enrolados que ficam pendurados à espera de instalações futuras. E cada fio precisa te ruma placa de identificação. Há ainda altura estabelecida entre o início da rede e a calçada: precisa ser de 4,5 metros, mas pode ter apenas três em ruas de uso exclusivo para pedestres e cinco quando cruza uma via. — Infelizmente, raramente vemos todas essas normas sendo cumpridas — afirma Mourão. 

— É tudo feito de qualquer jeito. Não há fiscalização ou manutenção preventiva. 

Outro aspecto destacado pelo engenheiro é que há muitos cabos e equipamentos inutilizados nos postes. O maior passivo, segundo ele, é relativo à rede de telefonia fixa, que hoje não tem tanta demanda. Na semana passada, foi aprovado, em primeira discussão na Assembleia Legislativa (Alerj), um projeto de lei dos deputados Delegado Carlos Augusto (PSD) e Carlos Minc (PSB) que obriga empresas a retirarem fios desativados. 

Segundo Mourão, cabe ao “dono” do poste verificar se as empresas estão cumprindo as normas. A maior parte dos postes nas ruas da cidade é da Light. Apesar do alto custo para aterrar afiação, o engenheiro afirma que, alongo prazo, o retorno é muito positivo: 

— A rede subterrânea tem menos necessidade de manutenção do que a fiação aérea, que está mais sujeita a intempéries. Na rede aérea, a tendência é acumular muitos cabos, o que pode trazer interferência eletromagnética se não for respeitada a distância entre fios de tensões diferentes, por exemplo. 

Presidente da Associação de Moradores de Botafogo, Regina Chiaradia diz que os problemas relacionados a postes e fiação aérea são reclamações recorrentes no bairro:

— É sempre uma novela. Os fios arrebentam toda hora, e ninguém assume a responsabilidade. Falta informação, é uma bagunça. Fora a poluição visual. O sonho de consumo de todo carioca é que a prefeitura consiga exigir o aterramento das redes. 

Contrária ao trecho do Plano Diretor que prevê redes subterrâneas em toda a cidade, a Light entrou com uma ação de inconstitucionalidade no STF alegando que cabe à União legislar sobre dispositivos de energia elétrica. Em 2013, a ministra Cármen Lúcia concedeu uma liminar favorável à empresa. No entanto, no ano passado, o ministro Ricardo Lewandowski, relator do processo, deu um voto em favor da prefeitura do Rio. 

Ele entendeu que o caso é de responsabilidade dos municípios, pois se trata de uma legislação urbanística. O mérito da ação ainda não tem data para ser julgado. Baseada na decisão do Supremo, em junho, a Procuradoria-Geral do Município notificou extrajudicialmente a Light, a Claro e a Telemar Norte Leste (Oi) para que apresentassem projetos de aterramento da fiação. 

O órgão da prefeitura entrou também com uma ação civil pública contra a Light para acabar com a rede aérea em cinco anos. O caso ainda tramita na Justiça. Procurada, a empresa de energia diz que “não se opõe” ao aterramento, mas ressaltou o alto custo do projeto.

EMPRESAS TÊM PROPOSTAS

Por meio de nota, o Sindicato Nacional das Empresas de Telecomunicação (Sindi-Telebrasil) afirmou que as companhias têm propostas sobre o assunto, com base em ações internacionais, mas que “o enterramento não é prática generalizada, sendo adotado de forma pontual e em situações que justifiquem a necessidade”. Para o advogado Vinícius Custódio, presidente da Comissão de Urbanismo da OAB-Barra, uma saída para a polêmica seria substituir a rede aos poucos, exigindo que cada novo empreendimento na cidade implante o cabeamento subterrâneo: 

— Se o custo for repassado ao cliente, acaba sendo um tiro no pé. O ideal seria que essas obras entrassem no bojo de outros projetos. Por exemplo, se vai fazer um novo loteamento de casas, já impõe a obrigação ao empreendedor de fazer a infraestrutura subterrânea.

Apesar da crise, Rio tem o m² mais caro

Apesar de ter a média do metro quadrado mais cara do país, a R$ 9.364, o Rio ainda é a cidade com maior procura de imóveis para compra, segundo pesquisa realizada pelo Grupo ZAP. Em seguida, estão São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte, Goiânia, Salvador, Santos, Recife e Niterói. Nestas cidades, a metragem média varia de R$ 8.978 na capital paulista a R$ 4.261 em Goiás. 

O levantamento mostra ainda que, no Rio, os imóveis mais cobiçados estão nos bairros de Copacabana, Tijuca, Barra, Botafogo, Recreio, Jacarepaguá, Leblon, Flamengo, Ipanema e Laranjeiras, nesta ordem. Segundo o economista sênior do Grupo Zap, Rodger Antunes Campos, os motivos que põem a cidade no topo do ranking são vários.

— O Rio tem muitos atrativos, que não são limitados pelo metro quadrado caro. Há pessoas indo trabalhar, pois são muitas as empresas privadas instaladas. Também existe a questão de ser próxima a São Paulo e uma demanda constante em decorrência da educação, não somente de estudantes do estado, como de outros — contextualiza Campos.

MUITA PROCURA, POUCA VENDA

Mas e a procura é proporcional à venda? A resposta é não (ou “ainda não”, para os otimistas). Embora alguns bairros icônicos ainda fascinem moradores que querem morar melhor e estrangeiros que almejam uma casa para passar o verão, o mercado continua estagnado. Mas ano passado foi pior. 

Neste, houve melhora no início. Contudo, após os primeiros meses, a expectativa de retomada na economia recuou novamente, Segundo relatórios de vendas do Sindicato da Habitação do Rio (Secovi Rio), o primeiro trimestre de 2019 teve um aumento de 40% nas vendas em relação ao mesmo período de 2018. 

Já no segundo trimestre houve queda e as vendas foram um pouco inferiores em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os especialistas do setor, porém, afirmam que a luz do fim do túnel começa a piscar. Para o presidente da construtora Concal, José Conde Caldas, o Rio é uma cidade de projeção e alcance nacionais, e é natural o interesse, mesmo com as mazelas que assombram o cotidiano dos cariocas. Ele reforça que o cenário está melhor e a tendência é continuar assim.

— Até ano passado, as pessoas queriam comprar mas tinham medo de se endividar e perder seus empregos, então seguravam. Mas isso está mudando. O mercado está voltando porque o desejo de compra voltou, os juros para financiamento estão mais baratos e há abundância de oferta — afirma Caldas, que acompanha as nuances do mercado há mais de 50 anos.

À ESPERA DE 2020

O empresário explica que o progresso do setor não será tão pujante quanto o de antes do período pré-olímpico, quando o setor viveu seu auge de procura, oferta e preços, e começará com os lançamentos ainda neste segundo semestre, com intensificação a partir de 2020.

— Em março e abril teremos muitos lançamentos — afirma Caldas.

— Sentimos uma leve melhora na procura pelos imóveis e acreditamos que 2020 será um ano muito promissor — confirma Tiago Sampaio, gerente comercial da Avanço Realizações Imobiliárias, cujo maior interesse dos clientes é por apartamentos de dois e três quartos. A expectativa de compra, segundo Sampaio, é para os lançamentos previstos ainda nesse último trimestre do ano e para diminuir os estoques, um calo de longa data em quase todas as construtoras do Rio.

— Temo um lançamento em Barra Bonita, bairro planejado do Recreio, e continuaremos a investir nos estoques da Zona Norte. Apostamos ainda no alto padrão, com casas de luxo em condomínios de grande porte na Barra e no Recreio, que têm dado um bom retorno — diz Sampaio. 

Na onda do mercado em geral, a construtora Fernandes Araujo Participações também registrou, este ano, volume de vendas foi maior do que em 2018. Assim como a Concal, uma das apostas da empresa é a Tijuca, um dos bairros onde há grande procura, especialmente com dois e três quartos. 

— Outro bairro é a Taquara, e identificamos a volta de demanda em Jacarepaguá. Acredito que as novas linhas de financiamento e as opções de bancos privados são um forte estímulo à compra. Com a concorrência, ganham os clientes, pois surgem mais opções de escolha na modalidade que se encaixar no seu perfil financeiro — afirma a gerente de Marketing da Fernandes Araujo, Flavia Katz.

ZONA NORTE À FRENTE

Hoje, no Rio, segundo o Secovi Rio, há 78.728 apartamentos, 16.323 casas, 11.324 coberturas e 1.484 quitinetes disponíveis para venda. A maioria está na Zona Oeste, seguida pelas zonas Sul, Norte e Centro. Nos últimos três meses, a região onde mais se vendeu foi a Zona Norte, seguida por Barra e adjacências.

Governo tem déficit de R$ 16,8 bilhões

O Governo Central — que é composto por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central — registrou déficit primário de R$ 16,852 bilhões em agosto. O resultado foi melhor do que o alcançado no mesmo mês do ano passado, quando o déficit ficou em R$ 19,657 bilhões.

O déficit primário é o resultado negativo das contas do governo, ao calcular receitas menos despesas, sem considerar o pagamento dos juros da dívida pública. De acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional, a melhora no resultado em relação a agosto de 2018 deveu-se, principalmente, à redução de R$ 5 bilhões das despesas totais, em termos reais (descontada a inflação). Por outro lado, a receita líquida apresentou redução de R$ 1,5 bilhão, devido ao decréscimo de R$ 7 bilhões em concessões e permissões, parcialmente compensado pelo acréscimo de R$ 4,6 bilhões com imposto de renda.

De janeiro a agosto, o Governo Central registrou déficit primário de R$ 52,124 bilhões, contra R$ 58,739 bilhões dos primeiros oito meses do ano passado. Esse foi o melhor resultado para o período desde 2015 (R$ 17,381 bilhões).

A secretaria informou que a redução do déficit primário no acumulado do ano decorreu da redução das despesas discricionárias (não obrigatórias), que em 2019 foram R$ 13,2 bilhões inferiores à do mesmo período de 2018, e do aumento das receitas líquidas, que tiveram elevação de R$ 1 bilhão.

Cresce número de empresas que colocam millennials para ensinar profissionais seniores

Foram sete meses de licença-maternidade até Monica Yon voltar ao trabalho no fim do ano passado. A empresa era a mesma, mas o ambiente apresentava novos desafios. “Me senti um peixe fora d’água. Em poucos meses, tudo parecia estar diferente. Ouvia expressões, como blockchain, machine learning, e não entendia muito bem o que aquilo significava”, afirma a executiva da Bayer, de 42 anos. Foi nesse momento, que ela decidiu se inscrever num novo programa da empresa, que consistia em diminuir o abismo que existe entre as gerações dentro das companhias atualmente.

A ideia – adotada em vários grupos – é unir um executivo sênior com um profissional jovem. Nesses programas, os mais experientes são treinados por “coaches” com idades entre 23 e 30 anos, os chamados millennials (ou geração Y). Normalmente, eles se reúnem uma vez por mês e discutem temas variados. O mais recorrente, porém, é como lidar e melhorar a comunicação com a nova geração no mercado de trabalho.

No caso de Monica, sua mentora foi Fabiana Sanchez, uma analista de Projetos para Transformação Digital, de 24 anos. As duas se reuniram durante quatro meses em seis sessões de uma hora cada. “Os encontros me fizeram entender como é a mentalidade dessa nova geração, o que eles gostam e o que os motivam”, diz Monica, chefe da área de farmacovigilância. Segundo ela, o programa mudou o jeito dela liderar sua equipe.

Do outro lado, Fabiana também conseguiu absorver um pouco da visão que um chefe tem no dia a dia. “Antes tinha a percepção que ninguém me ouvia”, diz. “Hoje percebo que essa resistência diminuiu.” O objetivo ao entrar no programa, afirma, era aumentar a rede de contatos dentro da empresa, se fazer entender e discutir assuntos sobre tecnologia – tema que também agradava Monica na sua retomada ao trabalho após a licença-maternidade.

Nos últimos tempos, o conflito entre gerações tem sido pauta das grandes companhias no mundo inteiro. No Brasil, esse movimento tem sido provocado especialmente pelo aumento da longevidade da população, que tende a crescer ainda mais nos próximos anos. “Isso faz com que as empresas tenham três gerações trabalhando juntas no mesmo ambiente”, afirma Ricardo Basaglia, diretor-geral da PageGroup no Brasil. “Em mais algum tempo, é possível termos até cinco gerações trabalhando juntas.”

Para ele, o maior desafio das empresas é tirar proveito de cada geração e conseguir o engajamento dos trabalhadores, com maior retenção. Esses foram alguns pontos que levaram o Citi Brasil a implementar por aqui o programa que já é adotado no exterior. 

“Queríamos atacar questões como o nível de turnover (rotatividade) mais alto entre os jovens e também a falta de entendimento entre gerações”, afirmou Felipe Cotta, responsável por recursos humanos no Citi. No banco, os mentores têm entre 25 e 30 anos e os executivos seniores, entre 40 e 50 anos. Miguel Queen, de 41 anos, e Mariana Elmais, de 26 anos, participaram dessa experiência exatamente para entender as visões de cada geração.

Pesquisa recente feita pela empresa de recrutamento Randstad, com 130 mil pessoas em vários países, mostra que 80% dos trabalhadores sentem que a principal diferença em trabalhar em um ambiente multigeracional são os estilos de comunicação. “O desafio é unir as duas gerações, pois ideias inovadoras vêm da mistura das diferentes experiências”, diz Fabio Battaglia, presidente da Randstad no Brasil.