Brasil Brokers acompanha comercialização recorde de imóveis no Rio em 7 anos

A venda de imóveis residenciais na cidade do Rio de Janeiro fechou o semestre com recordes, tendo o melhor primeiro semestre desde 2014. E na Brasil Brokers não foi diferente. Somente nos primeiros seis meses do ano, o resultado de vendas de imóveis prontos da empresa foi quase 60% superior ao mesmo período do ano passado. No mercado todo, no período acumulado do ano, as vendas de imóveis residenciais na cidade do Rio de Janeiro cresceram mais de 70% em relação ao mesmo período do ano passado. Mas o crescimento não é apenas relativo ao período de crise da pandemia: desde 2014 os resultados não eram tão positivos para o setor, prova do aquecimento do mercado.

A análise foi feita pela área de Inteligência de Mercado da Brasil Brokers, levando em consideração a arrecadação de ITBI – Imposto de Transmissão de Bens Imóveis da Prefeitura do Rio de Janeiro. No grupo imobiliário, as vendas da Barra chamaram a atenção: foram 90% maiores do que o mesmo período do ano passado. Tijuca também surpreendeu: o número de imóveis vendidos na região aumentou 107%.

Segundo Alexandre Frickmann, diretor geral de imóveis prontos da Brasil Brokers Rio de Janeiro, os números por si mostram como o mercado está aquecido, não apenas para apartamentos e casas novas, mas principalmente para imóveis prontos. “Temos muitos clientes comprando apartamento para investir ou para se acomodar em um espaço que atenda melhor, especialmente quando todos passaram a ficar mais em casa. Temos percebido também que várias pessoas desejam estar mais próximas da família e dos amigos, por isso a mudança de bairro”, diz.

Radar Imobiliário

Relator da 1ª fase da reforma tributária prevê flexibilização de alíquota

O deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP), relator da primeira etapa da reforma tributária do governo, diz que está concluindo sua rodada de reuniões com dezenas de setores para debater a proposta e, no início de agosto, vai levar as conclusões ao ministro Paulo Guedes e à Receita. Segundo o deputado, há chances, de fato, de flexibilizar a alíquota de 12% da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que unifica PIS e Cofins, inclusive com tratamento diferente para indústria e serviços.

“Tem a flexibilidade. Pode baixar um para 10% e elevar o outro para 14%. Faremos essa discussão depois”, afirma.

O relator, que é presidente da Federação dos Comerciários, diz que já ouviu diversos setores sobre a proposta, mas ainda não conversou com a CNC (Confederação Nacional do Comércio). “Do jeito que está, a reforma está penalizando mais comércio e serviços”, diz o deputado.

Nas conversas que tem feito com o empresariado para ouvir as sugestões, Motta afirma que um dos temas recorrentes é a desoneração da folha de pagamento. “Não está na reforma, nem na CBS nem no IR, mas a desoneração é uma reivindicação de todos os setores para deixar mais barato o custo da contratação”, diz.

Questionado sobre o apetite do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, de dar protagonismo à reforma tributária na Casa com o resgate da PEC 110, Motta afirma que há intenção de trocar ideias, mas sem unificar o texto. “Estamos tentando falar a mesma língua. Depois que eu ouvir todos esses setores, me comprometi a conversar com eles também”, diz.

Essa primeira etapa da reforma tributária está estacionada desde o ano passado. Vai andar? Pelo que eu estou conversando com o presidente da Câmara, no começo de agosto a gente quer começar a mexer na nossa relatoria. Nós combinamos de ouvir os setores envolvidos. Estou ouvindo todos que estão nos procurando. Já ouvimos uns 35 setores. Depois de ouvir todas as reivindicações, vamos começar no início de agosto a fazer esse relatório. O presidente da Câmara quer colocar para andar o mais rápido possível.

Como vai acalmar os setores hoje desonerados? Nessa questão da mudança de PIS Cofins, temos muitos regimes de tratamento diferenciado. Tem o Simples Nacional. Tem Zona Franca de Manaus, entidades beneficentes, templos, sindicatos, e tem as atividades, como prestação de serviços de saúde, produtos da cesta básica.

A Fiesp tem um estudo de que a alíquota, em vez de 12%, deveria ser 8,3%. Tem setor de aviação, livros, cigarros. Já ouvi praticamente todos.

O sr., como um representante dos comerciários, como avalia essa alíquota de 12%? Vou ouvir do setor de comércio, a CNC [Confederação Nacional do Comércio], na semana que vem. Eu acho que, do jeito que está a reforma, está penalizando mais o comércio e os serviços. Depois de ouvir todos, a ideia é voltar com o presidente da Câmara, Arthur Lira, o ministro Paulo Guedes e a Receita, para mostrar o que eu estou ouvindo e onde podemos chegar. Essa questão dos 12%, pelo que a Receita nos explicou, foi para ter uma uniformidade de tributação.

O objetivo do governo é modernizar o sistema tributário tornando mais eficiente para as empresas e mais claro para os contribuinte, dar mais transparência para o tributo. Também trazer uma segurança jurídica para as empresas e, com isso, dar um ganho de competitividade para elas. Em alguns momentos, é eliminar algumas tributações diferenciadas. O objetivo principal é atrair investimento, emprego e desenvolvimento econômico.

A pressão sobre a reforma do IR está forte. E como está sobre o sr.? Também. Causa um trauma essa mudança. Tem empresas que estão taxadas em um regime de 3,65% entre PIS e Cofins. Passar para 12% realmente dá uma reação muito forte. A maioria concorda que a gente precisa de uma reforma tributária, mas que seja dentro da realidade. Creio que vamos chegar a um consenso.

Segunda metade de agosto para votar não é um cenário otimista demais? Eu acho otimista, mas se a gente chegar a um consenso e não tiver muitos problemas com os setores, eu acho que dá sim.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, está com apetite para dar corpo a essa discussão de reforma tributária lá no Senado. Qual é o efeito disso? A última reunião em que eu estive no Ministério da Economia com Paulo Guedes e o líder do meu partido estava também o senador que é o relator no Senado. Combinamos de trocar algumas ideias. A ideia dele é apresentar o relatório dele no começo de agosto, mas os nossos assessores estão conversando para que a gente faça mais ou menos na mesma linha.

Tem alguma intenção de juntar os textosNão. Estamos conversando. Ele tem a relatoria dele, e a gente tem a nossa. Estamos tentando falar a mesma língua. Depois que eu ouvir todos esses setores, me comprometi a conversar com eles também.

Sobre a alíquota, tem uma intenção de fazer um tratamento diferente para indústria e serviço? Eu acho que é a questão de colocar flexibilidade. Depois de ouvirmos todos os setores, vamos discutir com o ministério. Todos os setores têm peculiaridades. E tudo isso nós vamos discutir com a Receita para ver que rumo vamos tomar, porque hoje existem muitos tratamentos diferenciados. E a Receita, com essa proposta, queria acabar com essas distorções.

Essa é a flexibilidade. Pode baixar um para 10% e aumentar o outro para 14%. Essa é a discussão que a gente vai fazer depois. Mas existe a possibilidade.

Folha de SP

Inflação do aluguel acumula 33,83% em 12 meses

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), usado no reajuste de contratos de aluguel em todo o país, registrou inflação de 0,78% em julho deste ano, taxa superior ao 0,60% de junho. Com o resultado, o IGP-M acumula 15,98% no ano e 33,83% em 12 meses, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), que fez a pesquisa.

A alta de junho para julho foi puxada pelos preços no atacado e no varejo. O Índice de Preços ao Produtor Amplo, que mede o atacado, subiu de 0,42% em junho para 0,71% em julho. Já o Índice de Preços ao Consumidor, que apura o varejo, passou de 0,57% para 0,83% no período.

Por outro lado, a inflação do Índice Nacional de Custo da Construção caiu 2,30% em junho para 1,24% em julho.

Agência Brasil

Com inflação alta, economistas já falam em Selic acima de 7% em 2021

Pouco antes de a pandemia sair da China para o mundo e atingir também o Brasil, no início de 2020, a economia do país vivia um feito inédito: em fevereiro, o Banco Central baixava a Selic, a taxa básica de juros, para 4,25% pela primeira vez na história. 

O choque da pandemia, a partir daquele mês, levou a mais uma leva de cortes extraordinários agressivos e a Selic chegou a passar uma temporada inimaginável nos 2%.

O percentual foi atingido depois de dois anos de um ciclo longo de redução que permitiu o antigo dono dos juros mais altos do mundo chegar a taxas finalmente comparáveis a níveis internacionais. Em 2016, a Selic estava acima de 14% e, até o início dos anos 2000, passava dos 20%. 

Os anos de juros tão altos ficaram para trás, mas a temporada de juros muito baixos também. Com choques de preços que fizeram a inflação subir e se espalhar rápido na pandemia, o Banco Central já voltou a subir a Selic no começo deste ano, e a taxa abandonou os 2% a que chegou e foi para os 4,25% em que está hoje. E não vai parar por aí. 

Como a inflação ainda preocupa, os economistas já refazem as contas e os últimos dias registraram uma avalanche de revisões: o consenso de bancos, consultorias e casas de análise é que os juros devem subir bem mais e bem mais rápido do que se estava imaginando. 

A gota d’água mais recente foi a divulgação na sexta-feira (28) do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação de julho, que subiu 0,7%, acumulou 8,6% em 12 meses e foi o maior resultado para o mês em 17 anos. 

Maiores juros em 4 anos

Muitos já falam na Selic passando dos 7% ainda em 2021 e voltando para cima dos 8% em 2022. Se confirmados, já são números bem mais altos do que os 4,25% em que o coronavírus encontrou a Selic quando chegou ao Brasil e os maiores níveis em quatro anos, desde 2017. 

O ritmo também deve acelerar: se, até aqui, o BC vinha reajustando a taxa com aumentos de 0,75 ponto, que já é bastante, nas próximas revisões o reajuste já deve ser de 1 ponto. O reajuste mínimo é de 0,25 ponto para menos ou para mais. 

A principal consequência de juros mais altos é que eles implicam em um freio ao crescimento econômico, o que pode tirar um pouco da força com que o país vem engatando sua recuperação. 

Por outro lado, são o principal mecanismo para fazer com que os preços parem de subir tanto, além de também ajudar a aliviar a cotação do dólar, que pode voltar a ver o horizonte dos R$ 4 nos próximos meses conforme os juros sobem e mais capital estrangeiro volta a aplicar da renda fixa brasileira. 

O Comitê de Política Monetária (Copom), colegiado do Banco Central responsável pela Selic, se encontra na próxima quarta-feira (4) para decidir a nova taxa de juros. Uma alta de 1 ponto elevaria a Selic de seus 4,25% atuais para 5,25% a partir da semana que vem. 

Inflação alta e espalhada

“A inflação divulgada na sexta surpreendeu a todos não só porque veio alta, mas também pelos detalhes”, diz o economista-chefe do banco BNP Paribas no Brasil, Gustavo Arruda. 

“Às vezes há uma surpresa inflacionária, mas é possível identificar o principal componente responsável, como energia elétrica ou passagens aéreas. Não foi o caso. A inflação está subindo de maneira generalizada.”

Como a perspectiva é de que a abertura da economia, a movimentação das pessoas e o consumo só se ampliem mais daqui para frente, a pressão sobre os preços será de ainda mais altas, o que, de acordo com Arruda, torna o ajuste mais agressivo dos juros inevitável. 

O BNP revisou suas projeções nesta semana e fala tanto em inflação quanto em juros mais altos até o fim de 2021: o IPCA deve chegar a dezembro em 7% e a Selic a 7,5%. As projeções anteriores eram de 6,5% para ambos. Em 2022, os juros seguem subindo até estacionar nos 8,5%, de acordo com o banco. 

A LCA Consultores é outra que refez as projeções nesta semana e que também já fala na Selic a 7,5% ainda em 2021. Para o banco Barclays, que também revisou os números para cima, a taxa chega a esse patamar no primeiro trimestre de 2022. 

“Os resultados recentes da inflação tornaram a superar as projeções, apontando relevante aceleração das principais medidas de tendência inflacionária”, escreveram os analistas da LCA em relatório. “A maior persistência da inflação doméstica tornou preponderante a hipótese de que o Banco Central intensificará o ritmo de elevação da Selic no curto prazo.”

CNN Brasil

No Porto Maravilha, três anos de queda livre no preço dos imóveis corporativos

O preço médio dos escritórios corporativos do Porto Maravilha completou três anos de queda ininterrupta, mostra monitoramento da Binswanger Brazil. O valor do metro quadrado pedido na região ficou em R$ 87,38 no segundo trimestre — 20% abaixo do mesmo período de 2018, quando começou a cair sem parar.

O espaço corporativo do Porto vale agora 8% menos que a média da cidade (R$ 95,29), com a pandemia agravando uma crise que, na realidade, nunca se afastou da região. 

“Atualmente os preços pedidos variam entre R$ 59,78 e R$ 120 o metro quadrado, havendo grande margem de negociação em cima dos valores pedidos, dadas as atuais condições do mercado”, salienta o estudo da Binswanger, que monitora 1,7 milhão de metros quadrados no segmento corporativo de alto padrão na cidade. 

Apesar disso tudo, 29% do estoque de imóveis empresariais do Porto estão vagos, bem menos que na média da cidade (39,3%). 

A região abriga, em sua maioria, empreendimentos de altíssimo padrão, classificados na categoria  A+. A despeito da queda dos preços, a expectativa é que o Porto aumente significativamente o estoque, já que 99 mil metros quadrados estão em construção e outros 270 mil, em projeto. A previsão é que o estoque total chegue a 570 mil metros até 2030.

O Globo, coluna Capital


Brasil gera 1,5 milhão de vagas de emprego formal no primeiro semestre de 2021

O Brasil criou 1.536.717 vagas de emprego formal no primeiro semestre de 2021. O mercado de trabalho formal vem registrando forte recuperação desde julho de 2020 – a exceção foi dezembro, que teve saldo negativo – e acompanha outros indicadores que apontam a recuperação da economia brasileira após a crise da pandemia da Covid-19.

Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados nesta quarta-feira pelo Ministério da Economia. Esse desempenho de 2021 é fruto de 9.588.085 admissões e de 8.051.368 desligamentos.

Apenas em junho, o saldo de empregos foi de 309.114 postos, resultado de 1.601.001 admissões e de 1.291.887 desligamentos.

Além da melhoria dos indicadores econômicos em geral, a reedição do programa de manutenção do emprego e renda (BEm), que permite a suspensão de contratos de trabalho e redução de jornada e salários, com um período subsequente de estabilidade no emprego, influenciou o resultado.

Em 2021, o BEm voltou a valer no final do mês de abril. Dados do Ministério da Economia mostram que já foram firmados 3,068 milhões de acordos até o momento.

Setores

No mês de junho, o Caged registrou saldo positivo nos cinco setores monitorados. Mais uma vez, o desempenho positivo foi puxado pelo setor de serviços, que teve saldo de 125.713 empregos criados em junho. Na sequência veio o comércio, com 77.877 vagas. Os dois setores foram fortemente impactados pela pandemia da Covid-19, e estão registrando números bastantes positivos neste 2021.

O Caged ainda aponta o bom desempenho da indústria (50.145 postos), agricultura (38.005 vagas) e construção (22.460 empregos).

Todos os estados registraram saldo positivo neste mês. O maior saldo foi de São Paulo, com 105.547 postos. Na sequência vieram Minas Gerais (32.818 vagas) e Rio de Janeiro (16.002 postos).

Nova pasta

O Ministério do Trabalho e Previdência foi recriado na quarta-feira. A pasta será comandada por Onyx Lorenzoni e foi recriada como parte da reforma ministerial promovida pelo presidente Jair Bolsonaro. O então secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, foi nomeado nesta quinta-feira para o cargo de secretário-executivo do novo ministério.

A nova pasta ficará responsável pelas áreas de previdência social (INSS), previdência complementar (fundos de pensão), política e diretrizes para a geração de emprego e renda e de apoio ao trabalhador, política para a modernização das relações de trabalho, fiscalização do trabalho, política salarial, formação e desenvolvimento profissional, segurança e saúde no trabalho, regulação profissional e registro sindical.

O Globo

Caixa: contratação de crédito imobiliário tem maior valor mensal da história

As contratações de crédito imobiliário no Brasil somaram R$ 65,4 bilhões no primeiro semestre de 2021, informou a Caixa, destacando que em junho registrou o maior valor mensal da sua história. O montante acumulado nos seis primeiros meses de 2021 representa um alta de 36% em relação ao mesmo período do ano passado.

A carteira de crédito habitacional do banco alcançou R$ 528,9 bilhões, um crescimento de 9,4% na mesma base comparativa. Na avaliação da Caixa, diferentes medidas contribuíram para os resultados positivos alcançados no período, dentre elas a intensificação da jornada digital do financiamento e a criação de novos produtos. A linha de crédito Poupança Caixa, vigente desde março de 2021, representou aproximadamente 40% das contratações em junho.

No primeiro semestre de 2021, R$ 37,4 bilhões foram solicitados com recursos da poupança (SBPE), crescimento de 103,4% na comparação anual. Já com relação ao ano de 2018, a taxa representa uma alta de 719,6%.

A Caixa destaca que em junho, foram contratados R$ 13,1 bilhões, maior valor mensal já registrado pelo banco. As contratações com recursos da poupança (SBPE) somaram R$ 7,8 bilhões no período, crescimento de 67,4% em comparação ao registrado mesmo mês de 2020 e de 500,2% ante junho de 2018.

Dados complementares

Com 67,7% de participação no mercado, a Caixa segue como maior financiador de casa própria no País. A instituição tem um estoque de 5,76 milhões de contratos, crescimento de 5,5% em relação ao primeiro semestre de 2020.

Nos seis primeiros meses deste ano, foram contratadas 153,7 mil novas unidades habitacionais, distribuídas em 1.207 empreendimentos, um crescimento de 36,2% levando em consideração o número de unidades contratadas no primeiro semestre de 2020. O banco informa ainda que gerou mais de 465 mil empregos diretos e indiretos.

IstoÉ Dinheiro

Marketplaces avançam como estratégia de vendas na construção civil

De acordo com dados da Abcomm (Associação Brasileira de Comércio eletrônico), os marketplaces representavam 35% do faturamento do comércio virtual em 2019, número que saltou para 51% no ano passado. Funcionando como grandes “shoppings” na internet, o modelo tem atraído o varejo da construção civil, setor impulsionado pelas pequenas reformas na pandemia. Só fazer parte de um marketplace, entretanto, não é garantia de sucesso nas vendas. Por isso, a Feicon montou um material gratuito com orientação de especialistas para melhor aproveitamento dos recursos e atração de clientes.

As dicas fazem parte do curso “Como montar um e-commerce para o varejo de material de construção”, disponível na plataforma de conteúdo digital Feiconnect e elaborado em parceria com a Tray E-commerce, empresa referência no assunto. Da escolha dos canais ao gerenciamento das operações, a aula em vídeo aborda os principais aspectos e cuidados que devem ser considerados pelos lojistas na hora de expor seus produtos.

Uma dúvida comum, entretanto, é como adequar a experiência de compra ao virtual, uma vez que muitos consumidores conservam o hábito da conferência do produto nas lojas físicas. Outro ponto é sobre os caminhos para chamar a atenção dos clientes e converter as buscas em vendas. Sobre isso, a Feicon separou as seguintes recomendações:

Como adequar a experiência no ambiente virtual

Faça uma ótima descrição do produto. Bom título, texto narrativo, detalhando o uso do produto, qualidades, diferenciais e já antecipe respostas às possíveis dúvidas.

Fotos de alta qualidade: valorizar as partes e o produto por inteiro. É importante considerar que alguns são mais estéticos, ou seja, onde o acabamento e o visual são fundamentais. Já outros, como ferramentas, despertam maior interesse pela função. Nos dois casos é preciso que as imagens tenham excelente resolução.

Vídeos são ótimos complementos: como o espaço para descrição em texto pode ser limitado e as fotos talvez não sejam capazes de traduzir uma característica específica de determinado produto, considere inserir vídeos em boa qualidade, sejam de fornecedores ou de produção própria.

Ofereça um chat online: as operações acontecem em ambiente digital, mas em caso de dúvidas ou imprevistos também é importante contar com um atendimento com pessoas e em tempo real. Isso oferece maior confiança e deixa o cliente mais próximo.

Como estimular as compras

O primeiro passo é entender que existem dois tipos de produtos: os de desejo, como artigos para embelezar o ambiente, e os de necessidade, como a substituição de uma peça quebrada, por exemplo. Isso é importante porque impacta de forma diferente na jornada de compra. Entender o comportamento do cliente é fundamental para definir as melhores estratégias de abordagem e quais ferramentas utilizar. Neste sentido, os recursos de publicidade online ajudam bastante, como Google Ads, Facebook Ads e as próprias redes sociais, que são grandes vitrines de comportamento.

Portal Segs

Endividamento recorde das famílias ameaça travar retomada da economia brasileira

No início da pandemia, Sidneia Soares, de 49 anos, recebeu a notícia de que seria demitida. Com o início das restrições de locomoção, a loja em que ela trabalhava, em São Paulo, fechou as portas, e ela ficou desempregada. De lá para cá, virou-se com trabalhos informais. Porém, as contas continuaram a chegar. Sem o salário mínimo que recebia, precisou da ajuda de familiares para não atrasar pagamentos básicos, como luz, água e condomínio.

Agora, trabalhando como atendente de uma lanchonete e também como aprendiz em um salão de cabeleireiro, Sidneia conseguiu encaixar as contas em seu orçamento, mas ainda não tem previsão de como vai pagar as mensalidades do Financiamento Estudantil (Fies) que contraiu. “Eu fiz cortes nos meus gastos e reformulei tudo.”

Com a renda afetada pela pandemia de covid-19, famílias como a de Sidneia e também empresas nunca estiveram tão endividadas. Dados divulgados ontem pelo Banco Central mostram que o endividamento das famílias chegou aos 58,5% em abril, o maior porcentual da série histórica, iniciada em janeiro de 2005. Isso significa que, para cada R$ 100 que uma família recebeu no último ano, ela já tem uma dívida contratada de quase R$ 60. Já o comprometimento da renda mensal ficou em 30,5% em abril – ou seja, para cada R$ 100 recebidos por mês, R$ 30 foram usados para pagar parcelas dos empréstimos.

Já levantamento do Cemec-Fipe mostra que o conjunto de dívidas das companhias não financeiras no Brasil atingiu 61,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em março de 2021, patamar também histórico. No fim de 2019, antes da pandemia, essa relação era de 50,1%.

O aperto no bolso das famílias, especialmente em um momento em que desemprego e inflação estão elevados, pode atrapalhar a retomada do crescimento econômico, avaliam economistas. “Os juros vão subir, e as famílias que já estão endividadas terão opções de crédito ainda mais caras, o que pode comprometer a retomada do consumo no ano que vem”, afirma Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados. Ele calcula que a economia crescerá somente 1,8% no ano que vem e que a retomada dos empregos será lenta.

Isso, na visão dele, terá impacto direto na renda dos brasileiros, que já está em baixa. Segundo dados do IBGE, a massa de salários em circulação caiu R$ 12 bilhões em um ano, o que representa um recuo de 5,4% no trimestre encerrado em abril em comparação ao mesmo período de 2020. Ou seja, o brasileiro está, além de mais endividado, mais pobre.

Para completar, a taxa de poupança das famílias vem em forte queda desde o segundo trimestre do ano passado. Segundo cálculos do Itaú Unibanco, o indicador chegou a ser de 31,1% no período entre abril e junho do ano passado, muito por causa do fechamento de comércios em geral no início da pandemia, e já voltou para 11,8% no primeiro trimestre deste ano.

“Muitas famílias de renda baixa deixaram de receber o auxílio emergencial no começo do ano e precisaram procurar outras formas de crédito”, diz o coordenador do Centro de Estudos de Mercado de Capitais (Cemec-Fipe), Carlos Antonio Rocca, que avalia como uma das principais características da atual crise a maior diferenciação entre as classes de renda. 

Na visão de Gustavo Ribeiro, economista-chefe do Asa Bank, a diminuição da renda do brasileiro não permite uma expansão da economia por meio de crédito, afinal muitos sequer estão conseguindo pagar as contas do dia a dia.

Crédito difícil

O endividamento pode ser positivo para uma pessoa, caso ela esteja se planejando para uma grande compra, como um imóvel, ou até para alavancar o seu negócio. Mas não é isso o que tem acontecido com muitos brasileiros de baixa renda durante a pandemia, que procuram empréstimos para pagar contas básicas. Elas, inclusive, têm dificuldade de conseguir uma linha de financiamento. 

Um levantamento divulgado pelo Serasa aponta que os bancos negam 44% das solicitações de empréstimos para pessoas que recebem menos de cinco salários mínimos por mês.

Um desses casos é o da diarista Eveline da Silva, de 39 anos. Ela viu a sua renda cair quase um terço durante a pandemia, para R$ 600, e o salário do seu marido ser reduzido pela metade. No mês passado, fez um cartão de crédito para conseguir fazer uma festa de aniversário para a sua filha. Conseguiu um cartão com limite de R$ 500 e gastou R$ 250 para comprar ingredientes para doces e salgados. 

“Vou pagar a fatura no próximo dia 5, pois não quero me complicar com os juros. Depois disso, vou deixar o cartão guardado”, diz Eveline.

O Estado de SP

“IPCA deve atingir 8,5% em 2021”

O IPCA deve chegar a 8,5% em 2021 e a 4,6% em 2022, nas projeções de Carlos Thadeu, economista sênior da Asset1, a gestora de Carlos Viana, ex-diretor do Banco Central (BC).

“É mais fácil a inflação ir a 9% em 2021 do que ficar em 7%”, disse Thadeu à coluna.

Para o analista, a reabertura da economia vai ser bem mais inflacionária do que muitos julgam, e a tendência não deve se limitar aos serviços ligados à mobilidade, os mais paralisados pela pandemia.

Ele nota que a inflação de 2021 implícita em títulos públicos pós e prefixados subiu nos últimos 15 dias de aproximadamente 6,6% para 7,5%. Se os prognósticos de Thadeu estiverem corretos, há espaço para subir mais.

O economista vê substanciais pressões inflacionárias em bens industriais, serviços, preços administrados e alimentação.

Na parte de bens industriais, ao contrário do BC, o analista acha que as pressões por problemas de logística – como a falta de chips – não são temporárias, e a normalização só virá em 2023.

“Os problemas devem se prolongar por todo 2022, mas a pior parte vai ser em 2021”, ele diz.

Thadeu não vê, como alguns analistas, alívio na pressão sobre produtos industriais derivada de uma prevista reversão da tendência da pandemia de as pessoas gastarem menos com serviços e mais com bens: “Esse movimento deve ser mais lento do que se pensa”.

Ele nota que, no caso de automóveis, diversas fábricas estão com linhas de produção paradas, por problemas de componentes. A projeção da Asset1 para a inflação de automóveis em 2021 é de 12,8%, o que se compara com algo em torno de 2,5% na média dos últimos cinco anos.

Segundo o analista, o fenômeno da disparada do preços de carros usados nos Estados Unidos já começa a ser notado no Brasil.

Contribui para o encarecimento de carros, eletrodomésticos e eletrônicos a alta do custo de minério de ferro, aço, petróleo, borracha dos pneus e mão de obra.

Quanto aos serviços, Thadeu afirma que “a inflação vai surpreender”, a começar pelos setores mais associados à mobilidade (e que mais sofreram na pandemia), como passagens aéreas, aluguel de veículos, hotéis, restaurantes etc.

Mas ele vê pressões também em serviços historicamente ligados ao IGP-M, como aluguéis e condomínios. Thadeu observa que os aluguéis subiram salgados 0,93%  no IPCA-15 de julho. São poucos os contratos ainda ligados diretamente ao IGP-M (35,75% de inflação acumulada em 12 meses até junho), mas que puxam a média para cima.

Mesmo nos serviços mais ligados à renda da população, que teoricamente teriam menos razão de subir, o analista identifica pressões. Ele costuma acompanhar três desses serviços em particular – manutenção de eletrônicos, consertos de automóveis e serviços pessoais excluindo os domésticos. Todos estão bem pressionados, especialmente no último trimestre.

Já o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), também fortemente afetado pelo custo da mão de obra, está acima de 12% na média móvel de três meses anualizada. Thadeu acrescenta que os motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo estão fechando um acordo de aumento salarial de 7,59% (em duas etapas, 4% agora, retroativos a maio, e 3,59% em janeiro de 2022).

Em termos de preços administrados, a projeção do economista é que o petróleo tipo Brent, hoje por volta de US$ 75 o barril, suba acima de US$ 85 até o final do ano, com a combinação de controle da oferta pela OPEP e uma demanda global na saída da pandemia maior que a esperada. Já o etanol está pressionado pelo efeito das geadas na colheita de cana.

E há, obviamente, a crise hídrica. Thadeu vê grande probabilidade de mais um ano de fenômeno La Niña, que pode inclusive assumir um feitio específico que provocaria secas substanciais na Argentina e Sul do Brasil no início de 2022.

Ele vê 60% de chance de que a bandeira vermelha 2 nas tarifas de energia elétrica seja mantida até o fim do ano, incluindo dezembro, o cenário compatível com a projeção de 8,5% de IPCA no ano. Caso haja bandeira vermelha 1 no final do ano, o índice poderia ficar em torno de 8%.

Quanto à alimentação, o segmento é afetado tanto pelas geadas a curto prazo quanto pela seca, com a alta dos principais grãos atingindo com força a cadeia de proteínas, como carnes, ovos, leite, queijo etc.

Ele nota que as margens dos produtores estão muito comprimidas, desincentivando a ampliação da oferta, o que pode se combinar com um impulso na demanda pela reabertura de restaurantes. A projeção é de alta de 10% nos alimentos este ano, podendo chegar a 12%.

Para 2022, a projeção de IPCA de Thadeu é de 4,6%, mas com propensão à revisão para cima. Entre os riscos, ele cita a possibilidade de um novo ciclo de gripe suína na China e eventos climáticos e ambientais.

O Estado de SP