Mercado financeiro eleva projeção da inflação para 9,77%

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, subiu de 9,33% para 9,77% neste ano. É a 32ª elevação consecutiva da projeção. A estimativa está no Boletim Focus de hoje (16), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa das instituições para os principais indicadores econômicos.

Para 2022, a estimativa de inflação ficou em 4,79%. Para 2023 e 2024, as previsões são de 3,32% e 3,09%, respectivamente.

Em outubro, puxada pelo aumento de preços de combustíveis e alimentos, a inflação acelerou 1,25%, a maior para o mês desde 2002, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o indicador acumula altas de 8,24% no ano e de 10,67% nos últimos 12 meses.

A previsão para 2021 está acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,25% e o superior de 5,25%. Para 2022 e 2023, as metas são 3,5% e 3,25%, respectivamente, com o mesmo intervalo de tolerância.

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 7,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Para a próxima reunião do órgão, no mês que vem, o Copom já sinalizou que pretende elevar a Selic em mais 1,5 ponto percentual.

As projeções do BC para a inflação também estão ligeiramente acima da meta para 2022 e ao redor da meta para 2023. Isso reforça a decisão da autarquia de manter a política mais contracionista, com elevação dos juros, para manter o IPCA dentro do intervalo de tolerância definido pelo CMN.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2021 em 9,25% ao ano, mesma projeção da semana passada. Para o fim de 2022, a estimativa é de que a taxa básica suba para 11% ao ano. E para 2023 e 2024, a previsão é de Selic em 7,75% ao ano e 7% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a recuperação da economia. Além disso, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

As instituições financeiras consultadas pelo BC reduziram a projeção para o crescimento da economia brasileira este ano de 4,93% para 4,88%. Para 2022, a expectativa para Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 0,93%. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2%, para ambos os anos.

A expectativa para a cotação do dólar se manteve em R$ 5,50 para o final deste ano. Para o fim de 2022, a previsão é de que a moeda americana também fique nesse mesmo patamar.

Agência Brasil

Dois exemplos da paralisia no mercado de escritórios corporativos no Rio

No fundo do poço, o mercado de escritórios de alto padrão no Rio teve um respiro no terceiro trimestre. Mas não há motivo para comemoração. Um exemplo: faz seis trimestres que o Porto Maravilha não registra absolutamente nenhuma movimentação imobiliária corporativa, segundo consultoria Binswanger.

Ou seja, nenhuma empresa nova aluga lajes de alto padrão na região, há um ano e meio. Outro sintoma da paralisia: não está previsto qualquer lançamento de prédio corporativo na cidade até 2023.

O Globo, coluna Capital

Mercado carioca aposta nas unidades compactas

Funcionais e compactos, os apartamentos de quarto e sala e os estúdios voltaram à cena no mercado imobiliário do Rio. O público-alvo das construtoras vai além dos investidores interessados no aluguel dos imóveis e inclui pessoas que moram só ou casais sem filhos. As opções mesclam praticidade, aconchego e bom preço.

A Vitale fugiu da tradição ao incluir opções mais compactas nos projetos que lançou recentemente. No Vitale Rise, no Encantado, e no Vitale Flow, em Irajá, 50% e 30% do total de unidades, respectivamente, terá apenas um quarto. Os imóveis têm cerca de 30 metros quadrados e se enquadram no programa Casa Verde e Amarela. Segundo o gerente Comercial, Philippe Martin, a empresa estava perdendo oportunidades de vendas por não atender às necessidades desse tipo de consumidor.

—Dois fatores foram preponderantes para essa mudança: a questão financeira, pois muitos clientes não tinham condições de arcar com o preço de imóveis maiores; e nosso interesse em facilitar a aquisição do primeiro imóvel a um número maior de pessoas — afirma Philippe.

As obras do Rise, lançado no final de 2020, devem começar no início de 2022. Já o Flow, lançado no mês passado, tem o início da construção previsto para o segundo semestre. As unidades custam a partir de R$ 175 mil e terão cozinha e sala integradas, além de varanda. No Flow, metade das 40 unidades de um quarto já foi vendida.

Cara residencial

O condomínio Cores do Rio, lançado em outubro pela W3 Engenharia, também aposta nas unidades compactas. Os imóveis de um quarto e estúdios representam 95% do empreendimento, projetado para o morador final — aquele que quer viver no Centro da cidade por um preço mais em conta, segundo o sócio Flávio Wrobel.

— As plantas têm varanda, cozinha aberta e integrada à sala, com espaços delimitados, até mesmo nos estúdios. Fizemos questão de dar uma cara bem residencial ao projeto — explica.

Primeiro empreendimento do programa Reviver Centro, da prefeitura do Rio, que estabelece incentivos fiscais para pessoas jurídicas e físicas que investirem na região, o Cores do Rio dever ser inaugurado em maio de 2024. Os imóveis custam de R$ 265 mil a R$ 310 mil, e 70% deles já foram vendidos.

Pela primeira vez, a Avanço Realizações Imobiliárias incluiu num empreendimento opções de coberturas de um quarto, com varanda trendy, deck, piscina e churrasqueira em 96 metros quadrados. O Now Smart Residence Irajá, entregue em 2020, disponibiliza também unidades tradicionais de um quarto com suíte e varanda, com 41 metros quadrados.

— Vendemos uma das quatro coberturas para dois jovens que vão se casar em breve. São plantas que combinam muito com esse público e se adequam à realidade financeira dele. A ideia de que apartamentos de um quarto só atraem investidores está ficando para trás – opina Julio Borges, responsável pela área Comercial da Avanço.

Projeto prevê modelo de habitação por assinatura

Morador poderá mudar de endereço e pagar aluguel de acordo com o bairro

Idealizado por arquitetos da Opy Soluções Urbanas e pela construtora e incorporadora Concal, o projeto Habitat+ prevê lançar até julho de 2022 nove empreendimentos nos bairros de São Cristóvão, Tijuca, Copacabana, Ipanema, Gávea, Lapa e Vila Isabel, além do Centro. Serão 1.306 unidades, incluindo estúdios de 35 metros quadrados e unidades duplex com sala, quarto e home office, de 64 metros quadrados. O primeiro foi lançado no início deste mês, em São Cristóvão, e terá 220 apartamentos a partir de R$ 229 mil.

A premissa do Habitat+, explica o arquiteto e sócio da Opy Miguel Pinto Guimarães, é garantir mobilidade – todos os prédios estarão a menos de 500 metros de uma estação do metrô –, além do modelo de habitação por assinatura. Por meio de um aplicativo, o morador poderá mudar de endereço e pagar um aluguel diferente, de acordo com o bairro onde está um dos nove condomínios do projeto.

— O Habitat+ foi pensado para o jovem nômade, ligado à tecnologia, que anda de bicicleta, não faz questão de ter carro e busca morar bem. Todos os nove prédios terão o mesmo estilo e material de construção padronizado — informa.

As entregas são previstas para dois anos após o lançamento, entre 2023 e 2024. As unidades vêm com ar-condicionado e armários planejados, lavanderia de uso comum, mercado autônomo, loja de conveniência no térreo e portaria 24 horas. A estimativa é que a taxa de condomínio fique em torno de R$ 340, com internet incluída nas áreas comuns e nos apartamentos. Com dois prédios enquadrados no programa Reviver Centro, o projeto é uma oportunidade de inverter a lógica de expansão imobiliária rumo à Zona Oeste, diz Miguel.

— A ideia do Habitat+ é melhorar e valorizar as áreas da cidade que hoje contam com infraestrutura completa.

Extra

Pagamento do 13º salário injetará R$ 232 bilhões na economia

Cerca de R$ 232 bilhões. Esse é o montante que deve ser injetado na economia brasileira, até dezembro, com o pagamento do 13º salário.

A estimativa do Dieese, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, leva em conta o pagamento a cerca de 83 milhões de brasileiros que têm direito ao 13º.

O valor a ser incorporado na economia corresponde a cerca de 2,7% do PIB brasileiro, o Produto Interno Bruto, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país.

A média dos salários, segundo cálculo do departamento, passa dos R$ 2.500, por trabalhador. Mas a maior média do 13º está no Distrito Federal, que passa dos R$ 4.500. Já no Maranhão, o benefício não chega a R$ 1.700.

Dos R$ 232 bilhões a serem injetados na economia, quase metade deve ser pago na região Sudeste. Segundo o Dieese, é onde está a “maior capacidade econômica do país e onde se concentra a maioria dos empregos formais, aposentados e pensionistas”. A região Norte responde por apenas 4,7% do montante total.

Se analisado por setor, mais de 60% do valor total corresponde ao pagamento dos trabalhadores de serviços, incluindo os servidores públicos. Em seguida vem os trabalhadores da indústria, depois do comércio, e a construção civil com parcela igual à dos trabalhadores da agropecuária.

Segundo o Dieese, o cálculo não leva em conta os trabalhadores autônomos, os assalariados sem carteira de trabalho assinada, nem aqueles que recebem outro tipo de abono de fim de ano. Isso porque não há dados oficiais.

O estudo ainda mostra que, dos cerca de 83 milhões de brasileiros que devem receber o 13º salário, mais de 60% são de trabalhadores do mercado formal, incluindo trabalhadores domésticos com carteira de trabalho assinada. Os outros quarenta por cento são de aposentados e pensionistas do INSS, e os aposentados e beneficiários da União, dos estados e dos municípios.

Agência Brasil

Empresários patrocinam projeto de revitalização do Centro do Rio inspirado em Nova York

Passando por um período de reestruturação, após a passagem do auge da pandemia do Coronavírus, o Centro do Rio tem atraído olhares atentos por conta do seu potencial econômico e imobiliário, localização privilegiada e farta infraestrutura.

Primeiro, o prefeito criou o Gabinete de Crise do Centro da cidade, por sugestão de investidores privados que têm no Centro Histórico e Financeiro parrudos investimentos. Logo após, o projeto #ReviverCentro, lançado com fartos incentivos ao adensamento residencial da região.

Spin-off destas iniciativas, mais novo dos projetos apresentados para a região e batizado de Aliança Centro Rio, um projeto tem como proposta replicar na Cidade Maravilhosa uma experiência conhecida no exterior como Business Improvement Districts (BID). Tudo isso ocorre em meio ao retorno ao trabalho presencial, e surfando na onda de otimismo que começa a surgir com tantas novidades sobre a região que é berço da civilização brasileira.

Os BIDs são distritos comerciais geridos por meio de parcerias entre iniciativas pública e privada nas quais proprietários e empresários que integram ou têm negócios na área contribuem para manutenção suplementar e desenvolvimento desses espaços. Grandes metrópoles do mundo, como Nova York e Londres adotam esse modelo de gestão compartilhada, que teve início no Canadá, nos anos 60.

Na Capital Fluminense, a Aliança teve início em setembro, e essa nova aposta na área central da cidade é coordenada pela associação Rio Negócios e o Instituto Rio 21, organização de pesquisa que levanta dados a fim de nortear as melhorias que autoridades e investidores irão promover na cidade. Números de hoje mostram que a região concentra mais de 30% das empresas do Rio, que movimentam R$ 560 bilhões por ano, gerando mais de 300 mil empregos.

A ação foi dividida em duas fases, onde uma equipe do Instituto Rio21 mapeia os principais problemas do Centro. E não são poucos: o monitoramento inclui desde calçadas avariadas e iluminação pública deficitária, até ambulantes exercendo a profissão ilegalmente. A identificação das mazelas sociais, como situação dos moradores de rua, também entra no radar do monitoramento. Depois de averiguada, a prefeitura ou o órgão responsável é acionado para sanar o problema. Semanalmente, é feita checagem e conferência de cada falha comunicada, para ver se foi devidamente sanada, gerando relatórios que sintetizam a rotina da região.

Uma região como o Centro, com menos de 43.000 moradores no momento, e sendo utilizada apenas 5 dias por semana e 8 horas por dia, tem menos gente ligando pro 1746 e fazendo queixas de problemas encontrados”, diz o empresário Cláudio Castro, da tradicional imobiliária Sergio Castro, proprietária de casarios, lojas e salas na região e membro fundador da Aliança. Castro aposta que a Prefeitura não só atua onde é mais provocada, como também precisa de ajuda na zeladoria e controle de uma área que funciona apenas em horário comercial.

Na fase atual, a nova empreitada tem percorrido as vias do Centro, fazendo um trabalho minucioso do que pode ser revitalizado. Algumas ações também já começaram a ser postas em prática, como a compra de tendas que servirão de apoio a 20 bases operacionais do programa Centro Presente. A proposta de conectar ao 5º BPM (Praça da Harmonia) às câmeras de segurança de prédios da região foi incorporada ao projeto.

Um Centro Histórico precisa, acima de tudo, ser um ambiente atrativo e amigável para os negóciosSó assim se manterá vivo”, diz Cláudio Castro. Para o empresário, se a iniciativa privada não colaborar e cobrar, as autoridades ficam sem um “termômetro”.

Para financiar a ideia, o Aliança Centro Rio conta com investidores que se organizam em entidades não lucrativas. O grupo é formado por cerca de 50 cotistas iniciais, que pagam mensalmente R$ 1 mil por edifício comercial, e cotas de R$ 500 para comerciantes. A ideia é ampliar o projeto a partir de 2022, com a entrada de novos cotistas, o que viabilizaria o financiamento de intervenções urbanas, à semelhança dos BIDs, além da promoção da atratividade da região e do monitoramento de sua zeladoria. Dentre os membros estão grandes proprietários de imóveis na região, como Opportunity, São Carlos Empreendimentos, Tishman Speyer e diversos outros pesos-pesados, além de grandes edifícios como o Linneo de Paula Machado e o Shopping Paço do Ouvidor. A gestão dos trabalhos cabe, hoje, ao executivo Marcelo Haddad, da Rio Negócios.

E este não é a único projeto em andamento voltado para o desenvolvimento da cidade. O elogiado programa urbanístico da prefeitura “Reviver Centro”, que, entre as principais propostas, cria regras mais flexíveis para estimular a ocupação com moradias, atua paralelamente ao Aliança Centro Rio, como um abrangente projeto de ressignificação da área. O programa vem aquecendo o mercado imobiliário da região central, por conta dos grandes incentivos dados à construção e conversão de imóveis para o uso residencial no bairro. Dentre estes incentivos, está a concessão de potencial construtivo em bairros mais nobres para que investe em residencial no Centro.

Plano tem aval da Prefeitura

Foto Cleomir Tavares / Diario do Rio

O Aliança Centro conta com o apoio da Prefeitura do Rio, tanto que existe um projeto de lei no congresso, de autoria do hoje secretário de Fazenda e Planejamento municipal, Pedro Paulo, para tentar regulamentar este modelo no Brasil, que ajudaria muito as cidades brasileiras.

Segundo Pedro Paulo, já houve tentativas de trazer para o Brasil o modelo do BID, principalmente por entidades empresariais. Um exemplo que ele cita é o projeto chamado de Área de Revitalização Econômica (ARE), liderado pela Associação Comercial do Rio de Janeiro, que em 2006 apresentou uma proposta de revitalização da avenida República do Chile, no centro da cidade. A falta de uma regulamentação para a constituição das AREs no País acabou dificultando a implantação do projeto. “A iniciativa da ARE contou com o assessoramento do Diretor de um dos principais BID norte-americanos, a pesquisa da experiência e melhores práticas em visitas a BIDs nos EUA, Canadá e África do Sul e o suporte de diversos colaboradores”, destaca Orlando Lima, um dos pioneiros do BID no Brasil.

A agenda urbana brasileira ainda é um campo carente de visão, políticas públicas, investimentos e novos modelos de governança”, afirma Pedro Paulo.

Washington Fajardo
Washington Fajardo

O secretário de Planejamento Urbano do Rio, Washington Fajardo, uma das lideranças mais importantes do município nesse trabalho de remodelamento da região central da cidade, avalia o potencial da empreitada.

Nesse modelo, o setor privado – proprietários de imóveis comerciais complementam serviços públicos como limpeza, conservação, paisagismo, mobiliário urbano, etc, além de promover e divulgar sua região. [os BIDs] são muito comuns e estão por detrás do sucesso das áreas urbanas mais visitadas e vivas do planeta. BIDs existem nos EUA, Canadá (onde surgiram), México, Reino Unido, Espanha, Alemanha, África do Sul, Sérvia, Singapura, Coréia do Sul, Austrália, Nova Zelândia. Na cidade de Nova York existem 78 BIDs. Nos EUA são mais de 2500″, revela.

Antonio Mariano

Cientista político e diretor executivo do Instituto Rio 21, Antonio Mariano conta que a ideia começou a ganhar forma em março deste ano. Segundo ele, o intuito era idealizar algo que estabelecesse um diálogo entre os atores que fazem parte da rotina do local e auxiliar na revitalização do Centro.

Atualmente contamos com vários patrocinadores, que auxiliam na viabilização do projeto e estamos em busca de novos apoiadores para expandir tanto a área de atuação, que ainda não abarca o Centro todo, mas também o escopo. Queremos, além de mapear os problemas, conversar com os atores que vivem a região e buscar soluções de políticas públicas que possam ser implementadas. Além disso, também queremos que a iniciativa privada apareça de forma mais presente na conservação da cidade, realizando reparos pequenos, rápidos e baratos, mas que fazem toda a diferença para o cidadão. Sabemos que muitas vezes o poder público encontra dificuldades em dar respostas rápidas, por isso essa ideia”, diz ele, que completa:

O Aliança não é a invenção da roda, tanto que já existe em outras cidades do mundo como Londres e Nova Iorque. Mas é sim uma novidade para nós, essa junção do público com o privado, em prol da melhoria de um recorte geográfico da cidade. Aqui todos tem a ganhar. O cidadão ganha um lugar melhor para se viver e trabalhar, o privado vê seus investimentos retornarem com o crescimento econômico da área e a Prefeitura pode focar em questões maiores e mais importantes”, finaliza.

Apenas no balanço das primeiras seis semanas, o Aliança Centro Rio identificou 512 problemas, classificados por cores de acordo com o nível de gravidade: vermelho (alto risco de acidentes, moradores de rua, ambulantes e espaços abandonados); amarelo (problemas de médio risco, como necessidades de recapeamento ou recuperação de calçadas) e verde (baixo risco, como falhas de sinalização e problemas de trânsito). Tudo é organizado em relatórios detalhados, e de fácil entendimento.

Um dos vereadores mais atuantes na cobrança por melhorias na cidade, Pedro Duarte (Novo), reforça o coro pela divisão de atribuições entre as iniciativas pública e privada na gestão dos espaços urbanos.

“Precisamos cada vez mais modernizar e dinamizar a gestão feita pelo poder público, inclusive do espaço urbano.A sociedade civil organizada pode compartilhar a gestão urbana, assumindo deveres e compromissos que seriam da Prefeitura, mas de forma mais ágil e eficiente.

Crescimento sustentável e preservação do patrimônio histórico preocupam Iphan-RJ

Mas nem tudo são flores, ao longo dos últimos anos, diversos equipamentos históricos e culturais do Centro do Rio, que poderiam servir de mola propulsora para o progresso da área, foram deixados de lado pela administração pública. O Superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Rio de Janeiro (Iphan-RJ), Olav Schrader, chama atenção para a necessidade de se alinhar o avanço da cidade com a sustentabilidade do patrimônio cultural e histórico do Centro.

“Há um grande potencial de crescimento sustentável da cidade do Rio de Janeiro através do resgate da sua história e da sua autoestima. É importante implementar, a longo prazo, a sustentabilidade do Patrimônio Cultural para que o uso dos bens culturais se integre ao dia a dia da sociedade. Assim, além de ser fonte de orgulho e de identidade para a população, o Patrimônio pode consistir também em um vetor de crescimento econômico virtuoso. O turismo exemplifica uma cadeia produtiva que pode ser movimentada pela gestão sustentável deste Patrimônio. Ainda poderíamos mencionar outras cadeias, como a da cultura e os setores imobiliário, residencial e comercial, com potencial de influenciar em cascata outros setores econômicos. O Rio é um dos principais destinos turísticos do Brasil e ostenta monumentos de importância ímpar para a história do país e do mundo”.

Oposição atenta

Vereador do Rio pelo Psol, Chico Alencar reconheceu a importância de um projeto que resgate o Centro do Rio nesse panorama de pós-crise pandêmica, mas destacou que os papéis, tanto da administração pública como da privada, precisam estar bem definidos.

“O Projeto é positivo, desde que não dê margem à privatização de espaços públicos, que são da coletividade, e que não leve o Poder Público a se acomodar, ficando dependente dos aportes privados para tudo”, disse Alencar.

A associação ao projeto pode ser feita por qualquer empresa, condomínio, lojista ou comerciante da região, e para tanto basta visitar o site da Aliança, aqui.

Diário do Rio

Barroso suspende portaria do governo que proíbe demissão de quem recusa vacina

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar, na última sexta-feira (12/11), para suspender a Portaria nº 620/2021, editada pelo Ministério do Trabalho, que proíbe o empregador de exigir do trabalhador documentos comprobatórios de vacinação contra a Covid-19 para a contratação ou manutenção da relação de emprego.

Quatro partidos (Rede Sustentabilidade,  PSB, PT e Novo) contestaram artigos do texto publicado no último dia 1º. As ADPFs são as de número 898, 900, 901 e 905. (Leia a decisão de Barroso)

“Diante do exposto, defiro a cautelar para suspender os dispositivos impugnados, com ressalva quanto às pessoas que têm expressa contraindicação médica, fundada no Plano Nacional de Vacinação contra COVID-19 ou em consenso científico, para as quais deve-se admitir a testagem periódica”, escreveu Barroso ao conceder a medida cautelar.

Os partidos alegaram que um “ato infralegal, como é o caso de uma portaria, não é instrumento apto a inovar na ordem jurídica, criando direitos e obrigações trabalhistas”. As siglas defenderam ainda a inconstitucionalidade material da norma, por violação ao direito à vida e à saúde. As alegações foram acolhidas por Barroso.

“Não há comparação possível entre a exigência de vacinação contra a COVID-19 e a discriminação por sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar, deficiência, reabilitação profissional, idade ou gravidez. Esses últimos fatores não interferem sobre o direito à saúde ou à vida dos demais empregados da companhia ou de terceiros. A falta de vacinação interfere”, afirmou o ministro.

Outro argumento das legendas foi de que o próprio Ministério Público do Trabalho se pronunciou a favor da exigência, desde que precedida de uma política de informação, inclusive sobre eventuais efeitos colaterais, e reconheceu a possibilidade de despedida por justa causa, em último caso, se houver recusa injustificada por parte do trabalhador.

“As pesquisas disponíveis indicam que a vacinação é uma medida essencial para reduzir o contágio por COVID-19, para minimizar a carga viral e assegurar maior resiliência aos infectados. Em tais condições, é razoável o entendimento de que a presença de empregados não vacinados no âmbito da empresa enseja ameaça para a saúde dos demais trabalhadores, risco de danos à segurança e à saúde do meio ambiente laboral e de comprometimento da saúde do público com o qual a empresa interage”, escreveu Barroso.

O ministro informou que levará a liminar a referendo dos demais ministros em sessão do plenário virtual. O julgamento deve ser entre os dias 26 de novembro e 3 de dezembro.

JOTA

Tekron e Dimensional são finalistas do Prêmio CBIC de Responsabilidade Social

As empresas Tekron Engenharia e Dimensional Engenharia são finalistas do Prêmio CBIC de Responsabilidade Social deste ano, na categoria Empresa. Os vencedores serão conhecidos no próximo dia 30. A premiação visa a reconhecer as melhores práticas desenvolvidas pelo setor da construção e do mercado imobiliário no enfrentamento da crise provocada pela pandemia do coronavírus.

A Dimensional está concorrendo com a prática “Inovação, pioneirismo, transparência e ações de impacto em função da Covid”. O grande diferencial do projeto é o mindset alargado de responsabilidade social e a capacidade de adaptação rápida às mudanças do meio. Além disso, a iniciativa se distingue pela cultura de métrica, de evidenciamento das ações, de transparência e de prestação de contas com a sociedade, por meio da divulgação e fomento das boas práticas e ações, com o intuito de engajar os pares e a sociedade.

“O conceito moderno de responsabilidade social é muito mais abrangente que o assistencialismo, inclusive no tocante ao ESG”, destaca o diretor Operacional da Dimensional Engenharia, Vinicius Benevides.

Para Benevides, o trabalho digno e decente, com saúde e segurança, protegendo os colaboradores e suas famílias, os empregos, as empresas e a economia, propiciando as bases do desenvolvimento sustentável da nação brasileira, é responsabilidade social imediata e de longo prazo.

Ação social da Tekron ajuda comunidade no Rio de Janeiro

O projeto social Viver com + qualidade de vida no seu bairro foi o que colocou a Tekron Engenharia e Construção no pódio da premiação. A iniciativa está mudando a realidade do Morro do Amor, localizado no complexo de Lins, na Zona Norte do Rio.  

Fruto de uma parceria com a associação de moradores do local, o projeto contou também com o apoio do Serviço Social da Construção do Rio de Janeiro (Seconci-Rio), que ajudou na identificação inicial do projeto, levantamentos e na intermediação de patrocínio com a Heineken.

Rodrigo Goytacaz Cavalheiro, sócio da Tekron e um dos idealizadores do projeto, explica que a ideia surgiu da necessidade de ajudar quem precisa, levando atividades que contribuíssem para o dia a dia das famílias da comunidade. Uma das ações educativas realizou aplicação de flúor e o rastreamento oftalmológico de crianças da comunidade. Outra, promoveu palestras sobre autoestima e sustentabilidade. O projeto também revitalizou, emboçou e pintou casas da comunidade, entre outras ações.

Cavalheiro afirma que o maior benefício da iniciativa é poder atender a comunidade num momento em que as pessoas estavam muito necessitadas. “Conseguimos somar esforços e suavizar as carências dessas pessoas”, destaca.

O “Prêmio CBIC de Responsabilidade Social” é organizado pela Comissão de Responsabilidade Social (CRS) da CBIC, com correalização do Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional).       

Com informações do CBIC Hoje