CBIC: Indicadores revelam surpresas positivas na economia

A redução do número de pessoas desocupadas no país, de acordo com a Pnad Contínua divulgada, na última sexta-feira (30), pelo IBGE, somada ao número de postos formais de trabalho gerado em agosto registrado pelo Caged, reforçam o maior dinamismo da  economia brasileira. A avaliação é da economista Ieda Vasconcelos, da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que traçou um cenário de surpresas positivas na economia, mesmo diante de alta elevada dos juros. O debate aconteceu durante a live CBIC Economia, que destacou os principais dados divulgados recentemente e os impactos no setor.

“Tanto o Caged quanto a Pnad Contínua nos evidenciam que o mercado de trabalho está melhor do que no período pré-pandemia. No caso do desemprego, medido pela PNAD, estamos com o menor patamar desde 2015”, afirmou a economista. De acordo com os dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), a taxa de desocupação no trimestre de junho a agosto fechou a 8,9%, o que representa 9,7 milhões de pessoas. Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados na quinta-feira (29), foram gerados 278.639 empregos com carteira assinada no país em agosto deste ano. O setor da construção responde por 6,02% (2,559 milhões) do total de trabalhadores formais (42,532 milhões).

“São 99 milhões de pessoas ocupadas no país. Para se ter uma ideia da importância desse número, é o melhor da série histórica iniciada em 2012 pelo IBGE. É patamar recorde no número de ocupações do país”, ressaltou Ieda, sobre os números da Pnad. Enquanto o Caged se refere ao número de contratos regidos pela CLT, a Pnad é mais ampla e também considera o mercado de trabalho informal.

Selic e financiamento imobiliário

A economista avaliou que a manutenção da taxa Selic em 13,75% demostra que o Banco Central encerrou o ciclo de alta em 2022. Ao analisar os números da pesquisa Focus desta semana, Ieda considerou que o mercado teve o entendimento de que não haverá mais alta neste ano e que a taxa Selic deverá começar a sofrer queda a partir do de 2023.

“A redução começa a partir do ano que vem, segundo a Focus, e continua no processo de queda, chegando nos próximos três anos, em 2025, a patamar próximo a 7%. A queda deverá ser gradual, com a Focus projetando a Selic em 11,25% no final de 2023”, afirmou.

Apesar dos juros a 13,75%, Ieda Vasconcelos ressaltou que as taxas do financiamento imobiliário continuam muito atrativas e que não há cenário para o seu aumento com a estabilidade da Selic. Ela explicou que Selic e juros imobiliários não aumentam na mesma proporção. Segundo lembrou, de março de 2020 até este ano, a Selic cresceu 11,75 pontos percentuais, e a taxa do crédito imobiliário elevou cerca de 3 pontos percentuais. “Não impacta a construção de forma direta. Impacta na medida em que diminui o ritmo de desenvolvimento da economia brasileira”, disse.

No entanto, a economista ponderou que o nível elevado da taxa Selic vai refletir na atividade econômica nos últimos três meses do ano. “Em algum momento a atividade econômica vai sentir o impacto desses juros. As estimativas de crescimento do próximo ano estão muito mais modestas. Enquanto têm melhorado as estimativas do crescimento da economia em 2022, próximo a 3%, para o próximo ano, as estimativas indicam um cenário de crescimento de 0,5% em função da Selic elevada. Mas é claro que economia pode surpreender”, afirmou.

Para Ieda Vasconcelos, a economia brasileira tem surpreendido. Ela citou a divulgação pelo Banco Central do resultado positivo de 1,27% do índice mensal de atividade do mês de julho, cuja expectativa do mercado era de 0,3% para o mês. De acordo com a economista, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) também confirma os bons números da economia. Ela lembrou que a pesquisa Focus iniciou o ano projetando a alta do PIB de 0,29% em 2022, e a última pesquisa estimou 2,67%. A economista também afirmou que a expectativa para a inflação tem melhorado. Já chegou a quase 9%, de acordo com a Focus, e está em 7%.

Agência CBIC

Caixa lança novas oportunidades para Infraestrutura em iluminação pública

A Caixa Econômica Federal abriu chamada pública para projetos de parcerias público-privadas (PPPs) no setor de Iluminação Pública. Podem participar municípios com mais de 80 mil habitantes e consórcios intermunicipais, que podem fazer propostas que contemplem de dois a 30 municípios, cuja população somada supere 100 mil habitantes. O prazo de inscrição vai até 11/11. O resultado do edital será divulgado até o dia 23/12.

“Isso mostra para o setor privado de Infraestrutura que teremos crescimento e oportunidades para o segmento”, destacou a vice-presidente de governo da Caixa, Tatiana Thomé, ao ressaltar que a instituição ainda pretende publicar mais dois chamamentos ainda nesse ano para outros dois setores.

As PPPs deverão trocar as atuais lâmpadas por LED nos dois primeiros anos de vigência do contrato. A expectativa é de que a mudança resulte em uma redução de mais de 50% no valor da conta de energia elétrica com iluminação pública do município.

Terão prioridade as propostas que beneficiem aglomerações urbanas interligadas, com maior população beneficiada, maior consumo de energia por ponto de luz e maiores taxas de mortes violentas na atualidade.

A estruturação dos projetos será custeada pelo Fundo de Apoio à Estruturação e ao Desenvolvimento de Projetos de Concessão e Parcerias Público-Privadas (FEP). A Caixa fará o desenvolvimento dos projetos e a assessoria aos entes durante a estruturação das PPPs, da fase inicial à realização do leilão.

O município ou consórcio de municípios interessado deverá enviar a proposta pelo portal www.concessoes.caixa.gov.br e a Caixa, após análise, divulgará a lista de habilitados.

Energia solar cresce, mas frustra quem esperava ‘corrida do ouro’

Um crescimento acima de 50% em pouco mais de seis meses não é exatamente um resultado ruim, mas é considerado frustrante por quem esperava mais do que dobrar o volume de negócios. Para distribuidores e instaladores de equipamentos de energia solar no Brasil, a expectativa era viver, em 2022, uma espécie de corrida do ouro pelos sistemas.

Ao fim do terceiro e penúltimo trimestre do ano, o quadro se desenhando é mais modesto.

Além do que o setor considera ser a grande vantagem do sistema —o uso de fonte gratuita e abundante no Brasil, o sol–, há o calendário: instalações registradas a partir de 7 janeiro de 2023 passarão a pagar uma taxa pelo uso da rede de distribuição.

Para quem já tem um sistema de geração de energia local e para aqueles que fizerem o pedido de acesso até o dia 6 de janeiro de 2023, essa taxa, chamada de Tusd B (tarifa de uso dos sistemas de distribuição), ou fio B, ficará isenta até 2045.

A alta de juros e a elevação do endividamento são vistos como dois fatores que contribuíram para o crescimento abaixo das projeções.

O financiamento dos sistemas de energia solar são considerados fundamentais ao acesso aos sistemas, uma vez que ele tem um custo inicial elevado, entre R$ 16,6 mil e R$ 22 mil, segundo simulações do Portal Solar para um sistema residencial que substitua um gasto mensal de R$ 500 com a conta de luz.

Com juros maiores (a Selic está em 13,75% ao ano), o crédito fica mais caro. Ao mesmo tempo, o aumento do endividamento eleva o risco e reduz as condições de as famílias acessarem as linhas.

Ronaldo Koloszuk, presidente do conselho de administração da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), diz que houve aumento na procura nos últimos 30 a 60 dias, melhorando as expectativas para o encerramento de 2022. “Todo o mercado esperava um ano inteiro muito acelerado e errou neste sentido”, diz.

De janeiro a agosto, a média de crescimento mensal, em megawatt, está 57,2% maior do que o mesmo período do ano passado. A potência acumulada está em 12,7 gigawatts. Um ano antes, estava em 7,4 gigawatts, um crescimento de 71%. A projeção feita pelo setor em janeiro, porém, era acumular 25 gigawatts até dezembro.

SELIC EM ALTA E ELEIÇÕES AFETAM RESULTADOS, AFIRMAM EMPRESAS

Rodolfo Meyer, do Portal Solar, acredita que o ano eleitoral também afetou a decisão sobre investimentos. Depois de um primeiro trimestre que indicava aceleração, a guerra da Ucrânia, a antecipação da campanha eleitoral e a elevação da Selic foram freios relevantes.

Por isso, aposta em uma alta de pedidos em novembro e dezembro, com os quadros eleitorais já definidos. “Parece que está esquentando. E claro que 57% de crescimento não é mal.”

Na WIN Solar, que distribui equipamentos solares, a diretora Camila Nascimento contabiliza, no primeiro semestre, resultado superior a todo o ano passado. “Infelizmente, pelo aumento da Selic, houve queda no interesse pelo financiamento. Se não tivesse ocorrido isso, teria havido corrida maior.”

Enquanto em 2021 os preços dos equipamentos preocupavam o setor, neste ano há estabilidade. Os fretes marítimos, que passavam de US$ 10 mil (cerca de R$ 54 mil) há dois meses, já recuaram para o patamar de US$ 5.000 (cerca de R$ 27 mil).

O setor também está isento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e, com isso, fica dispensado de pagar ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços). Praticamente todas as partes do sistema fotovoltaico é importado –e quase tudo vem da China.

SISTEMA AINDA SERÁ VANTAJOSO APÓS 6 DE JANEIRO

O início da cobrança pelo uso da rede de distribuição foi previsto pelo marco legal da geração distribuída, a lei nº 14.300, publicada no Diário Oficial da União, no dia 7 de janeiro de 2021. A regra diz que solicitações de acesso nos 12 meses seguintes à publicação da lei manteriam a isenção da taxa pelo uso do fio até 2045.

Depois que o sistema para geração de energia solar é comprado, o consumidor, em geral por meio do integrador contratado para o serviço, solicita à distribuidora de energia o acesso à rede. Para usufruir da isenção da Tusd B, é necessário ter o protocolo desse pedido registrado até o dia 6, mesmo que o sistema não esteja instalado ainda.

Rodolfo Meyer, do Portal Solar, e Ronaldo Koloszuk, da Absolar, defendem que a geração distribuída continuará vantajosa, mesmo com o início da cobrança. A Tusd B corresponde a um percentual médio de de 28% da tarifa convencional.

A partir do ano que vem, a cobrança será escalonada até chegar à integralidade (os cerca de 28% da tarifa convencial) em 2029. Koloszuk diz que o impacto médio deve ser de 4% a cada ano. Com isso, a energia excedente que vai para a rede distribuidora passa a gerar um abatimento menor, pois haverá a cobrança do fio.

“Deixa de ser atrativa? Não, especialmente se você comparar com qualquer aplicação bancária”, afirma Koloszuk. Para Meyer, a inflação da energia elétrica convencional também joga a favor do sistema de geração solar.

“Em sete anos, a cobrança vai ser de aproximadamente 4,2% ao ano para quem não tiver o benefício [da isenção por mais tempo]. A inflação está acima disso. Se você comparar com uma inflação da energia de 5% ano ainda valeria a pena”, afirma. Ele defende também que a cada ano os sistemas ficam mais eficazes e, com isso, mais baratos.

Atualmente, a energia elétrica residencial acumula queda de preço (recuo de 12,86% em 12 meses até agosto, segundo o IPCA), após uma combinação de fatores conjunturais, sazonais e políticos. O nível dos reservatórios subiu a partir do fim do primeiro trimestre do ano e a bandeira de escassez hídrica, que cobrava R$ 14,20 por cada 100 kWh (quilowatts-hora) desde setembro do ano passado, foi encerrada.

Em junho, uma lei também definiu a devolução do ICMS sobre o PIS/Cofins na conta de luz que deve resultar em ajustes menores pelas concessionárias.

Folha de SP

Inflação medida pelo IPC-S acelera em 5 de 7 capitais no fim de setembro. Rio teve recuo

A modesta aceleração da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), para 0,02% na última medição de setembro, vindo de estabilidade de preços na imediatamente anterior, a terceira do mês, foi verificada em cinco das sete capitais pesquisadas, informou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) em relatório.

Houve aceleração da inflação ou recuo da deflação em relação à medição imediatamente anterior, em Salvador (0,21% para 0,33%), Belo Horizonte (-0,03% para -0,02%), Recife (0,26% para 0,37%), Porto Alegre (-0,41% para -0,29%) e São Paulo (-0,15% para -0,08%).

Tiveram recuo na alta de preços, por essa base de comparação: Brasília (0,35% para 0,20%) e Rio de Janeiro (0,46% para 0,19%).

A próxima apuração do IPC-S, relativa à chamada primeira quadrissemana de outubro, será publicada no dia 10, com segmentação regional no dia seguinte.

Valor Investe

Novo Congresso aumenta o desafio das reformas, avaliam especialistas

O andamento da agenda econômica no País, a partir de 2023, deve mudar de ritmo devido à nova configuração do Congresso, que terá a direita bolsonarista fortalecida. Como essa mudança vai ocorrer, porém, ainda depende do resultado do segundo turno, segundo analistas. Se o ex-presidente Lula (PT) vencer no próximo dia 30, ele terá de enfrentar uma oposição dura no Senado e na Câmara dos Deputados, o que dificultará a aprovação de suas reformas. Caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) seja reeleito, a tendência é que a pauta econômica fique nas mãos dos parlamentares – como já vem ocorrendo.

A economista Alessandra Ribeiro, da Tendências Consultoria, vê o risco de uma “paralisia” na pauta caso Lula vença e Arthur Lira (PP-AL) se mantenha na presidência da Câmara. Isso porque, como oposicionista, o deputado poderia travar as votações dos projetos do governo, inclusive a de uma reforma tributária mais ampla – como o PT indica que gostaria de fazer. Ela diz também que seria mais difícil que Lula conseguisse reverter pontos de reformas que foram aprovadas nos últimos anos, como a trabalhista.

Para o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, considerando o cenário de o PT voltar ao Executivo e a composição do novo Congresso, Lula teria de trabalhar com uma pauta econômica mais de centro, o que inclui uma regra fiscal também mais dura do que seus assessores econômicos vêm sinalizado.

Já diante da hipótese de Bolsonaro se reeleger, Vale diz que há risco de a reforma tributária ser mais modesta. “O que o governo lançou nessa área até agora é bastante ruim”, destaca. O economista afirma também que o ministro da Economia, Paulo Guedes, entraria em seu quinto ano de mandato bastante enfraquecido e sem “ideias novas”. Isso deve resultar em uma agenda econômica sendo pautada pelo Congresso, acrescenta. Para Alessandra, no entanto, nesse caso, o alinhamento com os parlamentares poderia dar tração à privatização dos Correios. “Vejo a questão das privatizações andando mais que a tributária, mas não sei se a da Petrobras seria bancada.”

Na visão do economista Bernard Appy, diretor do Centro de Cidadania Fiscal, há dúvidas se, mesmo reeleito e com o bolsonarismo mais forte entre os parlamentares, Bolsonaro conseguiria ter alguma independência do Centrão. “Se isso (o resultado da eleição no Congresso) muda a equação, fortalecendo o presidente na negociação com o Congresso o suficiente para ter autonomia? Não sei.”

Appy lembra que o Centrão também saiu reforçado dessa eleição e, na hipótese de Lula vencer, ele teria de conversar com os parlamentares que compõem essa ala. “Uma parte do Centrão é ideológica e dificilmente haverá espaço para uma negociação, mas uma parte é mais pragmática e talvez haja algum espaço”, acrescenta.

Nelson Marconi, economista que fez parte da equipe econômica do candidato Ciro Gomes, destaca que, ainda que o Congresso seja mais conservador, o presidente eleito costuma ter, no início do mandato, mais força para colocar na pauta projetos de seu interesse. “O presidente tem de aproveitar esse momento inicial”, diz.

O Estado de SP

Incorpora: mercado imobiliário mantém tom otimista sobre crescimento do setor

Na visão de atores relevantes do mercado imobiliário brasileiro, o acesso ao crédito é combustível para o crescimento do setor. Essa é uma das conclusões do painel que abriu a 5ª edição do Fórum Brasileiro das Incorporadoras Imobiliárias (INCORPORA), evento promovido pela ABRAINC que reuniu grandes incorporadoras e empresas do setor para debater as perspectivas, conjecturas e o papel do setor imobiliário no desenvolvimento do País. 

No Hotel Unique, o painel de abertura contou com a presença de Antônio Setin​​, Presidente da Setin Incorporadora; José Rocha Ramos Neto​, Diretor do Bradesco e presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) e o Presidente da B3, Gilson Finkelsztain; com intermediação de Luiz França, Presidente da ABRAINC. 

Transformações na arquitetura

Os efeitos da pandemia na construção de imóveis foi destacado para além do custo de construção e aspectos financeiros. “Tivemos que alterar projetos repentinamente. E isso aconteceu porque as pessoas mudaram a forma como querem viver”, justifica Antônio Setin. “Nossa sala, casa e varanda se tornaram novos ambientes. E isso vai perdurar para sempre​”, comenta.

Ele explica que essas mudanças se deram, principalmente, pela mudança no olhar das pessoas em relação às residências. ​”​Hoje, os empreendimentos priorizam o conforto. Com a ressignificação das nossas casas, as pessoas passaram a pensar mais no bem-estar das suas famílias​”, afirma. “Os clientes estão mais bem informados, críticos, atentos e exigentes neste novo cenário.”

Papel do crédito no mercado imobiliário

Apesar de apontar a taxa de juros como a principal inimiga do mercado imobiliário depois do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), a Setin tem um tom otimista para o crescimento do setor nos próximos anos. “​O mercado imobiliário gera muitos empregos e faz isso de forma imediata. Assim, contribuímos para que a população volte a consumir e a economia cresça​.”

O tom otimista é corroborado por ​​​​José Rocha Ramos Neto​. Ele comenta que 2021 foi o melhor ano de crédito imobiliário no Brasil e isso demonstra a pujança do setor. “No ano passado, tivemos um recorde histórico e o volume vai se manter alto. Em 2022 teremos o segundo melhor ano de crédito imobiliário da história”, pontua.

Apesar de ter registrado o menor patamar da história em agosto de 2020 e de ter se mantido em um dígito até fevereiro deste ano, a Selic agora está em um momento de estabilidade alta, a 13,75% ao ano. Com este número, a taxa básica de juros chegou ao maior patamar desde o início de 2017. E a previsão é de que a taxa se mantenha acima dos 13% este ano.

Além disso, o INCC, mesmo tendo registrando decréscimo de 0,10% em setembro, continua acumulando alta de 8,91% ao ano e 10,89% nos últimos 12 meses. A isso se soma a redução de 93% nos recursos do programa Casa Verde e Amarela, prevista na Proposta do Orçamento de 2023.

O Estado de SP

Mercado deve ter desempenho positivo após resultado do 1º turno, diz J.P. Morgan

A vantagem de cerca de 5 pontos percentuais do ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em relação ao presidente Jair Bolsonaro (PL), no primeiro turno das eleições presidenciais, deve resultar em um desempenho positivo dos mercados, nesta segunda-feira. “Torna-se essencial que Lula passe para o centro rapidamente, delineando seu plano macro e, talvez, até dando uma visão mais firme sobre quem será seu ministro da Economia”, dizem os estrategistas do J.P. Morgan.

Em relatório enviado a clientes, Emy Shayo Cherman, Cinthya Mizuguchi e Pedro Martins Junior observam, ainda, que a diferença menor que o esperado entre os dois também indica um aumento das chances de uma vitória de Bolsonaro, o que pode ser outro fator positivo para os ativos locais.

“Além da corrida presidencial, as grandes surpresas vieram no nível estadual, onde os candidatos ligados a Bolsonaro se saíram muito bem tanto nas eleições para governador quanto para o Congresso”, observam os profissionais.

Na visão de estratégia do J.P. Morgan, o mercado acionário deve se favorecer independentemente da eleição. “O período pós-eleitoral deve mostrar uma política econômica moderada e há a eventual opcionalidade positiva de que Lula, se eleito, nomeie uma equipe econômica ‘market friendly’. Além disso, o Brasil foi o primeiro mercado a parar de subir os juros e o Banco Central indicou que as taxas podem começar a cair em junho. As ‘valuations’ são atraentes, os fluxos estrangeiros são bons e os resgates de fundos dedicados a ações locais estão diminuindo”, notam os estrategistas do J.P.

Para eles, setores sensíveis aos juros, como shoppings, concessões, consumo, estatais e setores regulados poderiam se sair melhor em uma estrutura macroeconômica mais liberal. Já em um ambiente mais intervencionista, seriam favorecidas empresas ligadas a setores como consumo de massa, exportadores e setores que se beneficiariam de programas governamentais anteriores, que poderiam ser revividos, como o Minha Casa Minha Vida e o Fies. Além disso, o J.P. Morgan observa que uma eventual eleição de Tarcísio de Freitas em São Pàulo “deve ser um bom presságio para a Sabesp”.

Valor Investe

Confiança do empresário sobe 0,8 ponto em setembro, diz FGV

O Índice de Confiança Empresarial (ICE), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) sobe 0,8 ponto, de agosto para setembro deste ano. Com isso, o indicador atingiu 101,5 pontos, em uma escala de 0 a 200 pontos, o maior nível desde agosto de 2021 (102,5 pontos).

A alta da confiança foi puxada pela melhora das percepções sobre a situação presente e das expectativas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual Empresarial subiu 0,7 ponto e chegou a 102 pontos, o maior nível desde junho de 2013.

Já o Índice de Expectativas (IE-E) subiu 1 ponto e atingiu 100,1 pontos, o maior nível desde outubro de 2021 (100,3 pontos).

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas Sondagens Empresariais produzidas pela FGV IBRE: Indústria, Serviços, Comércio e Construção.

A confiança subiu em três dos quatro setores que integram o ICE. A exceção foi a indústria que recuou 0,8 ponto. A maior alta foi observada na construção (3,5 pontos). Em seguida, aparecem comércio (2,4 pontos) e serviços (1 ponto).

Agência Brasil

Momento é melhor para alugar do que vender imóvel

Quem tem dinheiro guardado e pensa em investir em imóveis para tentar ganhar com a valorização vai encontrar um momento desfavorável diante dos juros elevados da economia atualmente. Mas para os proprietários que vivem o dilema entre vender ou colocar para alugar, a melhor opção recai na locação, avaliam especialistas ouvidos pelo Valor.

“O momento atual, com a taxa básica Selic em quase 14% ao ano e inflação elevada, incentiva o consumidor a buscar o aluguel em detrimento de uma decisão de aquisição”, afirma o sócio e fundador da plataforma digital de compra, venda e aluguel de imóveis UBLink, Rogério Santos. “Se a pessoa puder esperar o próximo ano [para vender], terá um cenário mais favorável”, diz.

De acordo com ele, há uma perspectiva de retomada de alta dos preços dos imóveis “mais para 2023”. Santos vê “condições macroeconômicas melhores no ano que vem, com possibilidade de queda de juros e sem as incertezas das eleições. Isso vai estimular novamente as pessoas a comprar [propriedades] e estimular o crédito para aquisição de residências mais para a frente”. Para o sócio da UBLink, os juros estão muito elevados e, nesse caso, é melhor deixar o dinheiro em investimentos mais conservadores.

O “yield” da locação, ou seja, o retorno médio com aluguel em relação ao preço do metro quadrado de venda atingiu em 0,43% ao mês em agosto, de acordo com dados do Índice FipeZap+, que abrange preços anunciados de venda e locação de imóveis residenciais em 16 capitais. Esse yield anualizado significa um retorno de 5,16%, abaixo até da caderneta de poupança, que atualmente rende 6,17% ao ano mais a variação da taxa referencial (TR).

No entanto, o rendimento com locação é apenas um dos componente do retorno total de um imóvel. Se for considerada a valorização média do metro quadrado em 12 meses até agosto, medida pelo FipeZap, o ganho total do proprietário alcança 11,23%, bem acima da caderneta. O ganho imobiliário superou também o CDI no mesmo período. O referencial conservador alcançou 10,23% na mesma base, até agosto, mas tende a fechar o ano bem acima desse patamar, mais perto do atual nível da taxa básica Selic, de 13,75% ao ano.

O coordenador do FipeZap, Alison Oliveira, afirma ser necessário observar o comportamento dos juros no tempo para se fazer uma comparação correta com o retorno do aluguel. “Quando se pensa em taxa real da economia [o yield da locação] parece baixo, porque o CDI [referencial conservador] em 12 meses atingiu em agosto 10,23%, então há desvantagem para o aluguel. Mas o pensamento de investimento imobiliário tem de ser de longo prazo, então em 2021, por exemplo, o ‘yield’ do aluguel estava acima dos juros da economia e, no longo prazo, tende a convergir e pode até superar de novo [o custo de oportunidade].”

“Para uma Selic baixa, por exemplo, entre 3% ou 4% ao ano, como tivemos entre 2020 e parte de 2021, o retorno do bem imóvel é melhor do que a renda fixa e do que o custo de oportunidade”, diz o coordenador do curso de negócios imobiliários da Fundação Getulio Vargas (FGV), Alberto Ajzental. “Mas no momento atual, com a Selic em dois dígitos, a renda fixa e até a caderneta remuneram melhor”, considera. “De qualquer modo, no caso de imóveis, em geral, é preciso esperar para ver o retorno em prazos como 10 ou 15 anos.”

Outro ponto favorável para quem pensa em obter renda com aluguel é o fato de o valor médio do metro quadrado da locação residencial em grandes centros exibir tendência de alta acima da média da inflação nos próximos meses, segundo especialistas. O cenário atual está bem mais favorável aos proprietários do que aos inquilinos. No momento, há uma demanda por aluguel mais pressionada, como reflexo do adiamento das decisões de compra de casas e apartamentos financiados em meio a juros e inflação elevados.

O FipeZap+ mostra, em agosto de 2022, uma alta média acumulada em 12 meses de 15,3% no valor do metro quadrado do aluguel. Já o preço médio de venda subiu 6,07% no mesmo período. O indicador tem mostrado estabilidade para os preços de venda em 12 meses desde o início de 2022. Já o valor das locações apresenta subida contínua na leitura em 12 meses desde junho de 2021. Na comparação mensal, porém, o ritmo de alta aponta para uma desaceleração, com avanço de 1,3% em agosto ante incremento de 1,37% no mês anterior e de 1,58% em junho.

Oliveira, do FipeZap, explica que, desde o ano passado, o indicador do aluguel começou a ter trajetória de aumento e chegou a ultrapassar índices de inflação como IPCA e até o IGP-M. “Em agosto, o FipeZap de aluguel está com alta de 15,3% em 12 meses contra 9,73% do IPCA e de 8,59% do IGP-M, então devemos ver por algum tempo o referencial de locações acima desses índices, com uma convergência mais para o ano que vem”, afirma.

Mesmo quem precisa se desfazer de um imóvel por necessidade urgente de dinheiro tem opções para ganhar fôlego, pondera Santos, da UBLink. “Hoje temos o home equity, por exemplo, a pessoa pode fazer um empréstimo por meio dessa linha com garantia de imóvel e ganhar tempo para esperar uma melhor situação. Quando a oportunidade chegar, pode vender a casa ou apartamento, saldar o empréstimo e usar o restante do recurso.”A analista de fundos imobiliários da XP, Maria Fernanda Violatti, lembra que os “tijolos” voltaram a se valorizar e diz que no próximo ano as condições serão melhores. Para ela, o mercado de fundos imobiliários (FIIs) pode ser considerado uma espécie de “espelho” ou indicador antecedente de tendências do setor imobiliário. “No caso de imóveis comerciais de alta qualidade, vemos uma demanda crescente. Em 2019, antes da pandemia, tivemos uma absorção líquida [diferença entre ocupações de novos espaço e devoluções] de 102 mil metros quadrados e, neste ano, a expectativa é terminar com absorção de 230 mil metros quadrados”, afirma.

A reação do mercado de FIIs vem na esteira de uma percepção de que o ciclo de alta de juros chegou ao fim. Além disso, explica Violatti, os agentes alimentam expectativa de que os cortes na taxa básica comecem já na primeira metade de 2023. “Os economistas da XP projetam o começo de redução da Selic no primeiro semestre [do ano que vem] com os juros terminando o ano em 10%.”

Em 2022, se o movimento de aquisição de imóveis se retraiu devido às incertezas macroeconômicas e políticas, o mercado de locação, por outro lado, tem ido bem. “O segmento de médio padrão foi o que sofreu mais no cenário atual, por conta da dinâmica de capacidade de compra piorando com a inflação e a deterioração da confiança, explica o chefe de real estate da XP, Ygor Altero. “Então a retração deve impulsionar esse eventual comprador para o aluguel é o mesmo movimento que vemos nos EUA hoje.”

Na decomposição do IPCA, o item aluguel residencial mostrou alta em 12 meses de 9,88% em agosto, enquanto o índice cheio teve elevação de 8,73%. Quando se observam os dados das capitais, os números mostram grandes diferenças. Em Aracaju, as locações acumularam subida de 2,53% em 12 meses. Em São Paulo, o avanço foi de 12,76%. Há ainda casos como o de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, que apresentou variação positiva de 16,33%.

“Um ponto importante ao se avaliar o retorno dos imóveis é lembrar que cidades evoluem e cidades decaem. Existem vetores de crescimento em um município. É muito difícil de prever isso em dez ou 20 anos. Além disso, existem as particularidades de cada segmento, como baixo, médio e alto padrão. No caso de São Paulo, pode ocorrer nos próximos anos, por exemplo, uma superoferta de apartamentos pequenos e, com isso, mesmo com demanda aquecida para aluguel, esse segmento ter uma pressão de baixa”, diz.

Valor Econômico

Brasil alcança 3º melhor resultado na geração de empregos em 2022, graças ao desempenho das MPE

O Brasil apresentou, no último mês de agosto, o terceiro maior volume de empregos formais gerados em 2022. O saldo de 278,6 mil novas contratações só ficou atrás do montante alcançado em fevereiro (341,6 mil) e praticamente empatou com o contingente que foi empregado em junho (280,8 mil). Esse resultado foi fortemente influenciado pelos empregos gerados pelas micro e pequenas empresas que tiveram o segundo melhor desempenho do ano, com 199,6 mil vagas. O quantitativo ficou atrás apenas dos 227,6 mil postos gerados em fevereiro. Novamente, as MPE responderam por mais de 70% do total de empregos criados no país.

No acumulado do ano, o Brasil já supera a marca de 1,8 milhão de empregos gerados, sendo as micro e pequenas empresas responsáveis por 1,3 milhão (71,7%). Por sua vez, as médias e grandes criaram 400 mil (21,5%) postos de trabalho.

Para o presidente do Sebrae, Carlos Meles, esses números estão em conformidade com a queda da taxa de desocupação calculada pelo IBGE. “Em janeiro, a taxa de desemprego no Brasil era de 11,2%. Em agosto, ela caiu para 8,9%, o que representa uma considerável redução de 2,3 pontos percentuais”, comenta.

Após três meses com todos os setores, em ambos os portes (MPE e MGE), apresentando saldos de contratações positivos, em agosto, os setores da Construção (-466), Comércio (-146) e Indústria Extrativa Mineral (-10) das médias e grandes empresas demitiram mais do que contrataram.

O setor de Serviços das micro e pequenas empresas continua sendo o grande gerador de empregos, com 96,2 mil contratações (35% do total). Ainda entre as MPE, à semelhança do que ocorreu nos últimos quatro meses, os setores de Comércio e Construção Civil ocupam a segunda e terceira posição, respectivamente, na criação de postos de trabalho.

Agência Sebrae