Mercado eleva projeção para crescimento da economia em 2022

A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano subiu de 2,71% para 2,76%. A estimativa está no boletim Focus de hoje (24), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), em Brasília, com a projeção para os principais indicadores econômicos.

Para o próximo ano, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 0,63%. Em 2024 e 2025, o mercado projeta expansão do PIB em 1,8% e 2%, respectivamente.

A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerada a inflação oficial do país – também variou para baixo, de 5,62% para 5,6% neste ano. É a 17ª redução consecutiva na projeção. Para 2023, a estimativa de inflação ficou em 4,94%. Para 2024 e 2025, as previsões são de 3,5% e 3%, respectivamente.

A previsão para 2022 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,5% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2% e o superior 5%.

Em setembro, puxada principalmente pela queda de preços de combustíveis, houve deflação de 0,29%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse foi o terceiro mês seguido de deflação e a menor variação para um mês de setembro desde o início da série histórica, que começou em 1994. Com isso, o IPCA acumula alta de 4,09% no ano e de 7,17%, nos últimos 12 meses.

Juros e câmbio

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.

Amanhã (25) e quarta-feira (26), o Copom faz a penúltima reunião do ano para discutir possíveis mudanças na Selic, mas previsão do mercado é que ela seja mantida e encerre o ano nos mesmos 13,75%. Para o fim de 2023, a estimativa é de que a taxa básica caia para 11,25% ao ano. Já para 2024 e 2025, a previsão é de Selic em 8% ao ano e 7,75% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

A expectativa para a cotação do dólar manteve-se em R$ 5,20 para o final deste ano. Para o fim de 2023, a previsão é de que a moeda americana se mantenha nesse mesmo patamar.

Agência Brasil

Leilão tem imóveis com desconto de até 73%; casa na praia custa R$ 164 mil

O Santander vai leiloar na segunda-feira (24) ao menos 89 imóveis, sendo 74 residenciais, com descontos que chegam a 73% sobre o valor de avaliação do mercado. Esses imóveis estão sendo leiloados pela Sold Leilões e pela Leiloei. Há ainda pregões de outras cinco casas leiloeiras (ver ao final do texto). Há uma casa em Praia Grande (litoral de São Paulo) por R$ 164 mil.

Na Sold Leilões, são 44 imóveis, sendo 37 residenciais. Os lances iniciais vão de R$ 48,6 mil a R$ 501,2 mil. O maior desconto (73%) é uma sala comercial na Barra da Tijuca, no Rio, com lance inicial de R$ 79,3 mil. A cada novo lance, o valor mínimo de acréscimo é de R$ 1.500. O imóvel está ocupado.

Na Leiloei, são 45 imóveis, sendo 37 residenciais (21 casas e 16 apartamentos). Os lances iniciais variam entre R$ 52 mil e R$ 1,25 milhão. O maior desconto (63%) é um lote de 5.325 m², em Camaçari (BA), com lance inicial de R$ 250 mil. A cada novo lance, o valor mínimo de acréscimo é de R$ 2.000. Este está desocupado.

Na Leiloei, o leilão está sendo feito pela rede colaborativa da Bomvalor, que conta com a participação de 32 leiloeiros oficiais de todo o país.

Grande parte dos imóveis residenciais está ocupada, e isso exige cuidado antes de fechar negócio (veja mais abaixo cuidados ao comprar imóveis em leilões).

Financiamento do banco

O banco oferece financiamento de até 80% do imóvel residencial em até 420 meses, com taxa de 9,49% ao ano + TR. Vale consultar as condições no edital de cada lote. O financiamento está sujeito à análise de crédito. Eventuais débitos de IPTU e condomínio serão quitados pelo banco até a data do leilão.

Como participar

Na Sold, você precisa fazer um cadastro no site, aceitar os termos e condições e concordar com os termos do edital relacionado ao leilão. Após ter realizado o cadastro, o usuário deverá solicitar a habilitação para liberar sua participação (até 1 hora antes do horário previsto para o encerramento do leilão), mediante envio de documentação, como cópias do RG e comprovante de endereço atualizado, entre outros.

Na Leiloei, o usuário deverá criar sua identidade digital e realizar o cadastro na Conta Comprova, cujo acesso é indicado na própria página do leilão, ou via aplicativo na Apple Store ou na Play Store. Mesmo que o cadastro seja realizado via site, a validação se dará via app.

Feito o cadastro, o usuário irá escolher por qual leiloeiro irá participar do leilão, aceitar os termos de uso e, posteriormente, se habilitar para o leilão escolhido e realizar as ofertas.

Portal Uol Economia

USP terá um dos primeiros prédios públicos com estrutura de madeira do país

Instituição pioneira em pesquisa sobre madeiras, o Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da USP de São Carlos abrigará um dos primeiros prédios públicos do país com estrutura nesse material. Produzido pela empresa Base Urbana, o projeto está em fase de aprovação para as obras começarem nos próximos dias, com previsão de entrega em 20 meses.

O projeto foi elaborado em conjunto com estudantes, professores e profissionais que frequentam diariamente o Instituto. Aulas expositivas mostraram o passo a passo da iniciativa.

— Com uma técnica nova no Brasil, e investimento baixo, a ideia era de que a própria arquitetura fosse pedagógica. Assim, os alunos observam todos os dias o que aprendem em aula, e não apenas encontram um prédio novo – explica Catherine Otondo, uma das arquitetas responsáveis pelo projeto.

A inovadora técnica da construção envolve a utilização de pranchas de madeira, oriundas de áreas de reflorestamento e manejo controlado. Elas passam por um processo de industrialização com produtos que protegem do fogo, água, cupins e outras pragas.

Todas as pranchas vêm prontas de fábrica para serem montadas no local. A técnica utilizada no edifício do IAU é chamada de madeira lamelada colada, basicamente a união entre as tábuas com cola industrial. Dispostas de forma paralela, proporcionam uma estrutura resistente.

— É uma oportunidade de traduzir a pesquisa do IAU e contribuir para o avanço da indústria dessa técnica, que permite a construção de ótimos edifícios com pouco investimento — diz Catherine.

A madeira foi o primeiro material utilizado pelo homem para erguer construções. Com o passar dos anos e o avanço da tecnologia, a pedra, o concreto e o aço se tornaram mais populares.

— Nesse período, a madeira deixa de fazer parte da estrutura parruda das edificações, sendo engolida pela cultura do aço e do concreto — explica a arquiteta Ana Belizário, head de novos negócios da Urbem, que produz madeira engenheirada, como é chamado o produto no Brasil.

Mais recentemente, a madeira voltou a ganhar visibilidade com a necessidade de erguer prédios de forma rápida, segura e sustentável. O mercado da construção civil é responsável por 39% do total global de emissões, incluindo o dióxido de carbono proveniente da produção de energia necessária para as obras, segundo dados da ONU Environment

Outras iniciativas

Apesar de inovador, o projeto do IAU não é único no país. A cidade de São Paulo, por exemplo, abriga o primeiro prédio de vários pisos de madeira do país. A construção de quatro pavimentos recebe a loja da Dengo, marca de chocolates.

O projeto foi desenvolvido pelo escritório de arquitetura Matheus Farah e Manoel Maia com a técnica Cross Laminated Timber (CLT), em que uma estrutura composta por três camadas de tábuas de madeira são coladas de forma contrária uma à outra. Ou seja, se a primeira camada está colada na vertical, a camada seguinte será colada na horizontal.

— É legal ver que qualquer pessoa que visita o prédio entende a proposta dele, sem que precise explicar. A estrutura de madeira tem tudo a ver com brasilidade — explica Manoel Maia, um dos arquitetos responsáveis pelo projeto da Dengo.

O Globo

Custos na construção civil: uma análise das grandes regiões brasileiras

O Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi), do IBGE, é dedicado a apresentar, mensalmente, as séries econômicas relacionadas aos custos (com materiais e serviços) para projetos de edificações nos setores de habitação, infraestrutura e saneamento básico brasileiros. Dessa forma, o estudo mais recente, publicado em 11 de outubro pelo IBGE, relativo ao índice Sinapi de setembro de 2022, mostra que o custo médio do metro quadrado (m²) para construção no país aumentou cerca de 0,44% entre agosto e setembro, compondo uma taxa acumulada de 13,11% nos últimos 12 meses. Em valores monetários, o custo médio (por m²) dos materiais para construção foi de R$ 999,96 em setembro, comparado a R$ 994,67 em agosto, e o custo médio (por m²) de serviços para construção foi de R$ 669,23, frente aos R$ 667,18 do mês anterior.

No âmbito das grandes regiões brasileiras, as regiões Norte e Sul se destacaram como aquelas que apresentaram, em setembro de 2022, as maiores variações (%) mensais para os custos médios (por m²) da construção civil. A região Norte teve variação de 0,52%, alcançando uma taxa acumulada de 14,99% nos últimos 12 meses. Nessa região, os custos médios de material e mão de obra chegaram, respectivamente, a R$ 1.047,15 e R$ 606,83 em setembro; diferente dos respectivos valores de R$ 1.036,13 e R$ 609,22 calculados para agosto. Na região Sul, a variação foi ainda mais evidente, com taxa de 0,95% de aumento nos custos médios para setembro. Apesar disso, sua variação percentual acumulada (11,52%) é a menor entre todas as grandes regiões do país. Seus custos de material e mão de obra alcançaram respectivos R$ 986,13 e R$ 759,61, comparado aos R$ 979,59 e R$ 749,71 calculados, respectivamente, para o mês anterior.

As regiões Nordeste e Centro-Oeste apresentaram, igualmente, variação mensal de 0,42% em seus custos médios da construção civil, valor próximo ao índice nacional (0,44%). Apesar da taxa semelhante, a região Centro-Oeste apresentou a maior variação acumulada de todas as grandes regiões, com um índice de 15,85%. Para o Nordeste, o acumulado foi de 12,28%, a segunda menor taxa do país. Em termos monetários, os custos médios (em m²) com materiais e serviços da construção civil no Nordeste foram, respectivamente, iguais a R$ 960,93 e R$ 589,04 em agosto e R$ 967,58 e R$ 588,94 em setembro. No Centro-Oeste, o material custava, em média, R$ 1.060,63 em setembro, contra R$ 1.048,57 em agosto, e a mão de obra foi de R$ 627,56, em agosto, para R$ 622,47, no mês seguinte. Por fim, a região Sudeste apresentou a menor variação (0,27%) mensal entre as regiões avaliadas.

Seu acumulado, em 12 meses, foi de 13,14%. Em setembro, o custo médio do material no Sudeste alcançou valor de R$ 1.005,26 e a mão de obra, R$ 731,93. Nessa região, os custos médios com materiais e serviços tinham sido de respectivos R$ 1.004,55 e R$ 727,89 no mês anterior. Percebe-se que, apesar da baixa variação mensal relativa, os custos médios do Sudeste não foram os menores do país.

Em suma, a análise do índice SINAPI indica ter havido, no Brasil, aumento nos custos médios da construção civil entre os meses de agosto e setembro, padrão seguido pelas grandes regiões do país. Enquanto Norte e Sul contaram com as maiores taxas, o Sudeste caminhou em sentido oposto, com a menor variação. Centro-Oeste e Nordeste apresentaram taxas bem próximas da nacional. As variações monetárias indicaram que em todas as regiões brasileiras houve aumento, entre agosto e setembro, do custo médio de materiais para a construção. Para os serviços, por outro lado, é possível notar que, enquanto o custo médio com mão de obra reduziu (entre agosto e setembro) no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, nas regiões Sudeste e Sul houve aumentos nos custos médios do insumo trabalho.

Tribuna de Minas

Veja os 10 fundos imobiliários de ‘tijolo’ e de ‘papel’ com maior retorno no ano

O mercado de fundos imobiliários (FIIs) vive, desde a metade do ano, uma virada de ciclo decorrente da mudança na trajetória da política monetária do país.

Depois de segurar o desempenho do Ifix, índice de fundos imobiliários, em terreno positivo até julho, os fundos de recebíveis (CRIs), chamados de “fundos de papel”, agora são motivo de preocupação para os investidores. Isso porque, com a queda recente da inflação, os dividendos distribuídos por esses fundos foram diretamente castigados, o que implicou em um menor retorno para os cotistas.

Na direção contrária, os fundos imobiliários que investem em ativos reais, conhecidos como “fundos de tijolo”, estão se beneficiando do fim do aumento de juros e da leitura do mercado em relação à queda da taxa Selic mais à frente. Os segmentos da categoria, como shoppings e lajes corporativas, foram os mais penalizados pela pandemia e também pelo processo de aperto monetário que teve início no ano passado.

Com a reviravolta nos últimos meses, os fundos de tijolo voltaram ao radar dos investidores, que passaram a mostrar maior interesse pela categoria frente aos fundos de papel. Um levantamento realizado pela Quantum Finance para o Valor Investe mostra exatamente tal mudança.

Em um ranking dos 10 fundos imobiliários com maior retorno no ano até o dia 18 de outubro, seis são da categoria de tijolo, que investem em ativos como shopping, galpão logístico e renda urbana, enquanto apenas um compõe o setor de papel. Os outros três são da classe Fiagro, que segue o mesmo arcabouço jurídico dos FIIs.

Para a composição da lista, foram considerados os fundos imobiliários com mais de 18 mil cotistas, com volume financeiro médio superior a R$ 500 mil no ano e patrimônio líquido acima de R$ 100 milhões.

Top 10 maiores retornos no ano (até 18/10)

Nome do AtivoTickerClassificação SetorialRetorno no ano
VALORA CRA FIAGRO FII – VGIA11VGIA11Fiagro31,53%
XP CRÉDITO AGRÍCOLA FIAGRO FII – XPCA11XPCA11Fiagro22,72%
HSI MALLS FII – HSML11HSML11Shopping22,72%
MALLS BRASIL PLURAL FII – MALL11MALL11Shopping21,91%
PÁTRIA LOGÍSTICA FII – PATL11PATL11Logística21,20%
RIZA AGRO FIAGRO FII – RZAG11RZAG11Fiagro19,78%
OURINVEST JPP FII – OUJP11OUJP11Híbrido19,56%
SANTANDER RENDA DE ALUGUÉIS FII – SARE11SARE11Híbrido19,25%
VBI LOGÍSTICO FII – LVBI11LVBI11Logística19,16%
TRX REAL ESTATE FII – TRXF11TRXF11Híbrido18,43%
Fonte: Quantum Finance

Os grandes destaques da lista, na visão de Marcos Baroni, analista-chefe de fundos imobiliários da Suno, são os dois fundos do segmento de shopping, que estava muito descontado nos últimos meses. “As pessoas voltaram a se sentir seguras para andar em lugares públicos e isso impulsionou uma melhora nos indicadores operacionais, como fluxo de caixa e aluguel, das empresas”, explica.

“Além disso, antes da pandemia, os fundos de shopping eram vistos como uma das classes mais seguras do ponto de vista de patrimônio e renda, o que favorece a retomada de confiança dos investidores”, complementa.

Em relação ao segmento de logística, que também está presente na pesquisa, o movimento positivo dos fundos reflete uma recuperação das perdas recentes. Depois de se destacarem durante a pandemia, com a forte demanda do comércio eletrônico, o mercado enxergou o setor com risco elevado e, consequentemente, houve uma fuga dos investidores.

Baroni atribui a retomada dos fundos de galpões logísticos a uma simetria com o aumento do custo da construção civil. “O mercado incorporou o custo da construção no preço da cota e, como boa parte dos portfólios tem ativos que estão dentro dos centros urbanos, que são favorecidos pelo comércio eletrônico, eles conseguiram se beneficiar dessa valorização”, pontua. “A racionalidade dos investidores começa a voltar”, diz.

Os fundos imobiliários classificados como “híbrido” na lista investem, na maioria, em ativos de renda urbana, como supermercados, farmácias, atacarejos e agências bancárias, que têm forte capacidade de valorização e são vistos como serviços essenciais. “São fundos que têm potencial interessante quando olhamos para o horizonte de longo prazo”, destaca Baroni.

No caso dos fundos de papel, a presença de apenas um ativo no ranking reflete o momento de queda recente da inflação. “Os fundos de papéis que tiveram maior retorno ou foram os Fiagros ou os fundos em que o gestor conseguiu fazer operações mais ligadas ao CDI ao invés do IPCA”, explica o analista-chefe da Suno.

Os fundos de papel atrelados ao CDI se beneficiaram do movimento de alta de juros, que saiu do patamar de 2% no início do ano passado para 13,75% hoje.

E o mesmo aconteceu com os Fiagros, que investem em ativos do agronegócio, e são, em sua maioria, atrelados ao CDI. Com a escalada dos juros nos últimos meses, a classe, recém-chegada no mercado, conseguiu se beneficiar e entregar bons retornos durante a trajetória de aumento da taxa Selic. “Os Fiagros pegaram a onda perfeita, pois vieram no mercado no momento em que os juros estavam subindo”, afirma Baroni.

Por outro lado, a inflação acumulada, que chegou a bater dois dígitos por vários meses seguidos, passou para o campo negativo, o que prejudicou os fundos de recebíveis indexados ao IPCA.

Um segmento que não apareceu no ranking foi o de lajes corporativas, que, diferentemente do setor de shoppings, está enfrentando mais dificuldades para se recuperar. A dúvida em relação ao formato de trabalho e a demora por parte das empresas para retomar o modelo presencial são vistas com preocupação pelos investidores até hoje.

Confira, abaixo, a lista dos 10 fundos imobiliários de cada segmento (tijolo e papel) que mais renderam no ano até o dia 18 de outubro:

Top 10 fundos imobiliários de tijolo com maior retorno no ano

Nome do AtivoTickerClassificação SetorialRetorno no ano
HSI MALLS FII – HSML11HSML11Shopping22,72%
MALLS BRASIL PLURAL FII – MALL11MALL11Shopping21,91%
PÁTRIA LOGÍSTICA FII – PATL11PATL11Logística21,20%
SANTANDER RENDA DE ALUGUÉIS FII – SARE11SARE11Híbrido19,25%
VBI LOGÍSTICO FII – LVBI11LVBI11Logística19,16%
TRX REAL ESTATE FII – TRXF11TRXF11Híbrido18,43%
GGR COVEPI RENDA FII – GGRC11GGRC11Logística17,93%
ALIANZA TRUST RENDA IMOBILIÁRIA FII – ALZR11ALZR11Híbrido17,61%
HEDGE BRASIL SHOPPING FII – HGBS11HGBS11Shopping16,87%
SDI RIO BRAVO RENDA LOGÍSTICA FII – SDIL11SDIL11Logística16,66%
Fonte: Quantum Finance

Top 10 fundos imobiliários de papel com maior retorno no ano

Nome do AtivoTickerClassificação SetorialRetorno no ano
VALORA CRA FIAGRO FII – VGIA11VGIA11Fiagro31,53%
XP CRÉDITO AGRÍCOLA FIAGRO FII – XPCA11XPCA11Fiagro22,72%
RIZA AGRO FIAGRO FII – RZAG11RZAG11Fiagro19,78%
OURINVEST JPP FII – OUJP11OUJP11Títulos do setor imobiliário (CRI, CRA, LCI)19,56%
VALORA CRI CDI FII – VGIR11VGIR11Títulos do setor imobiliário (CRI, CRA, LCI)14,23%
MAXI RENDA FII – MXRF11MXRF11Títulos do setor imobiliário (CRI, CRA, LCI)13,60%
POLO CRÉDITO IMOBILIÁRIO FII – PORD11PORD11Títulos do setor imobiliário (CRI, CRA, LCI)13,56%
SUNO RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS FII – SNCI11SNCI11Títulos do setor imobiliário (CRI, CRA, LCI)12,01%
CSHG RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS FII – HGCR11HGCR11Títulos do setor imobiliário (CRI, CRA, LCI)10,82%
BTG PACTUAL FUNDO DE CRI FII – FEXC11FEXC11Títulos do setor imobiliário (CRI, CRA, LCI)9,91%
Fonte: Quantum Finance

Valor Investe

Nota de falecimento e convite para missa de intenção

O vice-presidente financeiro do Sinduscon-Rio, Jorge Zarur, em nome da entidade, comunica o falecimento de Jorge Coreixas, engenheiro, seu sócio na Prêmio Construtora e Prêmio Empreendimentos Imobiliários, falecido no final da semana, vítima de um enfarto. 

Jorge Coreixas iniciou a carreira na Real Engenharia, como técnico de edificações, estagiário e engenheiro civil, tendo trabalhado também na Pontal Engenharia. Em 1994, firmou sociedade com Zarur na Prêmio Construtora e, na sequência, na Prêmio Empreendimentos Imobiliários, onde atuou como diretor técnico, tendo dirigido inúmeras obras e projetos nos segmentos residencial de alto padrão, casas e apartamentos, edifícios corporativos, retrofit e obras de shoppings e indústrias. 

Profissional exemplar e homem dedicado à família, deixa esposa, Denise, e três filhos, Vítor, Guilherme e Bárbara.

Para aqueles que desejarem prestar uma homenagem, acontecerá uma missa em sua intenção, hoje (24), às 20h, no Santuário das Almas, em Icaraí, Niterói.

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Tecnologia muda perfil dos novos escritórios

A adaptação ao trabalho híbrido e a chegada de novas gerações ao mercado de trabalho têm provocado uma verdadeira transformação tecnológica nos escritórios das grandes companhias no país. São ambientes para experiências digitais, salas hiper-conectadas para reuniões com times remotos, estúdios de TV web e cabines para demonstração de produtos e serviços, além de telas de LED e painéis interativos para compartilhar conteúdos e valores que elevem o engajamento dos colaboradores.

“A tecnologia é um elemento fundamental na concepção de qualquer escritório hoje em dia”, afirma Sergio Athié, sócio da Athié Wohnrath — Arquitetura e Construtora (AW), especializada em projetos corporativos.

Segundo ele, o pedido mais recorrente dos clientes tem sido a melhoria da infraestrutura de equipamentos para elevar o nível de interação entre as pessoas nas reuniões híbridas. “Na rotina atual, nem todos os funcionários estão presentes fisicamente. As salas de reunião precisam ter telas mais amplas e som de alta qualidade para tornar o ambiente mais inclusivo para quem está distante”, explica.

Outro recurso novo muito procurado pelos clientes da construtora é o sistema eletrônico de agendamento de uso dos espaços, que permite reservar salas e dimensionar a duração exata de reuniões e atividades. “Os encontros têm hora para começar e terminar, o que traz para o mundo real a pontualidade que aprendemos a ter na pandemia. Além disso, permite organizar melhor o fluxo de pessoas no escritório e evitar reuniões improvisadas”, afirma Athié.

Estúdios de TV web profissionais também são uma demanda nova para os offices. Segundo Moema Wertheimer, da MW Arquitetura, esse tipo de espaço tem sido cada vez mais demandado e é essencial para a geração de conteúdo e difusão de conhecimento e da cultura organizacional, por meio de lives, podcasts e treinamentos a distância. “Os estúdios são prioridade para multinacionais e empresas com unidades espalhadas pelo Brasil”, explica.

MAIS ENGAJAMENTO

Na nova sede da auditoria e consultoria PwC Brasil, com projeto assinado pela AW em São Paulo, a tecnologia tem ajudado no engajamento dos colaboradores. Em pesquisa de satisfação realizada em abril, a abordagem tecnológica do escritório foi apontada como altamente relevante para 86% dos funcionários — 11 pontos percentuais acima do levantamento anterior.

A companhia tem reserva eletrônica de espaços, salas com persianas que modulam a entrada de luz natural e recursos audiovisuais que proporcionam melhor experiência de som e imagem. “Ambientes assim ajudam a atrair talentos, principalmente entre as novas gerações. Mas a cultura baseada na tecnologia é o que permite fidelizar essas pessoas, e isso diminui muito o índice de turnover”, informa Tatiana Fernandes, sócia da PwC.

Na Zona Sul da capital paulista, o novo office da Serasa Experian recebe visitantes e colaboradores em um túnel de LED com frenética projeção de imagens: de mensagens de boas-vindas a campanhas de mobilização interna. “Incentivamos as pessoas a absorver os conteúdos e interagir, tirar fotos para postar no Instagram pessoal e propagar nossos valores”, conta a gerente de Facilities, Aline Navarrete, que investiu R$ 25 milhões nos seis andares do novo escritório, também projetado pela AW.

“O objetivo é gerar um sentimento de pertencimento por meio da imersão tecnológica na cultura da empresa, inclusive naqueles que estão se candidatando a uma vaga”, afirma.

Valor Econômico, caderno Imóveis de Valor

Defasados, preços de gasolina e diesel devem ser mantidos

A nove dias das eleições, integrantes da indústria de combustíveis no Brasil acreditam que é improvável que a Petrobras reajuste o diesel e a gasolina nas refinarias, mesmo com os preços atuais defasados em relação ao mercado internacional. O cenário cria incertezas para as atividades de importadoras, distribuidoras e refinarias privadas, que têm dificuldade de competir com a estatal quando esta opera com preços abaixo do mercado, dizem fontes do setor.

A estatal vende o diesel a R$ 4,89 o litro, em média, desde 19 de setembro. Na gasolina, o último reajuste foi há 50 dias, em 1 de setembro, quando passou a ser vendida a R$ 3,53 por litro. Segundo cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), na manhã de hoje o diesel vendido pela Petrobras estava 10% abaixo dos preços internacionais.

Com isso, o produto precisaria de um aumento de R$ 0,58 por litro, em média, para chegar à paridade. No caso da gasolina, a defasagem hoje era de 9%, com necessidade de alta de R$ 0,33 por litro, em média.

“A defasagem existe e está consistente, então sob uma visão técnica, sem nenhum viés político, a Petrobras deveria anunciar um reajuste. Existe expectativa de manutenção e até de um possível aumento do petróleo no cenário internacional. Há algumas semanas, quando o preço internacional caiu, a Petrobras também reduziu o diesel e a gasolina”, diz o presidente da Abicom, Sérgio Araújo.

Cálculos da XP Investimentos indicam que o preço do diesel no mercado brasileiro estaria com espaço para uma elevação de 6,8% para alcançar a paridade internacional. A gasolina precisaria de reajuste de 15,5%. Já a consultoria StoneX estimava ao fim do dia de hoje defasagem de 9,3% no diesel. Para a gasolina, entretanto, a consultoria estimava que os preços estavam 2,3% acima da paridade.

Com a queda do barril no mercado internacional, a Petrobras acelerou os cortes nos preços de combustíveis de julho a setembro, período que coincidiu com a campanha eleitoral. Nesses meses, a companhia realizou quatro cortes na gasolina e três no diesel. No entanto, em outubro a commodity voltou a subir no exterior, mas a estatal não realizou aumentos.

O preço do barril tipo Brent, principal referência internacional, chegou a ultrapassar US$ 95 em 7 de outubro, depois de ter atingido US$ 82 em setembro. A recuperação ocorreu depois do anúncio da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de uma redução na produção, que vai restringir a oferta global. Hoje, o Brent fechou a US$ 92,38 o barril no contrato para dezembro, em queda com a possibilidade de liberação de reservas estratégicas nos Estados Unidos.

“A tendência até março é de alta no preço do diesel, principalmente, por causa do inverno no hemisfério Norte, que é a época de demanda mais forte. Além disso, em dezembro começa o embargo da União Europeia ao petróleo russo”, diz o consultor em gerenciamento de risco da StoneX, Pedro Shinzato.

Fontes próximas à estatal ouvidas pelo Valor avaliam que eventuais reajustes dependem do cenário internacional, que pode ter nova queda no preços do barril com a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) da China.

Desde 2016, a Petrobras segue uma política de preços alinhados ao mercado internacional, o que garante com que outras empresas atuem na importação para competir com os derivados vendidos nas refinarias nacionais, que não têm capacidade de produção suficiente para atender a todo o consumo do país. Quando a estatal opera com defasagens, os importadores reduzem a atuação, o que gera incertezas sobre o abastecimento.

Os especialistas, no entanto, acreditam que é improvável que o Brasil tenha problemas de abastecimento no momento, pois em setembro houve forte aumento nas importações. “Não diria que a situação [do fornecimento] é tranquila, mas é confortável. Não há perspectiva de desabastecimento”, diz Araújo, da Abicom.

No mercado, agentes criticam também a realização dos leilões dos estoques de diesel da petroleira, o que ajuda a manter preços baixos. “Quando há um leilão de grandes volumes, o sinal ao mercado é que está sobrando produto, o que não é a realidade”, diz fonte.

A Petrobras reforçou o compromisso com preços competitivos e reafirmou que evita o repasse imediato das volatilidades externas e da taxa de câmbio por eventos conjunturais. Hoje, a estatal disse que, por questões concorrenciais, não pode antecipar decisões sobre manutenção ou reajuste de preços. Além disso, reiterou que o monitoramento das cotações é feito diariamente. “A decisão de atualizar os preços é integralmente técnica”, afirmou.

Valor Investe

Casa Cave, da Dimensional Engenharia, é finalista do GRI Awards 2022

O GRI Club anunciou, na tarde de ontem, os três mais votados em cada categoria do GRI Awards 2022, um dos maiores reconhecimentos do mercado imobiliário às empresas e aos executivos que atuam no setor. A Casa Cave, projeto da Dimensional Engenharia, coordenado pelo head de inovação da empresa e vice-presidente do Sinduscon-Rio, Vinícius Benevides, está entre as finalistas da categoria Melhor Projeto ESG.

Localizada no Condomínio Santa Mônica Jardins, na Barra da Tijuca, a Casa Cave é a primeira residência unifamiliar com Certificação Ambiental no Rio de Janeiro – Selo GBC (Casa do Green Building Council Brazil). O projeto incorpora um novo conceito de edificação de alto padrão, baseado na aplicação de práticas de sustentabilidade, que passam pelo seu design, materiais utilizados e pela execução do empreendimento. A tecnologia também está presente, tendo sido modelada em BIM.

A premiação também reconhece os melhores projetos corporativos, de ação social, de retrofit, de shopping center, de urbanismo, residencial, hoteleiro e industrial, além da personalidade do ano, que tem como finalista o CEO da Gafisa e também VP do Sinduscon-Rio, Henrique Blecher.

O vencedor de cada categoria será revelado no próximo dia 9, em São Paulo, na cerimônia de premiação do GRI Awards 2022.

Arquiteto lista tendências de sustentabilidade na construção civil carioca

Sustentabilidade deixou de ser uma palavra comprida e abstrata para entrar pra valer no vocábulo da construção civil. Quem põe a mão na massa sabe bem disso, caso de Pedro Évora, responsável pelo projeto da 12ª edição da ArtRio, cujos pavilhões na Marina da Glória foram todos feitos à base de materiais reutilizáveis. “A presença de características ligadas à sigla ESG é crescente nos novos projetos”, confirma o professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio, duas vezes indicado ao prêmio de arquitetura contemporânea Mies Van der Rohe, espécie de Oscar do setor. Ele elenca práticas nessa linha já adotadas por empreendimentos cariocas.

1 – Velho não, retrofitado
Presente mais do que nunca no dia a dia de arquitetos e urbanistas, a técnica emergiu na Europa para recuperar edifícios antigos por meio de tecnologias de modernização e readequação de instalações. “Mais do que uma simples reforma, o objetivo é aproveitar a estrutura existente, trazer uma construção obsoleta para a atualidade, aumentar o valor do bem e assim reafirmar o capital cultural da sociedade”, explica Évora. Muitos prédios comerciais e hotéis estão enveredando por essa direção. Um deles é o Hotel Flamengo Palace, construção dos anos 1970 que, após um investimento de 20 milhões de reais, vai dar lugar ao residencial Insight Rio.

2 – Junto e misturado

Tão disseminadas nos grandes condomínios da Barra, as áreas de lazer e serviço compartilhadas agora também integram empreendimentos menores — caso do Hub Coliving, entregue em 2021, no Centro. Por lá, a sustentabilidade é incentivada pela vida comunitária em áreas como coworking, lavanderia, academia e até um cinema. “Além do ganho de espaço nas moradias, otimiza o uso de água e energia elétrica e incentiva encontros. Já pensou paquerar enquanto espera a roupa ficar limpa?”, brinca Évora.

3 – Em paz com a natureza

Com paisagismo do Escritório Burle Marx, o Parque Sustentável da Gávea é um exemplo de área verde preservada: são 17 000 metros quadrados, com destaque para espécies nativas da Mata Atlântica. “Aos moradores, ainda serão oferecidas atividades como trilhas ecológicas com zonas de contemplação”, conta Évora. “Depois da pandemia, ar livre e natureza passaram a ser ainda mais desejados, daí o investimento em apartamentos com jardins privativos e espaços arborizados.”

4 – Sem desperdício

De acordo com a administradora Estasa, o consumo de água é a segunda maior despesa mensal dos condomínios, atrás apenas da folha de pagamento dos funcionários — o rateio em pé de igualdade entre residentes é um desestímulo ao uso consciente. “Já vemos empreendimentos adotando a medição individual”, diz o especialista, lembrando do Tiê Residencial, na Tijuca, previsto para ficar pronto em 2025. “Captação da chuva, irrigação automatizada e uso de temporizador são outras tecnologias nessa linha”, enumera.

5 – Obras inteligentes
A possibilidade de modificações previstas na planta original evita desperdícios com reformas posteriores. No Jardim Botânico, o Puro Casas Inteligentes, com doze unidades entre estúdios, apartamentos e coberturas dúplex, permite que o futuro morador decida antes da obra como serão divididos os cômodos, atendendo às necessidades de cada família. “A ideia é organizar a casa de forma inteligente, para que todos os espaços possam ser bem aproveitados”, afirma.

6 – Fez-se a luz

Na Lagoa, o Edifício Lineu 708 adotou diversas iniciativas para reduzir o consumo de energia elétrica: instalou sensores de presença nas áreas comuns, fez uso de lâmpadas de LED, estudou um melhor aproveitamento da luz natural e criou um circuito independente para as garagens. “Agora, os empreendimentos estão muito focados na economia, mas o próximo passo será investir em aquecimento solar e painéis fotovoltaicos, para também gerarem energia”, prevê Évora.

7 – Vou de bike
Com a redução do espaço destinado a automóveis, antes determinado por lei, os condomínios passaram a incentivar o uso de meios de transporte públicos ou sustentáveis. Muitos oferecem tomadas para carros e bicicletas elétricas e até mesmo incluem serviços de compartilhamento das magrelas. “No caso do Vargas 1140, no Centro, há uma ligação direta com a estação de metrô, e a diminuição da garagem rendeu mais áreas comuns e espaço para as unidades residenciais”, encerra o arquiteto.

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