eSocial: confira quais informações dos processos trabalhistas devem ser informados no sistema

A classe contábil sempre deve estar atenta às mudanças e novas inclusões das plataformas governamentais, como é o caso do eSocial, que pretende digitalizar e unificar as informações fiscais, trabalhistas e previdenciárias e que faz parte do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) .

Até julho deste ano, os contadores e empresários devem se organizar para aderir à nova obrigação do sistema, que obriga o cadastramento das condenações trabalhistas da empresa no eSocial. Vale lembrar que a obrigação já foi adiada uma vez, de 1º de abril para 1º de julho.

Nesta nova fase, deverão ser enviados os processos trabalhistas cujas decisões transitaram em julgado do dia 1º de janeiro de 2023 em diante; acordos judiciais homologados a partir desta mesma data; processos cuja decisão homologatória dos cálculos de liquidação foi proferida a partir dessa mesma data, mesmo que seu trânsito em julgado tenha ocorrido em data anterior; e acordos no âmbito de Comissão de Conciliação Prévia (CCP) ou Núcleos Intersindicais (Ninter) celebrados também dessa data em diante.

O manual oficial da nova versão do eSocial ainda será disponibilizado, mas enquanto isso, confira o que deverá constar sobre os processos trabalhistas no eSocial a partir de julho e já corra atrás das informações que estiverem pendentes.

O que deverá constar nos processos trabalhistas do eSocial

É esperado que as empresas devam informar, referente ao processo, o número, os pedidos feitos e a condenação final. Além disso, devem constar os dados do trabalhador, como período do trabalho, remuneração, base de cálculo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e da contribuição previdenciária.

Vale lembrar que o prazo para transmissão dos processos trabalhistas no eSocial é até o 15º dia do mês subsequente ao acordo homologado ou da decisão.

De acordo com a pasta responsável pelos processos, o Ministério do Trabalho, essa inclusão no sistema deve reduzir o tempo gasto no preenchimento das declarações das informações dos processos judiciais. 

Também facilita o trabalho do contador, pois evita que seja necessária a reabertura e reprocessamento das folhas de pagamento de várias competências.

Com a novidade, a pasta também consegue fazer uma auditoria mais assertiva dos dados informados, além de acompanhar as obrigações trabalhistas com mais rigor.

Assim, a intenção da inclusão dos processos trabalhistas no eSocial é melhorar as condições para os trabalhadores, empregadores e classe contábil.

Eventos a serem lançados no eSocial

Confira abaixo os eventos que serão recebidos a partir de julho de 2023:

  • S-2500: Por meio deste eventos devem ser enviadas as informações de processos trabalhistas, bem como demandas e acordos junto ao CCP ou NINTER.

Prazo: Até o dia 15 do mês subsequente ao trânsito em julgado da decisão. 

Chave: A identificação do evento será feita pelo seguinte conjunto de dados: CNPJ/CPF do declarante, CPF do trabalhador e número do processo.

Pré-requisitos: envio do evento S-1000,  além das retificações e inclusões de eventos relacionados ao trabalhador, conforme orientações do Manual de Orientação do eSocial (MOS).

  • S-2501: neste evento serão declarados os valores do imposto sobre a renda da pessoa física e das contribuições sociais previdenciárias, inclusive as destinadas a terceiros reconhecidas por determinação judicial.

Prazo: Até o dia 15 do mês subsequente ao pagamento.

Chave: CNPJ RAIZ/CPF do declarante, número do processo e a competência do pagamento.

Atenção: deve ser enviado um evento S-2501 para cada processo trabalhista, independentemente do número de trabalhadores incluídos nesse processo como parte. Se houver parcelamento, deverá ser gerado um evento  para cada parcela quitada . 

  • S-3500: por meio deste evento é possível excluir/cancelar os registros S-2500 ou S-2501

Prazo: sem prazo definido.

Chave: recibo de entrega, CPF do trabalhador e dados do evento a ser excluído.

Atenção: O formulário em questão não retifica as informações, trata-se da exclusão dos eventos S-2500 ou S-2501 de maneira definitiva (torna sem efeito esses eventos). Assim, quando utilizado, é preciso reenviar todas as informações no e-Social. 

  • S-5501: retorno após o processamento do S-2501.

Portal Contábeis

Empresas podem recuperar valores pagos indevidamente de INSS Patronal, incidentes sobre a folha de pagamento

Muitas empresas pagam mais tributos do que o legalmente devido. Isso pode acontecer por erros de cálculo ou por puro desconhecimento dos pormenores da legislação tributária. A folha de pagamento é um dos gastos mais relevantes para os empresários. Sobre ela pesam a incidência de tributos bastante onerosos, que podem chegar à carga de quase 30% sobre o valor pago à folha. No entanto, é possível reduzir estes encargos e recuperar os créditos tributários pagos indevidamente.

Isso é possível graças a uma medida administrativa chamada recuperação de créditos tributários, uma forma integralmente legalizada de reivindicar a devolução de tributos. A medida traz benefícios para empresas, que além de economizar em impostos, pode melhorar o fluxo de caixa a partir do pedido administrativo de restituição ou compensação junto à Receita Federal do Brasil (PER/DCOMP). Assim as empresas têm a oportunidade de reinvestir os créditos recuperados em ações como contratação de mais colaboradores, substituição de equipamentos defasados, compra de mais estoque, entre outras.

Para a aplicação da revisão tributária, há teses tributárias que no contexto jurídico são questionamentos ao entendimento do fisco ou à aplicação da legislação fiscal. Uma destas teses recai sobre o INSS Patronal, uma contribuição social cobrada às empresas para custear a seguridade social do país e garantir benefícios como previdência, saúde pública, entre outros.

“Esta tese tributária é baseada na identificação de rubricas pagas aos colaboradores que não tenham caráter remuneratório, já julgados pelos Tribunais Superiores como verbas indenizatórias e muitas vezes presentes na base de cálculo do referido Tributo, o INSS Patronal. A revisão permite à empresa excluir todas as rubricas que tenham caráter indenizatório da base de cálculo da contribuição previdenciária patronal, com alíquota de 20%, e também de RAT – Risco Ambiental do Trabalho e contribuição para terceiros, alíquotas que podem chegar a 6% e 5,8% respectivamente”, explica João Victor Kolitski, CEO da Tributo Justo, uma das maiores empresas de recuperação tributária do país.

O processo de recuperação tributária permite uma revisão apurada dos tributos pagos pela empresa com o intuito de encontrar incoerências nos pagamentos que permitam a recuperação de créditos. Empresas enquadradas nos regimes tributários do Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional Anexo IV podem ter direito a recuperar créditos tributários.

Vale lembrar que além da contribuição sobre a folha de pagamento, o INSS possui também o sistema de recolhimento CPRB (Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta). Neste caso, o valor recolhido é determinado por um percentual sobre a receita bruta, que varia de acordo com o setor. No entanto, este é um sistema que também é suscetível de incongruências com a legislação.

Rota Jurídica

Aumentou a procura dos russos por imóveis de luxo no Brasil

Agência WhereInRio, especializada no mercado imobiliário de luxo, tem notado o aumento da procura de russos para a compra ou aluguel de imóveis de alto padrão no país. A empresa cita o interesse, por exemplo, em imóveis na Ilha do Japão, na Costa Verde do Rio, e em bairros como Ipanema e Leblon.

O Globo, coluna Ancelmo Gois.

Desemprego cai para 8,5% no trimestre, menor taxa para o período desde 2015

A taxa de desemprego no país foi de 8,5% no trimestre móvel encerrado em abril. O resultado ficou acima do verificado no trimestre móvel anterior, encerrado em janeiro (8,4%), mas o movimento é classificado como estabilidade estatística pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por estar dentro da margem de erro da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.

A taxa no trimestre móvel é a menorpara o período desde 2015. Na comparação com igual período de 2022, há recuo, já que tinha sido de 10,5%. Além disso, também está abaixo dos 8,8% do trimestre encerrado em março.

O resultado ficou abaixo da mediana das expectativas de 27 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor, que apontava para uma taxa de 8,8% no trimestre móvel encerrado em abril. O intervalo das projeções ia de 8,4% a 9,3%,.

No trimestre encerrado em abril, o país tinha 9,1 milhões de desempregados – pessoas de 14 anos ou mais que buscaram emprego, mas não conseguiram encontrar.

O número aponta aumento de 1,1% frente ao trimestre móvel anterior, encerrado em janeiro (mais 101 mil pessoas). O movimento, no entanto, é classificado como estabilidade pelo IBGE, por estar dentro da margem de erro da pesquisa. Frente a igual período de 2022, há queda de quase 20% (19,9%), uma diferença de 2,3 milhões de pessoas a menos.

Entre fevereiro e abril, a população ocupada (empregados, empregadores, funcionários públicos) era de 98 milhões de pessoas. Isso representa um recuo de 0,6% em relação ao período do trimestre anterior (menos 605 mil pessoas ocupadas). Frente a igual trimestre de 2022, subiu 1,6% (mais 1,5 milhão de pessoas).

Renda média real cai 0,1%

A renda média dos trabalhadores recuou 0,1% no trimestre móvel encerrado em abril, ante trimestre móvel anterior (encerrado em janeiro) para R$ 2.891. A diferença é de R$ 3 a menos. O instituto classifica como estabilidade estatística por estar dentro da margem de erro da pesquisa.

O rendimento médio real habitual dos trabalhadores considera a soma de todos os trabalhos. Na comparação com igual trimestre de 2022, houve alta de 7,5% (R$ 201 a mais).

Já a massa de rendimentos real habitualmente recebida por pessoas ocupadas (em todos os trabalhos) foi de R$ 278,821 bilhões no trimestre móvel encerrado em abril. O número aponta recuo de 0,7% frente ao trimestre móvel anterior (encerrado em janeiro) ou R$ 2,044 bilhões a menos. Frente a igual período de 2022, há aumento de 9,6% (mais R$ 24,3 bilhões).

Valor Investe

Receita paga amanhã primeiro lote de restituição do IR 2023

A Receita Federal paga o primeiro lote de restituição do Imposto de Renda 2023 nesta quarta-feira (31) – mesmo dia que encerra o prazo para o contribuinte entregar da declaração deste ano – e o valor a ser pago é o maior da história: R$ 7,5 bilhões a 4,1 milhões de pessoas.

Para saber se vai receber a restituição neste lote, o contribuinte deve consultar a página da Receita na internet, ou ir até a página principal da Receita Federal clicar em “Meu Imposto de Renda” e, em seguida, em “Consultar a Restituição”.

A página também apresenta orientações e os canais de prestação do serviço, permitindo uma consulta simplificada ou uma consulta completa da situação da declaração, por meio do extrato de processamento, acessado no portal e-CAC.

Veja quem recebe no primeiro lote de restituição do IR 2023:

Vão receber no primeiro lote do Imposto de Renda os contribuintes que têm prioridade legal: idosos acima de 80 anos, contribuintes entre 60 e 79 anos, pessoas com alguma deficiência física ou mental ou moléstia grave, contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério e contribuintes que não possuem prioridade legal, mas que receberam prioridade por terem utilizado a declaração pré-preenchida ou optado por receber a restituição via Pix.

Para quem já entregou, mas ainda não receberá a restituição neste primeiro lote, é importante ficar de olho no lote da restituição, mas não apenas para se programar para quando a grana cair. A consulta do Imposto de Renda é uma forma de acompanhar a situação da declaração para saber se há pendências ou se você caiu na malha fina.

Se a Receita Federal identificou alguma pendência no Imposto de Renda, o contribuinte pode retificar a declaração, corrigindo as informações que porventura estejam equivocadas. Acompanhar o processo é outra forma de fugir dos sustos ou do clássico hábito de gastar o dinheiro que ainda nem caiu na conta.

Calendário de restituição do Imposto de Renda 2023

  • 1º lote da restituição – pagamento dia 31 de maio
  • 2º lote – 30 de junho
  • 3º lote – 31 de julho
  • 4º lote – 31 de agosto
  • 5º lote – 29 de setembro

Valor Investe

Litígio Zero: programa que oferece descontos em dívidas acaba nesta quarta-feira (31)

Lançado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o programa Litígio Zero, que oferece descontos para pessoas e empresas que tenham dívidas com o governo federal, termina nesta quarta-feira (31). A data final do projeto já havia sido postergada. 

Batizado de Litígio Zero, a iniciativa do programa tem os seguintes benefícios:

  • Pessoas físicas, micro e pequenas empresas com dívida de até R$ 78.120 (equivalente a 60 salários mínimos), desconto de até 50% sobre o valor do débito;  
  • Pessoas jurídicas com dívida acima de R$ 78.120, desconto de até 100% sobre o valor de juros e multa (consideram-se créditos irrecuperáveis ou de difícil recuperação); podem usar Prejuízo Fiscal e Base de Cálculo Negativa (BCN) de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para abater as dívidas.

Prestações mínimas

  • Pessoa física – R$ 100; 
  • Microempresa ou a empresa de pequeno porte – R$ 300; 
  • Pessoa jurídica – R$ 500. 

Dívidas aceitas no programa

  • Em contencioso administrativo fiscal há mais de 10 anos (Decreto nº 70.235/1972);
  • Créditos inscritos em dívida ativa há mais de 15 anos (Portaria PGFN nº 6.757/2022); 
  • Sem anotação atual de garantia ou suspensão de exigibilidade ou com exigibilidade suspensa por decisão judicial (Lei nº 5.172/1966).
  • Adesão – deve ser feita no Portal Centro Virtual de Atendimento (e-CAC) da Receita Federal; 
  • O objetivo do governo é arrecadar até R$ 35 bilhões para a União em 1 ano.

De acordo com advogados, houve grande interesse das empresas em aderir ao programa após anúncio feito no mês de janeiro, porém as condições de pagamento, feitas depois as contas, acabaram desanimando muitos contribuintes.

Existe sempre a possibilidade de prorrogação da adesão, porém a avaliação é que as regras rígidas e o prazo curto de pagamento podem ter comprometido o sucesso do programa.

Como aderir ao Litígio Zero

A adesão ao programa Litígio Zero deve ser realizada mediante abertura de processo digital no Portal e-CAC, disponível neste endereço eletrônico.

O primeiro passo é ter uma conta no nível ouro ou prata no portal do e-gov, certificação digital (no caso de empresas).

Pessoa física também pode usar um código especial que pode ser obtido mediante o número do recibo na última declaração do Imposto de Renda.

A seguinte, realize sua adesão via processo digital seguinte estes passos simples:

  1. Acesse o canal do e-CAC e clique em “Solicitar serviço via processo digital”;
  2. Escolha a opção “Transação” e o serviço correspondente;
  3. Em seguida, junte todos os documentos necessários em arquivos separados e classificados por tipo.

É importante lembrar que é preciso abrir um processo individual para cada modalidade de adesão. Documentos irrelevantes serão rejeitados.

Folha de SP

IGP-M, conhecido como ‘inflação do aluguel’, cai 1,84% em maio

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou deflação de 1,84% em maio, após queda de 0,95% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

A variação de preços ficou abaixo da mediana das estimativas de 22 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, de -1,58%, com intervalo das projeções indo de -1,84% a +0,50%.

Com esse resultado, o índice acumula taxa de -2,58% no ano e de -4,47% em 12 meses. Em maio de 2022, o índice havia subido 0,52% e acumulava alta de 10,72% em 12 meses.

“A deflação registrada no índice ao produtor (-2,72%), a maior de sua série histórica, foi influenciada pela redução dos preços de cinco grandes commodities, que juntas, respondem por aproximadamente 1/4 do peso total do IPA. Entre essas, vale citar o comportamento dos preços do minério de ferro (de -4,41% para -13,26%) e da soja (de -9,34% para -9,40%)”, afirma André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV Ibre, em comentário no relatório.

Com peso de 60%, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) caiu 2,72% em maio, ante queda de 1,45% em abril. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais caiu 0,16% em maio. No mês anterior, a taxa do grupo havia subido 0,81%. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de 0,65% para -0,64%, no mesmo período.

O índice relativo a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, caiu 0,09% em maio, após alta de 0,80% no mês anterior.

A taxa do grupo Bens Intermediários registrou nova queda agora com menor intensidade, passando de -1,74% em abril para -1,49% em maio. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cujo percentual passou de -1,23% para -0,61%.

O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 0,64% em maio, contra queda de 1,05% em abril.

O estágio das Matérias-Primas Brutas caiu 6,48% em maio, após registrar -3,20% em abril. Contribuíram para o aprofundamento da queda do grupo os seguintes itens: minério de ferro (-4,41% para -13,26%), milho em grão (-4,33% para -15,64%) e bovinos (2,65% para -3,34%).

Em sentido oposto, destacam-se os seguintes itens: soja em grão (-9,34% para -9,40%), leite in natura (1,99% para 3,92%) e suínos (-6,53% para -1,48%).

Com peso de 30%, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) subiu 0,48% em maio. Em abril, o índice variara 0,46%. Seis das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram acréscimo em suas taxas de variação.

A maior contribuição partiu do grupo Alimentação, cuja taxa de variação passou de 0,36%, para 0,79%. Nesta classe de despesa, cabe mencionar o comportamento do item hortaliças e legumes, cujo preço variou -0,68%, ante 6,32% na edição anterior.

Também apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos: Comunicação (0,21% para 0,91%), Despesas Diversas (0,18% para 0,75%), Saúde e Cuidados Pessoais (1,01% para 1,22%), Habitação (0,62% para 0,75%) e Vestuário (0,31% para 0,58%).

Nessas classes de despesa, vale mencionar os seguintes itens: tarifa de telefone móvel (0,55% para 2,59%), jogo lotérico (0,00% para 8,66%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,59% para 1,54%), gás de bujão (0,09% para 1,61%) e roupas (0,21% para 0,65%).

Em contrapartida, os grupos Educação, Leitura e Recreação (-0,96% para -2,32%) e Transportes (0,85% para 0,50%) registraram decréscimo em suas taxas de variação. Estas classes de despesa foram influenciadas pelos seguintes itens: passagem aérea (-5,59% para -13,29%) e gasolina (2,39% para -0,09%).

Por fim, com os 10% restantes, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) variou 0,40% em maio, ante 0,23% em abril. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de abril para maio: Materiais e Equipamentos (0,14% para -0,06%), Serviços (0,65% para 0,64%) e Mão de Obra (0,23% para 0,75%).

Apesar de ser considerado o indicador do mês fechado, para o cálculo do IGP-M e de seus componentes, são comparados os preços coletados do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do atual (o de referência) com os do ciclo de 30 dias imediatamente anterior.

Valor Investe

Mercado imobiliário desacelera e lançamentos têm queda de 44% no 1TRI

Unidades residenciais lançadas no primeiro trimestre de 2023 sofreram queda de 44,4% comparadas ao trimestre anterior. Apesar da queda significativa, o setor não está com falta de demanda, nem de estoque, de acordo com o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins. Segundo ele, o mercado imobiliário está saudável e equilibrado, o que existe é a falta de confiança do empresário do setor.  

A informação foi divulgada durante coletiva de imprensa, que aconteceu na tarde de ontem (29). O levantamento faz parte do estudo Indicadores Imobiliários Nacionais do 1º trimestre de 2023, realizado pela CBIC e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional), em parceria com a Brain Inteligência Estratégica.

O primeiro trimestre de 2023 demonstrou uma desaceleração do mercado imobiliário, que registrou queda nos lançamentos, vendas, oferta final, e no programa Minha Casa, Minha Vida. De acordo com a CBIC, a insegurança dos incorporadores em investimentos privados é consequência de fatores como a alta taxa de juros; a escassez e o encarecimento de recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) para o financiamento; da necessidade de revisão dos tetos para contratação com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e da adequação da curva de subsídios. 

A queda no número de lançamentos reflete diretamente no número de contratações futuras, segundo a entidade. “Precisamos ter atenção a partir dessa queda porque o movimento seguinte pode ser o menor número de vendas e, consequentemente, uma menor geração de empregos”, disse Martins. 

Lançamentos 

O número de lançamentos registrados no quarto trimestre de 2022 foi de 87.315 novas unidades, enquanto o primeiro trimestre de 2023 registrou 48.554, apontando queda de 44,4%. O presidente da Comissão de Indústria Imobiliária, Celso Petrucci, destacou que não havia uma queda assim há 7 anos. 

“Quando consolidamos os números ficamos assustados com a redução dos lançamentos. Nós não lançávamos esse número tão baixo de unidades desde do 2˚ trimestre de 2016, então essa redução de 44,4% nos chamou muita atenção”, destacou Petrucci.  

Todas as regiões apresentaram queda nos lançamentos. A maior variação registrada no 1TRi2023 em relação ao trimestre anterior foi percebida na região Norte, com decréscimo de -86,9%. Seguida da região Sudeste (-44,9%) e Centro-Oeste (-42,4%). A região que apresentou menor queda foi o Nordeste (-39,7%), com 9.667 unidades lançadas. 

Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, a queda permaneceu acentuada (-30,2%), apontou o estudo. Para Petrucci, essa queda mostra uma insegurança dos incorporadores em colocar novos produtos no mercado. “Nós não temos problema de demanda, o problema maior que a gente vê hoje no mercado é de confiança na economia e no custo alto de juros”, explicou o presidente da CII.

Caso esse movimento de queda continue nos próximos trimestres, isso irá gerar uma preocupação no mercado imobiliário, afirmou Petrucci. Para ele, poderá faltar unidade para ser vendida no país e, consequentemente, o aumento de preço.

Vendas 

No comparativo de unidades vendidas entre o primeiro trimestre deste ano e o último de 2022, a queda foi de -5,2%, enquanto se comparado com o mesmo período de 2022, o registro foi de -9,2%. 

Segundo o levantamento, apenas duas regiões do país apresentaram crescimento nas vendas em relação ao período anterior. O Norte apontou crescimento de 17,5%, e o Nordeste  (1,2%). A maior queda nas vendas entre o 1T2023 e o 4T2022 foi apontada pelo Centro-Oeste (-14,4%). 

Oferta Final 

A oferta final, segundo o estudo, também apontou queda. O 1T2023 registrou 273.331 unidades disponíveis, enquanto no 4T2022, o número de unidades chegou a 297.770, apontando queda de -8,2%. 

Considerando a média de vendas dos últimos 12 meses, se não houver novos lançamentos o estoque se esgotaria em 10,8 meses.

Minha Casa, Minha Vida (MCMV)

Apesar de o programa contar com representação significativa nas unidades totais lançadas pelo país, o levantamento apontou que o programa tem perdido espaço no mercado brasileiro. No primeiro trimestre de 2021, as unidades do MCMV representavam 56% dos lançamentos, já no mesmo período em 2022 a participação foi de 42%. Este ano chegou somente a 35%.

No primeiro trimestre do ano, a queda em unidades lançadas foi de -48,9% e de -15,9% nas vendas na comparação com o último trimestre de 2022.

Para Celso Petrucci, os dados demonstram que o MCMV está perdendo a proporcionalidade que ele tinha no mercado.  

“No programa, os lançamentos em relação ao quarto trimestre caíram quase 50%. Em relação ao mesmo trimestre de 2022, 41,8%. As vendas também caem menos por causa da oferta. Então, ficamos com cada vez menos empreendimentos do MCMV em construção”, explicou Petrucci. 

Para o CEO da Brain, Fábio Tadeu, o que se vê no Brasil é um represamento. “Justamente esse aguardar às novas regras, aos novos limites, novos enquadramentos, novos subsídios. Está todo mundo nesse aguardar”, disse Tadeu. 

O presidente da CBIC complementou e destacou o olhar dos empresários. “Eles estão com o empreendimento aguardando na gaveta, pronto para lançar, mas eles estão com uma expectativa que esses limites atendam a realidade de mercado. Então, se eventualmente esses valores que forem lançados não forem adequados à realidade de mercado, isso pode gerar uma frustração e pode ser também maléfico”, pontuou José Carlos Martins.  

A CBIC destacou que a expectativa pelas novas regulações do MCMV e decisões importantes do Conselho Curador do FGTS, que ainda não teve suas deliberações retomadas, além do rescaldo da inflação de materiais e da alta taxa de juros, são os principais elementos que impactaram esse mercado no primeiro trimestre.

“Com a reunião do conselho curador do FGTS, a gente espera que eles possam trabalhar com a questão dos limites em relação à adequação da curva de descontos ou subsídios, e que tirem esse atraso que nós temos do MCMV em relação aos demais padrões do mercado imobiliário”, defendeu Celso Petrucci. 

“Falta de vontade e gente querendo comprar não falta, o que precisa é dar as condições razoáveis para que possam adquirir”, finalizou o presidente da CBIC, José Carlos Martins. 

Intenção de compra 

O CEO da Brain, Fabio Tadeu, ainda apresentou dados sobre a intenção de compra do consumidor, com base em pesquisa aplicada em 31 cidades do país. “Depois de dois anos em queda, chegamos num patamar de base da intenção de compra de imóveis, passamos de 31% em novembro do ano passado para 35% em março deste ano”, mostrou Fábio. 

Segundo a pesquisa, 30% das famílias pretendem fechar negócio em até um ano e 9%, em até seis meses. “A principal motivação dessas pessoas é sair do aluguel e adquirir o primeiro imóvel”, destacou Tadeu. 

Agência CBIC

‘Wellness building’: tendência chega ao mercado brasileiro

Be Península. Conceito reúne ventilação, iluminação natural e vista deslumbrante
Be Península. Conceito reúne ventilação, iluminação natural e vista deslumbrante CANOPUS/DIVULGAÇÃO

Um levantamento da Global Wellness Institute (GWI), organização não governamental dedicada ao compartilhamento de conceitos de bem-estar, aponta que a economia mundial de wellness, que reúne segmentos que propiciam ao consumidor incorporar atividades saudáveis a seu estilo de vida, deve movimentar R$ 36 trilhões, até 2025. Segundo o estudo, o mercado global de real estate movimenta atualmente R$ 1,4 trilhão.

Na conta está incluído o wellness building, tendência que combina arquitetura, sustentabilidade, saúde e bem-estar em residenciais. Na prática, são imóveis mais ventilados e iluminados, que usam materiais considerados acolhedores, como madeira, e paletas de cores mais suaves. Nas áreas de lazer, além dos itens de praxe, há espaços para massagem e contemplação.

No Brasil, o primeiro prédio inteiramente projetado com base no conceito dewellnessé uma iniciativa da AG7 Realty e está sendo erguido em Curitiba. No Rio, multiplicam-se os residenciais que, de uma forma ou de outra, seguem práticas de bem-estar. No Be, que a Canopus ergue na Península, o bairro planejado da Carvalho Hosken, na Barra, os apartamentos foram desenhados para assegurar aos moradores o máximo de conforto.

— As janelas amplas e as varandas generosas garantem iluminação natural. Nas ‘áreas comuns, uma paleta de cores mais leve traz a ideia de aconchego. E os lounges externos permitem que os moradores desfrutem da natureza do bairro — destaca a gerente de Marketing da Canopus, Renata Tavares.

A ideia de aproveitar a natureza ao redor como um fator de wellness aparece em outros bairros planejados da Carvalho Hosken, como o Ilha Pura, também na Barra. O conjunto de condomínios tem diversas certificações de sustentabilidade — a joia da coroa é o Parque Frans Krajcberg, com 72 mil metros quadrados e projeto paisagístico do escritório Burle Marx.

—A proposta desses bairros é gerar bem-estar e qualidade de vida, o que inclui opções de promoção da saúde física e mental para moradores de todas as idades —afirma a gerente de Incorporação da Carvalho Hosken, Talitha Ribeiro.

CONVIVÊNCIA

Áreas verdes generosas garantem mesmo sensação de bem-estar. É o que acontece no Parque Sustentável da Gávea, da Mozak. Ali, a floresta preservada ocupa 17 mil metros quadrados e terá mirante, espaços para piqueniques, espreguiçadeiras e trilha.

— Desde o início, o projeto priorizou espaços de convivência, áreas de descompressão e lazer para além dos espaços privativos —observa a coordenadora de Marketing da Mozak, Maria Carolina França.

Diretor de Incorporação da Gafisa Rio de Janeiro, Frederico Kessler lembra que a construtora investe não apenas em itens como piscinas aquecidas e salas de massagens, mas também na localização dos empreendimentos — uma preocupação que, segundo ele, foi acentuada no pós-pandemia.

— Quando possível, levamos essas áreas para o rooftop, como no Arte JB, no Jardim Botânico; no Igara, no Leblon; e no Canto Mar, no Arpoador. São espaços de relaxamento e contemplação diante das belas vistas do Rio de Janeiro — diz ele.

Combinar relaxamento e sofisticação é a proposta da RJZ Cyrela em empreendimentos como On The Sea, parceria com a Sig, no Arpoador; e Orygem Acqua Home, na Barra. Nos dois casos, até a fachada foi pensada para dar a sensação de que a natureza está dentro de casa.

— O conceito wellness é uma demanda crescente dos compradores, e os designers precisam ter cuidado extra na criação de espaços para atividades físicas e de áreas de convívio ou relaxamento — destaca o diretor de Incorporação da RJZ Cyrela, Carlos Bandeira de Mello.

O Globo