Descarbonização na construção civil é um caminho possível

Além de ser considerado o motor do PIB brasileiro e um dos segmentos mais importantes para a economia global, a construção civil também enfrenta um desafio de muitos anos, que ganha ainda mais peso com o crescimento mundial da agenda ESG.

Este é o setor mais poluente do planeta e, como tal, é urgente que mobilize seu modus operandi a fim de encontrar caminhos para a redução de desperdícios e recursos, bem como a preservação ambiental.

E a bandeira de mitigação de riscos contra o clima é pauta dentro e fora do Brasil, sendo fortalecida especialmente após o Acordo de Paris de 2015, que traçou uma meta comum e abrangente para o mundo todo e que visa a implementação de ações reais e mensuráveis para a redução da poluição.

No contexto da construção civil, há um longo caminho a ser percorrido e uma necessidade latente para tal. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), a construção civil mundial é responsável direta e indiretamente por 39% dos gases do efeito estufa liberados na atmosfera. Cerca de 11% deste volume estaria ligado à cadeia produtiva de aço e cimento. Esse impacto coloca o setor na linha de frente da agenda de descarbonização, um termo cada vez mais presente, especialmente no mercado investidor e de grandes companhias.

Existem dois pontos abrangentes relacionados a esse contexto que podem ser vistos com otimismo pela cadeia produtiva da indústria da construção: o primeiro é que existe um mercado em plena expansão que pode ser a chave para a redução da emissão dos gases do efeito estufa e contribuir para uma operação mais saudável da companhia: o mercado de crédito de carbono.

Seja adquirindo títulos de empresas que atuam em ações que reduzem a emissão de CO2 e, assim, “transferindo” sua responsabilidade a elas, seja em parcerias onde os negócios se vinculam, é possível comprar ou vender títulos e criar um mercado financeiro paralelo, enquanto se reduz o impacto do gás carbônico na atmosfera.

O outro ponto, além da viabilidade econômica através do mercado de crédito de carbono, é o uso de tecnologias disruptivas que mudam a maneira como se produz insumos, especialmente o cimento e concreto. Atualmente o mercado já apresenta soluções que retiram da atmosfera o CO2 emitido por grandes emissores, injeta na mistura para o concreto e transforma esse gás prejudicial em mineral sólido não poluente: é a união de processos químicos e de alta tecnologia para transformar o concreto em um item cada vez mais ambientalmente correto e ainda mais durável.

Assim, a descarbonização pode ser realizada em larga escala. Imagine você um processo de retirada e transformação de CO2 da forma descrita acima na construção de grandes condomínios, obras públicas, complexos industriais. Estima-se que esse tipo de tecnologia pode reduzir anualmente 500 milhões de toneladas de emissões de CO2, o que equivale a tirar 100 milhões de carros das estradas.

Assim, além de viável, a descarbonização da construção civil está se tornando um fator urgente para o crescimento e maior visibilidade dos negócios que preveem a construção de companhias sustentáveis no longo prazo. Trata-se de uma iniciativa plenamente possível, economicamente viável – se não interessante e lucrativa – e urgente para a entrega de valor ao consumidor.

*Fábio Camargo, CEO da Camargo Química

Revista Grandes Construções

Indicador Abrainc-FIPE aponta crescimento de 8,7% na venda de imóveis

As vendas de novos imóveis registraram uma alta de 8,7% no acumulado de 12 meses, encerrados em fevereiro de 2023, na comparação com o mesmo período do ano passado.

O setor comercializou 152.676 unidades habitacionais, segundo o indicador Abrainc-FIPE – levantamento elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), com dados de empresas associadas à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).

Os números também apontam que as entregas de imóveis apresentaram um crescimento de 11,7%, totalizando 90.079 unidades.

Isto reflete a boa capacidade do setor em entregar o alto volume de unidades produzidas nos últimos anos. O aumento ainda indica que o setor segue cumprindo seus cronogramas com a finalização dos imóveis dentro do prazo estabelecido, proporcionando maior satisfação e segurança aos compradores.

Outro ponto positivo apresentado pelo Abrainc-FIPE é a redução na relação distrato/venda, que segue em baixo patamar (10,7%) e acumula uma redução de 1,2 ponto percentual no período. Essa estabilidade contribui para a solidez do setor, oferecendo maior segurança tanto para os compradores quanto para as incorporadoras.

Revista Grandes Construções

Novo texto que regulariza trabalho em altura começa a valer em julho

As primeiras medidas do novo texto da NR 35, com redação do Ministério do Trabalho, começam a valer em julho deste ano. Conforme indica o documento, algumas orientações para o trabalho em altura foram alteradas.

Uma das principais mudanças na legislação diz respeito à utilização de escadas. A nova legislação dispensa o uso de proteção individual contra queda em alturas de até cinco metros.

Vale lembrar, no entanto, que a NR 35 classificava, há dez anos, o trabalho em altura como “toda atividade executada acima de dois metros” onde haja risco de queda.

“A inclusão do terceiro Anexo, que trata sobre o uso das escadas, é algo a se destacar”, sublinha o professor, técnico de Segurança do Trabalho e bombeiro profissional civil, Luiz Spinelli.

“O Anexo (que trata das escadas) coloca essa informação dos cinco metros e descarta a análise de risco da atividade. Isso pode levar o empregador a entender que não é necessário nenhum equipamento de proteção. Cinco metros é bem alto e é um ponto preocupante”, alerta Rogerio Souza, engenheiro e gerente de Produtos na MSA, multinacional com expertise há mais de um século em equipamentos de segurança.

“Independentemente do requisito, a atividade é de risco e o empregador não pode se isentar da responsabilidade de entender o risco e precisa estar ciente de que, se o trabalhador se acidentar, ele será responsabilizado”, completa.

“Atender plenamente aos requisitos das normas regulamentadoras é uma necessidade”, comenta Spinelli, que também é parceiro da MSA. Conforme dados atualizados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, na última década (2012-2021), 22.954 mortes no mercado de trabalho formal foram registradas no Brasil. Apenas em 2021, foram 2.487 óbitos associados ao trabalho, com aumento de 30% em relação a 2020.

O Observatório aponta, ainda, que a cada 50 segundos, uma nova notificação de acidente de trabalho é feita.

De acordo com o Ministério do Trabalho, a atualização da NR 35 teve como intenção facilitar a aplicação da norma e contribuir com a redução de acidentes. A atualização do texto contou com mais de 700 contribuições recolhidas durante o processo de consultas públicas.

Revista Grandes Construções

Processo que discute demissão sem justa causa entra na pauta do STF

O STF retoma, no próximo dia 19, julgamento de importante questão trabalhista. Os ministros voltam a analisar ação contra o Decreto Federal 2.100/96 pelo qual o então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, denunciou a Convenção 158 da OIT, que prevê proteção ao trabalhador contra a demissão arbitrária, sem justa causa.

Na prática, o que se discute é se o empregador será impedido de fazer demissões de forma arbitrária, sem justa causa. O processo se arrasta na Corte, há mais de 26 anos, e teve sucessivos pedidos de vista. Agora, entrou na pauta do plenário virtual, em julgamento que deve se encerrar no dia 26 de maio.

O começo

Em 20 de dezembro de 1996, o então presidente Fernando Henrique Cardoso tornou público que a Convenção 158 da OIT deixaria de ser cumprida no Brasil por ter sido denunciada por nota do governo brasileiro à Organização Internacional do Trabalho. A denúncia foi registrada em 20 de novembro de 1996.

A convenção trata da demissão sem justa causa no mercado de trabalho. Quando um tratado internacional é firmado, como no caso da Convenção 158 da OIT, os países signatários têm um prazo para ratificar o acordo e também para contestá-lo. 

Ao apresentar uma denúncia, o país denunciante informa e torna público que a partir de uma determinada data aquele tratado deixará de vigorar internamente, ou seja, que houve rompimento.

No STF

Após o decreto, em fevereiro de 1997, a Contag – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, acionou o STF buscando obter a declaração de inconstitucionalidade do decreto.

A Contag alegou que a Convenção 158 da OIT foi aprovada e promulgada pelo Congresso e que o governo não poderia processar e deliberar a respeito da denúncia sem que fosse efetivamente discutida.

Além disso, a Confederação argumentou que o ato do governo feriu a Constituição, pois o Poder competente para aprovar tratados normativos é o Congresso, e igualmente competente para aprovar ou referendar a denúncia. 

A CUT também entrou com ação questionando o decreto.

Pedidos de vista

A ação começou a ser julgada em 2003, com o voto do relator, ministro Maurício Corrêa, ocasião em que o ministro Nelson Jobim pediu vista. Em 2006, proferiu voto-vista e o ministro Joaquim Barbosa pediu vista. Em 2009, ele deu voto-vista e a ministra Ellen Gracie pediu vista. Em 2015, a ministra Rosa Weber, sucessora de Ellen, apresentou voto-vista e o ministro Teori Zavascki pediu vista. Quando proferiu seu voto-vista, em 2016, o ministro Dias Toffoli pediu vista, que foi devolvida em outubro de 2022. Ato contínuo, pediu vista o ministro Gilmar Mendes.

Com seis votos já proferidos, há três vertentes diferentes, com dois votos cada: pela parcial procedência, pela improcedência e pela procedência. 

Portal Migalhas

Mudança nas metas de inflação: qual será o efeito para o mercado?

Se concretizada, uma mudança das metas de inflação para os próximos anos deve levar uma parcela dos economistas a enxergar uma piora do quadro inflacionário do País. Embora não exista um consenso em relação aos impactos dessa eventual alteração, a leitura é de que pode haver uma subida – ainda que leve – nas projeções.

Com a discussão sobre metas de inflação ganhando força neste ano, boa parte dos analistas incorporou nas previsões para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alguma alteração na meta de inflação. Entretanto, mais do que mudar ou não a regra, há uma dúvida adicional: qual pode ser o tamanho da mexida a ser promovida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

O centro da meta de inflação para os próximos dois anos é de 3%, com um intervalo de 1,5 ponto porcentual. No relatório Focus, realizado pelo Banco Central, as previsões dos economistas consultados para o IPCA de 2024 e 2025 são de 4,15% e 4%, respectivamente.

“A minha previsão para o IPCA de 2024 é de 4,20%, com uma alteração na meta para 3,5%. Mas se a meta não for alterada, e permanecer em 3%, a nossa projeção cai para 4,10%”, afirma Andréa Angelo, sócia e estrategista de inflação na Warren Rena.

Em abril, uma pesquisa realizada pela Warren Rena com participantes do mercado apontou que, no caso de a meta de inflação subir para 4% em 2024, 25% dos respondentes apontavam um impacto na projeção para o IPCA entre 0,5 e 0,75 ponto porcentual. “A previsão no Focus poderia ir rapidamente para 4,5%”, diz Andréa.

Em junho, o CMN deve apontar qual será a meta de inflação para 2026, mas também pode rever as que foram definidas para 2023 e 2024. O órgão é formado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pela ministra do Planejamento, Simone Tebet.

“O impacto imediato (de uma mudança nas metas) vai depender da magnitude de uma eventual alta”, afirma Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados. “Se, por exemplo, houver um ajuste na meta de inflação de 3% para 4%, o mercado, no outro dia, vai subir a expectativa de inflação, para 5%.”

“Se for uma decisão conjunta da Simone e do Haddad, com uma pressão do Lula, que faça com que os dois ministros decidam dessa forma, será uma sinalização muito ruim”, afirma Vale.

A discussão sobre uma eventual mudança na meta de inflação está no centro do debate econômico desde o início do governo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem culpado o patamar da taxa básica de juros – atualmente em 13,75% ao ano – pelo cenário de baixo crescimento do País. Na visão do governo, a solução, então, seria reduzir a meta de inflação para permitir uma queda da Selic.

“A minha impressão é que não deve acontecer nada (se houver uma mudança), porque o mercado já antecipou isso. No Focus, em três, quatro meses, as expectativas de inflação naqueles horizontes bem distantes, para 2026, 2027, saíram rapidamente de 3% para 4%, mas estacionaram nos 4%”, afirma Bráulio Borges, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Em abril, durante audiência pública realizada no Senado, Campos Neto afirmou que a discussão sobre meta de inflação tem mérito e ocorre inclusive em países desenvolvidos. Em entrevista ao Estadão, Haddad disse já ter conversado com presidente do BC para uma definição de meta de inflação para um período contínuo ao longo do tempo, em vez do ano calendário.

“Eu acredito que um aprimoramento do sistema de metas seria bem-visto. No Brasil, o nosso sistema tem como base o ano calendário. Ou seja, o BC tem de cumprir uma meta em determinado ano. Na maioria dos países do mundo, inclusive nos mercados emergentes, não se usa o ano calendário, mas se usa o horizonte relevante, e ele é móvel. Então, ao longo do tempo, a inflação tem de estar em torno do centro da meta”, afirma Cristiano Oliveira, economista-chefe do banco Pine.

“Mas e se mudar o centro da meta? Isso, certamente, provocaria uma desancoragem adicional nas expectativas para prazos mais longos, sobretudo, para 2025 e 2026. E isso tem um custo. E o custo de uma inflação prolongadamente mais alta é uma redução da taxa de crescimento do PIB potencial vinda de um processo de inflação que torna o País menos produtivo”, diz Oliveira.

Meio do caminho

Um cenário que também está no radar da Warren Rena é visto como o meio do caminho: o CMN pode subir o centro da meta em 2024 e 2025, mas, depois, volta a reduzir para 2026. “Há chances de subir a meta para 2024 e 2025 e, quando estiver nesse horizonte e atingir a meta, você diminui”, diz Andréa.

Na avaliação dela, essa sinalização seria importante num cenário em que a saída de Campos Neto do Banco Central está prevista para o fim de 2024 e há dúvidas sobre como deve ser a condução do BC com a troca de presidência. “Se for esse o caminho, a gente vê como bastante positivo, mesmo que suba (a meta) agora”, afirma.

O Estado de SP

Senado aprova aposentadoria especial para trabalhadores que exercem funções de alto risco

O Senado Federal aprovou, na última semana, um projeto de Lei que permite aposentadoria especial para trabalhadores que exercem funções de alto risco para a saúde. O projeto segue para votação na Câmara dos Deputados. Na semana passada, o projeto de lei complementar já havia sido aprovado pela (CAE) Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

A proposta é vista como um marco para a aposentadoria especial da Previdência Social, pois define e amplia a abrangência do dispositivo para os trabalhadores.

De acordo com a nova regra, empregados expostos a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde poderão ter direito à aposentadoria, desde que tenham contribuído por, pelo menos, 15 anos com a Previdência Social.

Outra exigência é que a exposição do trabalhador a situações de risco ocorra de forma “habitual” – quando não é possível dissociá-la da produção do bem ou prestação do serviço.

Caso o empregado tenha exercido duas ou mais atividades com alto risco para saúde, o tempo de trabalho em cada uma delas será somado para compor o cálculo de tempo de trabalho exigido para a solicitação da aposentadoria especial.

Exemplos de profissões que podem ser beneficiadas pelo projeto

– mineração subterrânea

– metalurgia

  • aqueles que trabalham em contato com amianto

– trabalhos com exposição à radiação oriunda de campos eletromagnéticos de baixa frequência

– vigilância ostensiva e transporte de valores

– guarda municipal (independente do uso de arma de fogo)

No caso de vigilantes e guardas municipais, o projeto reconhece o direito à aposentadoria especial para atividades de segurança que fazem ou não uso de arma de fogo. Ele acolheu uma emenda do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e duas do senador Paulo Paim (PT-RS) para que sejam contemplados também os trabalhadores de atividades de vigilância ostensiva, armadas ou não armadas, de transporte de valores, atividades de segurança pessoal e patrimonial em estações de metrô e trem, e atividades de transportes de cargas e transporte coletivo de passageiros.

O relator, senador Esperidião Amin (PP-SC) Amin defendeu no relatório a inclusão dessas atividades por conta da jurisprudência da Justiça, que tem reconhecido o direito à aposentadoria especial, inclusive depois da reforma da Previdência, para atividades que não fazem uso de arma de fogo. Para esses casos e também para os de guarda municipal, o benefício da aposentadoria especial independe de exigência de uso permanente de arma de fogo na profissão.

Aposentadoria por pontos

Na reforma da Previdência, em 2019, o governo criou uma regra de transição para aqueles segurados que já estavam no sistema de contribuição, mas não conseguiram se aposentar até a data.

Assim foi criada a regra de pontos, uma modalidade que permite a aposentadoria caso o trabalhador atinja um número mínimo de pontos que é formado pela soma da idade com o tempo de contribuição.

E a nova regra para aposentadoria especial segue a mesma pontuação prevista pela Reforma da Previdência:

15 anos de exposição = 66 pontos

20 anos de exposição = 76 pontos

25 anos de exposição = 86 pontos

Já para os contribuintes que aderirem ao sistema da Previdência Social após 2019, a regra mínima para ter direito à aposentadoria especial passa a ser:

15 anos de exposição e 55 anos de idade

20 anos de exposição e 58 anos de idade

25 anos de exposição e 60 anos de idade.

Caso o trabalhador que se enquadre na regra de transição chegue ao período exigido para aposentadoria ainda trabalhando, ele poderá optar por continuar a exercer as atividades por um período adicional de 40% do tempo.

Em seguida, a empresa será obrigada a readaptar o funcionário em outra atividade sem exposição, sendo garantido a manutenção do seu contrato de trabalho por 12 meses.

Na versão original do projeto, do senador Eduardo Braga (MDB-AM), a proposta era conceder a estabilidade empregatícia por 24 meses, mas o relator do projeto, senador Esperidião Amin (PP-SC), justificou no relatório que o prazo reduziu para 12 meses para evitar que os funcionários fossem demitidos antes de receber o benefício.

“Evitamos, assim, que empregadores respondam de maneira adversa a esta regra, por exemplo desligando funcionários em antecipação à estabilidade”, afirmou.

Benefício indenizatório

Outra dispositivo previsto na proposta é a de um auxílio indenizatório por exposição da saúde. O benefício será de 15% do valor do salário do trabalhador, pago pelo governo federal, com duração de 12 meses.

Os segurados poderão ter acesso ao benefício após concluírem o período de adaptação para uma função sem riscos à sua saúde.

Revista Proteção

Expectativa do mercado para inflação em 2023 volta a subir

A mediana das expectativas dos economistas do mercado para a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 2023 voltou a aumentar, após cair na semana anterior. A previsão para 2023 avançou de 6,02% para 6,03%. Já a projeção para 2024 diminuiu pela segunda semana consecutiva, de 4,16% para 4,15%. Para 2025, a estimativa continuou em 4,00%, como nas últimas semanas.

As expectativas estão Boletim Focus do Banco Central, que concentra as projeções dos economistas para os principais indicadores econômicos do país e é divulgado toda segunda-feira.

A meta de inflação perseguida pelo Banco Central é de 3,25% em 2023 e de 3% em 2024 e 2025, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima.

Após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) surpreender negativamente na sexta-feira, o mercado volta a discutir a resiliência da inflação brasileira.

Selic

A mediana das previsões para a taxa básica de juros da economia, a Selic, no fim de 2023 ficou estável em 12,50%, mesmo nível das últimas semanas. As projeções para o final de 2024 e de 2025 também seguiram em 10,00% e 9,00%, nessa ordem.

PIB

A estimativa mediana dos economistas para o crescimento da economia, medido pelo Produto Interno Bruto (PIB), em 2023 subiu de 1,00% para 1,03%, após continuar estável na semana anterior. A expectativa para 2024 recuou pela segunda semana seguida, de 1,40% para 1,38%. A previsão para 2025 caiu de 1,80% para 1,70%, após ser mantida na semana passada.

Dólar

A projeção para o dólar no fim de 2023 continuou em R$ 5,20 pela terceira semana consecutiva. Para 2024, a estimativa caiu de R$ 5,25 para R$ 5,20, após seguir onde estava na semana anterior. Para 2025, a expectativa diminuiu pela segunda semana consecutiva, de R$ 5,25 para R$ 5,20.

Valor Investe

Imóveis: Caixa faz alerta sobre financiamento

Preocupada em como financiar imóveis, a Caixa lançou uma campanha de incentivo para os brasileiros usarem a poupança como ferramenta de investimento.

Em abril, a caderneta de poupança engatou o quarto mês seguido de saques líquidos, somando R$ 6,25 bilhões, segundo dados do Banco Central. Contudo, a aplicação financeira mais procurada por brasileiro encerrou 2022 com um resgate total recorde, de R$ 103,23 bilhões.

Com isso, a presidente da Caixa, Maria Rita Serrano, comentou que a campanha vem na esteira desses fortes resgates já que a caderneta representa, junto com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), uma das principais fontes de recursos de crédito imobiliário do banco.

“Ao perder recursos em poupança, tornamos o investimento em habitação mais caro, já que temos que ir atrás de outros fundings mais caros para continuar financiando a habitação”, disse a executiva em conversa com jornalistas.

Financiamento de imóveis, FGTS e o STF

Em relação ao julgamento que está no Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a forma como a remuneração do FGTS é calculada, a presidente da Caixa ressaltou à imprensa que uma possível alteração na remuneração do Fundo também podem resultar em um encarecimento do investimento público em habitação.

“Estamos falando de um debate complexo, no sentido de que qualquer mudança na formulação da remuneração do FGTS pode ter impacto sobre os investimentos públicos”, disse.

Entretanto, essas mudanças podem ter um efeito colateral no mercado imobiliário, elevando o custo dos financiamentos. Isso acontece porque muitas das operações que usam o saldo do FGTS contêm uma cláusula que estabelece que a atualização da dívida ocorra mensalmente utilizando o mesmo coeficiente de atualização que é aplicado às contas vinculadas do Fundo.

Money Times

Construtoras sobem na Bolsa

A construção civil, um dos setores mais impactados pelos juros altos, começa a dar indícios de recuperação. Atentos a esse movimento, investidores observam um cenário curioso ao consultar as indicações de corretoras. Com instabilidades que ainda rondam o setor, não há consenso sobre ações em destaques, com teses pulverizadas entre diferentes opções.

No acumulado de 30 dias, até o início do pregão de sexta-feira (12), das 23 ações de construtoras listadas na B3, 19 registravam valorização. Entre as que compõem o Ibovespa, MRV (MRVE3) crescia 24,97%, Eztec (EZTC3) 3%% e Cyrela (CYRE3) 5,36%. Outras várias estão em destaques, como a Tenda (TEND3), com alta de 44,27% e Trisul, com valorização de 18,87% nos últimos 30 dias.

A alta atual tem maior ligação com expectativas futuras do que com resultados concretos. O economista André Perfeito explica que o setor é altamente sensível à taxa de juros, oscilando de acordo com a alteração da política monetária. Antes do início da alta da curva da Selic, em março de 2021, MRV oscilava na casa dos R$ 20, cerca de 140% a mais que os atuais R$ 8,90. A Ezetc estava estava em R$ 32, cerca de 110% a mais que os atuais R$ 15,02.

“Como agora a expectativa é de queda dos juros ainda neste ano, já sendo visto isso nos juros mais longos, corrobora com a ideia de que ‘tanto faz’ entre qual empresa escolher para investir. Em um cenário de perspectiva de melhoras, como os preços das ações estão muito baixos, a maior chance é de subirem”, considera Perfeito.

Em relatório mensal sobre o mercado da construção civil, o Itaú BBA considera que há uma tendência de melhoria sustentada, com redução nos estoques, queda do índice de custo e perspectiva de aumento nas concessões de crédito imobiliário. O relatório aponta a MRV como preferência entre nomes expostos ao público de baixa renda, e a EZTEC a principal escolha no segmento de renda média.

Ressalvas

Antes de decidir investir, porém, é preciso estar atento às instabilidades. “Embora esteja em um nível de preço interessante, carece de gatilhos para justificar a entrada. Enquanto não tivermos de fato os juros caindo, acho que fica difícil tomar posicionamento de médio e longo prazo”, observa Wellington Lourenço, analista da Ágora.

Os gatilhos citados por Lourenço também inclui o julgamento em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a ação que procura corrigir os saldos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A avaliação é de que a medida pode reduzir a capacidade do governo de investir em programas de moradia, o que então enfraqueceria ações como as da MRV.

“Além da incerteza em relação a quando os juros serão reduzidos, as empresas de incorporação que atuam em segmentos incentivados por programas governamentais, como o Minha Casa, Minha Vida, por exemplo, estão sujeitas ao volume de recursos destinado a eles, que dependem de decisões políticas”, destaca Ivan Barboza, sócio e gestor do Ártica.

Apesar disso, Barboza pondera que, superadas as dúvidas, há bastante espaço para valorização. “Uma vez que o ambiente macro se torne mais favorável, a tendência é que o setor se beneficie da demanda que ficou represada neste período de financiamentos mais caros”, explica.

O Estado de SP – e|Investidor

Semana de 4 dias de trabalho: veja como vai funcionar teste no Brasil

O Brasil fará um experimento sobre o impacto da jornada de trabalho semanal de quatro dias, que acontecerá entre os meses de junho e dezembro deste ano.

A iniciativa é fruto de uma parceria entre a organização sem fins lucrativos 4 Day Week, que conduz testes globais sobre a carga horária reduzida, e a brasileira Reconnect Happiness at Work.

Nos meses de junho e julho, a Reconnect oferecerá informações sobre o programa para qualquer empresa que demonstrar interesse em participar no Brasil.

Não existem pré-requisitos, tais como número mínimo de funcionários. Basta a empresa responder a um formulário disponível aqui para ter acesso à mentoria.

As empresas podem se inscrever para o início do experimento no mês de agosto e começam a ser preparadas para adotar o modelo em setembro. 

Vale destacar que haverá um custo para participar do estudo, que ainda não foi definido.

O modelo que será implementado nas empresas participantes será do tipo 100-80-100: 100% salário, trabalhando 80% do tempo e mantendo 100% da produtividade.

Indicadores como estresse da força de trabalho, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, resultados financeiros e turnover (rotatividade) serão os fatores avaliados ao final do experimento.

A metodologia da iniciativa foi elaborada pela universidade americana Boston College. A instituição cuida das pesquisas antes do início do experimento, assim como de análises após três meses da implementação e ao fim do piloto.

Dessa maneira, a expectativa é garantir a precisão dos dados para que as organizações participantes possam definir se seguirão com a semana de quatro dias de trabalho.

Produtividade

De acordo com a diretora da Reconnect e especialista em Felicidade Corporativa, Renata Rivetti, um dos principais desafios do experimento no país é desmistificar a crença que a produtividade é proporcional ao número de horas trabalhadas.

“É um projeto com foco inicial no aumento de produtividade, mas que acaba resultando em ganhos para os indivíduos, suas famílias e para toda a sociedade. As empresas que adotaram a semana de trabalho de 32 horas percebem maior atração e retenção de talentos, envolvimento mais profundo do cliente e melhor saúde e felicidade dos colaboradores”, disse Rivetti.

Além disso, a especialista explica que a semana de quatro dias de trabalho pode trazer ganhos em saúde mental para os trabalhadores.

De acordo com pesquisa realizada pela empresa de consultoria McKinsey com 15 mil funcionários de 15 países, 59% das pessoas passaram ou estão passando por um desafio relacionado à saúde mental.

O levantamento ainda mostrou que funcionários que estão enfrentando desafios na saúde mental têm uma chance quatro vezes maior de sair da empresa e duas vezes maior de estarem desengajados no trabalho.

“Os desafios da saúde mental estão custando muito para as organizações, além dos impactos na sociedade. A adoção da semana de quatro dias é boa para a empresa, para os clientes, para os colaboradores e para a sociedade. Será uma revolução no mundo do trabalho, possibilitando mudanças em nossa forma de atuarmos, de forma mais produtiva e saudável”, finaliza Rivetti.

Portal Contábeis