Estimativas do mercado para inflação e PIB permanecem estáveis

As previsões do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos em 2023 ficaram estáveis, de acordo com a edição do Boletim Focus desta segunda-feira (6). A pesquisa – realizada com economistas – é divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC).

Para este ano, a expectativa para o crescimento da economia permaneceu em 2,89%. Já para 2024, o Produto Interno Bruto (PIB – a soma dos bens e serviços produzidos no país – deve ficar em 1,5%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,9% e 2%, respectivamente.

Superando as projeções, no segundo trimestre do ano a economia brasileira cresceu 0,9%, na comparação com os primeiros três meses de 2023, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao segundo trimestre do ano passado, a economia brasileira avançou 3,4%.

O PIB acumula alta de 3,2% no período de 12 meses. No primeiro semestre, a alta acumulada foi de 3,7%.

Inflação

A previsão para este ano do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerada a inflação oficial do país – permaneceu em 4,63% nesta edição do Focus. Para 2024, a estimativa de inflação subiu de 3,9% para 3,91%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 3,5% para os dois anos.

A estimativa para 2023 está acima do centro da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%.

Segundo o BC, no último Relatório de Inflação, a chance de o índice oficial superar o teto da meta em 2023 é de 67%. A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda situa-se dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em setembro, o aumento de preços da gasolina pressionou o resultado da inflação. O IPCA ficou em 0,26%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O percentual foi acima da taxa de agosto, que teve alta de 0,23%.

A inflação acumulada este ano atingiu 3,50%. Nos últimos 12 meses, o índice está em 5,19%, ficando acima dos 4,61% dos 12 meses imediatamente anteriores.

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros – a Selic – definida em 12,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). O comportamento dos preços já fez o BC cortar os juros pela terceira vez no semestre, em um ciclo que deve seguir com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. Após sucessivas quedas no fim do primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, mas essa alta era esperada por economistas.

Ainda assim, em comunicado divulgado na semana passada, o Copom indicou que poderá mudar o tempo do período de cortes, caso as condições tornem mais difícil reduzir juros.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto do ano passado a agosto deste ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2023 em 11,75% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 9,25% ao ano. Para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 8,75% ao ano e 8,5% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Por fim, a previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar está em R$ 5 para o fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,05.

Agência Brasil

Leilões do Santander oferecem imóveis com até 59% de desconto

Durante o mês de novembro, o Santander Brasil vai leiloar mais de 100 imóveis. Serão apartamentos, casas, prédios comerciais, salas, galpões e terrenos localizados em diversos cantos do País. Os leilões acontecerão por meio de diversas plataformas online especializadas na atividade. 

Mega Leilões

Em parceria com a Mega Leilões, o Santander realizará dois leilões neste mês. O primeiro será hoje (06), quando 81 imóveis residenciais e comerciais serão disponibilizados para lances entre R$ 35 mil a R$ 3,2 milhões.

O segundo acontece no dia 24, quando um único galpão comercial localizado na Vila Industrial, em Mogi das Cruzes (SP), com mais de 20 mil m² de terreno e 15 mil m², vai receber ofertas com lance inicial a partir de R$ 30,5MM.

Para participar, é necessário fazer um cadastro no site da Mega Leilões, verificar a descrição do lote desejado, ler o edital e se habilitar. As informações completas podem ser verificadas no site da leiloeira e no portal Santander Imóveis.

Superbid Exchange

Com 72 propriedades disponíveis em 16 estados brasileiros, a plataforma Superbid Exchange também está ofertando imóveis em parceria com o Santander. Os lances para adquirir um dos bens do portfólio que inclui casas, apartamentos, prédios, salas comerciais e terrenos devem ser feitos até o dia 06 de novembro. 

A companhia garante que os valores podem chegar a 59% de desconto em relação aos preços de mercado. Os interessados poderão dar lances até 6 de novembro pela plataforma Superbid Exchange ou pelo portal Santander Imóveis.

O Estado de SP

Seis multas relacionadas à segurança do trabalho que podem impactar o caixa da empresa

A segurança do trabalho é uma área da gestão de empresas que tem foco na promoção da segurança, saúde e bem-estar dos trabalhadores. De acordo com Marlon Pascoal Pinto, engenheiro de Segurança do Trabalho e gestor na Engehall, a segurança no ambiente de trabalho mostra-se cada vez mais importante em qualquer organização e está sujeita a leis muito específicas.

“É preciso que as empresas estejam em conformidade com essas leis, caso contrário, além de colocar a segurança dos funcionários em risco, ainda podem ter que pagar multas, conforme determina a NR 28”, explica.

Segundo Marlon, as normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho preveem algumas exigências a serem cumpridas para que as empresas não tenham penalidades. “Elas devem ser obedecidas por todos os empregadores que possuam colaboradores regidos pela CLT, não importando o número de funcionários”.

Conheça seis multas que podem ser aplicadas em caso de descumprimento das normas trabalhistas:

Falta de elaboração e/ou implementação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) – Toda empresa deve elaborar o PPRA, que pode ser uma ferramenta essencial quando se trata da gestão de segurança e meio ambiente. No item 9.1.1 da NR9 a multa para quem não o faz é a partir de R$ 2.387,12.

Falta de elaboração e/ou implementação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) – Toda empresa deve elaborar e implementar o PCMSO para promover e preservar a saúde de seus colaboradores. A falta dele, segundo o item 7.3.1 da NR7, pode ocasionar multa a partir de R$ 1.431,00.

Falta de realização de exame médico periódico – O trabalhador deve ser submetido a uma avaliação clínica em prazos específicos. Se não for cumprida a norma, a multa determinada no item 7.4.3.2 da NR7 é a partir de R$ 716,56.

Falta de fornecimento de equipamento de proteção individual – A empresa deve fornecer gratuitamente e em perfeito estado de funcionamento o equipamento de proteção. Caso não o faça, a multa prevista no item 6.3 da NR6 é a partir de R$ 2.387,12.

Falta de treinamento para designado da CIPA – As empresas que não têm a obrigação de manter uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes devem ao menos promover todos os anos um treinamento para o responsável pela área. A multa no caso da falta de treinamento está prevista no item 5.32.2 da NR5 e é a partir de R$ 1.792,46.

Falta de informação sobre riscos profissionais aos trabalhadores – É preciso que a empresa informe aos trabalhadores tudo relacionado aos riscos de operações e execuções de produtos a serem manipulados. Caso não o faça, a multa ficará entre R$ 2.331,32 a R$ 233.130,50, de acordo com a gravidade da infração, conforme o artigo 8º, IV, da Portaria MF nº 15/2018.

Segundo o gestor da Engehall, é importante lembrar que, além do pagamento de multas, as empresas que não cumprem as regulamentações de segurança podem sofrer ações judiciais de insalubridade e periculosidade.

Jornal do Comércio

Marco das Garantias muda regras da hipoteca e da alienação fiduciária

Sancionado recentemente, o Marco das Garantias altera algumas normas relacionadas aos empréstimos para facilitar a retomada da garantia pelo credor em caso de inadimplência do devedor e, assim, reduzir o custo do crédito. Entre as principais mudanças está a alteração na execução extrajudicial em hipoteca e a autorização de uma segunda alienação fiduciária usando o mesmo imóvel. 

O InfoMoney buscou informações com Carlos Ávila, advogado especialista em direito privado e sócio do Carneiro Advogados, e João Paulo Cucatto, especialista em contencioso civil do Teixeira Fortes Advogados Associados, para entender a mudanças que o Marco Legal trará para a alienação fiduciária e a hipoteca. Confira:

O que muda na alienação fiduciária?

A alienação fiduciária é um mecanismo que oferece uma garantia de empréstimo ao credor. No momento da assinatura do contrato de empréstimo, comumente um financiamento imobiliário (mas não é exclusiva desta modalidade), o cliente garante o pagamento da dívida por meio da alienação fiduciária, que nada mais é do que a transferência de propriedade ao concedente do crédito.

Nela o tomador de crédito só se torna dono no imóvel em questão quanto quitar a última parcela da dívida. Da mesma forma, em caso de inadimplência, o imóvel dado como garantia tem sua propriedade consolidada no nome do credor (banco), em um processo que se dá via cartório de imóveis, de maneira extrajudicial – sem acionar a Justiça.

O Marco das Garantias mantém esse mesmo funcionamento inalterado, mas passa a permitir as duas situações a seguir:

Novas dívidas do mesmo credor

O devedor poderá contrair novas dívidas com o mesmo credor da alienação fiduciária do seu empréstimo original ou alongar o seu financiamento, respeitando o limite da sobra de garantia da operação inicial. Isso significa que, se o valor garantido por um imóvel no primeiro empréstimo for de até R$ 100 mil e a dívida original for de R$ 20 mil, o devedor poderá tomar um novo empréstimo junto ao mesmo credor em valor de até R$ 80 mil.

Segunda alienação

Tal qual ocorre com hipotecas, agora será permitido ao consumidor contrair uma segunda dívida usando como garantia um imóvel que está sendo adquirido com a alienação fiduciária como mecanismo de garantia, inclusive em uma instituição financeira diferente.

Nessa situação, em caso de inadimplência, o primeiro credor – o banco que concedeu o crédito primeiro – terá prioridade na execução da dívida, ou seja, na retomada do imóvel. Quando esse imóvel for vendido novamente – possivelmente em um leilão – os demais credores terão direito a uma parte do dinheiro da venda.

O que muda na hipoteca?

A hipoteca é uma linha de crédito que também tem como garantia um imóvel. Contudo, nesta modalidade, a propriedade do imóvel permanece no nome do tomador de crédito – e não é  transferida para o banco (credor), como ocorre em contratos de alienação fiduciária. Com isso, em caso de inadimplência, se tornava mais difícil para o banco retomar a garantia.

“A garantia hipotecária, que foi amplamente utilizada no Brasil, ficou ultrapassada devido à morosidade na retomada da garantia em caso de inadimplemento, já que esse processo tinha que ser feito judicialmente, ou seja, poderia levar anos até a recuperação do bem. Hoje, já existe a execução extrajudicial em contratos de hipoteca, mas não é o mais comum. Agora, com o Marco, a questão está endereçada e pode transmitir uma impressão de maior segurança aos credores”, afirma o advogado João Paulo Cucatto.

A execução extrajudicial no caso de inadimplência em contratos de hipoteca, isto é, a retomada do bem dado como garantia existe, mas não é amplamente utilizada e, na verdade, se restringe a poucos contratos. Agora, o Marco das Garantias estrutura o procedimento em hipoteca e limita prazos para a conclusão de cada etapa – assim como ocorre na alienação fiduciária.

A partir da configuração de inadimplência pelo contrato – que tradicionalmente é caracterizada pelo atraso de 4 a 7 parcelas consecutivas, a depender do acordo – agora haverá um período estipulado de 105 dias para as primeiras etapas que envolvem a execução – 15 dias para que o devedor regularize sua situação pagando o valor devido (mora); caso não o faça, inicia-se o período de 15 dias para a solicitação do leilão do imóvel, depois 60 dias para que se realize o 1º leilão e, em caso de ausência de oferta, mais 15 dias para a realização do segundo.

Marco altera perdão legal de dívidas de imóveis leiloados

Alienação fiduciária

Quando um imóvel retomado dentro dessa modalidade ia a leilão, caso não recebesse oferta na primeira disputa, que deve ser igual ou maior que seu valor de avaliação, o imóvel era encaminhado para o segundo leilão. Nesta etapa, poderia ser arrematado por um valor menor do que sua dívida, e o excedente era perdoado.

O Marco das Garantias estipula agora que isso só valerá para imóveis que foram adquiridos para fim residencial. “Esse perdão só valerá para financiamento da casa própria”, explica o advogado Carlos Ávila.

Hipoteca

No caso de contratos de hipoteca, o perdão legal, que não existia em nenhum dos casos (imóvel para fim residencial ou comercial). Agora, passará a valer quando o arrematante tiver adquirido o imóvel como casa própria.

Empréstimo contraído por CNPJ

Ainda que o Marco das Garantias tenha equiparado alguns pontos entre hipoteca e alienação fiduciária, uma mudança fundamental permanece em casos de imóveis dados como garantia de empréstimo por empresas que vierem a entrar em recuperação judicial.

A recuperação judicial (ou RJ, no jargão do mercado) evita que a empresa quebre quando está em uma crise financeira. Além de socorrer os sócios, esse instrumento visa proteger também funcionários, fornecedores, prestadores de serviços, clientes e todos os que, de alguma forma, possuem algum vínculo com a organização. Na prática, a RJ procura viabilizar um acordo entre a empresa devedora e todos os seus credores, para que ela possa se tornar novamente viável e volte a operar com solidez.

Quando uma empresa entra em RJ, caso ela tenha contraído um empréstimo com alienação fiduciária, o banco não precisa fazer parte do processo ou da negociação com credores. Na verdade, a instituição financeira apenas executará a garantia e a receberá, dentro dos ritos legais e extrajudiciais.

Já no caso de uma empresa que entra em RJ e tinha uma hipoteca ativa, o banco entra nas negociações e está obrigado a aguardar todas as etapas do procedimento – vale lembrar que, em uma recuperação judicial, as dívidas trabalhistas têm preferência para recebimento de valores, e só depois vêm os credores com garantia real.

InfoMoney

Setor imobiliário emite 42% do carbono do mundo e se mexe para financiar virada verde

Olhando de fora, um prédio não parece poluente. Não solta fumaça, não faz barulho, não se movimenta. Mas, considerando que boa parte dos edifícios é basicamente um enorme bloco de concreto consumindo energia 24 horas por dia, dá para entender a pegada ambiental.

A escala do impacto é que assusta. O setor imobiliário, considerando todo o ecossistema que o envolve, é responsável por 42% das emissões de carbono relacionadas à energia. É mais do que a indústria emite e quase o dobro dos gases de efeito estufa dos transportes.

Parte considerável do carbono (cerca de 70%) vem da própria operação dos prédios, principalmente da energia que abastece elevadores, aquecedores e sistemas de ar-condicionado. O restante das emissões vem da construção, com peso desproporcional para cimento e aço.

Os dados foram coletados pela iniciativa Architecture 2030 a partir de relatórios da Agência Internacional de Energia e da plataforma Statista.

Diante da pressão climática vinda de governos, sociedade e investidores, o setor imobiliário vem trabalhando formas de financiar a sua virada verde. O assunto é ainda mais importante considerando a expansão prevista para o setor imobiliário e de infraestrutura nos próximos anos.

Com a expectativa de crescimento populacional e maior urbanização, a construção de novos empreendimentos deve seguir uma linha ascendente.

Até 2060, é esperado que o mundo adicione 241 bilhões de metros quadrados à atual área construída, o que equivale a criar uma Nova York inteira todo mês, pelos próximos 37 anos, segundo a Architecture 2030.

De olho num sucesso inevitável de um mercado imobiliário verde, a Áurea Finvest, empresa de investimento dedicada ao setor, fez uma parceria recente com o MIT (Massachusetts Institute of Technology) para criar o primeiro fundo brasileiro com foco na descarbonização do segmento.

A tese, segundo Diogo Castro e Silva, sócio da Áurea Finvest, é investir em startups que possuam tecnologias para reduzir a pegada ambiental e melhorar a resiliência climática do setor de construção civil.

Metade dos recursos captados, cerca de US$ 20 milhões (R$ 101 milhões), será alocada em startups em etapas iniciais. O saldo vai para startups mais promissoras.

“É incontornável que os governos não vão conseguir cumprir qualquer meta climática sem tocar no setor imobiliário, seja impondo novos códigos de construção ou, de algum jeito, incentivando e forçando o retrofit [modernização] de ativos antigos”, afirma Silva.

O executivo, que foi CEO do Fosun na América Latina —grupo chinês que é dono dos Club Meds— destaca que o impacto substancial do setor vem de ativos residenciais e comerciais, como aeroportos, shoppings e escritórios.

“O próprio mercado está empurrando as empresas que operam ativos a fazerem mudanças. Por exemplo, se você tiver um prédio de escritórios mais antigo em São Paulo, você já não consegue alugar para uma multinacional estrangeira. Amanhã também não vai conseguir alugar para uma companhia aberta brasileira, porque os investidores exigem que elas estejam em edifícios que já são eficientes em termos de energia”, diz.

Segundo ele, companhias americanas e europeias já exigem que suas filiais brasileiras tenham certificações sustentáveis como o Leed, selo que analisa desde o acesso a meios de transporte público até materiais utilizados na obra e eficiência no uso de água e energia.

Silva, que é nascido em Portugal e mora há 14 anos no Brasil, diz que já há uma movimentação na União Europeia e nos EUA em termos de regulação.

Na UE, por exemplo, o parlamento aprovou uma lei que proíbe venda, compra ou aluguel de ativos comerciais que tenham certificação energética F ou G (as mais baixas da escala). “Isso é para obrigar os proprietários a ‘retrofitar’.”

Além da questão ambiental, o executivo ainda destaca um “outro lado da moeda”. Como muitos ativos imobiliários são detidos por investidores, haverá desvalorização do portfólio se nada for feito para adaptar os edifícios a exigências sustentáveis.

Isso impacta não só a rentabilidade, mas até mesmo o sistema de garantias. “Lá na frente isso pode ter efeito até na carteira de créditos dos bancos”, afirma, citando como exemplo hipotético uma instituição que aceitou um ativo imobiliário como garantia de empréstimo acreditando que ele valia mais do que de fato vale.

Silva diz que a virada verde do setor deve entrar forte na pauta climática, principalmente porque a COP 28 (conferência climática da ONU que ocorre este ano) será em Dubai, país que tem basicamente dois setores: petróleo e construção.

Como não existe “petróleo verde”, diz, o país deve apostar em seus cases imobiliários.

“Dubai é uma bolha de cimento no meio do deserto e vai colocar muito enfoque nisso, exatamente pela importância do setor para eles e para a questão climática”, afirma.

O executivo disse ter ido a um encontro recente com um diretor da Emaar, maior construtora do Dubai, que mostrou como a companhia está usando 25% menos concreto do que usava há dez anos.

O número sozinho pode não parecer tão expressivo, mas o impacto é grande. Depois da água, o concreto é a substância mais consumida em todo o mundo, e possui uma densa pegada ambiental.

O concreto é basicamente feito de água, areia e brita, que ganham liga com acréscimo de cimento. É este último elemento que desbalanceia a equação.

A indústria do cimento é responsável por cerca de 8% das emissões de carbono do mundo. Os alto-fornos usados na fabricação precisam ser aquecidos a temperaturas altíssimas (acima de 1.400 ºC), abastecidos geralmente com carvão ou gás natural.

Reduzir a intensidade de concreto nos empreendimentos, diz Silva, é um grande passo para descarbonizar o setor imobiliário — e o Brasil tem potencial nessa frente.

“Um exemplo onde o Brasil pode dar as cartas é a questão da madeira engenheirada, que é algo interessante, porque o Brasil sabe fazer floresta industrial, tem área para plantar”, diz.

Financiar as empresas que vão desenvolver os materiais que serão usados nesta transição é um dos objetivos da Áurea Finvest.

“Há um grande potencial de trazer uma agenda positiva de sustentabilidade dentro do setor”, diz. “Na verdade, descarbonizar traz um ganho econômico, porque se eu sou proprietário de um prédio mais eficiente, é grana no bolso. Se eu conseguir construir usando menos cimento e concreto, muitas vezes também é grana no bolso.”

Folha de SP

Copom decide nesta quarta corte dos juros básicos da economia

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decide nesta quarta-feira (1º) o tamanho do corte na taxa básica de juros, a Selic. Mesmo com a recente alta do dólar e com os juros altos nos Estados Unidos, o órgão deve reduzir a Selic, atualmente em 12,75% ao ano, para 12,25% ao ano. Esse será o terceiro corte desde agosto, quando a autoridade monetária interrompeu o ciclo de aperto monetário.

Nos comunicados das últimas reuniões, o Copom tinha informado que os diretores do BC e o presidente do órgão, Roberto Campos Neto, tinham previsto, por unanimidade, cortes de 0,5 ponto percentual nos próximos encontros.

Segundo a edição mais recente do boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado, a taxa básica deve realmente cair 0,5 ponto percentual, embora algumas instituições projetem corte de 0,25 ponto. A expectativa do mercado financeiro é que a Selic encerre o ano em 11,75% ao ano. Nesta quarta-feira, ao fim do dia, o Copom anunciará a decisão.

Inflação

Na ata da última reunião, em setembro, o Copom mostrou preocupação com a incerteza no mercado financeiro. O colegiado também apontou riscos de um eventual repique, perto do fim do ano, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial.

O Copom avaliou que parte da incerteza observada nos mercados, com reflexo nas expectativas de inflação, está em torno da capacidade do governo de executar as medidas de receita e despesas compatíveis com o arcabouço fiscal. No mercado internacional, a perspectiva de alta de juros nos Estados Unidos e a guerra entre Israel e o grupo palestino Hamas dificultam a tarefa do BC de baixar os juros em 0,5 ponto.

Para o BC, a redução das expectativas da inflação virá por meio de “uma atuação firme, em consonância com o objetivo de fortalecer a credibilidade e a reputação tanto das instituições quanto dos arcabouços econômicos”. Com a forte desaceleração dos índices de preços nos últimos meses, as expectativas de inflação têm caído.

Segundo o último boletim Focus, a estimativa de inflação para 2023 passou de 4,65% para 4,63%. Isso representa inflação dentro do intervalo da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de até 4,75% para este ano.

Em setembro, puxado pela gasolina, o IPCA ficou em 0,26%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo com a pressão dos combustíveis, o indicador ficou dentro das expectativas do boletim Focus. Com o resultado, o indicador acumulou alta de 3,5% no ano e de 5,19% nos últimos 12 meses.

Taxa Selic

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle. O BC atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima do valor definido na reunião.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Ao reduzir a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.

Meta

Para 2023, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior é 4,75%. Para 2024 e 2025, as metas são de 3% para os dois anos, com o mesmo intervalo de tolerância. A meta para 2026 será definida neste mês.

No último Relatório de Inflação, divulgado no fim de setembro pelo Banco Central, a autoridade monetária manteve a previsão de que o IPCA termine 2023 em 5%, o que indica a possibilidade de leve estouro da meta de inflação. O próximo relatório será divulgado no fim de dezembro.

Agência Brasil

Construção conectada: o poder da IoT e da automação

O avanço tecnológico tem sido um catalisador para a transformação de diversos setores, e a indústria da construção não é exceção. Em um mundo cada vez mais interconectado, a Internet das Coisas (IoT) e a automação emergem como elementos-chave na busca por maior segurança e desempenho em projetos de construção. Sensores inteligentes, dispositivos conectados e automação de processos estão moldando a forma como arquitetos, engenheiros e gestores de obras encaram seus projetos.

A internet e a conectividade de dispositivos que podem se interligar buscando melhores soluções para projetos, estão ditando a condução na área da construção quando falamos em transformação e evolução:

1. Monitoramento em tempo real

Sensores inteligentes podem ser incorporados em edifícios e equipamentos de construção para coletar dados sobre temperatura, umidade, vibração etc. A partir destas informações, um sistema central, traz a possibilidade que profissionais do setor monitorem o progresso e o desempenho dos projetos de forma precisa e eficiente.

2. Manutenção preditiva

Os dispositivos podem detectar sinais de desgaste e falhas antes que ocorram, reduzindo significativamente, o tempo de inatividade e os custos associados à manutenção corretiva. Uma forma mais robusta de assegurar a eficácia e segurança de projetos.

3. Segurança aprimorada

A segurança é prioridade absoluta na construção. Dispositivos como câmeras de monitoramento, sensores de movimento e sistemas de controle de acesso, podem ser implantados para melhorar a segurança no local de trabalho. Além de poderem enviar alertas em tempo real em caso de eventos suspeitos, possibilitando respostas rápidas a situações de emergência.

4. Eficiência energética

A conectividade automatiza sistemas de iluminação, aquecimento, ventilação e ar-condicionado (HVAC), adaptando-os às necessidades da obra, independentemente se houver mudanças no trajeto.

5. Gestão de recursos e ativos

Ferramentas de rastreamento de ativos baseadas nesta tecnologia, permite que os gestores de obras monitorem o uso de equipamentos, ferramentas e materiais de construção em tempo real; estratégia de alta relevância para minimizar perdas, reduzir o desperdício, otimizar o uso de recursos e facilitar gerenciamento.

6. Tomada de decisões baseadas em dados

A coleta de dados em tempo real permite que profissionais do setor, tomem decisões precisas, a partir da identificação de tendências, gargalos e áreas de melhoria em um projeto, tornando possível otimizar o planejamento e a execução.

À medida que as automações se tornam mais acessíveis e aprimoradas, aqueles que atuam na gestão de obras têm à disposição ferramentas poderosas para melhorar a segurança e o desempenho de projetos de construção.

Investir na Internet das Coisas não é apenas uma escolha sensata, mas também a estratégia para alavancar vantagens competitivas. À medida que a indústria da construção se adapta às demandas de um mundo cada vez mais conectado, os profissionais que incorporam essas tecnologias para sua rotina, estão na vanguarda da inovação. A segurança e o desempenho são apenas o começo. O futuro da construção está repleto de possibilidades.

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