Secovi-SP divulga estudo sobre evolução das construtechs no Brasil

A Liga Ventures, maior rede de inovação aberta da América Latina, que conecta startups e grandes empresas para geração de negócios, e o Secovi-SP anunciam o lançamento do estudo que mostra a evolução das construtechs no País. Ao todo, foram mapeadas 251 startups que estão ativas e utilizam diferentes tecnologias, com o objetivo de transformar o universo da construção civil e entregar melhores soluções e produtos para os consumidores.

O levantamento aponta que as construtechs estão divididas em 24 categorias: gestão e controle de obra (10,76%); cotação e compra de insumos (7,17%); realidade virtual e interatividade (5,58%); redução e destinação de resíduos (5,58%); construção modular (4,78%); prospecção e geração de leads (4,78%); fidelização de clientes (4,78%); desenvolvimento imobiliário (4,38%); orçamento de obra (4,38%); smart buildings (4,38%); conteúdo e educação (3,98%); gestão de colaboradores (3,98%); inspeção e monitoramento (3,98%); novos produtos e insumos (3,98%); reforma (3,98%); inteligência imobiliária (3,59%); captação de recursos (2,79%); contratação de mão de obra (2,79%); gestão administrativa (2,79%); planejamento de obra (2,79%); pós-obra (2,79%); gestão de estoques (2,39%); segurança no trabalho (2,39%) e aluguel e aquisição de maquinários/equipamentos (1,2%).

Em relação ao ano de fundação das startups, cerca de 26,4% delas foram criadas entre 2019 e 2022. Já as principais categorias de construtechs ativas fundadas de 2020 a 2023 foram cotação e compra de insumos (18%); construção modular (12%); realidade virtual e interatividade (9%); geração e controle de obra (6%) e inspeção e monitoramento (6%);

“As construtechs são peças fundamentais para o mercado de construção civil e estão incentivando cada vez mais a modernização do setor. Além de impulsionar a eficiência e a inovação do segmento, trabalhar em parceria com essas startups oferece às empresas a oportunidade de incorporar tecnologias avançadas internamente, que otimizam os processos; promover a sustentabilidade, pauta que é cada vez mais relevante na nossa sociedade, e elevar os negócios a um novo patamar, ajudando a entregar soluções que atendam às reais necessidades da população”, analisa Guilherme Massa, cofundador da Liga Ventures.

Sobre os investimentos no setor, foram realizados 21 deals entre janeiro de 2022 e novembro de 2023, que movimentaram cerca de R$ 748 milhões. As startups de construção modular (66%) e desenvolvimento imobiliário (18%) tiveram a maior participação no montante total investido no período.

O estudo traz também as regiões com maior distribuição de startups ativas. No primeiro lugar do ranking está São Paulo (41%), seguido por Minas Gerais (14%), Paraná (12%), Santa Catarina (11%), Rio Grande do Sul (6%), Rio de Janeiro (5%), Distrito Federal (3%), Goiás (2%), Pernambuco (2%) e Bahia (1%).

Outro dado interessante se refere à análise da maturidade das construtechs mapeadas, onde 29% são emergentes, 42% estão estáveis, 21% são nascentes e 8% delas disruptoras. Com relação às tecnologias mais aplicadas, destacam-se Marketplace (23%), Dashboard (17%), Data Analytics (15%), API (14%) e Relatórios Automatizados (12%). Já referente ao público-alvo, o estudo mostra que 93% das startups têm como foco o mercado B2B.

“O Secovi-SP, por meio do seu Núcleo de Empreendedorismo e Inovação (NE), tem buscado aproximar o mercado imobiliário das startups. Dentre outras, desenvolve iniciativas como o Hub MoviMente e parcerias com players importantes na área de inovação”, afirma Rodrigo Abrahão, coordenador geral do NE.

“Apoiar a divulgação deste importante estudo sobre as construtechs no País, por meio da parceria com a Liga Ventures, reforça o compromisso do Secovi-SP em estar cada vez mais próximo e ampliar a visibilidade deste ecossistema de startups, que desenvolve soluções para os setores da construção civil e do mercado imobiliário”, destaca Abrahão.

Para realizar o estudo foram utilizados dados da ferramenta Startup Scanner, plataforma criada pela Liga Ventures que identifica e acompanha dados de startups do Brasil e América Latina para que grandes empresas, pesquisadores e empreendedores possam entender as movimentações do mercado e encontrar oportunidades de negócios sinérgicos à sua atuação.

Imóveis valorizaram até 40% acima da inflação nos últimos 5 anos em algumas cidades

Quem comprou imóveis nas cidades de Vitória, Vila Velha, Goiânia, Curitiba e Florianópolis obteve ganhos acima da inflação, nos últimos cinco anos. De acordo com dados públicos do índice FipeZap analisados pelo Estadão, a valorização do preço médio do metro quadrado nesses municípios ficou entre 16% e 40,8% (já descontada a inflação pelo IPCA), no período de setembro de 2018 a setembro de 2023.

O levantamento abrange os preços em 18 cidades que têm dados divulgados pela FipeZap, desde 2018. Os valores se referem aos preços pedidos pelos proprietários, mas não é necessariamente o preço efetivo de venda. Vitória, capital do Espírito Santo, ficou no topo do ranking, com uma valorização de 40,84%, seguida por Vila Velha, com 27,3%. 

“Vitória tem um resultado alto no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), no topo do ranking”, diz o economista e educador financeiro Marlon Glaciano. Segundo ele, o que mais eleva o índice de valorização de uma região é a qualidade de vida e o acesso. Por outro lado, o aumento de indicadores negativos, como a violência urbana, tendem a catapultar a depreciação de imóveis nessas localidades.

Vitória já foi considerada pela ONU como a segunda melhor cidade do litoral brasileiro para se viver, ficando atrás somente de Florianópolis, em Santa Catarina. Também já foi apontada com uma das cidades com melhor infraestrutura para o empreendedorismo, segundo a Endeavor.

Na avaliação de especialistas, o avanço do preços de imóveis em um município está ligado ao desenvolvimento socioeconômico e à demanda por terrenos e moradias. O professor da FGV Alberto Ajzental afirma que uma explicação para o aumento pode também ser a falta de lançamentos imobiliários nas cidades nesse período, uma vez que o mercado vinha de um ciclo de baixa nos anos pré-pandêmicos.

“Cada região tem suas particularidades. Se uma cidade é guiada pelo agro, e o setor vai bem, pode haver mais lançamentos imobiliários, o que diminui o preço pedido dos demais imóveis, mas se o setor econômico principal da região vive crise, aquela região também vê essa valorização variar”, analisa.

Glaciano acredita que, de modo geral, regiões que investem mais em segurança pública e indicadores que afetam a qualidade de vida tendem a ter melhor valorização dos seus imóveis.

Os especialistas ressaltam que é difícil criar uma lista de atributos compartilhados entre os municípios que justifique os melhores resultados de valorização do metro quadrado dos imóveis, já que cada região tem características diferentes que afetam o mercado imobiliário.

Contudo, é possível elencar alguns fatores que os impulsionam individualmente, como explica o professor da FGV. “Existe um reflexo da economia local de cada cidade e da oferta de produto nesses locais. Em Vila Velha e Vitória, essa valorização também pode ter sido puxada pela operação portuária, que é uma atividade econômica importante”, diz Ajzental.

É na capital capixaba que estão localizados os portos de Vitória e de Tubarão, que atuam principalmente na exportação de minério de ferro e nas produções de petróleo, siderurgia e celulose.

“No caso de Goiânia, talvez esse resultado esteja atrelado ao bom momento do agronegócio, que movimenta a economia na região”, afirma o professor. A cidade do centro-oeste está em terceiro lugar no ranking de municípios com maiores valorizações nos últimos cinco anos.

Nesse caso, a riqueza do campo, gerada pelos consecutivos recordes na produção de grãos, explica o aumento dos preços. A cidade, de 1,4 milhão de habitantes, vive um boom de lançamentos imobiliários residenciais e comerciais, assinados por grifes famosas do designer nacional e internacional.

Nos últimos tempos, desembarcaram na capital goiana – localizada a 209 km de Brasília – nomes de peso, como o estúdio de design italiano Pininfarina, conhecido pelos projetos da Ferrari; o Studio Arthur Casas, de arquitetura; o WTC (World Trade Center); e até o V3rso, marca de hotelaria butique, do hotel Emiliano. O movimento tem elevado as vendas e provocado uma forte valorização dos preços dos imóveis de médio e alto padrões.

Entre as cidades que tiveram as maiores desvalorizações no preço do m² no País diante da inflação nesse período, estão Niterói, Rio de Janeiro, Campinas, Porto Alegre e São Paulo.

Para Glaciano, uma explicação seria o impacto da pandemia em capitais e regiões metropolitanas, que gerou um movimento de pessoas que deixaram os endereços em busca de novos lares em áreas com um maior nível de qualidade de vida. “As capitais sofreram bastante com isso. Outras cidades viram fugas de empresas. Tudo isso impactou”, diz.

Ajzental, da FGV, lembra que além dos fatores macroeconômicos, como PIB, Selic e poder de consumo, questões mais locais também afetam o mercado imobiliário. Um exemplo é a depreciação do valor de imóveis no ABC Paulista. Santo André e São Caetano estão na lista dos municípios que tiveram mais depreciação, com quedas de 4,6% e 3,33%, respectivamente.

O professor aponta as crises na indústria automobilística e metalúrgica como um possível fator que “puxou para baixo” o preço dos imóveis na região, uma vez que esses municípios eram guiados majoritariamente por esses dois segmentos econômicos, que sofreram para manter a produção nos últimos anos. “A situação do ABC é reflexo da derrocada da indústria”, diz.

Como escolher uma cidade?

O analista de mercado imobiliário da Empiricus, Caio Nabuco de Araújo, orienta que os compradores avaliem diversos fatores antes de fechar negócio, como o ambiente macro econômico, taxa de juros, crescimento do País e também questões microeconômicas do endereço escolhido, como infraestrutura na região, legislação urbana – como o plano diretor-, mobilidade urbana e segurança pública.

Ele lembra que tudo isso pode impactar para cima ou para baixo no preço do imóvel. “De fato não é uma decisão simples”, diz.

Araújo afirma que no caso de os compradores escolherem adquirir os imóveis via financiamento é preciso pôr na ponta do lápis, por exemplo, o patamar da Selic, que nos últimos dois anos subiu no País, elevando os custos de se comprar uma casa ou apartamento de forma parcelada.

“Com os juros imobiliários em alta, isso prejudica as empresas que atuam no setor”, avalia o analista.

O analista acredita que, se a Selic mantiver sua trajetória de queda ao longo do próximo ano, a expectativa é de que essa movimentação na taxa de juros tire a pressão do financiamento imobiliário, o que pode ajudar a valorizar os investimentos imobiliários em mais locais.

“Com esse ritmo de queda, principalmente a partir do segundo semestre, isso abre caminho para uma demanda maior e maior valorização dos imóveis”, afirma.

Metodologia do levantamento

Uma limitação do levantamento é que os preços compilados são aqueles publicados em anúncios, e não refletem necessariamente os valores pelos quais os imóveis foram efetivamente vendidos.

Tanto imóveis novos quanto usados são contemplados no estudo. “A FipeZap trabalha com os valores pedidos pelos proprietários, o que demonstra mais que os donos estão se sentindo confiáveis para subir o valor dos imóveis”, diz o professor da FGV Alberto Ajzental.

O especialista pondera ainda que o levantamento da Fipe Zap não leva em consideração a variação do Índice Nacional da Construção Civil (INCC), o que poderia impactar o porcentual de valorização de algumas regiões.

InfoMoney

Flamengo: bairro entra no radar do mercado carioca

Debruçado sobre um dos parques mais bonitos da cidade e tendo a Baía de Guanabara como pano de fundo, o Flamengo é um bairro que tem fartura de quase tudo: comércio, serviços, opções gastronômicas, áreas de lazer e transportes. Mas lançamentos imobiliários ali são raridades e, quando acontecem, são disputados pelos próprios moradores da região, interessados em residenciais com design e infraestrutura mais moderna.

O bairro vai ganhar dois empreendimentos destinados a locação, no conceito de multifamily, um com assinatura da Calçada e outro que é fruto de parceria da Performance Empreendimentos Imobiliários com o Grupo Patrimar, que, para botar de pé um condomínio com 271 unidades, criaram duas marcas: a Viv In, que vai cuidar de compra de terrenos, desenvolvimento, construção e locação de residenciais; e a Livizi, que fará a gestão de empreendimentos próprios ou de terceiros. Já o condomínio da Calçada será administrado pela Lobie.

O multifamily da Patrimar/Perfomance, que leva a marca Viv In, terá academia, salão multiúso, coworking, depósito, área pet, lavanderia compartilhada e salão de jogos. A gestão própria servirá para otimizar processos e reduzir custos, além de garantir um ambiente residencial financeiramente sustentável. Nos Estados Unidos, onde já é maduro, o modelo multifamily responde por 80% do mercado de locação.

— Para facilitar o dia a dia, ofereceremos um canal digital e um aplicativo que permitirão aos moradores realizar diversas tarefas, como agendamento da assinatura do contrato digital ou de serviços, reservas de espaços comuns, controle de pagamentos e comunicação direta com a administração do condomínio — explica o COO da Performance, Renato Leite.

Já o ON Life da Calçada, na Rua Paulo VI, terá 117 unidades de 39 a 72 metros quadrados. O CEO da empresa, Bruno Oliveira, lembra que havia anos o bairro não recebia tantos lançamentos simultâneos, embora seja muito valorizado. — O Flamengo tem uma importância logística muito grande, que se soma ao fato de ser um dos bairros mais charmosos da cidade. O problema é que faltam terrenos. Quando surgiu essa oportunidade, não pensamos duas vezes, porque há demanda por empreendimentos com estruturas mais contemporâneas.

LOCALIZAÇÃO

CFO da Lobie, Victor Tulli vai além e destaca o valor que o bairro tem também para investimento. Segundo ele, o ON Life já é um grande sucesso e atrai tanto o público que procura imóveis modernos e de baixa metragem quanto os investidores que sabem da alta demanda por apartamentos desse tipo, já que a região é muito bem localizada.

— O empreendimento é em frente a uma estação do metrô, próximo ao aeroporto Santos Dumont e tem o Aterro do Flamengo, uma atração singular, além de comércio e serviços — ressalta.

Com a experiência de quem está fazendo o quinto lançamento no bairro, o CEO da Piimo Empreendimentos Imobiliários, Marcos Saceanu, conta que o caçula da empresa, o Taman Contemporâneo —parceria com New View 33 Gestão Patrimonial e BID —, já vendeu 97 de suas cem unidades. O condomínio fica na Rua Almirante Tamandaré e recebeu o prêmio Destaque Ademi 2023 na categoria Empreendimento Residencial de Médio Porte.

—O Flamengo tem muita liquidez porque há um público apaixonado pelo bairro. Então, os lançamentos acabam atraindo quem já mora por ali e está em busca de um apartamento mais moderno. Não é fácil encontrar terrenos na região, mas já conseguimos cinco. E estamos sempre de olho em novas oportunidades — diz ele.

O Globo

Taxa do crédito imobiliário só deve cair em 2024

As taxas de financiamento habitacional permaneceram estacionadas na máxima atingida no atual ciclo de política monetária — entre 10,49% e 11,49% — ao longo da maior parte deste ano, segundo levantamento da plataforma Melhor Taxa. Os juros dos empréstimos, porém, podem finalmente começar a recuar em meados de 2024, segundo especialistas ouvidos pelo Valor.

Na análise da diretora do Melhor Taxa, Priscilla Basso, “para o ano que vem, a perspectiva é que os custos de empréstimos habitacionais possam cair apenas a partir do segundo trimestre”. Conforme a especialista do serviço de comparação de taxas e intermediação de crédito, “com redução da Selic, melhora da economia e recomposição da renda, a tendência é de aumento da demanda por empréstimo para aquisição da casa própria”.

“Mas os bancos só vão começar a reduzir o custo da linha quando houver redução da inadimplência”, diz Basso. “Antes de haver cortes de juros das linhas, o esperado é que ocorra um aumento das concessões de novos financiamentos”, afirma.

Para a diretora do Melhor Taxa, atualmente, as instituições têm privilegiado o crédito para segmentos de renda mais alta. Com a melhora do cenário, “os bancos tendem a reduzir restrições para a aquisição de imóveis de renda média ao longo de 2024”. Conforme Basso, condições de financiamento vistas durante a pandemia com taxas abaixo de 7% ao ano não devem voltar. “O esperado é que, no fim do ciclo de corte da Selic, o custo médio do crédito imobiliário possa cair para uma faixa entre 8,5% e 9% ao ano.”

Na avaliação do diretor executivo de habitação da Caixa Econômica Federal, Rodrigo Wermelinger, “para o ano que vem a queda da Selic passa a ser fator importante para a [diminuição da] taxa do crédito imobiliário”. O dirigente explica que, “com a esperada redução da taxa básica, os bancos vão passar a reprecificar operações à espera do momento de cortar a taxa de financiamento habitacional”.

O diretor executivo da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Filipe Pontual, ressalta que, apesar da expectativa de um 2024 melhor do que 2023, não existe relação necessariamente direta entre redução da Selic e queda do custo do crédito imobiliário. “A perspectiva de o país seguir no rumo do equilíbrio fiscal, por exemplo, é fundamental para o comportamento dos juros futuros, um fator que influencia no custo de captação [no mercado privado].”

O diretor da Abecip pondera que, “mesmo que a poupança comece a se recuperar, os bancos estão no limite do uso desse funding”. Segundo Pontual, “todos os agentes estão ‘sobreaplicados’ no direcionamento obrigatório de recursos, acima dos 65% do saldo”.

Para o especialista, “como os bancos têm feito cada vez mais um mix de funding de poupança com instrumentos de mercado de capitais, foi possível segurar o custo abaixo da Selic, mas os preços de mercado tendem a cair mais devagar”. Segundo Pontual, “para os juros longos caírem mais rapidamente seria necessário ter menos incertezas fiscais e internacionais”.

O diretor de crédito imobiliário do Bradesco, Romero Albuquerque, vê a recuperação da poupança como fator essencial para uma eventual redução de taxas. “O comportamento da poupança nos próximos anos será fundamental para vermos algum movimento de redução de taxas, porque a caderneta é ainda o principal funding para essa linha”, pondera.

Na visão de Gustavo Favaron, CEO do fórum internacional de mercado imobiliário e infraestrutura GRI Club, “a tendência é de retomada do mercado imobiliário como um todo no Brasil em 2024”. Segundo o executivo, com a queda da Selic passa a ocorrer um ciclo positivo na medida em que “quanto mais as taxas caem, mais acessível fica a compra da casa própria para uma parcela maior de consumidores”.

Favaron classifica como “dramático” o aumento do custo desde a mínima vista na pandemia. “Durante a crise sanitária, as taxas caíram para o menor nível histórico, abaixo de 7% ao ano. Com subida dos juros, chegaram até os 11% atuais em uma elevação dramática. Em 2024, a tendência é de aquecimento da demanda [por crédito] casada com maior volume de lançamentos. Com o INCC [Índice Nacional de Preços da Construção Civil] controlado, as incorporadoras tendem a ter mais apetite para lançamentos.”

Já o apetite dos bancos pelo crédito imobiliário se manteve um pouco abaixo de 2022, mas sem um recuo tão expressivo como o cenário macroeconômico poderia sugerir. Os números da Abecip indicam que as concessões de crédito imobiliário no SBPE têm recuo de 16,9% de janeiro a outubro deste ano na comparação com igual período de 2022. Apesar da queda, o movimento se mostra bem menor do que na crise de 2015 e 2016, quando a Selic alcançou 14,25%. Na época, em um ano, houve redução de 38,3% no volume de empréstimos, sendo que de 2014 para 2015 já havia ocorrido recuo de 33%.

Segundo Basso, do Melhor Taxa, as concessões voltaram a acelerar neste ano entre fim do terceiro trimestre e início do quarto. A principal produção tem sido no repasse de clientes aos bancos feito pelas incorporadoras na entrega das chaves dos empreendimentos, afirma a diretora. “O índice de aprovação, que havia caído muito na metade do ano, com reprovação de mais da metade dos pedidos de crédito, já subiu para uma faixa de 70%”, acrescenta.

O Santander, por exemplo, está mantendo neste ano o patamar de concessões de 2022, segundo o diretor de negócios imobiliários, Sandro Gamba. “O banco está tendo um ano bastante positivo, porque a gente não teve queda [na produção de crédito imobiliário ante o ano passado]”, diz. De acordo com o balanço do terceiro trimestre da instituição, a participação de mercado em termos de novas concessões a pessoa física atingiu 7,8%, com alta de um ponto percentual na comparação com 2022. A carteira de crédito imobiliário alcançou R$ 61 bilhões, com alta de 6% ante julho a setembro do ano passado.

Wermelinger, da Caixa, afirma que a instituição estatal já emprestou R$ 75 bilhões em financiamento imobiliário para pessoa física dentro do SBPE em 2023 até setembro. “A tendência é alcançarmos quase R$ 100 bilhões nesse segmento até o fim do ano”, afirma. O balanço da Caixa no terceiro trimestre mostra que o saldo da carteira imobiliária apresentou crescimento de 14% no fim de setembro de 2023 ante o mesmo período do ano passado, com estoque de R$ 707,9 bilhões. No total de nove meses, junto com as operações de habitação popular com recursos do FGTS, a Caixa emprestou R$ 136,9 bilhões, com alta de 10,3% frente ao intervalo de janeiro a setembro de 2022.

O Bradesco registrou no terceiro trimestre um aumento de 6,16% na carteira de crédito imobiliário pessoa física, na comparação com setembro de 2022, para R$ 87,9 bilhões. Mas o balanço indica uma desaceleração de originações frente ao ano passado.

Em nove meses, houve queda de 12% na produção de crédito imobiliário para pessoas físicas no Bradesco. O volume caiu de R$ 11,4 bilhões de janeiro a setembro de 2022 para R$ 10 bilhões no mesmo período de 2023. A desaceleração começou a partir do segundo trimestre. Nos três primeiros meses do ano, houve um crescimento anual de 7%. De abril a maio, as concessões caíram 26,2% na mesma base. No terceiro trimestre, houve nova queda, dessa vez de 17,2%.

No Itaú Unibanco, a carteira de crédito imobiliário para pessoas físicas registrou alta de 12,1% no fim do terceiro trimestre na comparação anual, para R$ 112,9 bilhões. O volume de contratações, porém, recuou 29% em nove meses na comparação com o mesmo período de 2022. No ano passado, de janeiro a setembro, as concessões alcançaram R$ 30 bilhões. Em 2023, em três trimestres, a produção atingiu R$ 21,3 bilhões.

Valor Econômico

Governo inclui covid-19, burnout e câncer como doenças do trabalho

O Ministério da Saúde anunciou nesta semana a atualização na lista de doenças relacionadas ao trabalho. Portaria já foi publicada, incluindo 165 novas patologias, apontadas como responsáveis por danos à integridade física ou mental do trabalhador.

Entre as patologias estão a covid-19, distúrbios músculos esqueléticos e alguns tipos de cânceres.

Transtornos mentais como Burnout, ansiedade, depressão e tentativa de suicídio também foram acrescentados à lista. Foi ainda reconhecido que o uso de determinadas drogas pode ser consequência de jornadas exaustivas e assédio moral, da mesma forma como o abuso de álcool que já constava na lista.

Os ajustes receberam parecer favorável dos ministérios do Trabalho e Emprego e da Previdência Social e passam a valer em 30 dias.

Com as mudanças, o poder público deverá planejar medidas de assistência e vigilância para evitar essas doenças em locais de trabalho, possibilitando ambientes laborais mais seguros e saudáveis.

As alterações também dão respaldo para a fiscalização dos auditores fiscais do trabalho, favorecem o acesso a benefícios previdenciários e dá mais proteção ao trabalhador diagnosticado pelas doenças elencadas. A atualização leva em conta todas as ocupações. Ou seja, vale para trabalhadores formais e informais, que atuam no meio urbano ou rural.

A lista de doenças ocupacionais foi instituída em 1999. O documento é composto por duas partes: a primeira apresenta os riscos para o desenvolvimento de doenças e a segunda estabelece as doenças para identificação, diagnóstico e tratamento.

Com a atualização, a quantidade de códigos de diagnósticos passa de 182 para 347. A lista pode ser conferida no Diário Oficial da União.

De acordo com o Ministério da Saúde, a atualização foi prioridade da nova gestão e reflete a retomada do protagonismo da coordenação nacional da política de saúde do trabalhador.

As inclusões foram avaliadas pela Renast – Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador em seu 11º encontro conhecido como Renastão, que começou na segunda-feira, 27, e se encerrou nesta quarta-feira, 29, em Brasília.

Instituída em 2002, a Renast tem papel estratégico no desenvolvimento da atenção integral à saúde do trabalhador e envolve o Ministério da Saúde e as secretarias de saúde de estados, municípios e do Distrito Federal.

Quase 3 milhões de casos de doenças ocupacionais foram atendidos pelo SUS entre 2007 e 2022, segundo apontam dados do Sinan – Sistema de Informação de Agravos de Notificação, que é gerenciado pelo Ministério da Saúde. De todas as notificações, 52,9% está relacionada com acidentes de trabalho graves.

Conforme os dados do Sinan, 26,8% das notificações foram geradas pela exposição a material biológico; 12,2% devido a acidente com animais peçonhentos; e 3,7% por lesões por esforços repetitivos ou distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. Somente em 2023, já são mais de 390 mil casos notificados de doenças relacionados ao trabalho.

Portal Migalhas (clique para a matéria original)

O que esperar da economia para o mercado imobiliário em 2024?

Depois de um período de juros de financiamento no seu patamar mais baixo, a economia brasileira passou por um período de estagnação e de inflação em alta, o que fez com que a taxa básica de juros, a Selic, chegasse a 13,75% em setembro de 2022, um dos patamares mais altos desde 2016, quando começou o ano em 14%.

Isso fez com que o mercado imobiliário, que vinha crescendo até então, tivesse um freio no seu avanço, visto que o financiamento tem um papel importante na movimentação desse segmento. E, para um investidor, comprar imóvel torna-se menos atraente do que optar por deixar seu dinheiro no mercado financeiro.

No entanto, desde agosto, o Banco Central vem reduzindo a Selic, que chegou, no dia 20 de setembro, a 12,75 pontos percentuais, retração provocada pela inflação em queda e estabilização da economia. Para o economista Teco Medina a expectativa é que esses cortes na Selic continuem até chegar a um índice na casa de um dígito apenas, até meados de 2024.

“Tudo vai depender do cenário externo. Mas a economia do Brasil tem se mostrado mais robusta do que há cinco anos. Estamos diante de uma oportunidade interessante, pois, em 2024, o mundo inteiro deve começar uma movimentação para a redução de juros e, em 2025, este atual ciclo econômico na economia mundial deve mudar, com corte de juros e aumento do crescimento”, comenta.

Da mesma opinião é o consultor imobiliário e colunista do Hub Imobi A Gazeta, Juarez Gustavo Soares. Segundo ele, apesar das altas taxas de juros e da economia que começa a andar novamente, o mercado imobiliário se mostra forte e positivo.

“A taxa de juros alta é muito cruel com o mercado, mas este se mostrou muito forte, pois, em outros períodos, o baque seria muito maior. No último ano, por exemplo, o desempenho de ritmo se manteve, mas menor do que vimos em 2021 e 2022”, avalia.

Ele também calcula que esse ritmo de queda da Selic deve continuar até o próximo ano, contribuindo para a redução das taxas de juros. “O efeito é positivo tanto para o financiamento da produção quanto para o comprador final, que tem prestações mais acessíveis”, diz.

Mas Soares também cita outros dois fatores da economia que podem contribuir para uma expansão maior do mercado imobiliário já a partir do próximo ano. Um deles é a taxa de desemprego, que encontra-se em um patamar menor que no ano passado, o que viabiliza maior interesse nos segmentos médio e econômico. O segundo é o volume de ofertas do mercado, que indica que ainda estão relativamente baixos, mas há a previsão de lançamentos expressivos para o próximo ano.

“Mas é preciso que se tenha uma cadência saudável no volume de lançamentos para que não haja desequilíbrio. Esse é um ponto de cautela. Mas não há cenário de queda no preço de imóveis, o que pode acontecer com uma quantidade maior de ofertas é haver um desequilíbrio na velocidade de vendas”, complementa.

Outro destaque na economia deve ficar para o Minha Casa, Minha Vida (MCMV), segundo o economista-chefe do Sindicato das Empresas de Administração, Comercialização e Atividades Imobiliárias (Secovi-SP), Celso Petrucci. “O crescimento nos lançamentos e nas vendas do programa já está sendo sentido na Caixa, e esperamos que, em 2024, tenhamos orçamento para suportar a produção e a aquisição dos imóveis financiados pelo programa”, avalia.

Para ele, os últimos meses do ano serão mais propícios ao mercado imobiliário em geral e aos financiamentos imobiliários. “Isso, em função da contínua (esperada) queda da taxa Selic e do alinhamento das operações do MCMV correspondentes ao novo teto e subsídios realizado em julho passado”, complementa.

Previsão de taxas de juros mais atrativas

Segundo o diretor de Negócios e Recuperação de Ativos do Banestes, Carlos Artur Hauschild, a projeção de encerrar o ano de 2023 com uma Selic em 11,75% ao ano indica um movimento de flexibilização da política monetária por parte do Banco Central, que tem o potencial de influenciar positivamente o mercado imobiliário.

“A expectativa para o financiamento imobiliário em 2024 é, em parte, dependente da trajetória da Selic”, avalia

Durante 2023, ele acrescenta que o banco concedeu mais de R$ 500 milhões em crédito imobiliário, um incremento de mais de 150% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

“Quanto à perspectiva de crescimento na concessão de crédito, a tendência é que haja um aumento gradual, uma vez que as condições financeiras se tornem mais favoráveis. O crescimento econômico e a retomada do mercado imobiliário são fatores que contribuem para o aumento da concessão de crédito”, diz.

A Gazeta

Consórcio imobiliário atrai investidores de olho na rentabilidade do aluguel

O mercado de consórcio imobiliário movimentou mais de R$ 105 bilhões no Brasil entre janeiro e setembro deste ano. De acordo com dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), o número simboliza um crescimento de 27,1% em relação ao mesmo período de 2022. Entre os consorciados, existem aqueles que enxergam a ferramenta como um investimento lucrativo. Mas este é realmente um bom negócio?

Para o empresário Marcus Tavolari, sim. O paulistano começou a participar de grupos de consórcios ainda na década de 1990, como estratégia para superar a dificuldade que tinha de guardar dinheiro. Desde então, ele diz que já fez parte de quase 200 grupos e se aprofundou no mercado. “Pesquiso, estudo o edital e procuro as taxas mais atraentes”, enumera. 

Como funciona um consórcio imobiliário? 

O consórcio funciona como uma “poupança compartilhada”. É uma modalidade de crédito em que uma instituição financeira reúne um grupo de pessoas interessadas em adquirir determinado bem ou serviço, seja ele uma casa, um automóvel ou uma cirurgia plástica.

Esses contratantes pagam um valor fixo mensal e todos os meses acontece um sorteio para que um deles seja contemplado e receba uma carta de crédito equivalente ao valor acordado. O indivíduo sorteado usa esse dinheiro para adquirir o bem almejado e se compromete a continuar pagando as parcelas dali para frente, até o final do contrato. 

O valor da mensalidade é compatível com o valor que será contemplado, adicionando as taxas de manutenção do grupo. Uma simulação feita pela Mycon, fintech especializada em consórcios, mostra que um grupo com contemplação de R$ 300 mil possui uma mensalidade fixa de R$ 1.499,87, pagos por 228 meses. “É uma ferramenta de planejamento financeiro para chegar a um objetivo”, resume Francis Silva, CFO da companhia.

Para os apressados que não querem esperar ser sorteados, existe a possibilidade de realizar lances para tentar antecipar a contemplação. Funciona assim: o consorciado paga uma porcentagem equivalente e várias prestações para “passar na frente” dos outros integrantes do grupo. 

Geralmente, a prática funciona como uma espécie de leilão, mas com normas específicas para cada consórcio. Existem grupos que definem lances fixos ou estabelecem a regra de que o lance não pode passar de 25% ou 30% do valor do consórcio, por exemplo. 

Consórcio imobiliário como investimento

Depois de contemplado, o consorciado precisa apresentar uma garantia de que vai continuar pagando as parcelas dentro do prazo. Tradicionalmente, essa garantia é o próprio bem que ele está comprando com a carta de crédito. Já Marcus Tavolari optou por seguir outro caminho. Ele utiliza um outro imóvel, já quitado, como salvaguarda do crédito, em formato de home equity. 

“Observo o mercado imobiliário e consigo usar o dinheiro da contemplação para adquirir um novo bem à vista e de forma mais rápida, pois não preciso passar pelo trâmite de aprovar o novo bem como garantia”, explica. Para pagar as parcelas restantes, ele usa o valor que recebe com o aluguel dos imóveis comprados. 

Segundo um levantamento da ABAC publicado em maio, a taxa de administração média dos grupos de consórcios no Brasil é de 0,10% ao mês, o crédito médio concedido é R$ 216 mil e o prazo médio de duração é de 185 meses. Para Claudia Emiko Yoshinaga, Coordenadora do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a extensão do contrato é um ponto que deve ser observado com atenção.

Claudia Emiko Yoshinaga, Coordenadora do Centro de Estudos em Finanças da FGV, orienta consumidores a se atentarem a taxas de manutenção e prazo de contemplação/Crédito: Divulgação

“É importante lembrar que se trata de um sorteio. A probabilidade de ser o último da fila é a mesma que ser o primeiro. E o custo para ‘furar essa fila’ com os lances às vezes é mais alto do que a pessoa pode pagar”, alerta. “O primeiro passo é saber se você tem paciência para esperar ou a perspectiva de eventualmente dar um lance de antecipação”, comenta.

Como o consórcio imobiliário não demanda o pagamento de uma entrada e não há cobrança de taxa de juros, a modalidade tem menos obstáculos visíveis do que o financiamento tradicional. “Os consumidores, porém, não podem esquecer que toda essa estrutura tem um custo de manutenção. É importante pesquisar para entender quais são esses custos e se vale a pena pagá-lo”, orienta Claudia.

Um mercado paralelo

Francis esclarece que o principal objetivo do consórcio não é o investimento. “É uma forma de conseguir crédito para alavancar o patrimônio por meio da aquisição de imóveis”, justifica. Ele destaca, por outro lado, a existência de um mercado paralelo: a revenda de cotas contempladas de consórcio. 

São indivíduos que participam de grupos de consórcios e, ao serem sorteados ou anteciparem a contemplação por meio de lances, optam por negociar essas cotas contempladas. “É um negócio que não demanda tanto esforço dos usuários e pode significar uma lucratividade de até 30%”, indica Francis. A própria Mycon criou uma plataforma oficial para a compra e venda de cotas de consórcios contemplados, o MyCotas. 

Aposentadoria imobiliária

O contador Paulo Gavioli tem uma resposta prática para explicar porque adotou os consórcios imobiliários como forma de investimento. “Não tenho muito estômago para bolsa de valores. Os imóveis sempre são um investimento seguro”, justifica. Ele participa de sete grupos atualmente e já possui cinco imóveis no portfólio adquiridos via consórcio, incluindo o apartamento em que mora.

O primeiro bem adquirido por ele desta forma, há 20 anos, foi o escritório que hoje serve de base para sua própria empresa. A perspectiva de Gavioli é utilizar os imóveis adquiridos via consórcio como uma fonte de renda já visando a aposentadoria. “Pensando na locação, costumo buscar apartamentos próximos a terminais de ônibus. Se fosse para moradia, talvez isso não fosse necessário”, ilustra. Esta finalidade é, aliás, incentivada pela administradora de consórcios Ademicon. 

“O consorciado adquire uma cota e paga uma parcela reduzida até a contemplação. Depois de contemplado, ele usa a carta de crédito para comprar um imóvel e o valor do aluguel vai cobrir as parcelas restantes do consórcio”, exemplifica Handerson Brito, gerente comercial da companhia.

Para Handerson Brito, gerente comercial da Ademicon, o setor está cada vez mais pronto para este tipo de iniciativa/ Crédito: Divulgação

Ele defende que o mercado imobiliário já está adaptado a este tipo de iniciativa, impulsionada por tecnologias que facilitam ao consorciado comprar, alugar e gerenciar estes imóveis. Claudia, entretanto, orienta que outros pontos devem ser observados neste momento. “Aspectos como manutenção do imóvel, ociosidade e inadimplência precisam ser considerados no cálculo”, pontua.

O Estado de SP

Água e esgoto devem receber R$ 8,5 bilhões em investimos por ano até 2026

Um dos nove eixos de investimento do Novo PAC é o Água para Todos, que prevê acesso sustentável à água de qualidade – em quantidade suficiente para o consumo da população.

Segundo o governo, além de promover o acesso à água, os investimentos vão fortalecer as comunidades diante dos desafios hídricos e climáticos.

Os projetos serão feitos em parceria com os governos estaduais, municipais e com o setor privado. Está prevista a construção de adutoras, estações de tratamento, reservatórios e redes domiciliares.

No subeixo “esgotamento sanitário”, que faz parte do Cidades Sustentáveis e Resilientes, a prioridade serão empreendimentos nas regiões com maiores déficits urbanos de coleta e tratamento de esgoto. O objetivo dos investimentos é aumentar a cobertura sanitária para recuperação ambiental, com a despoluição dos rios, lagos e mares.

Para isso, serão investidos cerca de R$ 34 bilhões de reais até 2026. Segundo Diogo Reis, especialista em saneamento da Imagem Geosistemas, o setor é tido como um dos que mais vão alavancar o crescimento do Brasil nos próximos anos.

“Direcionar o investimento para infraestrutura, passando por saneamento, tem impacto na saúde, na vida das pessoas, no alicerce dos municípios para ter o desenvolvimento econômico.”

Segundo o senador Jorge Kajuru, as edições anteriores do programa deixaram um legado importante no sentido do planejamento, bem-estar do cidadão e valorização de projetos de infraestrutura, sem os quais não se cria condições para o desenvolvimento de um país. Mas Kajuru ressalta que existem pontos que podem ser melhorados nesta nova edição.

“O que pode ser melhorado é evitar que obras fiquem paradas, como o que aconteceu com muitas delas. A finalização daquilo que não foi concluído do velho PAC, também deve ser prioridade do novo PAC.”

Novo Marco Legal do Saneamento Básico – Até 2033, o país tem metas definidas para universalização dos serviços básicos estabelecidas pela Lei 14.026/2020, conhecida como o novo Marco Legal do Saneamento Básico.

A legislação prevê que todas as localidades do país devem garantir que 99% da população brasileira tenha acesso à água potável e 90% ao tratamento e à coleta de esgoto.

“Eu acredito que quanto mais recursos tivermos, mais políticas públicas, quanto mais fundos as empresas tiverem acesso, para ter recursos e investir em infraestrutura, que vai voltar para a população melhor”, avalia o especialista em saneamento Diogo Reis.