O que o investidor pode esperar do mercado imobiliário em 2024

Seja pelo sonho da casa própria ou com o objetivo de investimento, a compra de um imóvel figura entre os principais objetivos financeiros dos brasileiros. Entra ano, sai ano, e o mercado imobiliário está sempre no radar. E, em 2024, não será diferente. Com a continuidade dos cortes na taxa básica de juros e a estabilização da demanda no mercado imobiliário, este pode ser um ano favorável para a compra de imóveis.

Esse mercado vinha bastante aquecido, nos últimos anos. Em janeiro de 2020, o metro quadrado em Ipanema estava, em média, a R$ 18.323, segundo dados do FipeZAP. Em novembro de 2023, o preço já era de R$ 21.450, uma valorização de 17%.

O número de vendas também subiu: de janeiro a outubro de 2023, o mercado imobiliário brasileiro registrou um crescimento de 23,5% nas vendas de novos imóveis em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados são do indicador ABRAINC-FIPE, um levantamento realizado com 20 empresas associadas à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE).

“A performance do setor imobiliário em 2023 demonstra resiliência diante dos desafios enfrentados, incluindo a alta taxa do financiamento habitacional”, destaca Luiz França, presidente da ABRAINC. “Se o processo de redução da taxa Selic continuar em 2024, o setor da incorporação certamente desempenhará um papel de destaque no crescimento econômico e na geração de empregos, contribuindo ainda mais para o desenvolvimento do Brasil”.

Juros em queda ajudam o mercado imobiliário

Durante boa parte de 2022 e de 2023, quando a taxa Selic esteve estacionada no pico 13,75% ao ano, os custos de um financiamento imobiliário dispararam. Agora que o Banco Central (BC) já está reduzindo os juros no País, isso pode jogar a favor de quem deseja comprar um imóvel.

André Sandri, sócio da AVG Capital e fundador do EDUCA$, explica que as perspectivas de investimento em imóveis da economia, taxas de juros e do mercado. Com o ciclo de queda de juros em voga, a expectativa, segundo o Boletim Focus, de que a Selic encerre 2024 a 9,0%, uma queda de 2,75 pontos porcentuais dos atuais 11,75% ao ano.

“Com a redução das taxas de juros atual, devemos ter em um futuro próximo um aumento na procura por imóveis pelo simples fato de o financiamento tornar-se mais barato”, diz Sandri.

Esse movimento pode beneficiar especialmente aqueles imóveis em áreas de alta procura, que sofrem pouca oscilação nos momentos de baixa. Para Lucas Melo, diretor executivo da MBRAS, boutique imobiliária de alto padrão, 2024 pode ser um “ano dourado” .

“A escassez de imóveis em localizações premium, um desafio principalmente em grandes metrópoles brasileiras, adiciona uma camada de complexidade ao mercado. A limitação de espaço e a demanda elevada nessas áreas geram um ambiente de alta competitividade e preços em ascensão”, explica.

“Com a expectativa de liberação da demanda reprimida e a crescente inovação nas áreas urbanas mais valorizadas, 2024 se apresenta como um ano-chave para o crescimento e revitalização do mercado imobiliário.”

O Estado de SP || eInvestidor

Começa temporada de leilões de imóveis com descontos em 2024

Depois de recuar nos últimos dois anos por causa dos juros altos, as vendas de imóveis em leilões iniciam 2024 em meio a expectativas de crescimento, diante da queda da taxa Selic. Especialistas recomendam que quem planeja comprar a casa própria para morar ou como forma de investimentos faça um planejamento prévio. 

As oportunidades começam já nesta quarta-feira (17), com o leilão do Santander. O banco realiza seu primeiro certame online deste ano, em parceria com a Biasi Leilões, com a oferta de 181 imóveis residenciais, comerciais e terrenos em vários estados do Brasil. Os lances variam de R$ 35 mil a R$ 8 milhões, com débitos de IPTU quitados. 

Ainda em janeiro, a Caixa também promoverá seu leilão, com cerca de 550 oportunidades. Ao longo dos próximos meses, a previsão é de que bancos como Itaú e Banco do Brasil, além de cooperativos de crédito, como Unicred, realizem operações de venda de imóveis comerciais e residenciais.

Lances x Selic

Há uma relação direta entre o interesse por este tipo de ativo e a rentabilidade de produtos financeiros. Dados disponibilizados pela plataforma de leilões Resale indicam que, em 2020, quando a taxa Selic média era de 2,9%, o volume de interessados no mercado de imóveis de leilão cresceu mais de 1.000%.

Em 2021, com a Selic média de 4,9%, o crescimento foi de mais de 90%. Já em 2022 até setembro de 2023, com taxas médias dos juros básicos acima dos dois dígitos – em 12,6% e 13,6%, respectivamente –, o número de interessados na busca por imóveis em leilão recuou cerca de 30%, ainda conforme a Resale.

Por isso, o ciclo de cortes no juro básico iniciado em agosto do ano passado e a perspectiva de que a Selic ficará abaixo de 10% até o final deste ano alimenta expectativas de esquentar as ofertas em leilão, favorecendo até a entrada de imóveis que ficaram represados por questões judiciais. 

Vale lembrar que esse formato de negócio, também conhecido como leilões extrajudiciais, ocorre diante da falta de pagamento de financiamento imobiliário por um comprador, quando o imóvel serve de garantia no contrato de financiamento junto à instituição financeira.

Invest News

Preço do aluguel residencial sobe três vezes a mais que a inflação em 2023, aponta FipeZap

Segundo dados do índice FipeZAP, divulgados na tarde de ontem (16), o preço do aluguel residencial subiu, em média, 16,16% no Brasil, em 2023. Isso significa que o custo com moradia subiu três vezes a mais que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — a inflação oficial —, que ficou em 4,62% em 2023.

Ainda assim, o resultado ficou ligeiramente abaixo do registrado em 2022, quando o indicador FipeZAP apontou alta de 16,55%, o maior em 11 anos de pesquisas.

Em dezembro de 2023, o preço do aluguel residencial aumentou, em média, 1% no País, o que representa uma aceleração do indicador que, em outubro e novembro, registrou altas de 0,70% e 0,85%, respectivamente.

Segundo a apuração da FipeZAP, imóveis com apenas um dormitório foram os que apresentaram as maiores valorizações no preço do aluguel residencial, com alta de 1,34% em dezembro do ano passado. No mesmo período, a locação de imóveis com três ou mais quartos subiu 0,24%.

Preço do aluguel residencial por cidades

Com base em anúncios veiculados na internet, o FipeZAP acompanha também o preço médio de locação de apartamentos prontos em 25 cidades brasileiras, incluindo grande parte das capitais.

Entre as metrópoles monitoradas, as maiores altas no ano no preço do aluguel residencial foram em Goiânia (37,28%), Florianópolis (27,68%), Fortaleza (21,95%), Curitiba (20,70%), Rio de Janeiro (19,79%) e Belo Horizonte (17,11%).

Confira a figura abaixo e compare os aumentos entre as cidades:

Índice FipeZAP do preço do aluguel residencial
Índice FipeZAP, IBGE e FGV.

Preço do aluguel residencial por metro²

Ainda segundo o índice FipeZAP, o preço médio dos novos contratos de aluguéis no País é de R$ 42,53 por metro quadrado, considerando dados de dezembro de 2023. Nessa base de comparação, um apartamento de 50 metros quadrados custa, em média R$ 2.126,50 mensais. No final de 2022, o mesmo imóvel era alugado por, em média, R$ 1.832.

Na lista por preços de aluguéis, Barueri, na região metropolitana de São Paulo, apresenta o maior custo. Lá, o aluguel custa, em média, R$ 59,06 por metro quadrado. Ou seja, uma residência com 50 metros quadrados vai custar aproximadamente R$ 2.953 mensais.

Ao considerar 11 capitais brasileiras medidas pelo índice, a cidade de São Paulo lidera o ranking de custo do aluguel por metro quadrado. Na capital paulista, o custo médio com locação de imóvel é de aproximadamente R$ 51,62 por metro quadrado. Na sequência, aparecem Florianópolis (R$ 49,81 por m²) e Recife (R$ 47,78 por m²).

Veja a lista completa do preço do aluguel residencial por cidades (m²), em dezembro:

Barueri (SP): R$ 59,06

São Paulo (SP): R$ 51,62

Florianópolis (SC): R$ 49,81

Recife (PE): R$ 47,78

Santos (SP): R$ 45,50

Rio de Janeiro (RJ): R$ 45,10

Brasília (DF): R$ 40,57

São José (SC): R$ 37,88

São José dos Campos (SP): R$ 37,85

Belo Horizonte (MG): R$ 36,76

Curitiba (PR): R$ 36,17

Goiânia (GO): R$ 36,07

Campinas (SP): R$ 34,87

Praia Grande (SP): R$ 34,82

Santo André (SP): R$ 34,05

Guarulhos (SP): R$ 33,52

Salvador (BA): R$ 33,10

Porto Alegre (RS): R$ 31,67

São Bernardo do Campo (SP): R$ 29,76

Joinville (SC): R$ 28,39

Fortaleza (CE): R$ 28,36

Niterói (RJ): R$ 26,81

Ribeirão Preto (SP): R$ 23,82

São José do Rio Preto (SP): R$ 21,83

Pelotas (RS): R$ 17,59

Por que o preço do aluguel residencial subiu?

Conforme apontou o índice FipeZAP, o preço do aluguel residencial aumentou bem acima da inflação, quase três vezes acima do IPCA de 2023. Embora o cenário econômico apresente maior equilíbrio e crescimento, por que o custo com locação de imóveis subiu?

Segundo a advogada especialista em direito imobiliário e economia imobiliária, Dra. Aline Oliveira, o que explica essa diferença é que o setor de aluguéis possui uma variedade de questões que são levadas em conta na hora de definir o ajuste dos valores de locação.

“Um deles, inclusive, é a questão do descongelamento dos valores dos aluguéis residenciais que, durante a pandemia, foram congelados ou tiveram sua elevação diminuída durante o período de crise pandêmica. Agora, em 2024, com uma superação daquele cenário, os ajustes nos valores que tinham sido anteriormente barrados ou diminuídos, vieram com força total”, indica a advogada.

Ainda na sua avaliação, outros fatores também são relevantes para a valoração do aluguel no setor como, por exemplo, a valorização ou desvalorização do imóvel, questões de cunho pessoal do locador, dentre outros cenários que não seguem o mesmo fluxo do crescimento econômico.

“É evidente que esse aumento nos preços dos aluguéis é preocupante, especialmente quando olhamos para uma faixa da população brasileira que não viu sua renda aumentar, ou retornar aos patamares anteriores, mesmo com o fim da pandemia de COVID-19”, afirma Aline.

“O grande problema é que um crescimento tão grande dos valores de locação podem levar a um maior número de pessoas inadimplentes, por simplesmente não conseguirem arcar com esse reajuste, o que, no final, pode gerar um número ainda maior de pessoas sem teto”, acrescenta.

Para a advogada, há algumas soluções que podem ajudar no cenário de aumentos expressivos no preço do aluguel residencial. A primeira delas, de acordo com Aline, é uma maior fiscalização por parte do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (CRECI), a fim de apurar as verdadeiras razões pelas quais o valor dos aluguéis está registrando aumentos exponenciais, se índices inflacionários não estão acompanhando tal elevação.

“Outra é que, mais do que nunca, se torna preciso falar e desenvolver projetos de moradia popular e a Administração Pública (Municipal, Estadual e Federal) precisa estar cada vez mais focada nesse tipo de proposta, pois se sabe que a maior parte das pessoas que alugam residências hoje é a classe pobre/classe média. Segundo o próprio IBGE, pelo menos 65% dos mais pobres moram em lugares locados”, continua.

Por fim, na avaliação de Aline, é preciso deixar claro que, embora a relação de locação seja uma relação privada, isto é, doutrinada pelo Código Civil e Lei específica, cabe aos locadores o bom senso de que o cenário econômico brasileiro ainda está em recuperação, o que não significa que está recuperado e que todas as pessoas conseguem acompanhar, financeiramente, o ritmo dessa aceleração.

“O bom senso e o diálogo podem garantir que esse locador permaneça com o imóvel locado e bem cuidado, até porque, um aumento desenfreado do valor do aluguel, embora pareça ótimo para quem esteja alugando, não necessariamente é algo bom, pois pode levar a desenfreadas crises de inadimplência, despejo, dentre outras questões prejudiciais e morosas ao próprio locador”, complementa a advogada.

Reajustes do preço do aluguel residencial

Outro fator para a alta elevação no preço do aluguel residencial são os reajustes. Com um índice de desemprego ainda considerável, apesar de apontar tendência de queda, a renda disponível pelos consumidores segue reduzida, o que gera maior procura por locações, segundo a advogada Aline Oliveira.

“É possível ver este fenômeno nos grandes centros, onde os ciclos migratórios se intensificam e se justificam por conta das oportunidades de emprego”, finaliza.

Preço do aluguel residencial em 2024

E neste ano, será que o preço do aluguel residencial irá subir tanto? Questionada pela Dinheiro, a economista do DataZAP, Larissa Gonçalves, crê em um arrefecimento nas altas, mas não em queda dos custos com locações imobiliárias.

Para ela, o forte aumento de preços que vem ocorrendo desde 2022 não deve perdurar em 2024, uma vez que os principais fatores para a alta exponencial também estão perdendo força.

“A inflação, por exemplo, segue controlada. O mercado de trabalho, que se recuperava após período pandêmico, não deve apresentar o mesmo nível de retomada e deve seguir uma tendência de estabilidade. Enfim, o mercado de locação provavelmente deve apresentar taxas positivas de crescimento, porém isso não significa uma redução dos preços, e sim taxas menores”, comenta.

A economista cita, ainda, uma possível desaceleração na procura por locações por conta da taxa Selix em queda, maior acesso ao financiamento imobiliário e um possível reaquecimento do mercado, impulsionado também por programas habitacionais como o Minha Casa Minha Vida.

“Entretanto, apesar das expectativas otimista para o mercado de compra e venda, para o de locação a expectativa é que haja uma desaceleração”, completa.

IstoÉ Dinheiro

O que esperar do mercado imobiliário de luxo em 2024?

Os imóveis de Médio e Alto Padrão (MAP) ostentaram resultados expressivos em 2023. De janeiro a setembro, o segmento registrou um crescimento de 13%, sendo responsável pela movimentação de mais de R$ 14,4 bilhões, de acordo com o indicador ABRAINC-FIPE. A expectativa do mercado imobiliário de luxo é que 2024 seja um ano de readequação de preços e estabilização do setor. 

“Durante a pandemia, em 2020 e 2021, o mercado de alto padrão subiu de maneira significativa”, relata Marcello Romero, CEO da Bossa Nova Sotheby’s, imobiliária especializada em imóveis de luxo. Ele explica que muitas famílias, ao se verem presas em casa, passaram a buscar imóveis maiores e, por consequência, mais caros. A isso se somou o aumento do custo de construção. 

Em junho de 2021, o Índice Nacional de Construção (INCC-DI), que mede a alteração dos custos na construção civil, chegou a apontar uma alta de 17,36% no acumulado de 12 meses. Atualmente, o mesmo índice está em 3,26%. Isso significa que houve uma estabilização nos custos relacionados à construção, como material e mão de obra, mas os preços subiram durante a jornada e permanecem nas alturas. 

Para Romero, a perspectiva é que o mercado não observe uma diminuição em 2024. “Ainda que 2022 e 2023 tenham sido anos de consolidação, o custo da construção e dos terrenos subiram muito”, observa. “O mercado de alto padrão ainda precisa de um tempo para se acostumar com os valores praticados hoje em dia e entender que eles continuarão assim”, argumenta. 

Queda de Juros

Recentemente, a Selic, taxa básica de juros, chegou a 11,75% ao ano, o que tende a baratear o crédito. Na visão de Romero, esse fator, porém, não influencia a compra do imóvel próprio dos mais endinheirados. “O público de alto padrão não depende de crédito imobiliário Eles observam os imóveis como um mercado de oportunidade, de rentabilização de capital”, aponta. “Trata-se mais de uma realização do que de uma necessidade”, acrescenta. 

A queda dos juros, entretanto, pode ajudar a fomentar o cenário para investidores. O executivo acredita que a diminuição da rentabilidade de títulos atrelados à Selic vai fazer com que se procure outras formas de rentabilizar e o mercado imobiliário tem o potencial de se destacar. 

Perfil dos imóveis

Imóveis grandes, bem localizados e seguros. As características básicas do mercado imobiliário continuam sendo as mais relevantes para o setor de alto padrão, mas o fator exclusividade deve se destacar em 2024. Pelo menos é isso que antecipa Romero. “Percebemos uma manutenção da arquitetura de autor. Quem assina o projeto do empreendimento? Quem é o decorador?”, destaca. 

Gustavo Favaron, CEO do GRI Club e do 8 Capital Group, corrobora essa perspectiva. “As empresas do setor de luxo terão que buscar assinaturas e grifes de luxo para conectar as marcas com o mercado”, pontua. Ele acredita que o mercado de segunda residência, especialmente no litoral do Nordeste, também deve se tornar uma tendência da próxima estação. 

Em relação ao mercado de segunda residência, outro segmento que promete atrair milhões de reais para o setor imobiliário são as casas construídas em condomínios. “Uma nova safra de empreendimentos de alto padrão a até 120 km de São Paulo está nascendo e o mercado de venda de terrenos, que não andava tão bem, deve ganhar mais demanda”, complementa Romero.

O Estado de SP

Distrato após pagamento total do valor do imóvel inexiste, decide STJ

O comprador de um imóvel não pode desistir da aquisição do bem e pedir o distrato (com a devolução do dinheiro) caso tenha quitado todo o valor e o contrato de compra e venda, consequentemente, tenha sido encerrado, decidiu o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em acórdão recente.

Apesar de não ser um recurso repetitivo com caráter vinculativo, a decisão tende a ser usada como base em outras ações com o mesmo teor, segundo Pedro Serpa, especialista na área imobiliária, sócio do escritório S2GDC e professor da FGV.

“A decisão vale para qualquer tipo de imóvel e elimina uma insegurança jurídica”, diz ele. Também vai inibir outras ações na Justiça do “chamado comprador oportunista, que, após pagar pelo imóvel, tenta se aproveitar financeiramente da situação, caso considere mais interessante ter o dinheiro de volta em vez de ficar com o bem”.

A ação foi interposta pela Campos do Jordão Empreendimento Hoteleiro contra Márcio José da Silva, em 2020. O comprador desistiu do imóvel após tê-lo quitado, mas a relatora do acórdão, ministra Nancy Andrighi, escreveu que “com o adimplemento integral por ambas as partes, o contrato de compra e venda extingue-se, não podendo o consumidor, desse modo, pretender a sua resilição por meio do exercício de eventual direito de desistência”.

Em outro trecho, a ministra afirma que “atribuir ao comprador eventual direito de desistência após o adimplemento do contrato por ambas as partes seria o mesmo que obrigar o vendedor a recomprar o imóvel, criando-se uma nova e desfigurada hipótese de ‘retrovenda’ sem previsão legal ou contratual”.

InfoMoney

Leilão do Santander tem imóveis a partir de R$ 35 mil

O Santander irá realizar seu primeiro leilão de imóveis de 2024, em parceria com a Biasi Leilões. Os lances variam de R$ 35 mil a R$ 8 milhões, com débitos de IPTU quitados até a data do leilão.

O leilão dos 181 imóveis ocorrerá na próxima quarta-feira (17), a partir das 15h, incluindo residenciais, comerciais e terrenos em diversos estados do Brasil.

As localizações são: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Alagoas, Pernambuco, Bahia, Pará, Ceará, Rio Grande do Norte, Maranhão, Sergipe, Paraíba, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

O imóvel com lance mínimo de menor valor é um terreno de 510,00m², localizado em Sete Lagoas, polo industrial de Minas Gerais, a partir de R$ 35 mil. Já o imóvel de maior valor é uma casa de condomínio localizada no “Fazenda Tamboré Residencial”, em Barueri, pelo valor de R$ 8 milhões.

Veja como vai funcionar o leilão de imóveis do Santander

O leilão acontece no dia 17 de janeiro, a partir das 15h, de forma online. O comprador deve realizar um cadastro no site da Biasi Leilões antes de dar o lance pela plataforma.

Os interessados em participar podem se registrar na página oficial do leilão. O processo de participação, requisitos e prazos estão disponíveis no site.

O Banco Santander oferece a possibilidade do comprador pagar o lance à vista com desconto e por meio do financiamento imobiliário em até 420 meses, com sinal de 20%.

“O primeiro leilão do ano do banco Santander em parceria com a Biasi Leilões é uma ótima oportunidade de iniciar 2024 fazendo um grande investimento a custo baixo, já que será possível comprar um imóvel por 50 a 60% abaixo do valor original de avaliação”, destaca Eduardo Consentino, leiloeiro oficial da Biasi Leilões.

InfoMoney

Qual é a visão do mercado para papéis do setor imobiliário? 

Apresentados os relatórios operacionais das incorporadoras e construtoras, as casas de análises começam a se movimentar. Neste começo de semana, Itaú BBA, XP, BTG Pactual, Citi e Bradesco BBI revisaram suas recomendações e/ou preços-alvos para as ações do setor imobiliário.

Confira as visões para as empresas, a partir dos números operacionais reportados.

Cyrela

O Itaú BBA elevou o preço-alvo de Cyrela de R$ 32 para R$ 33, potencial de alta de 44,3% sobre o fechamento da última sexta-feira (12), reiterando recomendação de compra.

Os analistas liderados por Daniel Gasparete escrevem que a Cyrela é uma das poucas ações no mercado brasileiro que combinam bom desempenho operacional com potencial robusto de alta das ações.

Eles afirmam que a empresa mostrou resultados de lançamentos e vendas fortes no quarto trimestre, acima do mercado, a posicionando para aproveitar os gatilhos positivos do setor imobiliário em 2024, como novo Plano Diretor de São Paulo e queda nos juros.

Os múltiplos das ações da Cyrela também são atrativos, com mais potencial de valorização do que de queda, mesmo em um cenário extremo de alta nos juros, uma vez que o retorno de capital da empresa está equilibrado com seu custo de capital.

“Baseado na interação com alguns investidores, temos a sensação que o posicionamento na Cyrela é baixo”, comenta o banco. Isso cria uma boa oportunidade de entrada para investidores atrás de ações com alta liquidez.

Even

Para o BTG Pactual, a Even apresentou números operacionais fortes no quarto trimestre. O bom desempenho nos lançamentos e o crescimento das vendas superaram as expectativas, diz o BTG Pactual.

A XP também destaca o resultado positivo apresentado pela Even, com destaque para o desempenho notável dos lançamentos no período impulsionado pelos projetos de alto padrão.

Na mesma linha, o Bradesco BBI fala em “volume robusto de lançamentos e boa velocidade de vendas” da Even.

Apenas Citi diverge, com um tom menos animador que as outras casas de análises. De acordo com o banco, os resultados operacionais do quarto trimestre tiveram números bastante alinhados às estimativas da equipe, com destaque ao aumento significativo nos lançamentos.

As vendas líquidas totalizaram R$ 878 milhões no trimestre, alta de 163% ao ano, 37% acima do esperado pelo BTG Pactual e 32% além do que esperava a XP. A velocidade de vendas no quarto trimestre foi boa, atingindo 19%, em comparação com 15% no quarto trimestre de 2023 e 9% no quarto trimestre de 2022.

A Even lançou seis projetos, quatro em São Paulo e dois no Rio Grande do Sul, no valor de R$ 1,33 bilhão. “É importante destacar que a empresa conseguiu vender 34% desses projetos no quarto trimestre de 2023”, escrevem os analistas Gustavo Cambauva e Elvis Credendio, do BTG Pactual. Em 2023, a Even lançou 18 projetos com um valor total de vendas potenciais de R$ 3,27 bilhões.

“A Even divulgou números operacionais fortes, com um bom volume de lançamentos e crescimento nas vendas. A empresa tem um estoque de lançamentos promissores para 2024, principalmente de alto padrão, e está sendo negociada a uma avaliação atrativa, mas nossa classificação neutra reflete o momento desafiador para o setor imobiliário, com menor acessibilidade para compradores de imóveis, e nossa preferência relativa por outros nomes mais líquidos”, dizem.

Já os analistas liderados por Daniel Gasparete no Citi apontam que, embora o trimestre da Even tenha sido robusto, “a empresa tem seu pipeline [projeção] altamente concentrado em projetos de grande escala, decisivos para o seu desempenho, como o Faena, previsto para ser lançado no primeiro trimestre de 2024. Dito isso, a empresa possui um banco de terras muito robusto e pode ter um aumento significativo nos níveis de lançamento se as condições de mercado se mostrarem favoráveis nos próximos trimestres.”

O BTG e o Citi têm indicação neutra para as ações da Even, com preço-alvo de R$ 9 e R$ 7, nesta ordem. O Bradesco BBI e a XP mantêm a recomendação de compra para os ativos, com preço-alvo por ação de R$ 10 e R$ 9, respectivamente.

Melnick

BTG Pactual e o Itaú BBA destacam os números operacionais “sólidos” apresentados pela Melnick, com uma aceleração na velocidade de vendas e níveis de estoque controlados no quarto trimestre, o que levará a uma reação de mercado ligeiramente positiva.

Para o BTG Pactual, no entanto, os dados vieram abaixo do esperado, devido a um desempenho mais fraco nos lançamentos.

As vendas líquidas no quarto trimestre foram de R$ 215 milhões, alta de 75% ao anos, mas 24 pontos percentuais abaixo da projeção do BTG. Em 2023, a Melnick vendeu R$ 809 milhões, crescimento de 25% ao ano mas 10% abaixo da estimativa do Itaú BBA. A relação vendas/oferta (VSO) atingiu 18%, em comparação com 10% registrado no quarto trimestre de 2022.

“A empresa lançou dois projetos no trimestre, resultando em um valor geral de vendas de R$ 57 milhões, uma redução de 25% em relação ao ano anterior. Nos lançamento de 2023, a companhia totaliza um valor geral de vendas de R$ 732 milhões, 18% abaixo de nossa projeção, apesar do aumento de 20% em relação ao ano anterior”, escrevem os analistas liderados por Daniel Gasparete no Itaú BBA.

“Os números operacionais foram positivos, com uma boa velocidade de vendas, mas ainda abaixo de nossas expectativas. O mercado imobiliário está desafiador, refletindo as taxas de juros mais altas. No entanto, a Melnick continua sendo líder de mercado em Porto Alegre, e a avaliação é atrativa, então mantemos nossa recomendação de compra para a ação”, escrevem o analistas Gustavo Cambauva e Elvis Credendio, do BTG Pactual.

O BTG mantém a indicação de compra para as ações da Melnick, com preço-alvo de R$ 7,50, uma valorização potencial de 68,9% sobre o último fechamento.

Valor Investe

Como empresas podem se beneficiar do Projeto de Regulamentação do Mercado de Carbono?

A Câmara dos Deputados aprovou, em dezembro de 2023, o aguardado projeto que estabelece as bases para a regulamentação do mercado de carbono no Brasil (PL 2148/15).

Sob o título de Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), a iniciativa cria uma estrutura que estabelece limites às emissões e cria um mercado para a negociação de títulos.

O relator do projeto, deputado Aliel Machado (PV-PR), propôs uma abordagem integrada, unindo propostas discutidas na Câmara com aquelas já aprovadas pelo Senado (PL 412/22). O texto, agora, retorna ao Senado para que as alterações feitas pelos deputados sejam analisadas.

Essa regulamentação faz parte de uma parte importante da agenda verde aprovada em 2023, abrangendo também questões como exploração de energia eólica no mar e produção de hidrogênio verde, e deve impactar significativamente todos os setores da economia brasileira, gerando oportunidades de negócios sustentáveis.

O advogado especialista em Direito Ambiental, Alessandro Panasolo, explica que o cerne do projeto é a criação de um limite para as emissões de gases de efeito estufa por empresas. Aquelas que ultrapassarem esse limite terão que compensar suas emissões adquirindo títulos, enquanto as que ficarem abaixo poderão vender cotas no mercado.

“A regulamentação é um avanço significativo para o Brasil, que figura como um dos maiores emissores globais de gases de efeito estufa, pois visa a criação de incentivos para a redução das emissões e a minimização dos impactos climáticos decorrentes das atividades empresariais”, afirma ele.

O advogado destaca que o projeto, inspirado em experiências internacionais bem-sucedidas, estabelece um cenário em que empresas mais eficientes ambientalmente podem obter recursos adicionais por meio da venda de títulos, enquanto aquelas que emitirem mais terão despesas adicionais ao adquirir títulos compensatórios, criando uma vantagem competitiva para organizações comprometidas com a sustentabilidade ambiental.

“A criação desse mercado regulado, juntamente com a aplicação de regras claras aos créditos de carbono, fortalece a abordagem sustentável, contribuindo para a redução das emissões e posicionando o Brasil como um participante ativo na luta global contra as mudanças climáticas. Este projeto representa um marco significativo para o país, assinalando um passo decisivo em direção ao desenvolvimento de uma economia mais verde e sustentável”, explica Panasolo.

Benefícios para empresas

1 – Oportunidade de geração de receitas

Empresas podem gerar receitas participando do mercado de carbono, comercializando créditos de carbono gerados por práticas sustentáveis.

2 – Incentivo à adoção de práticas sustentáveis

A regulamentação cria incentivos para a adoção de práticas sustentáveis, como eficiência energética, redução de emissões e gestão de resíduos, contribuindo para a imagem e responsabilidade social da empresa.

3 – Redução de custos operacionais no longo prazo

Investir em eficiência energética e tecnologias verdes não apenas reduz a pegada de carbono, mas também pode resultar em economias significativas nos custos operacionais ao longo do tempo de vida das empresas.

4 – Diferencial competitivo no mercado

Empresas comprometidas com a sustentabilidade ganham um diferencial competitivo, atraindo consumidores conscientes que valorizam a responsabilidade ambiental.

5 – Construção de uma imagem sustentável

Participar do mercado de carbono contribui para a construção de uma imagem empresarial sustentável, fortalecendo relacionamentos com clientes, parceiros e investidores.

6 – Acesso a novas parcerias e investimentos

Empresas envolvidas no mercado de carbono podem atrair investimentos e estabelecer parcerias com organizações que buscam apoiar iniciativas sustentáveis.

7 – Alinhamento com tendências de consumo

Atender às demandas crescentes por produtos e serviços sustentáveis alinha as empresas com as tendências de consumo, ampliando sua base de clientes.

8 – Compensação para setores de difícil redução de emissões

Setores com desafios significativos na redução de emissões têm a oportunidade de compensar suas pegadas de carbono por meio da compra de créditos, garantindo conformidade e minimizando impactos financeiros.

9 – Fomento à inovação e tecnologias verdes

A regulamentação estimula a inovação, encorajando o desenvolvimento e a adoção de tecnologias verdes, o que pode resultar em vantagens competitivas a longo prazo.

10 – Participação em um esforço coletivo

Empresas participam de um esforço coletivo para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para metas nacionais e globais de sustentabilidade e responsabilidade climática.

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Governo tenta acordo sobre reoneração da folha para evitar devolução de MP

O governo avalia a possibilidade de retirar de tramitação a Medida Provisória que reonera 17 setores da economia, para costurar um acordo e evitar a devolução da matéria pelo presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco.

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, afirmou, na tarde de ontem (10), que não trabalha com a hipótese de devolução, mas sinalizou que todas as possibilidades estão na mesa, incluindo a edição de uma nova MP ou o envio de projetos de lei.

“O que está se tentando fazer é não matar o boi nem deixar o freguês sem carne. Parece bem difícil, mas nós vamos encontrar o caminho. Eu não trabalho com a hipótese de devolução. Ela não está sendo posta na mesa”, disse Wagner.

“Estão se discutindo os pontos que são, eu diria assim, mais tensos e o que a gente pode fazer. De tal forma que se transforme em um novo acordo, que foi como a gente tocou o ano 2023 completamente. Evidentemente que terão colegas na Câmara e no Senado que vão defender que devolva, mas não me parece que é o espírito do presidente Rodrigo [Pacheco].”

Wagner, quando questionado, também não descartou a possibilidade de o governo retirar a MP de tramitação e enviar projetos de lei. “Pode ser essa forma [retirar a MP e enviar projetos], pode ser na forma de outra MP”, disse.

Embora a retirada da MP pelo governo e a devolução da matéria pelo Congresso tenham os mesmos efeitos práticos, Pacheco e o Palácio do Planalto tentam evitar a mensagem simbólica de derrota que a devolução pelo Parlamento traria.

O líder do governo se reuniu com Pacheco e o número dois do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, na residência oficial do Senado. Segundo ele, nenhuma decisão será tomada antes da conversa entre Pacheco e o ministro Fernando Haddad, na próxima segunda (15).

Depois da reunião, Durigan afirmou que a Fazenda tem usado o argumento “dos números”. O secretário-executivo da pasta ressaltou o esforço do Congresso em aprovar o pacote econômico de Haddad no ano passado, e disse que é preciso continuar “na mesma esteira”.

“O limite de toda essa discussão é o equilíbrio fiscal, é responsabilidade fiscal. Não é possível a gente ter feito um esforço maior do ano passado, com bons resultados para o país, e a gente agora não persiga nesta mesma esteira, que é olhar para o que tem de despesa e fazer as compensações”, disse.

“O argumento técnico que está sendo utilizado é o argumento dos números, do impacto. A gente gostaria muito de ter esse impacto considerado para essa tomada de decisão”, completou o número dois de Haddad.

Pacheco tem sido pressionado por deputados federais e senadores a devolver a medida provisória que, entre outros pontos, reonera 17 setores da economia, sob o argumento de que o Congresso já se manifestou sobre o tema ao aprovar a desoneração e derrubar o veto presidencial.

Folha de SP