Zona Norte terá mais lançamentos este ano

A MRV lançou o empreendimento Residencial Amaro, no Engenho de Dentro. De acordo com a empresa, serão investidos mais de R$ 46 milhões na construção do empreendimento e para melhorias na vizinhança da obra.

O condomínio fechado será construído em uma área de 12.572,20m², localizado na Avenida Amaro Cavalcanti com Rua Pompílio de Albuquerque.

Serão 444 unidades de dois quartos com opção de suíte e varanda, além de vaga de garagem para todas as unidades. Completa e equipada, A área de lazer terá salão de festas, playground, pet place, salão de jogos, espaço gourmet, piscinas adulta e infantil, espaço kids, gazebo, bicicletário e até bikes compartilhadas.

Algumas unidades se enquadram no programa Minha Casa Minha Vida. Outras poderão ser adquiridos por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), com taxa de juros a partir de 2,95% ao ano. As unidades serão comercializadas com preços que começam em R$210 mil.

Assim como a MRV, a construtora Tenda também lançará um empreendimento na Zona Norte, em Cascadura, em novembro.

Prefeitura estuda flexibilizar regras para aparts

As questões envolvendo apart-hotéis no Rio são tão antigas quanto polêmicas. Há algumas décadas, eles se proliferaram pela cidade.Em2002, porém, a construção passou a ser proibida na maioria dos bairros sob justificativa de alto adensamento e transtornos causados aos moradores. Atualmente, não é possível construir apart-hotel na cidade. Mas a prefeitura estuda mudanças para flexibilizar seu uso — especialmente porque depois da Copa e das Olimpíadas, da expansão do aluguel de temporada e da crise de segurança no Estado, o número de vagas nos hotéis ficou alto.

Segundo a Secretaria Municipal de Urbanismo (SMU), a prefeitura estuda a adaptação das edificações existentes, hotéis ou residenciais, para o uso residencial multifamiliar. Uma das formas seria pelo retrofit em imóveis protegidos (tombados ou preservados). Nesses casos, há uma série de exigências para que o bem não seja descaracterizado. Por exemplo, pode ser obrigatório manter a fachada original ou apenas a estrutura interna.

De acordo com a SMU, o projeto de lei que está tramitando tem algumas ressalvas.

Por exemplo, a edificação hoteleira teria que se adaptar a todas as regras existentes para as edificações multifamiliares, e só poderia ser feita em locais onde este uso é permitido no imóvel inteiro. Além disso, valeria apenas para os que não receberam benefícios destinados a hotéis.

EXIGÊNCIAS

Caso se enquadrem nos requisitos, eles poderiam manter os tamanhos originais sem considerar os limites de Área Total Edificável, e estariam livre das exigências de vagas de estacionamento e áreas comuns, entre outros detalhes.

No seu quadrado, mini apês deslancham

Os tais microapartamentos que causaram tanto burburinho e polêmicas começam a ser construídos pela cidade. Depois que o Novo Código de Obras foi aprovado, no início do ano, seja em construções novas ou retrofits, eles estão tomando forma e mexendo com o mercado imobiliário no Rio. No embalo dessa mudança, um outro movimento, que já era pedido antigo do setor, está ganhando força: transformar hotéis em moradias.

Não é tão simples, pois a legilação não permite. Mas tramita na Câmara Municipal um projeto que prevê, entre outras mudanças, brechas para isso. Enquanto isso, as empresas vão se reinventando com o que têm.

É o caso do ex-hotel Novo Mundo, na esquina da Praia do Flamengo com a Rua Silveira Martins. No início do ano, após quase sete décadas, ele foi vendido para dar lugar a uma república de estudantes, o Uliving, Continuará com as atividades hoteleiras, mas com outro perfil. Os novos moradores poderão se hospedar por períodos de um mês a um ano, por exemplo, e o conceito é o mesmo dos microapartamentos, com áreas comuns bem diversificadas. Também corre à boca miúda que outro hotel, o Glória, terá o mesmo destino.

E SE DER CERTO?

O projeto para que hotéis sejam transformados em residenciais ainda está tramitando, mas incorporadoras e imobiliárias já contam com isso. Se vingar, a medida vai consolidar ainda mais o modo minúsculo de morar no Rio. 

O Uliving terá 11 andares de apartamentos com média de 25m². Alguns são para duas pessoas e outras, para apenas uma. Juliano Antunes, CEO da Uliving, empresa responsável pelo projeto, não revela o número final de quartos, mas diz que caberão 413 pessoas. Segundo ele, o valor mensal da hospedagem de longa permanência será entre R$ 1.500 (uma pessoa em quarto duplo) a R$ 3.500 para o apartamento individual. — Depende da vista e do andar —diz Antunes.

O prédio está em reforma e deve ser entregue em janeiro. Ele explica que cada unidade terá uma copa de apoio com pia e frigobar e, para todos, haverá coworking, cozinha compartilhada, áreas de jogos e fitness, churrasqueira e sala de cinema, além de uma piscina no rooftop. A Uliving já tem cinco unidades em São Paulo e o foco de seus projetos é atrair estudantes, de graduação ou pós.

A Bait Incorporadora é outra que está de olho na conversão de hotéis em residências. Eles já estão com três projetos engatilhados no segmento das micros, dois em Ipanema e um em Copacabana, onde ficava a antiga Casa de Pedra. Henrique Blecher, sócio e CEO da incorporadora, destaca que há outras mudanças previstas nesse projeto de lei em discussão, como o uso da ocupação do solo, das áreas privativas e dos clubes dentro dos condomínios.

— Essa era uma demanda antiga que se intensificou, pois os hotéis tinham muito prejuízo com a baixa ocupação e, ao mesmo tempo, não tinham como vender porque não era permitido outro uso do prédio, a não ser que fosse retrofit. Essas mudanças ampliam as possibilidades para o mercado como um todo — analisa Blecher.

MICROS E INTEGRADOS

No Centro do Rio, entre as estações de metrô Carioca e Cinelândia, será lançado neste mês o Send Cooliving, com 266 estúdios, sendo 90% deles com tamanhos entre 30m² e 42 m² —e alguns com 25 m². Rafael Cardoso, diretor do empreendimento, que é uma parceria de WTorre e Rio Realty, explica que será feita uma reforma com retrofit para manter a influência art déco da fachada, da escada e da portaria.

Os imóveis custarão a partir de R$ 300 mil e a tendência é que sejam comprados por investidores, para aluguel de temporadas curtas. — Haverá um restaurante parceiro embaixo e áreas comuns como lavanderia, lounge e espaços gourmet e fitness. Também haverá um escritório e um espaço delivery, como uma central de recebimentos de encomendas — diz Cardoso sobre o projeto, cuja previsão é estar aberto para moradia em 2021. 

Entre os outros ambientes comunitários que vão ao encontro desse novo estilo de morar, ele destaca uma área para animais de estimação, um rooftop com telão de cinema e um espaço extra para atividades diversas, como arte e marcenaria. Segundo os empresários, o que se verá a partir daqui é um efeito dominó. 

Depois que o Novo Código de Obras entrou em vigor, no início do ano, as construtoras tiraram os projetos da gaveta e, com alguns precursores abrindo o mercado de micros, outras incorporadoras devem entrar na disputa. — Tanto donos de prédios familiares como incorporadoras nos procuram para falar de novos projetos nesse modelo de moradia. Nesse sentido, a região do Porto também deve ganhar destaque. Deixada de lado em vários aspectos, inclusive pelas construtoras, pode ser que, depois de tantas tentativas, finalmente novos projetos saiam do papel ali. Mas aí outra história.

Governo quer “forçar” estados a aderirem à nova Previdência

Passada a batalha da reforma da Previdência, que mudou a aposentadoria para os servidores públicos federais, governo e Congresso começam a traçar estratégias para forçar estados e municípios a também apertarem as regras para os funcionários. A proposta costurada pela equipe econômica e pelo deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), presidente da Frente Parlamentar Mista do Pacto Federativo, chamada de Lei da Responsabilidade Previdenciária, prevê estímulos para governadores e prefeitos que aderirem às novas regras da Previdência aprovadas na semana passada.

A ideia inicial defendida pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, sempre foi de que as mudanças propostas para a Previdência valessem também para estados e municípios. Mas, para que isso acontecesse, os parlamentares cobravam que governadores e prefeitos encampassem e defendessem em público as reformas. Como essa defesa nunca foi uma unanimidade, deputados e senadores acabaram aprovando as mudanças apenas para os servidores federais.

Uma nova proposta de emenda à Constituição levando as modificações também para estados e municípios começa a tramitar no Senado. Mas há muitas dúvidas se será realmente viável a aprovação. Por isso, governo e Congresso tentam achar uma forma para que governadores e prefeitos façam as mudanças por conta própria.

A Lei de Responsabilidade Previdenciária, prevista para ser apresentada em novembro, deve estabelecer, por exemplo, um prazo para que estados e municípios formulem um plano de equacionamento do déficit atuarial dos sistemas de aposentadoria. Quem não aderir à reforma aprovada no Congresso, terá apenas um ano para apresentar essa estratégia. Quem aderir, ganha mais tempo.

Quando há déficit atuarial, significa que todas as arrecadações futuras da Previdência serão insuficientes para bancar os benefícios previstos (já concedidos ou que serão pagos a quem ainda está na ativa). Estudo do Tribunal de Contas da União (TCU) mostra que faltariam R$ 4,7 trilhões aos estados e municípios caso eles tivessem de desembolsar hoje todas as aposentadorias e pensões devidas. Em 2018, governos estaduais tiveram um rombo de R$ 101 bilhões nas Previdências.

Um plano de equacionamento pode incluir um cardápio de medidas que vão desde o aporte de ativos (como imóveis, terrenos) até a elevação de alíquotas de contribuição (dos servidores ou patronal). Algumas prefeituras chegam a pagar mais de 20% de alíquota extraordinária para cobrir desde já o rombo futuro. “Quem aderir (à reforma) terá tratamento diferenciado”, diz Costa Filho.

A implementação dos planos será acompanhada pelo Conselho Nacional Previdenciário, órgão a ser criado pelo projeto. Nele haverá representantes das administrações públicas federal, estaduais e municipais e dos servidores, além dos Tribunais de Contas. O Conselho Nacional de Secretários de Fazenda também poderá ganhar um assento no órgão deliberativo.

Prêmio
A intenção, segundo o autor do projeto, é premiar quem ajustar a Previdência. Pela proposta, a situação de equilíbrio será recompensada com possibilidade de vender os direitos sobre créditos tributários (na chamada “securitização”) ou até flexibilizar endividamento. Também haverá uma “nota” de classificação da situação previdenciária, que pode servir de vitrine para investidores. “É como ir ao banco e receber um cartão com limite maior que o mau pagador. Vai gerar concorrência. Vai estimulando aquele que quer de fato trabalhar”, diz o deputado.

Impacto salarial
A Lei de Responsabilidade Previdenciária que está sendo costurada no Congresso prevê, entre outros pontos, que governadores e prefeitos poderão ser cobrados a apresentar estimativas de impacto que eventuais reajustes nos salários de servidores terão para seus regimes de Previdência.

A ideia é evitar que gestores concedam aumentos generosos de olho na popularidade e deixem uma herança de gastos sem receitas suficientes para bancá-los no futuro. Se houver desequilíbrio, um plano de ação precisará ser apresentado.

Governadores, prefeitos e o Executivo federal continuarão a ter independência para conceder ou não reajustes ao funcionalismo. A diferença é que haverá maior rigor na exigência dos cálculos de impacto para a Previdência.

No passado recente, estados como Rio de Janeiro, em grave crise financeira, concederam uma série de reajustes salariais a servidores, às vésperas do período eleitoral, e acabaram depois atrasando salários e aposentadorias.

“A ideia é criar a cultura do monitoramento da Previdência”, diz o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). Para ele, o mecanismo pode incentivar boas práticas entre os gestores, que calcularão melhor quais pedidos ou não são possíveis atender. “Isso ajuda a criar uma cultura de pensar nas consequências.”


Mercado eleva expectativa de inflação e prevê alta maior do PIB em 2019

Os economistas do mercado financeiro elevaram a estimativa de inflação para este ano e, também, passaram a prever um crescimento maior da economia brasileira.

As projeções constam no boletim de mercado conhecido como relatório “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (28) pelo Banco Central (BC). O relatório é resultado de levantamento feito na semana passada com mais de 100 instituições financeiras.

De acordo com a instituição, os analistas do mercado financeiro aumentaram a estimativa de inflação para este ano de 3,26% para 3,29%. Com isso, foi interrompida uma sequência de 11 semanas de redução.

A expectativa de inflação do mercado para 2019 segue abaixo da meta central, de 4,25%. O intervalo de tolerância do sistema de metas varia de 2,75% a 5,75%.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).

Para 2020, o mercado financeiro baixou a estimativa de inflação de 3,66% para 3,60%. Foi a quinta queda consecutiva do indicador. No próximo ano, a meta central de inflação é de 4% e terá sido oficialmente cumprida se o IPCA oscilar entre 2,5% e 5,5%.

PIB

Para este ano, a estimativa de alta do Produto Interno Bruto (PIB) subiu de 0,88% para 0,91%. Para 2020, a previsão de crescimento do PIB continuou em 2%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.

Para 2019, a previsão do Banco Central é de uma alta de 0,9%, e a do Ministério da Economia é de um crescimento de 0,85%.

Outras estimativas

  • Taxa de juros – O mercado manteve em 4,5% ao ano a previsão para a taxa Selic no fim de 2019. Atualmente, a taxa de juros está em 5,5% ao ano. Com isso, o mercado segue prevendo queda nos juros neste ano. Para o fim de 2020, a projeção recuou de 4,75% para 4,5% ao ano. Com isso, o mercado passou a prever estabilidade da Selic no ano que vem.
  • Dólar – A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2019 permaneceu em R$ 4 por dólar. Para o fechamento de 2020, continuou estável em R$ 4 por dólar.
  • Balança comercial – Para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2019 recuou de US$ 48,85 bilhões para US$ 47,50 bilhões de resultado positivo. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado recuou de US$ 45 bilhões para US$ 43 bilhões.
  • Investimento estrangeiro – A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2019, subiu de US$ 80 bilhões para US$ 80,35 bilhões. Para 2020, a estimativa dos analistas permaneceu em US$ 80 bilhões.

Governo acerta ao propor reformas estruturais, mas terá dificuldades no Congresso

Analistas consultados pelo G1 avaliam que o governo do presidente Jair Bolsonaro acerta ao propor reformas estruturais para a economia, mas deverá ter dificuldade em aprová-las no Congresso.

Na semana passada, o Senado concluiu a aprovação da reforma da Previdência, tida pelo governo como a mais importante para o primeiro ano do mandato. A equipe econômica entende que, para equilibrar as contas públicas e impulsionar o desenvolvimento do país, outras medidas devem se seguir à alteração das regras de aposentadoria. Entre as principais propostas para os próximos meses estão:

  • reforma tributária
  • reforma administrativa
  • revisão do pacto federativo
  • alteração de regras fiscais
  • aceleração de privatizações

Manoel Pires, economista e ex-secretário de Política Econômica do extinto Ministério da Fazenda, avaliou que as propostas do governo são importantes para a economia, mas tocam em pontos “espinhosos” politicamente.

Ele lembrou que 2020 é um ano de eleições municipais, o que geralmente indispõe deputados e senadores a analisarem propostas polêmicas.

“Atacar tudo de uma vez atrapalha. Mas pode se avançar escolhendo algumas prioridades. Ano que vem é eleitoral. Talvez valha a pena reavaliar a pauta, conversar com as principais lideranças [políticas]. A agenda em si tem vários temas bons para o país, mas a estratégia política é muito importante”, disse o economista.

Para Vilma Pinto, pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas, a reforma tributária é uma das que devem encontrar mais dificuldades para aprovação. Segundo a pesquisadora, o tema é de difícil consenso, pois alteraria os mecanismos de obtenção de receita de estados e municípios.

“A reforma tributária é uma das mais difíceis, tem muita resistência”, afirmou. “É muito complicada”.

Opinião semelhante tem o analista Fabio Klein, da Tendências Consultoria. “A reforma tributária é mais complexa porque tem mais pontos de conflito envolvendo estados, municípios, e setores empresariais.”

Klein considera que outra reforma com potencial para polêmica é a administrativa. O texto, que pretende modernizar a estrutura do governo, ainda não foi finalizado, mas pode ter, entre outros itens, o fim da estabilidade para novos servidores públicos.

“Na reforma administrativa, o ponto difícil vai ser o corporativismo dos servidores públicos e sua capacidade de pressão sobre os parlamentares”, argumentou.

O analista lembrou que 2020, além de eleitoral, é o último ano de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na presidência da Câmara. No Congresso, Maia é uma das vozes mais defensoras das reformas, e o fato de ele comandar a Câmara conta a favor das propostas, porque o presidente da Casa, além da influência política, detém o poder de definir a pauta de votações.

Por isso, de acordo com Fabio Klein, o governo terá uma “janela curta” para aprovar tantos projetos ainda na primeira metade do mandato.

“É uma janela curta. Se conseguir aproveitar para emplacar ainda neste ano [as discussões], com a parte política no primeiro semestre de 2020, ainda tem chance”, declarou Klein.

Privatizações

Desde a campanha, Bolsonaro defende a privatização de estatais como uma forma de tornar as empresas mais eficientes, diminuir a corrupção e gerar caixa para o governo. O tema, no entanto, não é consenso no Congresso. Entre outros motivos, parlamentares temem perder a influência em companhias como a Eletrobras e os Correios.

A Eletobras é um exemplo de como os processos de privatização podem ser complicados. Desde o governo do ex-presidente Michel Temer o Executivo tenta vender o controle da estatal para o capital privado, mas a proposta não caminhou no Congresso.

Para o economista Cláudio Frischtak, da Inter.B, as vendas de empresas estatais “sempre são um pouco morosas”. Ele lembrou que, geralmente, os processos de privatização, além de estarem sujeitos a questionamentos judiciais, têm de passar por órgãos de controle, como Ministério Público e Tribunal de Contas da União, além do Congresso Nacional. “E todo mundo vai dar pitaco nisso”, acrescentou.

Na opinião do especialista, a maior parte das empresas estatais não será privatizada no governo Bolsonaro.

“A gente tem de ser realista. Essas empresas têm de ser preparadas para isso. Tem de ter um convencimento da sociedade. Eu não tenho certeza de que a sociedade está tão convencida assim. Têm interesses de funcionários, gestores, fornecedores. Necessita privatizar boa parte delas, quase todas, mas a questão é saber se consegue, e fazer de uma maneira que a sociedade entenda. Não adianta fazer de qualquer forma”, afirmou Frischtak.


Bolsonaro vai lançar campanha para mostrar realizações dos estados

O governo de Jair Bolsonaro vai lançar uma campanha publicitária para mostrar obras e realizações da administração nos estados.

ASSINATURA 

A campanha regional será feita pela agência NBS, que venceu a concorrência, de R$ 40 milhões.

ASSINATURA 2 

O slogan será “Aqui é São Paulo, Aqui é Brasil”, ou “Aqui é Rio, Aqui é Brasil”, e assim por diante, usando o nome de cada estado em que a mensagem será veiculada.

*Coluna Mônica Bergamo

Justiça determina a volta da cobrança do pedágio na Linha Amarela

A Justiça concedeu, no início da manhã desta segunda-feira, uma liminar suspendendo os efeitos da decisão da Prefeitura do Rio de cancelar o contrato de concessão com a Linha Amarela S/A (Lamsa), restabelecendo o direito da concessionária de cobrar pedágio nos dois sentidos da via e determinando que o Município interrompa, imediatamente, a destruição da praça do pedágio, iniciada neste domingo. De acordo com a decisão da juíza do plantão judiciário, Lívia Bechara de Castro, caso essa destruição já tenha sido integralmente consumada, será cobrada uma multa de R$ 100 mil por dia em que a Lamsa ficar impedida de atuar.

Em nota, a Lamsa repudiou “veementemente a decisão ilegal e abusiva do poder municipal, que só causa transtornos à sociedade carioca. Os danos causados à Lamsa ainda serão avaliados pela equipe da concessionária. A cobrança do pedágio permanecerá suspensa até o restabelecimento das condições mínimas de operação e de segurança da concessionária”.

Para a concessionária, “Crivella rompeu todos os limites do bom senso e da legalidade. O prefeito não pode cancelar um contrato de concessão unilateralmente dessa forma. A Lamsa lamenta os atos de vandalismo físico, jurídico e administrativo praticados pelo prefeito, e confia na Justiça para o restabelecimento definitivo do respeito ao cumprimento dos contratos, à ordem e ao Estado de Direito para que possa continuar oferecendo serviços de qualidade à sociedade carioca”.

Cancelas destruídas

Na noite deste domingo,  equipes da prefeitura retiraram cancelas das cabines de cobrança de pedágio da Linha Amarela , destruindo os equipamentos, placas de sinalização e cabines. A ação teve início por volta das 22h30 e entrou pela madrugada. Segundo uma nota da prefeitura, houve o “rompimento unilateral do contrato com de concessão da Linha Amarela à Lamsa, que administrava a Via Expressa”. Executivos da Lamsa foram pegos de surpresa e entraram com pedido de liminar no plantão judiciário.

No domingo, também em nota, a concessionária relatou que o  prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, sem base jurídica, determinou a destruição da praça de pedágio da Lamsa, um ato que colocou em risco a segurança dos colaboradores e usuários da via expressa.

“A concessionária repudia veementemente a decisão ilegal e abusiva do poder municipal, que só causa transtornos à sociedade carioca. Os danos causados à Lamsa ainda serão avaliados pela equipe da concessionária. A cobrança do pedágio permanecerá suspensa até o restabelecimento das condições mínimas de operação e de segurança da concessionária”, diz a nota.

Antes mesmo de a liminar sair, o presidente da Lamsa, Eduardo Dantas, declarou que acreditava na Justiça:

— O prefeito mandou destruir o patrimônio público e vai ter que pagar por isso. Quem vai pagar essa conta é o cidadão carioca — lamentou.

A decisão de retirar as cancelas foi tomada com base no argumento de Crivella de que, após uma auditoria da prefeitura, o município constatou prejuízo de R$ 1,6 bilhão no contrato com a Lamsa . De acordo com dados da prefeitura, desde o início da cobrança de pedágio, em 1998, até o fim de 2018, passaram pela via 151.282.630 veículos a mais do que havia sido projetado na modelagem financeira da concessão. Ainda de acordo com a prefeitura, os ganhos da Lamsa com a Linha Amarela  foram  suficientes para que a concessão tivesse sido encerrada em 2015.

Vice-presidente de Rodovias do Grupo Invepar e presidente da Linha Amarela, Eduardo Dantas, afirmou, neste domingo, que a concessionária não foi procurada em nenhum momento pela prefeitura. O executivo alega que a decisão publicada no D.O. não tem respaldo legal:

– Soubemos pela imprensa, durante a semana, que o prefeito falou do desejo pessoal de encerrar o contrato, mas não recebemos contato formal. Entendemos que o que está sendo feito é um abuso sem respaldo jurídico. Ele já tentou por três vezes levantar a cancela e conseguimos em todas as ocasiões garantir na Justiça o direito de operação. Temos um contrato válido até 2037 que cumprimos rigorosamente. O pedágio não é simpático, mas é a contrapartida pelos altos investimentos que foram e são feitos – disse o executivo.

Operação em segredo

A operação pegou os servidores de surpresa. Por volta das 21h, representantes de diversos órgãos foram convocados pelo secretário municipal de Transportes, Paulo Cezar Amêndola, para uma operação na Linha Amarela. O ponto de encontro foi marcado na Praça do Pedágio. No entanto, não foi dito com antecedência qual seria o alvo. Crivella anunciara que na terça-feira oficializaria o fim da concessão no Diário Oficial. No entanto, antecipou a medida publicando uma edição extra do D.O. datada da última sexta-feira.

Na publicação é declarado o fim do “contrato de concessão na presente data”. O documento ainda traz a determinação para a Controladoria promover “os cálculos dos valores que são devidos pela Concessionária ao Município”.

Crivella inaugura Linha 3 do VLT e diz que Rio deve dar preferência a transporte não poluente

Sete meses após chamar o sistema VLT de “porcaria” por causa dos custos mensais de subsídios, o prefeito Marcelo Crivella fez vários elogios ao participar, na manhã deste sábado, da inauguração da Linha 3 do modal, que liga a Central do Brasil ao Aeroporto Santos Dumont passando pelas avenidas Marechal Floriano e Rio Branco, no Centro. O prefeito fez o desabafo alegando que estimativas mostravam que o município teria que investir R$ 18 milhões mensais no sistema para cobrir o déficit de passageiros estabelecido em contrato.

Nesta manhã, no entanto, Crivella não só deu um passeio inaugural num VLT da Linha 3 como teceu elogios ao presidente do modal, Márcio Hannas. Decreto assinado pelo prefeito no dia 15 estabelece um ajuste entre o movimento diário de passageiros inicialmente esperado e a quantidade real registrada.

— Ele (Márcio Hannas) foi fundamental nessa negociação. Pelo contrato original nós teríamos que pagar nesse momento umas 120 mil passagens diariamente para cobrir aquilo que foi previsto lá atrás, uma demanda de 260 mil passageiros. Cento e vinte mil passagens por dia a R$ 3,80 cada uma seriam R$ 500 mil por dia. R$ 180 milhões no final de um ano. Nós tivemos uma longa conversa, foram meses de discussão para que a gente pudesse mostrar a eles que o Rio de Janeiro em crise não tem condições de atender a essa demanda. E, ao final, eles concordaram conosco. Tanto que o Rio não vai pagar nenhuma passagem adicional neste primeiro momento — comentou Crivella.

O próprio Hannas reconheceu que as primeiras estimativas foram muito além da realidade de hoje.

Duzentos e sessenta mil passageiros foi uma previsão feita num momento em que a economia estava num crescente. Hoje, a única certeza de previsão é que ela vai estar errada. E não significa dizer que foi um erro de partida. Foi um cenário construído que tinha uma série de premissas que não aconteceram. Uma delas foi a reorganização do próprio transporte aqui no Centro, o que ainda não foi feito e está agora na discussão do grupo de trabalho formado para a gente discutir. Outra premissa que existia era o desenvolvimento da região portuária. Naquela época se achava que a região portuária estaria muito mais populada por empresas, por moradias. Isso também não aconteceu na velocidade que estava prevista lá atrás. Se as premissas de há seis anos estivessem acontecendo a gente estaria nessa demanda. Não dá para dizer que foi um erro. Foi uma previsão com suas imperfeições – ponderou.

Na solenidade de inauguração do serviço, que contou com um grande bolo e uma charanga, que tocou marchinhas e o hino do Flamengo, para surpresa de Crivella, que depois pediu, sem sucesso, que os músicos tocassem o hino do Vasco da Gama, seu time. Durante a festa, o presidente da Sociedade Amigos da Rua a Carioca (Sarca), Roberto Cury, chegou a saudar o prefeito e a chamá-lo de Marcelo Alencar, ex-prefeito e ex-governador falecido em 2014.

O decreto municipal criou um grupo de trabalho composto por técnicos da prefeitura e da concessionária que opera o VLT. O objetivo da equipe é ajustar questões contratuais. Elas serão debatidas ao longo dos próximos dez meses. Um dos pontos principais analisados pelo grupo de trabalho será o ajuste entre o movimento diário de passageiros inicialmente esperado e a quantidade real registrada. O contrato original estabelecia que a Prefeitura garantiria a demanda de 85% de 260 mil pessoas por dia. Um número que se mostrou irreal na prática e geraria prejuízo aos cofres públicos municipais.

O grupo de trabalho também vai discutir outros pontos como a possibilidade de retirar de circulação algumas linhas de ônibus no Centro do Rio, além de um possível ajuste na tarifa do VLT e do seu funcionamento 24 horas por dia. A equipe, formada por sete representantes da Prefeitura e quatro da concessionária VLT Carioca, poderá contar ainda com integrantes de outras entidades. O relatório final está previsto para ser entregue até 31 de agosto de 2020.

Com a Linha 3, o sistema passa a ter uma rede de 28 quilômetros de trilhos, 29 paradas e estações e 32 trens, que circulam desde junho de 2016 no Centro e na Região Portuária. São 10 paradas, sendo três novas: Cristiano Ottoni-Pequena África (na região da Central), Camerino-Rosas Negras (na Marechal Floriano) e Santa Rita-Pretos Novos (também na Marechal Floriano). Os nomes são homenagens a ícones da cultura africana, batizados em consenso com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e entidades do movimento negro e sociedade civil.

O presidente do VLT Carioca, Márcio Hannas, disse qiue a Linha 3 vai fazer com que o tempo do fluxo de trens na Avenida Rio Branco diminua pela metade, passando para três minutos e meio entre um veículo e outro.Inauguramos hoje a terceira linha. Vai fazer o trecho da Central (do Brasil) até o Aeroporto Santos Dumont, passando aqui pela Avenida Marechal Floriano e integrando com a Linha 1 na Avenida Rio Branco. Isso vai permitir o deslocamento entre o Santos Dumont e a Central em 18 minutos.

Para o trânsito da cidade é mais um ganho, mais uma forma de se deslocar pela cidade. Tem um benefício muito grande porque como a gente compartilha a Linha 3 e Linha 1 na Avenida Rio Branco vai permitir com que o intervalo entre os trens seja de três minutos e meio, facilitando ainda mais o deslocamento da população de trabalhadores aqui na Rio Branco. Hoje, temos em torno de 80 mil passageiros transportados em dias úteis pelo VLT e a expectativa com a inauguração da Linha 3 é que a gente chega a 100 mil passageiros nos dias úteis. Já são 100 mil trabalhadores beneficiados por este transporte moderno, seguro, eficiente e não poluente, principalmente – salientou.

As paradas Central e Cristiano Ottoni-Pequena África terão serviço compartilhado com a Linha 2; já as paradas Candelária, Sete de Setembro, Carioca, Cinelândia, Antônio Carlos e Santos Dumont atenderão às Linhas 1 e 3. Nos trechos compartilhados, os intervalos entre os trens serão de aproximadamente 3,5 minutos, como já acontece atualmente na região da Rodoviária.

Em três anos de operação, o VLT Carioca ultrapassou a marca de 50 milhões de passageiros transportados. A expectativa com a nova linha é que, já nos primeiros meses, o total de passageiros ultrapasse a marca de 100 mil usuários por dia útil.

O novo serviço de transporte vai entrar na rotinha de Cláudia Brito, de 49 anos, funcionária de uma operadora de telefonia na Rua Beneditinos, no Centro. Para ir até a Central do Brasil e pegar um trem para Santa Cruz, onde mora, ela costumava pegar um ônibus na Avenida Presidente Vargas ou um trem da Linha 2 do VLT. Caminhava muito mais do que aconteceu na tarde deste sábado. Foram menos de cem metros até a Estação Santa Rita-Pretos Novos, onde aguardou por cinco minutos a chegada de um trem vindo do Aeroporto Santos Dumont.

_ Agora, será uma vez só e mais rápido. Costumava pegar ônibus para a Central. Sempre muito cheio. E eu andava muito até a Presidente Vargas. Descobri hoje que posso economizar um bom tempo pegando o VLT nesta estação. É um transporte muito bom, além de não poluir o meio ambiente – elogiou.

A analista de sistemas Raquel Oliveira, de 40 anos, fez um curso relâmpago de eletricidade no Palácio das Ferramentas e queria ver uma exposição em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Estava com a mão de 68 anos e descobriu a novidade da Linha 3.

_ O trem passa na Avenida Rio Branco. Para nós será ótimo. Moro em Botafogo e venho pouco aqui. Mas só em saber que agora também há esta opção é muito boa. Vamos para o CCBB com mais conforto e rapidez. Se não fosse isso teria que procurar um táxi – contou Raquel.

MRV lançará condomínio com geração de energia solar no Rio de Janeiro

A MRV, maior construtora e incorporadora da América Latina, vai investir R$ 46 milhões na construção do Residencial Amaro, na Região do Engenho de Dentro, no Rio de Janiero. O empreendimento, que será composto por quatro torres, contará com placas fotovoltaicas para a geração de energia solar para atender as áreas comuns, reduzindo o custo condominial.

A área ocupada para a construção do condomínio fechado é de 12,5 mil metros quadrados, localizado na Av. Amaro Cavalcanti com Rua Pompílio de Albuquerque. No total serão 444 unidades de dois quartos com opção de suíte e varanda, além de vaga de garagem para todas as unidades. A área de lazer incluirá salão de festas, playground, pet place, salão de jogos, espaço gourmet, piscinas adulto e infantil, espaço kids, gazebo, bicicletário e bikes compartilhadas.

“O empreendimento será localizado numa área nobre na Zona Norte, ao lado da Linha Amarela. As quatro torres terão elevadores e placas fotovoltaicas”, disse Eduardo Alves De Araujo Rodrigues, gestor de vendas da companhia.

O executivo acrescenta que a MRV sempre procura seguir as necessidades e tendências do mercado para não só aprimorar e inovar em seus produtos, mas também oferecer a melhor forma de financiamento aos seus clientes. “As unidades serão comercializadas a partir de R$ 210. Algumas se enquadram ao programa Minha Casa Minha Vida e outras poderão ser adquiridas por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) com taxa de juros a partir de 2,95% ao ano”, explicou.

A MRV é a primeira construtora da América Latina a trazer a energia solar fotovoltaica em larga escala para o segmento de imóveis econômicos, uma forma de energia limpa e inesgotável. Até 2022, 100% das unidades habitacionais da companhia serão lançadas com essa tecnologia.