Consultoria recomenda ao governo pagar ‘bônus’ para quem reduzir consumo de energia

A PSR Energy, maior consultoria de energia do país, recomendou ao governo pagar um “bônus” para os consumidores residenciais reduzirem o consumo de eletricidade, por conta do agravamento da crise hídrica. O nível baixo dos reservatórios das hidrelétricas ameaça o fornecimento de energia e obrigou o governo a tomar uma série de medidas para garantir o suprimento.

O modelo proposto pela PSR prevê o pagamento para quem conseguir economizar ao longo de um mês, por exemplo. O Ministério de Minas e Energia negocia com a indústria um programa para cortar o consumo apenas nos horários de pico em troca de dinheiro ou redução na tarifa.

“A PSR recomenda que sejam analisadas de imediato alternativas para redução do consumo nas horas de ponta (pico), inclusive aquelas voltadas para o ambiente de contratação regulada (consumidores residenciais), que pode participar de um programa voluntário de resposta pela demanda mediante incentivo financeiro explícito, bônus por redução de consumo”, diz relatório da consultoria.

A empresa também recomenda ao governo que a comunicação com a sociedade sobre a “gravidade da crise seja realizada de forma transparente e frequente”, além de sugerir a contratação emergencial de usinas de geração de energia.

As recomendações da PSR são decorrentes de um cenário ainda mais adverso para a geração de energia ao longo deste ano, na comparação com as previsões feitas em junho. “A probabilidade de problemas de suprimento de energia ainda em 2021 é significativa se ocorrer o cenário de demanda mais elevada”, diz o texto.

A consultoria trabalha com um crescimento de 9% do consumo entre agosto e dezembro, equivalente a um crescimento de 7,8% do ano completo de 2021 em relação a 2020 — o ano passado registrou um tombo no consumo, por conta da pandemia de Covid-19.

Nesse caso, a PSR afirma que haverá a necessidade de racionamento entre 2,7% e 6,8% da carga de energia de setembro a novembro. “Como racionamentos pequenos seriam politicamente inaceitáveis, a PSR acredita que haja espaço para sua mitigação via ações de gestão operativa e mesmo via estímulos financeiros para ações de redução de consumo voluntárias que podem atingir todo o país e todos os consumidores”, acrescenta o relatório.

A PSR ressalta que as análises de suprimento apresentadas dependem da hipótese de que as hidrelétricas com reservatórios têm ampla capacidade de modular a geração de energia. Por outro lado, se houver restrições para para hidrelétricas de porte significativo, o risco para o suprimento de potência pode ser maior.

O Globo

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