Ciclo imobiliário precisa ser mais célere para melhorar ambiente de negócios

Mesmo com o cenário adverso advindo da pandemia do coronavírus, o mercado imobiliário está ativo e não foi desestimulado com a situação, pelo ao contrário conseguiu se manter e foi alavancado pelo desejo contínuo do imóvel, disse Carlos Henrique Passos, presidente da Comissão de Habitação de Interesse Social (CHIS) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), durante entrevista ao Radar Imobiliário, na rádio Metrópole.

Passos destacou que o modelo digital e as plataformas de assinatura de contrato, além de novos processos e métodos implantados ajudaram nessa evolução e não serão mais abandonados.

Mas ao apontar um panorama para o segundo semestre deste ano até com o avanço da imunização e a retomada da economia através do consumo e da movimentação normal, ele alerta sobre o volume superior de venda em relação aos lançamentos imobiliários. Isso porque é necessário um equilíbrio de oferta e demanda, pois isso influencia diretamente nos valores dos imóveis, que podem subir.

Crédito imobiliário

Na semana passada, a CBIC realizou uma reunião virtual com a presidente de Abecip (Associação Brasileira de Entidades de Créditos Imobiliário e Poupança), Cristiane Portella, e ela apresentou números positivos e o crescimento do mercado de crédito imobiliário que reflete diretamente nos negócios imobiliários.

Segundo Carlos Henrique, isso também é incentivado pelas baixas taxas de juros, mesmo com a quarta alta da Selic, que chegou a 5,25%, mas também pelas modalidades de financiamento imobiliário, como a mais tradicional que é a TR (Taxa referencial), além do IPCA ou poupança. As alternativas são disponibilizadas para cada perfil de cliente. Inclusive, ele disse que comparado a outros empréstimos, o crédito para casa própria é o mais barato.

Além disso, há a opção de disponibilizar a casa como garantia e ter um empréstimo mais acessível com juros que se adequam à realidade de cada um, sendo mais uma alternativa no mercado imobiliário, disse Passos.

Já sobre o financiamento voltado para produção, ou seja, para a construção de empreendimentos, Carlos Henrique ressaltou que no momento não há dificuldades para essa contratação, mas é importante ficar atento ao movimento que é discutido no Banco Central, que é o regulamento de um novo nível do Acordo de Basileia, tratado que regula o funcionamento dos bancos para mitigar os riscos.

Inclusive nesse ponto, houve uma reunião com o diretor de normas da instituição devido a informações errôneas em torno do risco da operação de produção que afeta o mercado imobiliário. “É importante todo o setor ficar a par do Acordo de Basileia 3 e se unir para discutir essas questões que podem prejudicar o setor”.

Mas voltando às ações que motivam os negócios imobiliários, Passos citou a criação da Central de Recebíveis, que tem como objetivo dar mais transparência aos processos e ampliar o acesso ao crédito de incorporadores imobiliários. E também aperfeiçoar os mecanismos de gestão das garantias, disciplinando as regras de registros de recebíveis no processo de financiamento à produção.

Liberação de alvarás

Uma outra etapa muito importante no ciclo imobiliário é o de liberação de projetos através das prefeituras. As empresas citam muitas dificuldades em relação a falta de processo e otimização, o que acarreta em burocracia e atraso no lançamento. Reflexo disso é a redução na geração de emprego e renda, além do aumento do déficit habitacional.

Segundo Carlos Henrique, um estudo feito pela CBIC mostrou que o custo médio de carregamento com excesso de burocracia tem um acréscimo de 12%.

Reforma Tributária

Inicialmente o projeto assustou todo o setor, principalmente no quesito de tributar lucros e dividendos, inclusive dos fundos imobiliários. Mas após conversas, principalmente com o relator da reforma tributária na Câmara, deputado Celso Sabino (PSDB-PA), conseguimos um avanço e mudanças que vão melhorar o ambiente de negócios, disse.

Radar Imobiliário

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