FIIs: gestores veem oportunidades em fundos “de papel” e em segmentos que ficaram defasados com a pandemia

O ano tem sido difícil para o mercado de fundos imobiliários. O Ifix, que reúne os principais FIIs negociados na Bolsa brasileira, acumula queda de quase 6% em 2021, depois de amargar uma baixa de mais de 10% em 2020.

Ciclo de alta dos juros, indefinição sobre a pandemia e incertezas políticas e fiscais estão entre os fatores que explicam o desempenho dos fundos imobiliários.

No primeiro painel do FII Talks, evento de fundos imobiliários promovido pelo InfoMoney, alguns dos principais gestores de fundos de fundos desse mercado apontaram como encontrar oportunidades em meio a esse cenário adverso.

As análises foram feitas por André Freitas, CEO e CIO da Hedge Investments; Caio Conca, sócio responsável pela área imobiliária da Capitânia; e Leonardo Sant’Ana, gestor da XP Asset.

Para oe gestores, no curto prazo, os fundos imobiliários “de papel”, que investem em títulos ligados ao mercado imobiliário, seguem como os mais atrativos. Os FIIs que possuem títulos indexados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário) têm se beneficiado com a alta dos juros. Em setembro, o Banco Central elevou a taxa básica de juros da economia, Selic, para 6,25% ao ano. Foi a quinta elevação consecutiva da taxa que, em janeiro, estava em 2%.

“Com a elevação da taxa de juros, os rendimentos dos fundos de papel atrelados ao CDI tendem a aumentar. Após a divulgação do índice, há uma defasagem em torno de três meses até a distribuição de rendimentos para o investidor. Então, há muita inflação acumulada a ser distribuída para os investidores no curto prazo”, explica Leonardo Sant’Ana.

Já o segmento de fundos “de tijolos”, como os que investem em escritórios, shoppings e ativos logísticos, tende a sofrer em momentos de alta dos juros. Mas os gestores veem oportunidades nesses segmentos também.

Com a pandemia, fundos que investem em shoppings e escritórios perderam atratividade, e os valores dos imóveis que fazem parte do portfólio destes FIIs ficaram muito defasados nos últimos dois anos. Na visão dos entrevistados, estão baratos.

“Às vezes a gente fica olhando o rendimento (dividendo) pago pelo fundo de papel (11%) e o de escritório (8%), mas o ganho de capital que pode haver no preço dos imóveis com esta defasagem é significativo”, diz André Freitas, que calcula retornos de até 25%. Para reforçar a análise, ele cita a negociação desta semana envolvendo o Pátio Victor Malzoni, em São Paulo (SP).

O Bluemacaw Catuaí Triple A (BLCA11) comprou seis lajes do edifício considerado um marco da Avenida Brigadeiro Faria Lima, coração financeiro da capital paulista e uma das regiões mais cobiçadas pelo segmento de escritórios. O negócio saiu por quase R$ 40 mil o metro quadrado, bem acima do que vinha sendo negociado nos últimos meses.

Para os analistas, o segmento de logística segue atrativo e o de shoppings começa a se recuperar com a reabertura dos complexos comerciais pelo país. Aproveitando os descontos atuais, ambos representam oportunidades para o médio e o longo prazos, de acordo com os especialistas.

Na avaliação de Caio Conca, no médio prazo, o segmento de lajes corporativas é a melhor oportunidade para ganho de capital, mas há alternativas mais simples para quem quer começar agora. “Tem fundo de fundo (FOF) sendo negociado com desconto de até 20% do valor patrimonial, que é o valor de mercado dos fundos”, destaca.

“Para quem está entrando no mercado agora e não sabe o que comprar, o FOF é uma forma simples de pegar esta potencial subida dos fundos imobiliários”, completa.

InfoMoney

Valor 1000: Cyrela atua da baixa renda ao altíssimo padrão

Quando passou a presidência-executiva da Cyrela a dois de seus filhos — Efraim Horn e Raphael Horn — em maio de 2014, o fundador da companhia, Elie Horn, chorou. Em entrevista ao Valor, em setembro daquele ano, ele contou que, na entrega do bastão, sentiu que “estava passando a filha, em casamento, a alguém”. “Fiquei triste porque a filha saiu de casa, mas feliz porque ela casou muito bem”, disse o fundador da Cyrela na ocasião. Seis anos depois da transição de comando, a companhia recebe o prêmio de campeã Valor 1000 na categoria Empreendimentos Imobiliários.

Efraim e Raphael, com 41 anos e 39 anos, respectivamente, seguem à frente da Cyrela, como copresidentes, cada um cuidando dos assuntos com os quais têm mais aptidão. Efraim responde pelas áreas operacional, de produtos, marcas e vendas, enquanto Raphael fica com os segmentos administrativo e financeiro. O pai preside o conselho de administração. “Dr. Elie é o xerife que monitora o fluxo de caixa da companhia e traz as experiências do passado. Ele nos ensina a ser uma empresa com lucro e a fazer diferença na vida das pessoas”, conta Efraim.

Mais tradicional incorporadora brasileira e segunda maior em tamanho — atrás apenas da MRV&Co —, a Cyrela desenvolve empreendimentos da baixa renda ao altíssimo padrão. Com a marca Cyrela, sua principal, a companhia atua no alto padrão e luxo. A marca Living se destina à média renda, enquanto a Vivaz é utilizada nos projetos enquadrados no programa Casa Verde e Amarela. Neste ano, os lançamentos as classes média e alta responderão por 70% do total e os do programa habitacional, por 30%.

Segundo Efraim, o bom momento vivido pela Cyrela reflete decisões que começaram a ser tomadas em 2013, quando a companhia decidiu sair da maior parte de suas praças de atuação e se concentrar nos Estados em que apresentava os melhores desempenhos — São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Margens atrativas dos empreendimentos se tornaram prioridade em relação aos volumes, e a companhia reforçou a busca de assertividade dos projetos. “Ano após ano, temos resultados superiores ao do ano anterior, a safra fica um pouco melhor.”

Os avanços se referem, segundo o vice-presidente, não só ao total lançado e vendido, mas também à qualidade dos terrenos, às diferentes estratégias adotadas para cada uma das marcas e ao crescimento das joint ventures. Três das joint venture da Cyrela também são listadas em bolsa — Cury, Lavvi e Plano&Plano.

Para este ano, a Cyrela projeta crescimento moderado em relação ao Valor Geral de Vendas (VGV) lançado e comercializado em 2020, afirma o diretor financeiro e de relações com investidores, Miguel Mickelberg. No ano passado, considerando-se a parcela dos sócios nos projetos, a Cyrela lançou R$ 5,84 bilhões e vendeu R$ 4,93 bilhões. De janeiro a junho, o VGV apresentado ao mercado somou R$ 2,35 bilhões e as vendas totalizaram R$ 2,59 bilhões.

Nos primeiros meses da pandemia, o setor de incorporação — com destaque para os padrões médio e alto — foi bastante impactado, com postergação de lançamentos e queda do ritmo de comercialização de imóveis. “Fomos sugados por um buraco negro. Em junho de 2020, decidimos tentar oferecer ao mercado produtos bem posicionados para atender às necessidades de moradias, que foram muito bem aceitos”, afirma Efraim.

O copresidente ressalta a mudança da relação das pessoas com seus lares em decorrência do isolamento provocado pela pandemia. “Nada é mais importante para a felicidade da família do que um ambiente em que seja possível morar, se divertir e trabalhar”, diz. Segundo ele, com a mudança de percepção, aumentou a busca pela “moradia dos sonhos”. “A velocidade de vendas [de imóveis] cresceu, assim como a disposição de pagar mais por algo especial”, afirma.

Outro fator positivo para o mercado imobiliário destacado pelo copresidente são as taxas de juros em níveis ainda baixos, apesar do ciclo de alta da Selic. Por outro lado, os custos de construção seguem pressionados. “Mas o INCC [Índice Nacional de Custo da Construção] tende a ser bem menor, nos próximos 24 meses, do que foi nos últimos 24 meses”, compara Efraim. Para ele, não há riscos no curto e no médio prazos, além dos habituais. “Estamos muito mais preparados para os próximos cinco anos do que estávamos em 2010”, diz.

Nem mesmo o cenário de incertezas em 2022 decorrente das eleições presidenciais abala o otimismo do copresidente. “Nós nos preparamos para que todos os anos sejam como 2022. Já vivemos diversos tiros como crise de moeda, escassez de emprego, pandemia, inflação elevada e excesso de oferta”, afirma Efraim. Segundo ele, desde 2014 a empresa busca terrenos que sejam como “submarinos” e possam flutuar em momentos de tempestades e tsunamis. A intenção é sempre desenvolver projetos “que tenham um lugar ao sol, mesmo que a venda ocorra mais devagar”.

No fim de junho, a Cyrela tinha em seu banco de terrenos o correspondente ao VGV total de projetos de R$ 32 bilhões — R$ 26,8 bilhões para o alto padrão, R$ 3 bilhões para o médio e R$ 2,2 bilhões para o programa Casa Verde e Amarela.

Dos balanços do segundo trimestre das incorporadoras com prioridade nas rendas média e alta, o da Cyrela foi um dos que mais agradaram ao mercado. No período, a companhia elevou seu lucro líquido em 294%, na comparação anual, para R$ 267 milhões. A receita líquida cresceu 102%, para R$ 1,18 bilhão. A margem bruta aumentou de 30,2% para 36,6%.

Em agosto, o Bradesco BBI deu início à cobertura da Cyrela como sua nova “top pick” entre as incorporadoras de médio e alto padrão, com recomendação de compra para as ações da companhia e preço-alvo de R$ 28 para os papéis. Na ocasião da divulgação do relatório da corretora, isso significava potencial de valorização de 54% para as ações. No entendimento do Bradesco BBI, a Cyrela está a caminho de entregar retorno sobre patrimônio (ROE) de 15%, neste ano, o maior desde a oferta inicial de ações (IPO) da companhia, em 2006.

A Cyrela tinha alavancagem medida por dívida líquida sobre patrimônio líquido de 8,9% no fim de junho. No segundo trimestre, a incorporadora gerou caixa de R$ 87 milhões e, no acumulado do primeiro semestre, de R$ 157 milhões. Como a companhia está em fase de crescimento, não há expectativa de geração de caixa expressiva nos próximos 12 meses, segundo o diretor de relações com investidores. A tendência, de acordo com Mickelberg, é que os recursos continuem a ser direcionados para o pagamento de dividendos aos acionistas.

Valor Econômico

Rooftop aloca 80% do primeiro fundo com expectativa de retorno de 30% a.a.

A Rooftop, proptech que oferece gestão inteligente de transações ao conectar imóveis em situações especiais a potenciais compradores e investidores, alocou 80% do seu primeiro fundo, chamado ROOF11, com patrimônio líquido de R$ 80 milhões. A BlueMacaw, gestora de fundos de investimentos imobiliários alternativos, é acionista da operação e prevê um retorno sobre capital investido de 30% ao ano.

Um total de 170 imóveis residenciais foram comprados pelo fundo, sendo 66% dos quais localizados na cidade de São Paulo. O valor médio das unidades é de R$ 400 mil, compradas com 40% de desconto em relação ao valor de mercado, e a expectativa de retorno anual para os investidores é de 30%. As primeiras unidades compradas pelo fundo no primeiro semestre deste ano, já desembaraçadas, foram revendidas. A Rooftop atua nos chamados imóveis em situações especiais, que são aqueles retomados por bancos ou atrelados a algum processo judicial, e utiliza tecnologia que permite monitorar essas unidades vinculadas a processo judicial, extrajudicial, leilão ou pendente de regularização.

Após o mapeamento e investigação detalhada da situação de cada imovel, a proptech realiza a aquisição e regulariza as unidades para venda sempre com valor abaixo do mercado, para atrair os potenciais clientes, sejam eles investidores locais ou clientes finais. “As revendas das primeiras unidades regularizadas já apresentam uma TIR líquida expressiva superior a 50% em algumas transações, o que representa um desempenho significativo em relação à subscrição e ao mercado imobiliário”, afirma Daniel Gava, fundador e CEO da Rooftop.

Roberto Dib, sócio e gestor do portfólio do BlueMacaw Renda+ FOF – FII, explica que o fundo Renda+ decidiu investir no fundo ROOF11 porque viu uma oportunidade de acessar um mercado com margens atrativas de uma forma profissionalizada. Tudo isso com escala sustentada por tecnologia em um momento particularmente interessante, dada a situação econômica pós-covid. “Um total de 15% dos ativos do FOF Renda+ foram adquiridos em ofertas restritas, não abertas ao público em geral, que conseguimos acessar devido à nossa base de relacionamentos. Tais investimentos não estão disponíveis para o investidor comum”, destaca.

Programa InCasa

Além da aquisição, regularização e venda de imóveis especiais, a Rooftop também atua com o programa Rooftop InCasa, que tem a proposta de ajudar proprietários de imóveis quitados ou vinculados a um financiamento bancário e que estejam passando por dificuldades financeiras, correndo o risco de ter a propriedade retomada por meio de processos judiciais e extrajudiciais. Também se aplica a donos de imóveis que simplesmente estão sem acesso a banco e capital.

O programa compra o imóvel pagando à vista e o antigo proprietário permanece como locatário, com direito contratual de recomprar em até 36 meses pelo mesmo valor que vendeu atualizado pelo IPCA. Também há a possibilidade de venda a terceiros. É uma alternativa a empréstimo bancário para quem teve pedido de crédito consignado com imóvel como garantia negado.

A ideia foi do fundador e CEO Daniel Gava que investe seus recursos pessoais há mais de 10 anos em imóveis adquiridos via leilões para revenda no mercado imobiliário. Daniel percebeu que muitas famílias poderiam ter mantido seus lares se tivessem uma alternativa que oferecesse liquidez imediata, evitando assim as perdas do investimento realizado na casa própria atreladas aos descontos aplicados nos leilões. Às vezes, dívidas de pequeno ou médio porte prejudicam muito o patrimônio de quem perde o imóvel. A Rooftop já iniciou a estruturação de um novo fundo, com previsão de captar R$ 250 milhões, que combina as duas estratégias da empresa.

Jornal da Economia

Defensor do horário de verão diz que Brasil deveria seguir exemplo do Paraguai

Empresários do setor de turismo, que querem a volta do horário de verão, agora vão usar o exemplo do Paraguai para tentar convencer Bolsonaro a retomar a prática no Brasil. O horário especial começa no próximo domingo (3) no país vizinho e vai até março de 2022.

“Se até o Paraguai, que é binacional com o nosso país pela Itaipu, reconhece que o horário de verão é importante, o presidente e o ministro de Minas e Energia [Bento Albuquerque], precisam parar de ser teimosos mesmo sabendo que é uma alternativa viável e benéfica ao combalido setor do turismo”, diz o Fábio Aguayo, diretor da CNTur, que iniciou a pressão sobre o governo.

Ele afirma que o país vizinho entende que a mudança no relógio é uma estratégia para reduzir o consumo de energia elétrica neste momento.

O movimento encabeçado por Aguayo, desde junho, ganhou apoio de outros setores, como restaurantes, shopping centers, entidades do setor elétrico e de defesa do consumidor.

O governo ainda sinaliza resistência. O Ministério de Minas e Energia já disse que a medida teria impacto limitado no consumo de eletricidade e não ajudaria a enfrentar a crise energética atual.

O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) divulgou um estudo em que concluiu que a retomada do horário de verão não terá impacto no enfrentamento da crise energética, já que o programa não é mais garantia de economia de energia.

Folha de SP, coluna Painel

Banco Central dá força a cenário de Selic acima de 9%

Os sinais de que a duração do ciclo de aperto será a variável chave de ajuste da política monetária do Banco Central foram reforçados, ontem, com a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O mercado, assim, continua a ver a Selic em níveis cada vez mais altos e, embora algumas casas continuem a esperar pelo Relatório de Inflação (RI), outras já ajustaram suas projeções após a ata.

No documento, o Copom apontou que a assimetria do balanço de riscos para a inflação “afeta o grau apropriado de estímulo monetário, justificando, assim, uma trajetória para a política monetária mais contracionista do que a utilizada no cenário básico”.

Cabe lembrar que, no cenário do Copom, a taxa de juros terminaria este ano em 8,25% e chegaria ao fim de 2022 em 8,5%, o que levaria a uma inflação de 3,7% em 2022, acima, portanto, do centro da meta.

“Diante das projeções que o Copom comunicou na semana passada e que foram repetidas na ata, ficou claro que eles têm uma Selic terminal mais alta do que tinham incorporado nas projeções, dado o que é a projeção do cenário básico e que o balanço de risco continua assimétrico para cima. Então, a gente já via risco para cima na nossa Selic terminal de 8,5% e isso materializou hoje [ontem] uma revisão de cenário para 9,5% como ponto terminal do ciclo”, afirma o economista-chefe para Brasil do BTG Pactual, Claudio Ferraz.

“Vemos duas altas de 100 pontos-base, na reunião de outubro e dezembro. Conforme o peso de 2023 começa a ser mais relevante que o de 2022, no ano que vem, vai se aproximar, em tese, do fim do ciclo e ele poderia entregar duas últimas de 75 pontos-base e 50 pontos-base”, diz Ferraz.

Ele, porém, enfatiza que o cenário irá depender da evolução das expectativas de inflação e do quadro fiscal. “Incertezas adicionais, sinais negativos para o arcabouço fiscal, dúvidas maiores podem ensejar que mantenha essa passo dos 100 pontos-base por mais tempo.”

Na avaliação de Luiz Maciel, sócio e economista-chefe para Brasil do Bahia Asset Management, o juro básico também deve encerrar o ciclo em 9,5%, mas há um viés altista nas projeções para a taxa. “Temos um cenário de inflação bem mais pressionada à frente”, afirma Maciel, cujas projeções apontam para o IPCA em 8,9% neste ano e em 4,7% em 2022.

“O risco da inflação ficar acima da meta também em 2023 é considerável. Temos preocupação com a persistência da inflação”, observa o economista do Bahia Asset. Ele aponta, adicionalmente, que os riscos fiscais têm dificultado o trabalho do BC de combate às pressões inflacionárias. “O Brasil está tentando controlar a inflação com gasolina. Se o risco fiscal for aumentando, não vai adiantar e teremos que aumentar mais os juros. O BC joga água, mas tem uma ala do governo que tem jogado gasolina”, diz o economista, ao se referir a pressões por mais gastos.

O chefe de pesquisa para América Latina do BNP Paribas, Gustavo Arruda, manteve seu cenário de Selic inalterado, ao projetar uma taxa que chega ao fim deste ano em 8,25% e que termina o ciclo em 10%. “Como estamos mais preocupados com inflação e achávamos que o BC poderia ter acelerado o passo, a ata nos pareceu mais suave”, diz o economista.

Arruda lembra que, na ata da reunião de agosto, a autoridade monetária considerava que deveria reforçar o compromisso inequívoco com a meta de inflação, mas, no documento divulgado ontem, esse trecho foi retirado. “Ele deveria ter mantido. As expectativas de inflação continuam desancorando tanto no Focus quanto nas implícitas e o papel do BC é trazer a inflação para a meta. Seria importante manter o trecho, dada a dinâmica que temos observado nas expectativas”, avalia.

O economista também diz ter receio de que uma convergência das expectativas de inflação para a meta no horizonte relevante pode demorar mais do que a hipótese que está nos modelos do BC. “Achamos a ata menos preocupada com inflação do que nós estamos. Há uma justificativa de não subir mais rapidamente e parece que a barra fica muito alta para o BC acelerar o ritmo, sendo que nós sabemos que o cenário de agosto para setembro piorou bastante”, observa Arruda. O BNP Paribas, no momento, projeta o IPCA em 9% no fim deste ano e em 4,5% em 2022.

Também ontem, os economistas do Citi passaram a projetar que a Selic terminará o ciclo em 9%. “De forma geral, a decisão e a comunicação do Copom sugeriram que a autoridade monetária está se inclinando a uma abordagem mais flexível da meta de inflação, acomodando maiores riscos de inflação dentro da banda da meta, com a convergência se materializando somente em 2023″, afirmam.

O Citi também espera que a inflação fique acima do centro da meta no próximo ano, ao projetar o IPCA em 4,3% em 2022. De acordo com os economistas, a “abordagem de meta de inflação aparentemente mais flexível do BC sugere um processo desinflacionário mais gradual”.

Valor Econômico

Empresas inclusivas têm funcionários mais felizes

Funcionários de empresas com práticas inclusivas têm quase três vezes mais chances de serem felizes no trabalho do que equipes de companhias pouco abertas à diversidade. É o que garante um estudo global do Boston Consulting Group (BCG), obtido com exclusividade pelo Valor.

A pesquisa consultou 16 mil profissionais, de diferentes cargos, que atuam em empresas a partir de mil funcionários, em 16 países – 1.363 respondentes são do Brasil, ligados a companhias de setores como tecnologia, governo e educação.

“Foi positivo constatar que no Brasil, à semelhança das empresas internacionais, empregados de grupos inclusivos são mais felizes do que a média dos funcionários das demais companhias, numa proporção de 2,8 vezes”, explica Manuel Luiz, diretor executivo, sócio e líder da prática de pessoas e organização na América do Sul do BCG.

O estudo analisa ainda o sentimento de “inclusão” no ambiente de trabalho. Setenta e um por cento dos brasileiros se sentem incluídos, ante 69% globalmente, enquanto 13% se sentem excluídos no Brasil e no mundo. O restante não respondeu.

Apenas um em cada quatro dos funcionários globais que se consideram LGBTQIA+ revelariam sua orientação sexual para os colegas de trabalho. Entre os profissionais com alguma deficiência imperceptível ou problema de saúde, 25% não falariam sobre essas condições às chefias.

Na opinião do consultor, havia um conhecimento consolidado nas organizações, antes mesmo da pandemia, de que os programas de bem-estar são importantes para manter uma força de trabalho saudável, engajada e produtiva.

“Mas os empregadores focaram muito em iniciativas de saúde física e mental e deixaram de lado a inclusão, que faz os funcionários sentirem que podem ser aceitos sendo eles mesmos, sem esconder orientação sexual, raça e até aspectos de saúde”, analisa.

O executivo lembra que dar visibilidade e criar conscientização sobre iniciativas de inclusão com ações de comunicação é importante, mas não resolve tudo. Para uma empresa conseguir desenvolver uma cultura de inclusão verdadeira, é preciso apostar na experimentação e obter apoio das lideranças, destaca. “E estabelecer métricas e metas que confirmem o atingimento dos objetivos pretendidos.”

Valor Investe

Índice que reajusta aluguel cai mais do que o previsto em setembro

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) caiu 0,64%, em setembro, após alta de 0,66% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). Com esse resultado o índice acumula alta de 16,00%, no ano, e de 24,86%, em 12 meses. Em setembro de 2020, o índice havia subido 4,34% e acumulava alta de 17,94%, em 12 meses.

A queda foi maior do que a esperada pela mediana das estimativas de 27 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, de 0,45%, com intervalo das projeções indo de -1,1% a +0,03%.

“O minério de ferro continua influenciando o resultado do IGP-M. A queda de 21,74% registrada no preço desta commodity foi a principal contribuição para o resultado do índice. Sem o minério de ferro, o IGP-M teria registrado alta de 2,37% em agosto e de 1,21% em setembro”, afirma André Braz, coordenador dos Índices de Preços, em comentário no relatório.

Com peso de 60%, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 1,21% em setembro, após elevação de 0,66% em agosto. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou 1,62% em setembro. No mês anterior, o índice subira 2,22%. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de 8,28% para 4,38%, no mesmo período. O índice relativo a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, variou 1,31% em setembro, ante 1,49% no mês anterior.

A taxa do grupo Bens Intermediários variou de 2,11% em agosto para 1,66% em setembro. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes, cujo percentual passou de 3,01% para 0,02%. O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, subiu 1,91% em setembro, contra 1,97% em agosto.

O estágio das Matérias-Primas Brutas apresentou queda mais intensa, passando a taxa de -1,64% em agosto para -5,74% em setembro. Contribuíram para o recuo da taxa do grupo os seguintes itens: milho em grão (10,97% para -3,18%), soja em grão (7,78% para 0,21%) e minério de ferro (-15,32% para -21,74%). Em sentido oposto, destacam-se os itens cana-de-açúcar (0,92% para 1,43%), cacau (2,75% para 8,75%) e laranja (8,87% para 9,08%).

Com peso de 30%, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 1,19% em setembro, ante 0,75% em agosto. Seis das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Habitação (1,05% para 2,00%). Nesta classe de despesa, vale citar o comportamento do item tarifa de eletricidade residencial, cuja taxa passou de 3,26% em agosto para 5,75% em setembro.

Também apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos Educação, Leitura e Recreação (0,53% para 1,85%), Transportes (0,76% para 1,31%), Comunicação (-0,11% para 0,21%), Despesas Diversas (0,19% para 0,28%) e Vestuário (0,29% para 0,31%). Nestas classes de despesa, vale mencionar os seguintes itens: passagem aérea (3,17% para 16,22%), gasolina (1,55% para 2,77%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-0,26% para 0,42%), cigarros (-0,12% para 0,48%) e serviços do vestuário (0,12% para 0,78%).

Em contrapartida, os grupos Alimentação (1,17% para 1,10%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,42% para 0,38%) registraram decréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, destacam-se os seguintes itens: hortaliças e legumes (5,42% para 1,57%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (1,06% para 0,67%).

Com os 10% restantes, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,56% em setembro, repetindo a taxa do mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de agosto para setembro: Materiais e Equipamentos (1,17% para 0,89%), Serviços (0,78% para 0,56%) e Mão de Obra (0,00% para 0,27%).

Apesar de ser considerado o indicador do mês fechado, para o cálculo do IGP-M, são comparados os preços coletados do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do atual (o de referência) com os do ciclo de 30 dias imediatamente anterior.

Valor Investe

Governo estuda facilitar importação de produtos da cesta básica para reduzir preços

Preocupado com o impacto da inflação no bolso das famílias com menor poder de compra, o governo estuda medidas para aumentar a oferta de itens essenciais da cesta básica. Uma das saídas em debate na área econômica é a redução das tarifas de importação e outros tributos.  

— O Ministério da Economia está atento aos impactos da dinâmica inflacionária, sobretudo para as camadas mais pobres da população — disse ao GLOBO o secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz.

Ele também falou sobre a proposta brasileira, em negociação com o Mercosul,  de cortar em 10% as alíquotas usadas pelos sócios do bloco no comércio com terceiros mercados. O secretário enfatizou que o objetivo é dar continuidade ao processo gradual de reforma da Tarifa Externa Comum, (TEC). Mas admitiu que a queda pode ajudar a aliviar a pressão sobre a inflação.

— É fato que, qualquer processo de redução tarifária, ao tornar mais barato o acesso a bens e insumos internacionais, tende a impactar nos níveis de preços domésticos e, portanto, a aliviar a pressão sobre os mesmos.  

Ferraz ressaltou que a questão inflacionária não afeta apenas a economia brasileira: é um problema global, fruto da forte recuperação da economia mundial no cenário pós pandemia, somado à desorganização das cadeias de produção nacionais e internacionais.  

Afirmou que a redução de 10% da TEC foi acertada com o empresariado brasileiro. E lembrou o governo iniciou o processo de abertura econômica, com cerca de 1 mil linhas tarifárias de bens de capital e iinformática, em março deste ano.       

— Esse corte foi amplamente dialogado com o setor privado e simboliza o compromisso do governo com uma abertura econômica gradual e previsível, em paralelo com outras reformas voltadas para a redução do custo Brasil — afirmou.

Reserva de mercado

Sobre as divergências com a Argentina — que teme problemas com as indústrias locais, causados pela concorrência com produtos importados como tarifas menores — Ferraz argumentou que, desde que foi criada, em 1995, a Tarifa Externa Comum do Mercosul nunca foi reformada, apesar do forte avanço da globalização nas últimas décadas.

Acrescentou que a TEC é, hoje, duas vezes maior que a média internacional e se tornou um fator de perda de produtividade para a economia brasileira.

Para Ferraz, o Mercosul se transformou em “um grande projeto de reserva de mercado”. Perguntado se o Mercosul sobreviveria sem a Argentina, ele respondeu: 

— Entendo que a pergunta correta não é se o Mercosul sobreviveria sem a Argentina, mas se o Mercosul terá futuro sem uma ampla reforma que traga flexibilidade negociadora e tarifária aos sócios, com entrega de resultados concretos para nossas sociedades. 

De acordo com o secretário, o Brasil representa cerca de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) do Mercosul — de longe, a maior economia do bloco. Mas salientou que isso não significa que o país não reconhece a importância da Argentina e do bloco em si, como ferramenta potencial de inserção internacional.

—  Temos um Mercosul que acolhe a nossa falta de competitividade regional, com uma estrutura tarifária ainda baseada no modelo de substituição de importações da década de 50,  e que pune os empresários que querem crescer e competir e escala global, além dos nossos consumidores, sobretudo os mais pobres. O fato de que nunca reformamos a TEC desde a sua criação, há 25 anos, não é casual e sinaliza claramente este ponto.  

Para o consultor internacional, Welber Barral, a redução de 10% da TEC é buscada como um sinal de liberalização comercial. A expectativa é que a Argentina aceite essa queda tarifaria.

‘Comentário irrealista’

Barral criticou os comentários do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre os argentinos. Na última segunda-feira, por exemplo, Guedes sugeriu que a Argentina deixe o Mercosul, ao afirmar que “quem estiver incomodado que se retire”.

—O comentário é irrealista. A continuidade do bloco depende de negociações entre os principais parceiros, e o Brasil é obrigado a entender os problemas que a Argentina enfrenta, já que é nosso principal destino de exportação de manufaturados — afirmou. 

osé Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), não concorda que a redução da TEC terá impacto na inflação, pois o custo de importação não depende apenas da alíquota aduaneira, mas de outros fatores, como taxa de câmbio, burocracia, insegurança jurídica e custos portuários. 

— Porém, reduzir tarifa de importação, sem reduzir o Custo-Brasil, terá impacto negativo sobre a atração de novas empresas industriais e/ou sobre a permanência das já  instaladas no Brasil, afetando a geração de empregos — disse Castro. 

O Globo

Justiça impõe multa diária de R$ 30 mil para que SuperVia, governo do estado e União restaurem a estação da Leopoldina

 
Fachada da estação: pichações, sujeira e ferrugem no prédio tombado pelo patrimônio Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Fachada da estação: pichações, sujeira e ferrugem no prédio tombado pelo patrimônio Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

Janelas quebradas, fachada pichada, fissuras, restos de telas de obras iniciadas e não concluídas. O estado da Estação Ferroviária Barão de Mauá, a Leopoldina, é “deplorável” e “digno de dar vergonha”, afirma o juiz Paulo André Espirito Santo, da 20ª Vara Federal do Rio, na sentença que condenou a concessionária SuperVia, bem como a Companhia Estadual de Transportes e Logística (Central) e a União a reparar os danos causados ao espaço, inaugurado em 6 de dezembro de 1926. Os réus que descumprirem os prazos fixados na decisão estão sujeitos a multa diária de R$ 30 mil, limitada ao teto de R$ 12 milhões.

Com seus quatro andares na Avenida Francisco Bicalho, no Centro, esse patrimônio cultural e histórico foi fechado em 2001 para passageiros, remanejados, então, para a Estação Central do Brasil. O terminal de trens Barão de Mauá foi projetado pelo arquiteto inglês Robert Prentice e é tombado pelos institutos do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Estadual do Patrimônio Artístico e Cultural (Inepac).

— O arquiteto se inspirou nas estações inglesas eduardianas (variante do estilo neobarroco) do século XX. Nunca foi completada. Visava a unificar os serviços da Estrada de Ferro Leopoldina, que, naquela época, era administrada por um grupo inglês, que, em 1946, foi nacionalizado e incorporado pela Rede Ferroviária Federal — explica o historiador Milton Teixeira. — Dali, saíam o Trem de Prata, que ia para São Paulo, e o Trem de Ouro, para Minas Gerais.

Depois que fechou as catracas para os passageiros, houve muitos projetos para o espaço, lembra Teixeira:

— Seria museu, shopping center, sede do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). Absolutamente nada saiu do papel. No interior, há riquíssimos mármores e placas de bronze. Nos terrenos à volta, estão apodrecendo máquinas ferroviárias antigas. Há até um vagão e uma locomotiva da antiga Estrada de Ferro do Corcovado, de 1909. Estamos perdendo história. Em qualquer lugar do mundo, a estação estaria sendo bem aproveitada. Aqui, ao contrário. Há alguns anos promoviam bailes ali dentro. Imagina o que acontecia de vandalismo.

Desde 2013, o Ministério Público Federal tenta na Justiça que o imóvel seja recuperado. Na sentença da última sexta-feira, o juiz Paulo André Espirito Santo afirma que os réus vêm descumprindo reiteradamente uma decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), de 2017. Por isso, diz ele, foi acatada a tutela de urgência para que os reparos sejam iniciados. O documento cita ainda que não está excluída a possibilidade de responsabilização dos gestores no futuro.

Risco de incêndio

Segundo a decisão, a Central, o Estado do Rio de Janeiro e a União devem iniciar a retirada de documentos e móveis, bem como instalar tela de proteção no prédio principal e no anexo no prazo máximo de 30 dias, além de apresentar ao Iphan o projeto de reforma completa do espaço. A concessionária SuperVia, por sua vez, terá que iniciar em até 15 dias a limpeza completa e a conservação da gare, da plataforma e do terreno adjacente. E também apresentar ao Iphan o projeto de reforma dessas instalações. O juiz determinou também que o Corpo de Bombeiros e a Secretaria de Defesa Civil do estado sejam citados “pelo risco iminente” de incêndio. A sentença não estipula prazo para início e conclusão de obras.

Contra a decisão, não cabe mais recurso em primeira instância. Só ao TRF2 e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Além dos laudos periciais, com fotos e análise da situação da estação, Espirito Santo informa que vistoriou o local. “Ter visto de perto toda aquela degradação, por ocasião da inspeção judicial, foi de uma tristeza só”, ressalta ele na sentença de 62 páginas. “E pior: passar por lá de carro, aumenta ainda mais essa tristeza e a sensação de vergonha. Essa situação decrépita ninguém disse ao juízo ou foi lida em algum lugar: ela foi constatada in loco, em março de 2016, por conta da inspeção judicial. E pode ser percebida ainda hoje por qualquer cidadão que passar pelo local”, acrescenta.

A vistoria, conforme a sentença, demonstra que o imóvel, em geral, precisa ser reformado, “dada a existência de infiltrações, manchas, mofo, corrosão de ferragens e acabamentos de pintura, além de fissuras, trincas e rachaduras em fachadas, pisos, vigas, mísulas, pilares, paredes e tetos”. Um dos problemas encontrados foi o de corrosão das ferragens expostas de vigas. O juiz cita “inúmeras rachaduras em estado avançado”, mas ressalta que não há risco de o prédio desabar.

‘Olhos fechados’

A sentença do juiz não poupa as autoridades responsáveis pela estação. Segundo o magistrado, “se tal situação ocorresse num país de primeiro mundo, dito desenvolvido, os gestores da empresa responsável pela manutenção ou o chefe do Poder Executivo titular da gestão (federal ou estadual) viriam a público pedir desculpas à população”. Espirito Santo escreveu que “não se consegue imaginar uma situação como essa da Estação Leopoldina num país europeu que, ao contrário do nosso, não fecha os olhos para a história e para os signos representativos da cultura nacional”.

Por e-mail, a SuperVia diz que está ciente do documento e analisando a decisão judicial a fim de adotar as providências cabíveis”.

Também por e-mail, a Advocacia-Geral da União (AGU) afirma que o órgão recebeu ontem a intimação e “já vem buscando entendimento junto ao Estado do Rio por uma solução definitiva, uma vez que cada ente, União e estado, é proprietário de metade do imóvel”. Acrescenta que “o acordo busca cumprir as obrigações de caráter solidário e assegurar a adequada preservação do bem histórico”.

A assessoria jurídica da Secretaria estadual de Transportes foi notificada na tarde de anteontem e está dando ciência da sentença à Central Logística, responsável pela administração do patrimônio. E a Central ressalta que “não há qualquer descumprimento à decisão judicial e que já concentra esforços para cumprir os prazos estabelecidos”.

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Aprovado projeto que torna CPF o único número de identificação geral no país

O Senado aprovou, na tarde de ontem (28),  o projeto de lei que estabelece o número do CPF como único número de registro geral em todo o país. O CPF deverá constar nos cadastros e documentos de órgãos públicos, do registro civil de pessoas naturais ou em documentos de identificação emitidos pelos conselhos profissionais. O CPF será usado como número em certidões de nascimento, casamento e óbito, como identificação no INSS, na carteira de trabalho, na carteira de motorista e outros.

Fonte: Agência Senado