O aumento do preço de insumos de construção e a conjuntura econômica vêm impactando negativamente o mercado imobiliário.
No primeiro trimestre de 2022, foram lançadas 53 mil unidades residenciais. Em comparação com o trimestre anterior, os lançamentos foram reduzidos em 42,5% e a oferta final em 7,6%. Os números foram apresentados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção, em coletiva realizada ontem (23). A pesquisa foi feita em 196 cidades.
Para o presidente da Comissão da Indústria Imobiliária da CBIC, Celso Petrucci, o governo precisa agir rápido.
A venda de imóveis no primeiro trimestre deste ano, no entanto, cresceu 2,2% em relação ao período anterior. Entre janeiro e março foram negociadas quase 74 mil unidades.
Participação do Casa Verde e Amarela tem queda relevante
Em relação ao programa Casa Verde e Amarela (CVA), os lançamentos responderam por apenas 42% dos lançamentos totais de imóveis no Brasil, no primeiro trimestre de 2022. Esse patamar era de 56% no mesmo período de 2021.As empresas lançaram 22.334 unidades, no começo deste ano, dentro do programa.
Também foram lançadas outras 30.738 unidades fora do programa habitacional, dentro dos segmentos de médio e alto padrão – que têm financiamentos a taxas regulares de mercado. Consequentemente, estes segmentos aumentaram sua participação no mercado como um todo.
Os números do Casa Verde e Amarela foram afetados por três fatores: aumento dos preços e dos custos dos materiais de construção; queda do poder aquisitivo das famílias e falta de confiança dos empresários para novos lançamentos nesse contexto mais apertado.
“A redução no Casa Verde e Amarela é insatisfatória para o mercado imobiliário do País como um todo”, destacou o presidente da Comissão Imobiliária da CBIC, Celso Petrucci. “Nossa percepção é que os lançamentos do CVA estão reduzidos, principalmente por falta de confiança de empreendedores nesse segmento”, emendou.
O sócio da consultoria Brain Inteligência Estratégica, Fábio Tadeu Araújo, classificou como uma surpresa positiva o bom desempenho dos lançamentos e das vendas nos segmentos fora do programa habitacional.
Ele lembrou que era esperado algum recuo nos mercados de médio e alto padrão, pois eles foram afetados pelo aumento nas taxas de juros. Mesmo assim, foram responsáveis por sustentar boa parte do mercado.
Com informações da Agência Brasil e da revista Época Negócios