‘Inflação do aluguel’, o IGP-M, sobe acima do esperado e vai a 10,7% em 12 meses

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou inflação de 0,52% em maio, ante 1,41% em abril, acumulando alta de 7,54% no ano e de 10,72% em 12 meses, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).

A alta ficou acima da mediana das estimativas de 18 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, de 0,49%, com intervalo das projeções indo de 0,09% a 0,62%. Em maio de 2021, o índice havia subido 4,10% e acumulava alta de 37,04% em 12 meses.

“Os recuos observados nas taxas de variação do IPA (1,45% para 0,45%) e do IPC (1,53% para 0,35%), refletem a desaceleração dos preços dos combustíveis fósseis. No índice ao produtor, o óleo Diesel, combustível de maior peso, variou 3,29% em maio, ante 14,70% em abril. Já no IPC, a gasolina, combustível com maior destaque no orçamento familiar, subiu 1,01% em maio, depois de ter avançado 5,86% em abril”, afirma André Braz, coordenador dos Índices de Preços, em comentário no relatório.

Com peso de 60%, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou 0,45% em maio, ante 1,45% em abril. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou 0,51% em maio. No mês anterior, a taxa do grupo havia sido de 3,10%.

A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de 10,80% para 0,01%, no mesmo período. O índice relativo a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, subiu 1,04% em maio, ante 2,04% no mês anterior.

A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 3,40% em abril para 1,40% em maio. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cujo percentual passou de 12,04% para 1,21%.

O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, variou 1,44% em maio, após subir 1,78% em abril.

O estágio das Matérias-Primas Brutas variou -0,58% em maio, após registrar queda de 1,82% em abril.

Contribuíram para a taxa menos negativa do grupo os seguintes itens: soja em grão (-7,02% para 1,67%), milho em grão (-7,22% para -3,62%) e cana-de-açúcar (-0,45% para 3,81%).

Em sentido oposto, destacam-se os itens minério de ferro (-1,54% para -4,71%), aves (15,47% para 0,96%) e mandioca/aipim (12,35% para -7,72%).

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,35% em maio, ante 1,53% em abril. Seis das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação.

A principal contribuição partiu do grupo Habitação (0,93% para -2,57%). Nessa classe de despesa, vale citar o comportamento do item tarifa de eletricidade residencial, cuja taxa passou de -0,91% em abril para -13,71% em maio.

Também apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos Transportes (2,94% para 1,20%), Alimentação (1,82% para 0,87%), Comunicação (0,00% para -0,23%), Despesas Diversas (0,84% para 0,62%) e Vestuário (1,23% para 1,20%).

Nessas classes de despesa, vale mencionar os seguintes itens: gasolina (5,86% para 1,01%), hortaliças e legumes (12,05% para -2,26%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-0,10% para -0,36%), conserto de bicicleta (1,74% para 0,05%) e calçados (1,65% para 1,15%).

Em contrapartida, os grupos Educação, Leitura e Recreação (1,57% para 3,17%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,75% para 1,00%).

Apesar de ser considerado o indicador do mês fechado, para o cálculo do IGP-M, são comparados os preços coletados do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do atual (o de referência) com os do ciclo de 30 dias imediatamente anterior.

Valor Investe

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