Quem receberá a vacina contra a varíola dos macacos no Brasil?

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberou a importação de uma vacina contra a varíola dos macacos. A aprovação ocorreu na última quinta-feira (25) em decisão unânime da diretoria colegiada.

A autorização se aplica à vacina da empresa Bavarian Nordic A/S, fabricada na Dinamarca e na Alemanha. Apesar de ser o mesmo produto, o imunizante é chamado de Jynneos nos Estados Unidos e Imvanex na Europa.

A decisão vale também para o antiviral Tecovirimat, que será usado em pacientes graves. Nos dois casos, a dispensa temporária de registro tem prazo de seis meses, podendo ser revogada, e vale apenas para o Ministério da Saúde —o que, na prática, impede que empresas privadas importem e comercializem os produtos.

Veja abaixo o que se sabe até agora sobre a vacinação.

QUEM RECEBERÁ A VACINA CONTRA A VARÍOLA DOS MACACOS?

A Anvisa liberou a aplicação do imunizante em adultos com 18 anos ou mais, sem restrições. O Ministério da Saúde afirma, no entanto, que, neste momento, a vacina será destinada apenas a profissionais de saúde que manipulam as amostras recolhidas de pacientes e pessoas que tiveram contato direto com doentes.

QUAL VACINA SERÁ USADA NO BRASIL?

A Anvisa liberou a importação e o uso da vacina de vírus não replicante fabricada pelo laboratório Bavarian Nordic A/S, da Dinamarca. Apesar de ser o mesmo produto, o imunizante é chamado de Jynneos nos Estados Unidos e Imvanex na Europa.

O imunizante foi desenvolvido inicialmente para o controle da varíola humana, mas também demonstrou eficácia contra a varíola dos macacos. “Devido às semelhanças dos vírus e a estudos feitos em animais, percebeu-se que essa vacina pode ter uma boa resposta também contra a monkeypox [como a doença também é conhecida]. As autoridades fizeram a extensão do uso considerando os dados avaliados”, afirma Meiruze Freitas, diretora da Anvisa.

HÁ ALGUMA VACINA APROVADA PARA CRIANÇAS NO PAÍS?

Não. Meiruze Freitas afirma, no entanto, que novos dados podem surgir. “Eu diria que o momento é muito incerto. Hoje, o que a gente tem nos relatórios é a indicação de uso para pessoas acima de 18 anos, mas isso também pode ser maleável, a depender de dados que forem surgindo.”

QUANTAS DOSES FORAM COMPRADAS?

O Ministério da Saúde comprou 50 mil doses da vacina por meio da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), braço da OMS (Organização Mundial da Saúde) nas Américas. A entidade está coordenando a compra junto ao fabricante, de forma global, para facilitar o acesso à vacina dos países com casos confirmados da doença. O ministério afirma que segue em tratativas para adquirir mais doses.

QUANDO COMEÇARÁ A VACINAÇÃO NO BRASIL?

O Ministério da Saúde espera receber 20 mil das 50 mil doses compradas em setembro e o restante em outubro. A pasta não informou quando pretende iniciar a vacinação do público-alvo.

O QUE PODE LEVAR À REVOGAÇÃO DA LIBERAÇÃO DA VACINA?

Meiruze Freitas explica que o Ministério da Saúde é obrigado a monitorar a reação das pessoas à vacina e a reportar eventuais problemas. “Nós estamos falando de um produto que, inicialmente, foi desenvolvido para ser utilizado quase em condições de uma doença rara. Não eram tantas pessoas expostas a esse produto. Agora, com a varíola dos macacos, o mundo começou a ter mais pessoas expostas. A partir do momento em que mais pessoas são expostas ao produto [a vacina], a gente pode verificar se haverá alguma reação adversa desconhecida ou grave que nos obrigue a fazer uma intervenção.”

A LIBERAÇÃO DA ANVISA VALE POR SEIS MESES. O QUE ACONTECERÁ DEPOIS?

A diretora da Anvisa afirma que se nenhuma empresa pedir o registro definitivo de uma vacina ou a autorização de uso emergencial em seis meses, o Ministério da Saúde pode submeter à Anvisa um pedido de prorrogação do prazo. “O Ministério vai nos apresentar um relatório de monitoramento do produto no Brasil. Mostrou eficiência? Reduziu o número de casos? Foi seguro? Não tivemos o aparecimento de reações adversas, desconhecidas ou de risco? Se o cenário epidemiológico permanecer o mesmo, a Anvisa pode prorrogar o prazo”, explica.

QUEM TEVE VARÍOLA DOS MACACOS PODERÁ TOMAR A VACINA?

Meiruze Freitas afirma que “a lógica é pensar que sim”. “Não existem tantas informações sobre isso. A princípio, acredita-se que quem teve varíola dos macacos tem imunidade natural por um período, mas ainda não se sabe por quanto tempo. Lá atrás, quem teve varíola depois também tomou a vacina da varíola. Então, não dá para falar que quem teve varíola dos macacos está isento da necessidade de tomar a vacina. Vamos ter que acompanhar ainda.”

QUEM TOMOU A VACINA DA VARÍOLA NO PASSADO PODERÁ TOMAR AGORA?

“Não existe nenhum impeditivo. Pela lógica, também utilizando o mesmo princípio da razoabilidade, acredita-se que quem tomou a vacina contra a varíola no passado também teria uma proteção cruzada [para varíola dos macacos], mas nós não sabemos por quanto tempo. O que chama atenção é que a maioria das pessoas infectadas inicialmente tem abaixo de 40 anos. E essas pessoas abaixo de 40 anos nasceram numa época em que a varíola estava erradicada e, por isso, não foram vacinadas. A gente teria que ter um estudo para falar que isso realmente acontece, mas há um forte indicativo.”

Folha de SP

Juros do crédito imobiliário aumentam mais devagar que a Selic

O crédito imobiliário tem se mostrado muito mais resiliente à subida da Selic neste ano comparado ao último período no qual os juros de curto prazo estiveram em dois dígitos. Em um ambiente de maior competição, os bancos têm ajustado as taxas, mas a velocidade e o alcance dos repasses vêm se mostrando mais suaves.

Em agosto, dados do comparador MelhorTaxa indicam taxa média de 9,33% nas novas concessões dos cinco maiores bancos públicos e privados, ou seja, 4,4 pontos percentuais abaixo da taxa básica de juros. Em novembro de 2016, quando a Selic também estava em 13,75%, a média dos juros cobrados na linha com recursos da poupança atingia 11,24%.

“Neste último ano e meio, a Selic subiu algo perto de 600%, elevando-se de 2% ao ano para 13,75%, mas o crédito imobiliário saiu de quase 7% ao ano para perto de 9,5%, um crescimento de apenas 36%”, diz o diretor de empréstimos e financiamentos do Bradesco, Romero Gomes de Albuquerque.

Na visão do executivo, “os bancos veem o crédito imobiliário como um produto estratégico e querem ter essas operações nos balanços”. Segundo Albuquerque, “isso gera uma competição que faz com que, cada vez mais, o repasse da [alta da] Selic ocorra num percentual menor”.

O diretor do Bradesco admite haver chance de as taxas de financiamento imobiliário atingirem dois dígitos, mas não enxerga isso como tendência no momento. “Pode até acontecer de virar dois dígitos, mas esperamos que não tenha necessidade de chegar nesse patamar”, avalia.

A coordenadora de crédito imobiliário do MelhorTaxa, Priscilla Basso, chama a atenção para o fato de os bancos terem realizado um ajuste de taxas em junho e também vê possibilidade de novo aumento até o fim do ano. Porém, mesmo nessa hipótese, diz acreditar que não chegue aos dois dígitos. O impacto do reajuste realizado em junho na média apurada pelo MelhorTaxa foi de apenas 0,04 ponto percentual.

O diretor de crédito imobiliário e consórcio do Itaú Unibanco, Thales Ferreira Silva, diz acreditar que, no curto prazo, o banco não deve fazer nenhuma elevação de taxas. No entanto, admite que “no fim do ano, talvez, a gente faça uma análise”.

A resiliência da taxa em um dígito ajuda a explicar, em parte, a manutenção do volume historicamente alto do crédito imobiliário em um ano de eleições e com uma Selic perto de 14% ao ano. O presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), José Ramos Rocha Neto, afirma que 2022 será o segundo melhor ano da história do crédito imobiliário. “No primeiro semestre, o financiamento total do setor atingiu R$ 113 bilhões e podemos chegar a quase R$ 250 bilhões no fim do ano”, diz.

Os números da Abecip mostram que apenas o crédito com recursos da poupança (SBPE), na soma dos empréstimos tanto para construção quanto aquisição, atingiu R$ 205,4 bilhões em 2021. Com a adição do volume de operações financiadas pelo FGTS, a cifra sobe para o recorde de R$ 255 bilhões.

No período de janeiro a junho do ano passado, o montante de concessões no SBPE alcançou R$ 97 bilhões. Em 2022, em seis meses, as novas operações de crédito imobiliário com recursos de poupança somaram R$ 85,6 bilhões, uma queda de 11,8%.

Ainda assim, o ritmo deste ano é historicamente muito forte. Silva, do Itaú, explica que, em sete meses, o banco originou R$ 18,8 bilhões em novos financiamentos habitacionais para pessoa física com recursos da poupança. “Esse valor é 45% acima do que foi 2019 inteiro para o Itaú. E, pelos números preliminares de agosto, nós devemos fechar o acumulado de oito meses com um número muito próximo do que fizemos em 2020 inteiro.”

Valor Econômico

IGP-M mostra deflação em agosto e acumula alta de 9% em 12 meses

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou deflação de 0,7% em agosto, após alta de 0,21% no mês anterior e acumulando alta de 7,63% no ano e de 8,59% em 12 meses, informou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). Em agosto de 2021, o índice havia subido 0,66% e acumulava alta de 31,12% em 12 meses.

A queda de preços foi maior do que a prevista pela mediana das estimativas de 26 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, de -0,54%, com intervalo das projeções indo de -0,40% a -0,81%.

“Os combustíveis fósseis – dada a redução do ICMS e dos preços na refinaria – seguem exercendo expressiva influência sobre os resultados do IPA e do IPC, ambos com taxa negativa em agosto. No índice ao produtor, as quedas nos preços da gasolina (de 4,47% para -8,23%) e do Diesel (de 12,68% para -2,97%) ajudaram a ampliar o recuo da taxa do índice. Já no âmbito do consumidor, passagens aéreas (de -5,20% para -17,32%) e etanol (de -9,41% para -9,90%) também contribuíram para o arrefecimento da inflação”, diz André Braz, coordenador dos Índices de Preços, em comentário no relatório.

Com peso de 60%, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) caiu 0,71% em agosto, após variar 0,21% em julho. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais caiu 0,73% em agosto. No mês anterior, a taxa do grupo havia sido de 0,69%.

A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de 2,39% para -6,38%, no mesmo período. O índice relativo a Bens Finais “ex”, que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, variou -0,12% em agosto, ante 0,81% no mês anterior.

A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 2,00% em julho para -0,76% em agosto. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cujo percentual passou de 9,96% para -1,55%.

O índice de Bens Intermediários “ex”, obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 0,57% em agosto, após variar 0,25% em julho.

O estágio das Matérias-Primas Brutas caiu 0,63% em agosto, após queda de 2,13% em julho. Contribuíram para a taxa menos negativa do grupo os seguintes itens: minério de ferro (-11,98% para -5,76%), milho em grão (-5,00% para -1,54%) e algodão em caroço (-14,02% para -4,43%).

Em sentido oposto, destacam- se os itens bovinos (4,43% para -2,01%), café em grão (2,69% para -1,65%) e trigo em grão (2,31% para -4,99%). Com peso de 30%, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) caiu 1,18% em agosto, após queda de 0,28% em julho. Seis das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação.

A principal contribuição partiu do grupo Transportes (-2,42% para -4,84%). Nessa classe de despesa, vale citar o comportamento do item gasolina, cuja taxa passou de -7,26% em julho para -15,14% em agosto.

Também apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos Educação, Leitura e Recreação (-0,86% para -3,07%), Alimentação (1,47% para 0,44%), Comunicação (-0,16% para -0,83%), Vestuário (0,73% para 0,20%) e Habitação (-0,30% para -0,31%).

Nessas classes de despesa, vale mencionar os seguintes itens: passagem aérea (-5,20% para -17,32%), laticínios (11,16% para 6,45%), tarifa de telefone móvel (-0,04% para -2,40%), calçados (0,94% para -0,17%) e equipamentos eletrônicos (0,38% para -0,41%).

Em contrapartida, os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (0,29% para 0,67%) e Despesas Diversas (0,26% para 0,36%) registraram acréscimo em suas taxas de variação. Nessas classes de despesa, vale mencionar os seguintes itens: artigos de higiene e cuidado pessoal (-1,43% para 1,07%) e cigarros (1,54% para 2,55%).

Com os 10% restantes, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M), que já havia sido divulgado na última sexta-feira, variou 0,33% em agosto, ante 1,16% em julho.

Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de julho para agosto: Materiais e Equipamentos (0,62% para 0,03%), Serviços (0,49% para 0,68%) e Mão de Obra (1,76% para 0,54%).

Apesar de ser considerado o indicador do mês fechado, para o cálculo do IGP-M, são comparados os preços coletados do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do atual (o de referência) com os do ciclo de 30 dias imediatamente anterior.

Valor Investe


Após 15 dias fora do ar, Prefeitura do Rio retoma serviços do ITBI

Já faz quinze dias que o sistema da Prefeitura do Rio sofreu um ataque hacker e, aos poucos, alguns serviços estão sendo restabelecidos. Nesta semana, a Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento do Rio voltou a disponibilizar no portal os principais serviços para consulta e pagamento do Imposto sobre a Transmissão de Bens e Imóveis, o ITBI.

O atendimento acontecerá no site prefeitura.rio para os seguintes serviços:

Simulação de valor;

Guia de Pagamento;

Andamento de pedido;

Certidão do pagamento;

Autenticidade de certidões.

Os demais serviços, como abertura de processos, serão realizados de forma presencial, na sede da Prefeitura, na Cidade Nova, das 9h às 16h.

A Secretaria de Fazenda e Planejamento ressalta que os serviços de IPTU e ISS continuam disponíveis apenas de forma presencial, até que o site da Prefeitura do Rio esteja totalmente seguro. As Certidões de Visto Fiscal (ISS) e de Situação Fiscal e Enfitêutica (IPTU) permanecem fora do ar.

O site prefeitura.rio também segue funcionando como plataforma de informações aos cariocas até quando o portal oficial da Prefeitura estiver normalizado, o que ainda não tem previsão para acontecer.

Diário do Rio

Como a Brookfield se tornou a maior dona de escritórios do Brasil

Quando boa parte das pessoas ainda estava trabalhando em casa durante a pandemia, a canadense Brookfield colocou em prática o maior plano de aquisições de prédios de escritórios já visto no Brasil. A companhia desembolsou um total de R$ 7,7 bilhões para a compra de 16 edifícios – boa parte deles ainda desocupados – tornando-se a maior empresa do ramo no País. Destes prédios, 11 ficam em São Paulo, 3 no Rio de Janeiro, 1 em, Brasília e 1 em Barueri (SP).

Em maio, a Brookfield concluiu a transação que envolveu 12 edifícios da BR Properties, avaliados em R$ 5,92 bilhões. E em dezembro, fechou o negócio de outros quatro prédios da Syn (antiga Cyrela Commercial Properties) por R$ 1,78 bilhão. Além das aquisições, a empresa tem mais quatro projetos em obras. Em dois anos, seu portfólio de edifícios saiu de 279,3 mil m² de área locável para 711,8 mil m², uma expansão de 155%.

Conhecido pelo perfil discreto, o líder dos negócios imobiliários da Brookfield no Brasil, Roberto Perroni, conversou com o Estadão/Broadcast sobre a estratégia por trás dessas tacadas. É a primeira vez que ele fala sobre o tema na imprensa.

A tese é, aparentemente, bem simples: a empresa acredita que a ocupação dos edifícios vai aumentar, e os aluguéis vão sair do piso e subir daqui para frente. A complexidade está em diagnosticar o ritmo dessa recuperação em cada lugar, além do esforço no trabalho de atrair inquilinos para os imóveis e cobrar mais pela locação.

“O aluguel dos escritórios em São Paulo e no Rio não tem crescido nos últimos dez anos. O número nominal está praticamente estático há dez anos. Não estou falando nem do valor real”, aponta Perroni. “Em 2012, o metro quadrado na Marginal Pinheiros saía a R$ 120. Hoje está em torno disso. Na Faria Lima ficava em R$ 170 a R$ 180. Está igual.”

A estagnação dos preços tem motivos bem conhecidos. Passa pelos anos de recessão da economia brasileira, solavancos políticos com o impeachment de Dilma e problemas globais variados, desde a ressaca da crise do subprime nos Estados Unidos até o estouro da pandemia e da guerra na Ucrânia. “Foram anos complicados e isso afetou também o setor de escritórios. As empresas encolheram, e muita gente deu desconto nos aluguéis”, relembra Perroni.

A situação foi agravada ao longo da última década pelo volume elevado de prédios que já estavam em obras quando as intempéries vieram à tona. Os empreendimentos acabaram sendo entregues quando a procura por salas comerciais estava em baixa. “Mesmo com a falta de crescimento no Brasil, os projetos já estavam em desenvolvimento e não foram parados.”

O resultado é que a taxa de vacância desses edifícios hoje está em 20,9% em São Paulo, um dos patamares mais altos já registrados pelo setor. Até o começo de 2020 (período anterior à pandemia), esse indicador era de 15,1%, segundo levantamento da consultoria Buildings.

Virada

Mas há um virada em andamento. “O aluguel não cresceu nos últimos 10 anos até 2021. Este ano vimos que já começou a subir”, observa Perroni. “Compramos os portfólios pensando nisso. Basta o Brasil ter uma certa estabilidade econômica, nem precisa de tanto crescimento, para fazer o preço do aluguel subir nos próximos anos.”

Desde o começo deste ano, tem crescido o volume de locações. A absorção líquida (saldo entre áreas alugadas e devolvidas) foi positiva em 47 mil m² no segundo trimestre e 38,5 mil m² no primeiro trimestre. Já ao longo de 2020 e 2021, os números ficaram no campo negativo (ou seja, foram mais devoluções), de acordo com a Buildings.

Perroni e seu time na Brookfield acreditam que este é só o começo do ciclo de recuperação, com as primeiras brechas para extrair valor dos negócios. Ele conta que a companhia está puxando para cima o aluguéis dos imóveis comprados da Syn nas revisionais de contratos. “Quando pegamos, elas estavam R$ 170 a R$ 180. Em fevereiro, fizemos a R$ 210, e as mais recentes, a R$ 230. Estamos subindo até mais rápido do que o imaginado.”

O que ajudou nesse caso foi que os imóveis adquiridos da Syn ficam na Faria Lima, em São Paulo, onde quase não há espaços vagos, e a procura é intensa. Os imóveis também ajudaram, pois são triplos a renomados: Faria Lima Square, FL Financial Center, JK 1455 e Miss Silvia Morizono.

Avenida Paulista e Marginal Pinheiros

Já nas demais regiões, a subida de preços vai demorar mais. A próxima bola da vez deve ser o eixo da avenida Paulista, também na capital paulista, em que esse movimento de alta é esperado para daqui um ano, aproximadamente. No Rio, por exemplo, vai levar mais tempo, pois a vacância está bem mais alta que em São Paulo, na faixa de 35%.

Um dos maiores desafios do pacote de prédios adquiridos é a unidade do Parque da Cidade, um colosso na Marginal Pinheiros, em São Paulo, comprado da BR Properties. Esse é o ativo com maior vacância de todo o grupo, tendo a Enel como uma das únicas inquilinas. “Não pretendemos alugar por um valor maior onde a vacância é alta. Ele vai sair a preço de mercado. À medida em que forem alugados, esse movimento vai se reverter no preço. Nosso pensamento é de longo prazo”, diz Perroni.

Mesmo com a vacância alta em algumas regiões, ele chama atenção para aluguéis que estariam excessivamente desvalorizados. “Na Marginal o aluguel historicamente foi 70% do cobrado na Faria Lima. Hoje está menos de 50%”, destaca, citando potencial para revisões para cima.

Outro fator que anima a Brookfield é a volta dos trabalhadores aos escritórios, assentando o conceito que como será o expediente híbrido – com alguns dias em casa e outros nas sedes. “As empresas estão remodelando o layout. Elas diminuíram o número de posições, mas passaram a ampliar espaço entre as estações e incluir amenidades. Então a área não está sendo reduzida em muitos casos.”

Recuperação gradual

A despeito dessa aposta, Perroni pondera que a recuperação do setor será gradual. “No longo prazo, acreditamos que o Brasil é um País que nos permite fazer investimentos e trazer retorno. E nesse caso, longo prazo pra nós é algo de sete a dez anos”, afirma.

No momento, a Brookfield está focada em fazer reformas e melhorias em alguns imóveis adquiridos, atrair inquilinos e trabalhar nos contratos em andamento. Outras aquisições não são prioridades, mas podem acontecer. “Não deixamos de olhar o mercado. Não estamos batendo na porta de ninguém, mas todos sabem que somos uma empresa capitalizada, e as ofertas batem em nossa porta. Se houver prédios de qualidade no preço certo, vamos analisar.”

O grupo canadense conta com um fundo global com US$ 17 bilhões para investimentos imobiliários. O dinheiro não está carimbado para nenhuma praça, e é liberado à medida em que os gestores locais apresentam oportunidades convincentes. É daí que veio o recurso para compra dos portfólios da Syn e da BR Properties. Também houve tomada de dívida e dinheiro da venda de outros edifícios investidos há mais tempo – WT Morumbi, EZ Tower Torre B e Edifício Morumbi (em São Paulo) e Flamengo Park Towers e Torre Almirante (no Rio).

O Estado de SP

Crédito imobiliário do SBPE encerra julho com volume de R$ 17,9 bilhões

Os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiram R$ 17,9 bilhões, em julho de 2022, melhor resultado do ano e segundo maior volume para um mês de julho da série histórica. O montante expressivo do mês indicou alta de 12,8% sobre o do mês anterior, embora inferior em 4,5% ao mesmo período de 2021.

Nos primeiros sete meses de 2022, o volume financiado somou R$ 103,51 bilhões, queda de 10,6% em relação a igual período do ano passado.

Nos 12 meses encerrados em julho, o montante financiado acumulou R$ 193,09 bilhões, alta de 4% em relação ao período precedente.

Financiamentos Imobiliários – Unidades

Foram financiados em julho de 2022, nas modalidades de aquisição e construção, 73,1 mil imóveis, melhor desempenho do ano. Comparado a junho, houve elevação de 18,5%. Mas em relação a julho de 2021, observou-se recuo de 9,9%.

Entre janeiro e julho de 2022, foram financiados 427,90 mil imóveis com recursos da poupança SBPE, resultado 14,3% inferior ao de igual período de 2021.

Nos 12 meses encerrados em julho de 2022, foram financiados 795,12 mil imóveis com recursos das cadernetas do SBPE, resultado 9,2% superior ao dos 12 meses anteriores.

Poupança SBPE: Captação Líquida

A poupança SBPE de julho registrou captação líquida negativa de R$ 11,6 bilhões.

Foi o pior resultado para um mês de julho nos últimos 28 anos, contrariando a sazonalidade do período, que mostra prevalência de indicadores positivos.Com isso, a poupança SBPE nos sete primeiros meses de 2022 acumulou saídas líquidas de R$ 48,2 bilhões.

Devido a captação negativa de julho, o saldo da poupança SBPE finalizou o mês em R$ 772,3 bilhões, inferior em 0,88% ao do mês anterior e 3,20% abaixo do saldo de julho do ano passado.

Portal Segs

Pesquisador desenvolve cimento capaz de emitir luz sem precisar de energia

Uma nova tecnologia acaba de chegar ao mercado da construção civil, gerando interesse e atenção de várias empresas. O pesquisador José Rubio conseguiu desenvolver um cimento que brilha no escuro. Rubio é um cientista mexicano da Universidade de Michocan e dedicou quase 10 anos de sua vida para estudar a tecnologia e desenvolver um novo material que pode ser essencial à indústria. O resultado de seus esforços é o desenvolvimento de um cimento que pode emitir luz sem necessitar de eletricidade.

Tendo em vista que o cimento é um material sólido, o pesquisador mexicano procurou explorar formas de transformar a estrutura molecular do cimento em algo mais próximo de um gel. A mistura do cimento em pó com água para realizar a massa geralmente forma alguns blocos cristalinos que tornam a passagem de luz possível. Entretanto, o problema do cimento normal se tornou uma das soluções para o novo produto.

O pesquisador, que reside na cidade de San Nicholas Hidalgo, criou um método para modificar a estrutura química para deixar todo o cimento que brilha no escuro em textura de gel e cristalino. O processo demorou quase 10 anos. 

Novo produto inovador pode ter vida útil de um século

A mistura em forma de gel, com base em areia, argila e vapor d’água aplicada e endurecida no solo, tem o intuito de absorver a luz do sol durante o dia todo e refletir no ambiente durante a noite. Além disso, o chamado cimento que brilha no escuro pode manter o local onde está presente iluminado por mais de 12 horas. Além disso, caso seja aplicado da forma correta, tem capacidade de encerrar sua vida útil na beira de um século.

A nova tecnologia desenvolvida pelo pesquisador mexicano pode impactar positivamente a iluminação das cidades, poupando energia e evitando, com a sua presença, diversos acidentes noturnos. O inventor garante que ela poderá ser regulável, com o objetivo de despreocupar as pessoas em relação ao excesso de luz.

Os cientistas ainda estudam formas de aplicar o material no gesso, material muito utilizado nas construções civis, como uma alternativa natural para mitigar os gastos com energia elétrica. Sendo assim, o produto está passando por seus testes finais e logo estará disponível para venda.

Novas tecnologias na construção civil

Cientistas estão utilizando um material que é termicamente isolante e desenvolvido a partir da madeira, livre de derivados de petróleo. Desenvolvido por pesquisadores suecos, o novo isolante térmico surpreendeu com seu ótimo desempenho, por ser tão bom ou até melhor do que os isoladores térmicos comuns, desenvolvidos com materiais baseados em petróleo, como, por exemplo, o poliestireno expandido.

A nova tecnologia desenvolvida pelos cientistas da Suécia é composta por uma madeira integrada a um aerogel. Entretanto, os pesquisadores ainda não garantem que seu novo método possa representar de fato um avanço no processo de desenvolvimento controlado de nanoestruturas termicamente isolantes nos poros da madeira, por ora, fazendo isso sem que seja necessário adicionar outras substâncias.

Segundo a professora Yuanyuan Li, do Instituto Real de Tecnologia, os aerogéis fortes com base biológica poderão ser utilizados para substituir os atuais feitos a base de fósseis, para um super isolamento térmico, algo que poderá ajudar na eficiência energética, na bioeconomia e também no desenvolvimento sustentável da sociedade em geral.

Portal CPGás

Eólicas e solares fotovoltaicas vão liderar expansão da oferta de energia até 2026

Usinas eólicas e solares vão responder por mais da metade da capacidade instalada adicional ao Sistema Interligado Nacional (SIN) até 2026, de acordo com cálculos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

O operador lançou, na tarde de ontem (29), o Plano da Operação Energética (PEN 2022) horizonte 2022-2026, que projeta as condições de atendimento energético no período.

Pelas contas do ONS, o país terá um aumento de 22,1 gigawatts (GW) de capacidade instalada entre o fim de 2021 e o fim de 2026, passando de 173,8 GW para 195,9 GW, respectivamente.

Desse total, 13,6 GW virão de eólicas e solares nesses cinco anos, de acordo com o ONS. Eólicas vão adicionar 7,9 GW e solares, 5,7 GW – ambas vão corresponder a uma participação de quase 20% na matriz de energia elétrica.

Ainda como a principal fonte de energia, a hidráulica, que reúne grandes e pequenas usinas hidrelétricas, deve perder participação no mix elétrico, avançando apenas 0,2 GW em cinco anos, vendo sua taxa cair de 58,6% no fim do ano passado para 52,1% no fim de 2026.

As térmicas a gás natural, carvão e usinas nucleares devem crescer dos 25,3 GW em dezembro de 2021, para 31,1 GW no fim de 2026 – elevando a participação na matriz de eletricidade de 14,6% para 15,9%.

A biomassa cresce no período (de 14,4 GW para 16,2 GW), mas a participação no mix se mantém em 8,3%.

Os dados não consideram ainda as centrais de micro e minigeração distribuída (MMGD), modalidade que envolve unidades com potência de até 5 megawatts (MW). Até junho, a MMGD possuía potência instalada de mais de 11 GW e a previsão é de que sejam adicionados cerca de 10 GW até 2026.

Valor Investe

Crédito imobiliário avança, enquanto inadimplência está em queda no setor

O Banco Central (BC) divulgou, ontem (29), as estatísticas monetárias e de crédito referentes ao mês de junho de 2022, com destaque para o avanço do financiamento imobiliário, segundo especialistas ouvidos pelo CNN Brasil Business. A expectativa é que seja alcançado um patamar próximo ao alcançado em 2021, enquanto a inadimplência permanece estável.

“O financiamento imobiliário voltou a crescer em maio e junho, voltando para o patamar de R$16 bilhões em novas concessões no mês. O valor é cerca de 10% abaixo da média mensal do mesmo período em 2021, em termos reais, mas ainda é um volume robusto considerando que a taxa média do financiamento já alcança 10% ao ano, o que impacta o valor das parcelas e reduz o número de famílias com elegibilidade para esse tipo de financiamento”, afirmou Rafaela Vitória, economista chefe do inter.

Ainda que o resultado seja inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, disse que acredita que o financiamento imobiliário de 2022 deve terminar o ano com números semelhantes aos de 2021, que chegou a R$ 255 bilhões – recorde na série histórica da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

“No segmento do crédito imobiliário, as concessões e a segurança com que os credores estão administrando seus recursos estão indo muito bem. Não dá para desprezar a alta da Selic de mais de 500% desde quando saiu da mínima histórica, mas o nosso segmento atende as necessidades habitacionais das pessoas, e devemos ter um segundo semestre ainda melhor”, afirmou. 

“Não estamos sentindo uma retração no crédito imobiliário que mostre esse crescimento da Selic, e já é possível observar uma queda no preço dos insumos no acumulado de 12 meses e uma queda no IPCA. Isso indica ser possível fechar o ano com uma pequena redução no financiamento imobiliário na comparação anual, mas muito provavelmente os números serão parecidos com os de 2021. A nossa estimativa é de que se houver um recuo será de 4%, o que não é nada ruim comparado ao crescimento que tivemos desde 2019″, acrescentou. 

Inadimplência

Os economistas ressaltaram o avanço do crédito imobiliário enquanto o nível de inadimplência não avançou na mesma proporção. A inadimplência do crédito total do sistema financeiro, que considera os atrasos superiores a 90 dias, registrou estabilidade em junho, situando-se em 2,7%. Esse desempenho refletiu a estabilidade nos atrasos acima de 90 dias no crédito livre (3,6%) e a diminuição de 0,1 ponto percentual no crédito direcionado (1,2%).

Já a inadimplência que considera as taxas reguladas do financiamento imobiliário para pessoa física estão em queda desde fevereiro, quando eram de 1,9 ponto percentual. Cinco meses depois, ela passou para 1,5 p.p.

“Isso está em linha com o que a gente está sentindo, com os créditos que temos disponíveis de funding para o sistema imobiliário. Está tendo um crescimento significativo, e a inadimplência do crédito direcionado é bem mais baixa”, destacou Celso Petrucci. 

Rafaela Vitória completou destacando a melhoria do mercado de trabalho, de acordo com os últimos indicadores. “O que vem contribuindo para a manutenção de concessões nesse patamar é a melhora na renda e emprego, com a recuperação mais forte do mercado de trabalho”.

Para a economista, com a redução dos depósitos em poupança, que é o principal funding para o setor, esse ritmo de novas concessões também não deve ser sustentável no longo prazo.

“No entanto, a expectativa de queda da Selic a partir de 2023 deve trazer de volta novas opções de captação para a categoria, como as LIGs e as securitizações”, destacou.

Por fim, outras fontes de recursos para o crédito imobiliário, como as LIGs, tiveram crescimento no primeiro semestre deste ano, ao comparar com o mesmo período no ano passado. Elsa apresentaram saldo de R$ 69,4 bilhões em junho, crescimento de 134% na comparação com o mesmo período de 2021. Já a LCI, com saldo de R$ 179,7 bilhões, cresceu 55%.

CNN Brasil

Brasil abre 218 mil vagas de emprego com carteira assinada em julho

O Brasil abriu 218.902 vagas formais de trabalho em julho, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado nesta segunda-feira (29) pelo Ministério do Trabalho e Previdência.

O número é resultado 1.886.537 admissões e de 1.667.635 desligamentos. No mês anterior, o país havia registrado abertura 277.944 vagas formais de trabalho.

No acumulado de 2022 até julho, o saldo de vagas formais chega a 1.560.896, decorrente de 13.554.553 admissões e de 11.993.657 desligamentos. Já nos últimos 12 meses (de agosto de 2021 a julho de 2022), o saldo positivo é de 2.549.939 vagas geradas.

Com o resultado, o estoque de empregos formais alcançou 42,2 milhões, o maior para o mês da série com ajustes iniciada em 2010.

Todos os setores têm saldo positivo

Todos os cinco grupamentos de atividades econômicas pesquisadas registraram saldos positivos em julho, com destaque para Serviços, com saldo positivo de 81.873 postos de trabalho formais, seguido da Indústria (50.503) e Comércio (38.574).

No ano, o destaque foi o setor da construção civil, com um crescimento de 9,38% no estoque de empregos formais. Por essa comparação, o setor de serviços gerou 874.203 vagas, seguido pela indústria (266.824).

Renda média tem 2ª alta seguida

O salário médio real de admissão registrou sua segunda alta mensal seguida em julho, com avanço de 0,8%, para R$ 1.926,54. O valor representa um acréscimo real de R$ 15,31.

O maior crescimento foi do setor do comércio, com alta de 1,95%, para R$ 1.685,67.

A segunda alta seguida é explicada pela equipe econômica, principalmente, pela recente queda na inflação e no desemprego e pelo crescimento na participação da indústria. “É o segundo mês consecutivo que a indústria cresce. Esses três fatores contribuem para que o salário real das admissões cresça”, disse o Ministro do Trabalho e Previdência, José Carlos Oliveira, em coletiva após a divulgação dos resultados.

Estados e regiões

Todas as 27 Unidades da Federação tiveram taxas positivas de geração de vagas formais, com destaque para São Paulo, que registrou alta de 67.009 novos postos de trabalho (+0,51%); Minas Gerais com 19.060 novos postos (+0,43%) e Paraná, com 16.090 novos postos (+0,55%).

O Norte teve o maior crescimento relativo entre as cinco regiões brasileiras, com crescimento de 0,8% da força de trabalho.

CNN Brasil