Produção industrial recua 0,6% em agosto; na comparação anual, alta é de 2,8%

A produção industrial caiu 0,6% na passagem de julho para agosto, disse o IBGE nesta quarta-feira (5). O resultado elimina o avanço de 0,6% que havia registrado no mês anterior. Com esses dados, o segmento ainda se encontra 1,5% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 17,9% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.

Na comparação com agosto de 2021, houve crescimento de 2,8%. No ano, a indústria acumula queda de 1,3% e, em 12 meses, de 2,7%.

Os números vieram em linha com a expectativa do mercado, que esperava queda mensal de 0,6% e alta anual de 2,5%, segundo pesquisa da Bloomberg.

“Nesse mês, a produção industrial volta a marcar queda na produção, mas com a característica de ser um recuo concentrado em poucas atividades, uma vez que somente oito das 26 apontaram taxas negativas”, afirmou o gerente da pesquisa, André Maced.

/ IBGE

Atividades em queda

Segundo o IBGE, a maior influência negativa para o resultado do mês frente ao mês anterior veio do setor coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-4,2%), que volta a recuar após crescer 1,8% no mês anterior.

“Houve uma perda disseminada entre os produtos desse ramo industrial, com redução na produção de óleo diesel, óleos combustíveis, gasolina, álcool, entre outros. Mas essa atividade, em comparações mais alongadas, mostra um comportamento positivo. Ou seja, esse comportamento de queda de agosto é algo mais pontual”, pontuou Maced.

Outras contribuições negativas vieram das indústrias de produtos alimentícios (-2,6%), que interromperam três meses seguidos de alta, período em que acumulou crescimento de 6,0%, e indústrias extrativas (-3,6%), que elimina assim parte do avanço de 4,6% acumulado em junho e julho.

Atividades em alta

Por outro lado, 18 das atividades analisadas tiveram taxas positivas. Os principais impactos vieram de veículos automotores, reboques e carrocerias (10,8%), máquinas e equipamentos (12,4%) e outros produtos químicos (9,4%).

“A atividade de veículos automotores eliminou a queda de 6,0% verificada no mês anterior. Já máquinas e equipamentos interrompeu dois meses consecutivos de redução na produção, período em que acumulou perda de 13,7%. Além disso, outros produtos químicos voltaram a crescer após recuar 7,8% em julho”, destacou André Maced.

Houve altas também nos setores de bens de consumo duráveis (6,1%) e de bens de capital (5,2%), com o primeiro voltando a crescer após recuar 6,7% em julho e o segundo interrompendo dois meses consecutivos de queda, período em que acumulou perda de 5,2%.

No entanto, entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com julho, bens de consumo semi e não duráveis (-1,4%) e bens intermediários (-1,4%) tiveram taxas negativas, com ambas eliminando parte dos avanços do mês anterior, de 1,5% e 1,8%, respectivamente.

“Com esses resultados, o setor industrial ainda não recupera as perdas do passado recente e apesar da melhora no fluxo de insumos, matérias-primas e dos estoques, a situação permanece ainda distante da normalidade, o que afeta diretamente o custo de produção”, concluiu o pesquisador.

CNN Brasil

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *