“VAR” do mercado imobiliário

Pegando carona na Copa do Mundo em que o VAR (Video Assistant Referee ou Árbitro Assistente de Vídeo, na tradução para português), é utilizado para ajudar o árbitro de uma partida de futebol a tomar a melhor decisão em lances duvidosos, o mercado imobiliário agora também tem o seu sistema de monitoramento. A iniciativa da Loft vai identificar uma prática desleal conhecida no setor como “bypass”, ou seja, quando clientes ou corretores começam a negociação do imóvel via plataforma e depois finalizam o trâmite fora destes ambientes para não pagarem a devida corretagem pela transação.

Uma das medidas adotadas pela empresa é a análise do desempenho de corretores parceiros. Aqueles que tiverem um índice muito destoante dos demais serão comunicados (já há 42 corretores incluídos nesse grupo de atenção). Se a prática continuar, eles não poderão mais trabalhar com a plataforma. Em outra frente, a startup está fazendo um pente-fino em transações suspeitas, identificando imóveis que foram anunciados na plataforma, receberam grande volume de visitas de compradores interessados, mas a negociação final foi fechada fora da Loft.

Para comprovar o bypass, a startup cruza essas informações com a matrícula dos imóveis (documento público que traz dados sobre as transações), para verificar se vendedores, compradores ou corretores foram conectados originalmente por meio da plataforma. De acordo com a empresa, em 6% da amostra analisada já foi constatado o bypass e ações judiciais estão sendo estudadas para pedir o pagamento da corretagem devida. O prejuízo estimado é de R$ 2,1 milhões.

“A grande maioria dos nossos clientes e corretores age de forma correta. A má fé de alguns não pode prejudicar o funcionamento do mercado como um todo”, comenta Talles Dantas, vice-presidente de estratégia e precificação da Loft. Segundo ele, a plataforma também está criando um manual de regras e boas práticas para imobiliárias e corretores, além de revisar sua política de parceria com os corretores. A intenção é deixar mais explícito que o bypass é uma fraude e não pode ser considerada prática normal no mercado.

O Dia, coluna Panorama Imobiliário

ESG e o mercado imobiliário

Na COP 27 (Conferência da ONU sobre Mudanças de 2022), realizada em novembro, no Egito, representantes de governos de mais de 200 países deram continuidade às discussões sobre medidas de mitigação das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE).

O slogan das COP “Juntos pela implementação” não deixa dúvidas sobre a necessidade de atuação conjunta e rápida para enfrentar este grande desafio global, e o setor imobiliário brasileiro está atento à adoção de ações necessárias para atenuar os impactos de suas operações. Dentre as iniciativas endereçadas ao tema, Secovi-SP, Abrainc e SindusCon-SP se uniram no Projeto Aliança para redução de GEE.

A proposta das entidades é ressaltar a necessidade de as empresas do setor se unirem para produzir inventários individuais de emissão de GEE e participarem dos trabalhos para a definição das metas e dos Planos Setoriais de Mitigação das Mudanças Climáticas, medida a ser cumprida por diversos setores da economia com base no Decreto Federal 11.075, de 19 de maio de 2022.

E a questão do clima conversa diretamente com uma das letras do ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança, sigla que diz respeito à integração da geração de valor econômico aliado à preocupação com as questões ambientais, sociais e de governança corporativa por parte das empresas. Trata-se de algo muito maior que modismo ou mera tendência. É uma necessária resposta das empresas frente aos desafios da sociedade contemporânea.

Agenda ESG

Para entender a agenda ESG é preciso voltar às origens da expressão sustentabilidade, conceito que foi assim definido pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1987: “Sustentabilidade é suprir as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades.”

Em 1983, a ONU criou a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, responsável pela publicação do relatório Our Common Future (“Nosso Futuro Comum”), documento que consolidou a definição de sustentabilidade e lançou o desafio de conciliar desenvolvimento econômico, meio ambiente e equidade social, aspectos intrinsicamente atrelados à prosperidade das nações e à preservação do próprio planeta.

De lá para cá houve uma série de movimentos. Veio o Pacto Global das Nações Unidas, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e direcionamentos quanto ao que é a sustentabilidade em si (um objetivo de longo prazo – um mundo mais sustentável) e o que é o desenvolvimento sustentável, que se refere aos processos e caminhos para alcançá-la. Um desses caminhos, e sem volta, é a agenda ESG.

Tarefa coletiva

No mercado imobiliário, vemos avanços importantes das empresas, que além das já conhecidas agendas ambiental e social, também já registram avanços importantes na Governança, especialmente as companhias de capital aberto.

O fato é que, em sua maioria, o setor é composto por médias e pequenas empresas que, na luta pela sobrevivência, procuram de alguma forma incluir no rol de prioridades questões como meio ambiente, compliance e responsabilidade social. Com vários casos de remediação de solos contaminados, recuperação e proteção de áreas de preservação permanente e expressiva capacidade de geração de empregos, a maioria delas conseguiu atender quesitos da sustentabilidade, mas o passo agora tem de ser maior.

Vale lembrar que a cultura da sustentabilidade levou tempo de maturação e foi incentivada por entidades como o Secovi-SP, que buscou apoiar o mercado por meio de parcerias com instituições nacionais e internacionais, tornou-se signatário do Pacto Global (2009), e, dentre outras iniciativas, criou diretoria específica para analisar como trazer o tema de forma ampla, factível e democrática para todas as empresas do mercado.

Agora, no tocante ao ESG, a proposta é fazer o mesmo. É colocar o conjunto do mercado na mesma página. Afinal, temos o compromisso geral de assegurar boas condições de vida às gerações presentes e futuras. Este é o olhar necessário. O olhar para as pessoas, que formam sociedade, que dependem de um meio ambiente para viver, e que precisam de organizações que operem de forma ética e transparente para que o crescimento econômico – e os empregos dele decorrentes – aconteçam em bases sólidas.

O Estado de SP, caderno Estadão Imóveis, por Rodrigo Luna, presidente do Secovi-SP

Construções irregulares em área protegida de Arraial do Cabo são demolidas

A Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, por meio da Superintendência de Combate aos Crimes Ambientais, e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) deflagraram, nesta quinta-feira (1º), uma operação para reprimir desmatamento e o avanço de construções irregulares em área protegida do município de Arraial do Cabo, na Região dos Lagos. A ação contou com o apoio do Comando de Polícia Ambiental (CPAm) e do 25º Batalhão da Polícia Militar (Cabo Frio).

Na localidade de Monte Alto, os técnicos e os agentes realizaram a demolição de nove construções irregulares (sete sumárias e duas por determinação judicial) erguidas na Zona de Preservação da Vida Silvestre situada na Área de Proteção Ambiental (APA) Estadual de Massambaba, que é sobreposta ao Parque Estadual da Costa do Sol. Um trator foi apreendido.

Conforme preconiza a Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal nº 9.605/1998), promover construção em solo não edificável, ou no seu entorno, constitui crime ambiental e quem o pratica está sujeito a detenção e multa.

“As operações que desencadeamos são fundamentais para sufocar a ação dos infratores ambientais. Estamos intensificando as nossas fiscalizações e vamos continuar agindo com rigor a fim de impedir a degradação do patrimônio ambiental no nosso estado”, pontuou o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, José Ricardo Brito.

Administrada pelo Inea, a APA Estadual de Massambaba abrange partes dos municípios de Araruama, Saquarema e Arraial do Cabo totalizando 9.133, 85 hectares de área protegida. Foi criada com a finalidade de proteger uma das últimas áreas remanescentes de restingas, lagoas costeiras e brejos responsáveis pelo abrigo de inúmeras espécies de aves migratórias e habitat de espécies vegetais endêmicas; preservar inúmeros sítios arqueológicos, fundamentais para pesquisas científicas, e manter a grande sequência de dunas ali existentes revestidas de vegetação protetora.

O Dia

Inflação semanal medida pelo IPC-S desacelera em 4 de 7 capitais no fim de novembro

A desaceleração da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), para 0,57% no encerramento de novembro, vindo de 0,65% na imediatamente anterior, a terceira do mês, foi verificada em quatro das sete capitais pesquisadas, informou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) em relatório.

Houve recuo na inflação, em relação à medição imediatamente anterior, em Salvador (0,62% para 0,44%), Belo Horizonte (0,45% para 0,33%), Recife (1,09% para 0,57%) e Porto Alegre (0,63% para 0,49%).

Tiveram aceleração da alta de preços, por essa base de comparação: Brasília (1,13% para 1,18%), Rio de Janeiro (0,43% para 0,46%), e São Paulo (0,57% para 0,60%).

A próxima apuração do IPC-S, relativa aos 30 dias até a chamada primeira quadrissemana de dezembro, será publicada no dia 8, com segmentação regional no dia seguinte.

Valor Investe

Cartesia testa crédito imobiliário e prepara captação

A gestora Cartesia Capital, especializada em ativos imobiliários, está preparando uma nova captação, de pelo menos R$ 100 milhões, e realiza projeto piloto para ofertar financiamento imobiliário para pessoas físicas, informam os sócios Leonardo Rigobello e Richard H. Sippli. Será a quinta captação da companhia criada em 2020, que acumulou R$ 190 milhões nas rodadas anteriores.

Além do volume maior almejado, a nova captação terá o diferencial de buscar o pequeno investidor, enquanto as anteriores focaram em investidores qualificados. “Quem tem mais patrimônio pode botar um pouco mais de risco, mas agora, com a maturidade do produto, queremos ir para o varejo”, afirma Rigobello.

A companhia tem o fundo de investimento imobiliário CACR11, que integra o Ifix desde setembro. O fundo, com patrimônio de R$ 188 milhões, soma mais de 6.500 cotistas, tendo ganhado mil em setembro e 1.300 em outubro, conta Sippli. O valor captado será usado no pipeline de projetos da gestora, oito empreendimentos que somam R$ 405 milhões em valor geral de venda (VGV).

A Cartesia nasceu centrada em ativos para primeira moradia, mas que não são econômicos. “Brasileiro tem cultura de imóvel muito forte, entendemos que alugar pode ser mais inteligente financeiramente, mas se você não tem a casa própria, não tem sucesso na vida”, diz Rigobello.

No último ano, a gestora aumentou sua exposição no segmento de luxo, com casas no condomínio Fazenda Boa Vista, em Porto Feliz (SP), e em Indaiatuba (SP). Também financia casas no Villas Fasano, condomínio do hotel em Trancoso (BA).

Segundo Rigobello, o movimento se deve às margens mais altas que esses tipos de imóveis conseguiram preservar mesmo em um momento de aumento do custo de construção.

A gestora financia pequenos e médios incorporadores, e busca projetos com margem de pelo menos 20%. Por isso, não entra na baixa renda, que costuma ficar em torno de 15%, diz. Em 2022, cerca de 800 unidades financiadas por eles serão entregues.

Valor Econômico

Casarões em estilo francês abrigam projetos modernos

No Raro Palacete, em Botafogo: construção histórica preservada e um novo residencial com 22 unidades entre casas e apartamentos BRIX FII/DIVULGAÇÃO

O charmoso estilo francês art déco, predominante nas construções do Rio de Janeiro a partir da primeira metade do século XX, está sendo reintegrado à moderna arquitetura carioca. Depois dos prédios, agora é a vez de os grandes casarões que fizeram história serem perpetuados nos cenários da Zona Sul. O mais recente é o Raro Palacete Art Déco, um retrofit da marca B.8 criada pelo Brix FII para o segmento de empreendimentos projetados a partir de imóveis com valor histórico.

Localizado em Botafogo, berço dos imponentes casarões que abrigaram a nobreza no início da ocupação urbana da cidade, o residencial terá 22 unidades de um a três quartos entre casas e apartamentos. O VGV é estimado em R$ 30 mi-lhões. O hall palaciano, com piso de mármore da década de 1920, vitrais e escada impo-nente, e a palmeira imperial preservada no terreno estão entre os destaques.

“Respeitar a originalidade e a memória do Rio é preceito básico para o carimbo B.8, cuja proposta é revitalizar e preparar as construções com importâncias histórica e cultural preservadas para receber famílias”, argumenta Rafael de Carvalho Ramos, gestor do Brix FII.

Outro casarão de Botafogo, construído no início do século X X sob influência francesa, comporta um portentoso projeto de retrofit: o Era Botafogo, da Mozak. Com VGV de R$ 34, 4 milhões, o empreendimento de uso multifamiliar terá dois pavimentos com apenas quatro unidades: duas por andar.

A edificação nova, com 35 unidades, será erguida nos fundos da construção histórica. Além de unidades tipo garden, com quarto e sala, o prédio terá coberturas duplex e área de lazer compartilhada, com piscina, academia e salão gourmet, no último pavimento, com vista privilegiada para o Cristo Redentor.

“O Era Botafogo mescla sofisticação, ritmo e tradição por meio da preservação e da valorização das características arquitetônicas originais do início do século XX, como grandes salões, ornamentações diversas e ricos vitrais decorativos”, define Clarissa Grinstein, coordenadora de Projetos da Mozak.

Fernanda Carvalho, especialista em Legalização da construtora, conta que, apesar da história de ocupação urbana recente do Rio, a cidade tem edifícios emblemáticos e joias arquitetônicas que, restaurados, são importantes para o reconhecimento da História. “Isso tem impacto positivo não só em quem vai morar, mas em todo o entorno e na população em geral, que se beneficiará dessa intervenção” , avalia ela.

Não muito longe dali, no bairro vizinho do Flamengo, outro casarão tombado pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) integra a História à vida contemporânea. Empreendimento da construtora Piimo, o Solar Payssandu ocupa uma área de 2,5 mil metros quadrados, onde foi erguido o Residencial Payssandu, um moderno edifício de dez pavimentos com 80 apartamentos de até três suítes e VGV de R$ 120 milhões.

Solar Payssandu: o tombamento da construção no Flamengo e o projeto do residencial com dez pavimentos unem História e contemporaneidade no mesmo endereço — Foto: PEDRO VANUCCHI/PIIMO/DIVULGAÇÃO

“O Payssandu foi concebido para trazer ao bairro o melhor de duas épocas e terá apenas detalhes contemporâneos”, afirma o presidente da Piimo, Marcos Saceanu. Orgulho do executivo, o tombamento do imóvel foi uma iniciativa da construtora, justamente para que suas características históricas fossem mantidas de forma permanente.

Valor Econômico, caderno Imóveis de Valor

Como a Internet das Coisas pode ser aplicada na construção civil?

Uma área de atuação em que se utilizam ferramentas como martelo, picareta e cortador de pisos não parece, a princípio, combinar com inovações tecnológicas. Mas a verdade é que a construção civil, como um todo, consegue conduzir com assertividade a inserção das novidades digitais em seus projetos, da elaboração até a pós-execução da obra.

O equilíbrio que se constrói entre as práticas milenares, e a tecnologia têm impactado positivamente o mercado. Além de se tornar mais sustentável, diante da possibilidade de utilizar os recursos com mais eficiência, também se obtém agilidade e redução dos custos.

A novidade que vem transformando o cenário da construção civil é a implantação da Internet das Coisas (IdC) para a gestão e otimização das atividades nos canteiros de obras. A técnica trouxe soluções significativas para monitoramento, previsibilidade de projetos e automação de tarefas.

O que é a Internet das Coisas?

A aproximação entre o mundo real e o digital trouxe possibilidades que, há pouco tempo, habitavam apenas os sonhos mais idealistas dos inventores. A Internet das Coisas faz parte da materialização dessas projeções.

Na prática, ela consiste no uso de softwares instalados em dispositivos e equipamentos que enviam e recebem informações pela internet. Em outras palavras, significa, por exemplo, automatizar processos de solicitação de materiais de uma construção ou tecnicizar o despejo de concreto de caminhões-betoneiras.

Canteiro tecnológico 

Quando associada às necessidades da construção civil, a IdC demonstra ser versátil e eficiente. O seu uso mais frequente ocorre por meio do monitoramento em tempo real e com relatório estatístico sobre desempenho, segurança e qualidade nos canteiros de obras, tanto do pessoal envolvido diretamente nas atividades como das ferramentas e dos equipamentos utilizados.

Outra ocasião em que essa tecnologia tem sido amplamente utilizada é com a visualização, a partir da realidade virtual ou via impressora 3D, do projeto de construção ou reforma. Dessa maneira, os profissionais envolvidos conseguem aperfeiçoar o desenho, considerando desde aspectos estruturais até os acabamentos finais, como cor e formato de revestimentos. Essa oportunidade garante uma execução mais efetiva.

A Internet das Coisas também auxilia no monitoramento dos maquinários. Com a instalação de sensores nos equipamentos e veículos (no caso das betoneiras), o responsável pela obra acompanha a localização, performance, produtividade e eficiência. Com isso, pode, inclusive, identificar com antecedência a necessidade de reparos e ajustes.

Existem ainda sensores específicos para controlar a saúde e segurança dos trabalhadores e a integridade infraestrutural. A chamada Smart Grid da planta industrial inclui a aplicação de sensores nos concretos, que enviam informações sobre alterações sofridas na estrutura com a passagem do tempo e com as oscilações climáticas. Essa tecnologia funciona, portanto, como uma poderosa aliada na prevenção de acidentes, controle de qualidade e sustentabilidade na construção civil.

Portal IPNews

Construção civil cresce 1,1% e supera crescimento da economia nacional

A construção civil cresceu 1,1% no 3º trimestre de 2022 em relação ao 2º trimestre do ano.   Essa foi a quinta elevação consecutiva do Produto Interno Bruto (PIB) do setor superior ao PIB total do País.

A alta do 3º trimestre, além de ser superior à registrada pela economia nacional em igual período (0,4%), também foi melhor no segmento industrial:

  • Indústria geral (0,8%)
  • Indústrias extrativas (-0,1%)
  • Indústrias de transformação (0,1%)
  • Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (0,6%)

Em todas as bases de comparação a construção civil obteve resultados melhores do que a economia nacional. No 3º trimestre de 2022 em relação a igual período do ano passado o setor cresceu 6,6% enquanto o País apresentou expansão de 3,6%. No acumulado dos três primeiros trimestres de 2022 (em relação a iguais meses de 2021), a alta da construção foi de 8,2% e a do País de 3,2%. Já a taxa acumulada nos últimos quatro trimestres, em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores, demonstra alta do setor de 8,8% e o País 3,0%.

Segundo a economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, os dados da Sondagem da Construção, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com o apoio da CBIC, e os resultados do emprego formal, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência, já demonstravam que o setor mantém o seu crescimento, contribuindo com a economia nacional.

A economia nacional cresceu 1,3% no 1º trimestre de 2022, 1,0% no 2º trimestre de 2022 e 0,4% no 3º trimestre do ano (número inferior ao projetado pelo mercado): 0,6%. Para Vasconcelos, o menor crescimento da economia mundial, os conflitos entre Rússia e Ucrânia, e o efeito dos juros altos no País (política monetária restritiva), ajudam a explicar esse resultado. Apesar disso, é preciso destacar que a economia segue resiliente, com o mercado de trabalho demonstrando aquecimento.

“Os números da construção continuam demonstrando a sua relevância para a economia nacional e a sua importância socioeconômica, pois os seus resultados positivos estão sendo traduzidos em maior geração de emprego e renda no país”, frisou Vasconcelos.

Agência CBIC

MDR estabelece orçamento do FGTS para área de infraestrutura urbana em 2023

Foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (01/12) a Instrução Normativa nº 39/2022 do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), que trata do Orçamento Operacional do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), referente a área de Infraestrutura Urbana, especificamente do Programa de Infraestrutura de Transporte e da Mobilidade Urbana (Pró-Transporte), para o exercício de 2023.

O MDR estabeleceu o orçamento operacional do programa Pró Transporte, de forma a propiciar o aumento da mobilidade urbana, da acessibilidade, dos transportes coletivos urbanos e da eficiência dos prestadores de serviços a fim de conferir ao Agente Operador o valor de R$ 4 bilhões para contratação de operações de crédito no programa para investimento em obras de infraestrutura urbana em mutuários públicos-privados, e de R$ 300 milhões para contratação de operações de mercado em projetos de investimentos na área de infraestrutura urbana.

Agência CBIC

RJ: secretário diz que nova onda de covid-19 pode estar perto do fim

A mais recente onda de casos de covid-19 provavelmente está chegando ao fim na cidade do Rio de Janeiro, na avaliação do secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz. O último óbito pela doença registrado pela prefeitura foi no dia 24 de novembro. Depois de alcançar um pico de 4.166 novos casos no dia 19 de novembro, considerando a média móvel de sete dias, os registros caíram para 945 no dia 29, quatro vezes menos.

A maior quantidade de casos graves – 37 – foi notificada no dia 15. Desde então, os registros vêm caindo. Apenas um quadro de maior gravidade foi registrado na terça-feira (29), data dos últimos dados lançados no painel municipal. A taxa de positividade dos testes também caiu de 30% para 25% de duas semanas para cá.

“A curva de casos de covid-19 na cidade do Rio de Janeiro apresentou um aumento durante quatro semanas sustentadas e a gente pode falar que essa foi a terceira onda da doença no ano de 2022. Felizmente, nas últimas duas semanas, a gente vê o número de casos voltando a cair e, principalmente, o número de internações. O que mostra que, muito provavelmente, estamos saindo da terceira onda, que foi bastante curta e bem menor do que as demais, mas que merece atenção”, afirmou Soranz.

Nesta quarta-feira (30), 152 pessoas estavam internadas nos hospitais públicos do município, número que passou de 200, na semana passada, e que vem caindo a cada dia. As internações em unidades de terapia intensiva (UTIs) são cerca de 60. Em comparação, no pico da onda de 2021, em maio, a capital fluminense chegou a ter mais de 760 pacientes internados em leitos de UTI. O recorde deste ano foi registrado em janeiro (363).

O secretário alertou que pacientes internados foram aqueles que não terminaram seu esquema vacinal. De acordo com ele, 1,2 milhão de pessoas estão aptas a tomar as doses de reforço, mas ainda não procuraram os postos de saúde.

Vacinação

Soranz disse ainda que se reuniu, nesta quarta-feira (30), em Brasília, com representantes do Ministério da Saúde e do Gabinete de Transição e pediu que uma nova remessa da vacina Pfizer Baby seja comprada logo, para concluir a vacinação das crianças até 4 anos. Como a cidade do Rio de Janeiro recebeu menos de 10 mil doses do imunizante formulado exclusivamente para a faixa etária, foi priorizada a aplicação nas crianças com comorbidades.

De acordo com os dados mais atuais do Painel Covid-19 da Prefeitura, 76,2% dos adultos da capital já receberam a primeira dose de reforço, mas apenas 37,5% foram imunizados com as quatro doses ofertadas até o momento para a população adulta em geral. Já entre as crianças, 85% das que têm entre 6 meses e 4 anos de idade não receberam nenhuma dose e só 63% das que estão na faixa etária dos 5 aos 11 anos foram totalmente imunizados.

Agência Brasil