Gardens nos prédios populares caem na preferência do cliente

Os apartamentos tipo garden viraram febre nos residenciais do segmento econômico. Localizadas no térreo e com espaço descoberto que remete a um quintal de casa, essas unidades em geral são as primeiras a encontrar compradores. Essa preferência dos clientes tem feito com que as empresas priorizem esse tipo de planta nos projetos.

É o caso da Cury, que reservou na planta 70 gardens entre as 464 unidades no Mais Jacarepaguá, lançado no bairro da Zona Oeste em novembro do ano passado. Os apartamentos têm entre 66 e 70 metros quadrados, sendo 30 deles de área descoberta. No Connect Bonsucesso, são 20 unidades garden, com 55 e 60 metros quadrados e cerca de 20 de quintal.

Os preços dessas unidades nos dois empreendimentos variam de R$ 295 mil a R$ 320 mil, valores que ultrapassam a faixa-limite do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), mas que estão abaixo do preço de uma casa, segundo o coordenador Comercial da Cury, Marcelo Valle.

— Houve aumento da procura por unidades garden nos últimos dois anos, principalmente. São clientes que sempre tiveram o sonho de morar numa casa ou querem sair de uma para morar em um condomínio. A vantagem é que a pessoa se sente em casa, literalmente, mas usufrui da segurança e da área de lazer do empreendimento — diz.

Valle conta que a construtora vai oferecer essas unidades a preços especiais na campanha de vendas que vai lançar em breve para comemorar seus 60 anos de atuação no mercado. A ideia é liquidar os estoques de apartamentos no Connect Bonsucesso e no Mias Jacarepaguá. Ainda neste ano, a Cury pretende lançar um empreendimento em Irajá que terá os gardens.

— Geralmente os apartamentos enquadrados no programa federal de habitação são compactos. Ter a opção desses imóveis tipo casa é uma ótima oportunidade — avalia.

O diretor de Operações da The INC, Thiago Soares, diz que a procura por gardens foi intensificada durante a pandemia, quando áreas ao ar livre ganharam mais apelo em função do isolamento social. Segundo ele, as duas unidades desse tipo do Campo Real, em Campo Grande, foram vendidas na semana de lançamento do empreendimento, no ano passado. A planta prevê 168 apartamentos.

Os gardens têm 67 metros quadrados, com 18 de área externa. O ponto fora da curva é que foram enquadradas no MCMV — em geral, as construtoras não conseguem chegar à faixa-limite de R$ 264 mil. Soares diz que na época os imóveis custaram R$ 245 mil, o mesmo valor das coberturas.

— Hoje, por conta do aumento dos custos das obras, essas unidades custariam em média R$ 290 mil e estariam fora dos limites do programa — afirma Soares.

Os próximos lançamentos da The INC devem contemplar mais unidades garden. Até o início de 2024, a empresa pretende colocar na praça mais dois empreendimentos em Campo Grande. Um deles deverá ter seis unidades garden. No outro, esse número ainda não está definido.

Já a CTV Construtora colocou três unidades garden no Go Quintino, que está em obras e tem previsão de entrega para junho de 2025. Ao todo, o empreendimento terá 43 unidades. Esses apartamentos terão 130 metros quadrados, com 80 de quintal. Todos já foram vendidos por R$ 350 mil e serão entregues com bancada e churrasqueira.

— A desvantagem dessas unidades é que as áreas externas ficam expostas à visão dos apartamentos dos andares de cima, mas os clientes gostam tanto que passam por cima disso — pontua Bruno Camargo, gerente Comercial da CTV.

Área aberta é extensão dos apartamentos

Reserva do Pontal: garden com 12 metros quadrados de quintal — Foto: NOVOLAR/DIVULGAÇÃO
Reserva do Pontal: garden com 12 metros quadrados de quintal — Foto: NOVOLAR/DIVULGAÇÃO

A inclusão de unidades garden em empreendimentos do segmento econômico é uma novidade recente, que caiu nas graças de algumas construtoras. Segundo Waldecy Prado, gerente Comercial e de Novos Negócios da Novolar, a empresa não abre mão de inserir esse tipo de planta em novos projetos.

No Reserva do Pontal, em Vargem Grande, lançado em outubro do ano passado, foram ofertados 56 gardens de um total de 280 unidades no empreendimento. Esses apartamentos têm em média 56 metros quadrados (44 de área coberta e 12 de quintal) e foram avaliados em R$ 280 mil.

— Todos os novos lançamentos terão apartamentos tipo garden. A área aberta é uma extensão dos apartamentos, um espaço privativo que pode ser utilizado como jardim e, dependendo do empreendimento, contar até mesmo com piscina e churrasqueira. Isso conquistou a preferência dos clientes — afirma Waldecy Prado.

Nos empreendimentos da Jeronimo da Veiga, as unidades garden são entregues com grama. Segundo Maurício Corrêa, diretor Comercial da construtora, os projetos permitem que os moradores personalizem o quintal conforme suas necessidades e gostos.

— Na prática, o garden tem todas as vantagens de um apartamento e de uma casa com quintal. As áreas externas têm mais incidência de sol e circulação de ar e podem ter diversos usos.

Jornal EXTRA

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