Design Structure Matrix melhora gestão de projetos e reduz riscos em obras

A metodologia conhecida como Design Structure Matrix (DSM) enquanto opção para uma abordagem de gerenciamento de projetos foi um dos temas discutidos no 96º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), promovido pela CBIC, de 11 a 14 de abril, em São Paulo. 

A DSM é uma ferramenta de visualização de relacionamentos entre tarefas e atividades em projetos complexos. Ela permite identificar interdependências entre atividades e ajuda a otimizar o fluxo de trabalho, aumentando a eficiência e reduzindo custos.

Na construção civil, a DSM tem sido utilizada para melhorar a gestão de projetos e reduzir os riscos associados à construção de edifícios e estruturas. Por meio da DSM, é possível identificar com antecedência possíveis falhas de coordenação entre as diferentes áreas do projeto, permitindo que as equipes envolvidas possam planejar e ajustar seus cronogramas e orçamentos de acordo. 

Durante o painel “Design Structure Matrix na Abordagem de Riscos na Implantação de Inovações Tecnológicas”, no 96º ENIC, a professora da Escola Politécnica da USP, Mércia Barros, destacou a importância da tecnologia no setor. Ela afirmou que “a DSM é uma ferramenta muito útil para gerenciar projetos complexos, como os da construção. Ela permite que as equipes trabalhem de maneira colaborativa e coordenada, o que é fundamental para o sucesso do projeto”.

Sobre os riscos por trás da inovação, ela afirmou que toda a metodologia de desenvolvimento do projeto foi pautada pela mitigação de riscos dele. “Seja durante a sua produção, mas principalmente durante a vida útil desse edifício”, completou. 

A especialista ESG da Tecnisa, Luana Sato, também falou sobre controle de riscos e apresentou alguns exemplos de como o desenvolvimento dessa matriz para um produto funcionaria na prática. “Você mapeia todas essas interfaces e quando você precisa alguma alteração, seja de um produto novo que foi lançado ou de substituição de algum componente, você já tem todos os itens que precisam ser avaliados”, disse.

Ela completou destacando que assim reduz muito o risco de montar uma viabilidade de absorção dessa inovação e esquecer algum aspecto, porque já tem tudo mapeado. “Esse é um grande resultado que a matriz pode trazer”, pontuou Luana.

A utilização da DSM na construção tem demonstrado resultados positivos em diversos projetos, como por exemplo na construção industrializada. “Na construção industrializada, a DSM é fundamental para a coordenação das diferentes etapas da produção, desde o projeto até a montagem final. Ela permite uma melhor gestão do processo, o que se traduz em um produto final de maior qualidade e em um prazo menor, gastando até menos”, afirmou Edison Tateishi, diretor de operações na Lafaete Locação e na CMC Modular. 

Finalizando o debate, ele também falou sobre a importância da valorização da educação para o uso efetivo da DSM na construção civil. Segundo ele, “a DSM é uma ferramenta complexa e exige um conhecimento técnico específico para ser utilizada de maneira eficaz”. 

“É fundamental que as equipes de trabalho estejam capacitadas e treinadas para utilizar essa ferramenta de forma adequada, garantindo assim a sua efetividade na gestão do projeto”. Para ele, investir em educação e treinamento é essencial para o sucesso na implementação da DSM em projetos de construção civil. “Isso cria um círculo virtuoso de valorização não só da educação, mas também daquele profissional”, finalizou Edison. 

Agência CBIC

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *