Não há elementos que justifiquem novo aumento da taxa de juros, diz ata do Copom

O Comitê de Política Monetária (Copom) afirmou, nesta terça-feira, que “os cenários que poderiam requerer a retomada do ciclo de aperto monetário se tornaram menos prováveis”.

“As projeções de inflação do Copom se mantiveram relativamente estáveis desde a reunião anterior [realizada em março]”, disse o colegiado em sua ata referente a semana passada, quando manteve a taxa básica de juros em 13,75% ao ano.

Já sobre o balanço de riscos, em que o colegiado do Banco Central (BC) faz uma análise mais subjetiva do quadro inflacionário, o Copom afirmou “que a probabilidade de os cenários mais extremos de trajetória da dívida pública se reduziu”. Mas o colegiado “notou também que não houve mudança relevante nas projeções de inflação uma vez que as expectativas não se alteraram de forma significante”.

Assim, “os cenários que poderiam requerer a retomada do ciclo de aperto monetário se tornaram menos prováveis”.

“Tal comportamento reforça o entendimento de que não há relação mecânica entre a política monetária e o arcabouço fiscal”, disse o Copom. Por isso, “a execução da política monetária, neste momento, requer serenidade e paciência para incorporar as defasagens inerentes ao controle da inflação através da taxa de juros e, assim, atingir os objetivos no horizonte relevante de política monetária”.

Arcabouço fiscal

O documento diz “que a apresentação do arcabouço fiscal reduziu a incerteza associada a cenários extremos de crescimento da dívida pública”.

“O Comitê seguirá acompanhando a tramitação e a implementação do arcabouço fiscal apresentado pelo governo e em apreciação no Congresso”, disse o colegiado em sua ata referente à semana passada, quando manteve a taxa básica de juros em 13,75% ao ano.

O comitê também “novamente enfatizou que não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a aprovação do arcabouço fiscal, uma vez que a trajetória de inflação segue condicional à reação das expectativas de inflação e das condições financeiras”.

“A materialização de um cenário com um arcabouço fiscal sólido e crível pode levar a um processo desinflacionário mais benigno através de seu efeito no canal de expectativas, ao reduzir as expectativas de inflação, a incerteza na economia, o prêmio de risco associado aos ativos domésticos e, consequentemente, as projeções do Comitê”, disse.

Valor Investe


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