Câmara transfere discussão final sobre as novas regras do Reviver Centro para agosto

O líder do governo na Câmara do Rio, Atila Alexandre Nunes (PSD ), decidiu adiar para o início de agosto a discussão final sobre as novas regras urbanísticas do Reviver Centro, lançado para dar mais estímulos a investidores interessados em construir residências na região. A matéria deveria entrar em pauta na próxima quinta-feira, mas não há consenso sobre possíveis emendas que alterariam a proposta original do governo. Como a Câmara entra em recesso na quinta-feira, não há possibilidade de discutir alterações nas próximas semanas.

Átila pediu aos colegas que encaminhem propostas de emendas para serem analisadas por técnicos do município.

Na semana passada, por 39 votos a seis, a Câmara havia aprovado a proposta em primeira discussão. O projeto diz respeito à concessão de mais incentivos para os construtores investirem em retrofit ou construção de novos empreendimentos habitacionais. Pelas normas em vigor desde o início do programa, em 2021, quem investir no Centro tem direito a uma bonificação de 40% sobre a área total construída ou reformada. Isso significa que quem levanta ou reforma um residencial de mil metros quadrados tem o direito de construir o equivalente a 400 metros quadrados na Zona Norte (exceto Ilha do Governador), em Ipanema e em Copacabana, sem algumas amarras das regras urbanísticas.

Já no Reviver 2.0, como vem sendo chamado o projeto em discussão na Câmara, o bônus vai para 100%. O incentivo é maior ainda caso o construtor opte por investir em habitações populares no Centro: a bonificação vai para 150%. Além disso, a bonificação é estendida para toda a Zona Sul do Rio e a algumas áreas da Barra da Tijuca.

A divergência ocorre justamente nesse ponto. Em plenário, vereadores, principalmente da esquerda, criticaram a inclusão da Barra e de outros bairros da Zona Sul no programa. Outro ponto questionado é a possibilidade do Reviver 2.0 ser aprovado sem a conclusão da discussão do Plano Diretor, ainda em tramitação na casa.

O Globo

Plano Diretor do Rio: novos prédios da Zona Sul podem ser construídos sem garagem

Os novos prédios residenciais que forem construídos na Zonas Norte e Sul do Rio poderão ser erguidos sem garagem. A decisão sobre prever ou não vagas será das construtoras. A proposta consta do texto final consolidado pela comissão de vereadores que há mais de um ano se debruça sobre a revisão do Plano Diretor da cidade. Esse e outros dispositivos, como regras para exigir estudos de impacto de vizinhança antes de licenciar obras de grande porte que possam causar transtornos aos moradores do entorno, entram em pauta ainda nesta quarta-feira. Apesar da longa discussão, ainda não há consenso da sociedade civil, empresários e políticos sobre qual seria a melhor proposta para planejar o futuro do Rio pelos próximos dez anos. A redação final só entrará em discussão a partir de agosto, já que legislativo entra em recesso nesta quinta-feira.

— A comissão avaliou as propostas do governo e consolidou o texto que irá ao plenário após ouvir sugestões apresentadas pela população em audiências públicas e consultores contratados pela Câmara. No segundo semestre, haverá um novo debate, quando os vereadores também apresentarão suas sugestões — disse Rafael Aloísio de Freitas (Cidadania), que coordena a revisão.

Segundo o vereador Pedro Duarte (Novo), a comissão concordou com a proposta do governo em deixar para a iniciativa privada a decisão de reservar espaço para garagens, já que nos últimos anos os hábitos de consumo da população mudaram. Pesou ainda na decisão o fato de que essas regiões têm mais opções de acesso ao transporte público, seja BRT, ônibus, metrô e trens, além de táxis e veículos por aplicativos:

— Eu mesmo sou um exemplo. Moro em um apartamento no Flamengo e não tenho carro. Ofereço minha vaga para alugar e não encontro interessados. Essa é uma tendência. Nas regiões conhecidas como AP-4 (Barra da Tijuca, Recreio e Jacarepaguá) e AP 5 (restante da Zona Oeste), a carência de transportes públicos ainda é grande. Por isso, nessas regiões optamos por manter a exigência de vagas.

Em tramitação desde setembro de 2021, a discussão do Plano Diretor atrasou principalmente por mudanças na concepção do projeto. O texto original, enviado pelo ex-secretário municipal de Planejamento Urbano Washington Fajardo, é um calhamaço com 464 artigos e 26 anexos. E além de tratar do Plano Diretor, o projeto estabelece novas regras para uso e ocupação do solo. Com a saída de Fajardo, a coordenação do projeto passou para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, que reviu uma série de propostas.

— Eu mesmo sou um exemplo. Moro em um apartamento no Flamengo e não tenho carro. Ofereço minha vaga para alugar e não encontro interessados. Essa é uma tendência. Nas regiões conhecidas como AP-4 (Barra da Tijuca, Recreio e Jacarepaguá) e AP 5 (restante da Zona Oeste), a carência de transportes públicos ainda é grande. Por isso, nessas regiões optamos por manter a exigência de vagas.

Em tramitação desde setembro de 2021, a discussão do Plano Diretor atrasou principalmente por mudanças na concepção do projeto. O texto original, enviado pelo ex-secretário municipal de Planejamento Urbano Washington Fajardo, é um calhamaço com 464 artigos e 26 anexos. E além de tratar do Plano Diretor, o projeto estabelece novas regras para uso e ocupação do solo. Com a saída de Fajardo, a coordenação do projeto passou para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, que reviu uma série de propostas.

Em novembro do ano passado, o governo encaminhou 228 emendas, entre elas, as que dispensavam a exigência das vagas de estacionamento. Como muitas emendas alteravam a concepção original do projeto, isso exigiu novas rodadas de audiências públicas, adiando a votação:

— Incluir três projetos na proposta foi uma espécie de jabuticaba. Não existe em qualquer outro plano diretor do país. E tornou a discussão muito mais complexa, prejudicando o mercado, que há quase dois anos espera por essa revisão — disse o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscom), Claudio Hermolin.

A comissão manteve ainda uma parte do texto original enviado pelo governo na primeira versão, que dispensa a exigência de vagas em qualquer parte da cidade, quando se tratar de novos empreendimentos declarados de interesse social. Isso se aplica, por exemplo, para condomínios que forem lançados pelo programa Minha Casa Minha Vida, que nunca previram vagas para carros.

No texto original, as regras para as garagens propostas pelo governo eram diferentes. Na Zona Sul, o Executivo previa duas hipóteses: a primeira, que fosse reservada uma vaga de garagem para cada unidade residencial; a segunda, adotada em 2019, quando entrou e vigor o novo Código de Obras, determinava que se o residencial estiver a 800 metros de um meio de transporte de massa, só é necessário prever uma vaga para cada quatro apartamentos.

Na Zona Norte, as normas do Código de Obras atual já são mais liberais, embora ainda haja exigência das vagas. A regra que o governo queria manter era a que já valia pela atual legislação, e que os vereadores querem alterar. Ela exige apenas uma vaga a cada três unidades residenciais. Mas caso haja oferta de transporte de massa nas imediações, aplica-se a exigência de apenas uma vaga para cada quatro unidades.

No caso da AP-4 e da AP5, a proposta final da comissão do Plano Diretor é exigir uma vaga a cada quatro unidades residenciais, independentemente da distância até um modal de transportes. As alterações foram sugeridas pelo próprio Executivo, que encaminhou uma emenda para mudar a redação dessa parte do projeto.

— A sociedade civil tem dificuldade para avaliar se essa restrição de vagas é boa ou ruim. Ninguém apresentou qualquer estudo técnico que fundamente tanto essa questão quanto outras propostas em discussão na revisão do Plano Diretor — diz a diretora da Federação das Associações de Moradores do Rio (FAM -Rio) e presidente da Associação de Moradores de Botafogo (Amab), Regina Chiaradia.

Claudio Hermolin diz ser favorável a autorregulamentação. 

— O ideal é que a decisão sobre vagas caiba ao empreendedor, que constrói conforme a demanda do mercado, independentemente da região do Rio. Mas é claro que há locais, como o Leblon, em que dificilmente haverá lançamentos sem garagem — avaliou.

No Plano Diretor, os vereadores também vão discutir uma espécie de padronização da legislação dos bairros. Arquitetos e urbanistas que representam entidades no Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) são contra, por entenderem que uma regra única desfiguraria as características próprias de bairros como Botafogo e Urca.

Eles defendem que seja regulamentado um mecanismo conhecido no Estatuto das Cidades como Parcelamento Obrigatório do Solo, para evitar que investidores estoquem terrenos à espera de valorização, antes de lançar novos projetos. Eles estão agendando uma reunião com o prefeito Eduardo Paes para tentar mudar dispositivos do texto na votação.

Na segunda rodada de discussão, que começa em agosto, a expectativa é que o número de emendas ao texto passe de mil, o que pode empurrar a discussão até o fim do ano. Otimista, Rafael avalia ser possível votar a versão final em setembro.

O Globo

CBIC, CAIXA e SNH esclarecem novas propostas para o MCMV-FAR 2023

A partir do processo de retomada do Faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), com recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), promoveu evento online, ontem (27), com o objetivo de debater as novas regras para recebimento de propostas para o programa habitacional. Representantes da Caixa Econômica Federal e da Secretaria Nacional de Habitação (SNH) participaram do debate.

A regulamentação do MCMV com recursos do FAR está sendo direcionada pela Portaria MCid nº 724, que estabelece as condições gerais; pela Portaria MCid nº 725, que define as especificações urbanísticas de projeto e  obra, além dos valores por unidade habitacional; e pela Portaria MCid nº 727, que estipula a abertura das etapas de enquadramento e contratação de empreendimentos, explicou o gerente nacional do FAR da Caixa, Marcelo Brasil. 

O representante do banco explicou, durante o evento, que os principais parâmetros estabelecidos para o FAR são voltados ao público-alvo de famílias com renda bruta mensal de até R$ 2.640,00, cadastradas no CADÚNICO e indicadas pelo ente público, com base no valor do imóvel em até R$ 170 mil, conforme localidade. 

Marcelo Brasil explicou que os beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e Bolsa Família serão dispensados do pagamento da prestação do imóvel. A proposta é que os contemplados deverão arcar apenas com os custos de manutenção e vivência do imóvel como condomínio e contas básicas. 

Em relação ao valor de provisão de Unidades Habitacionais (UH) serão realizados recortes territoriais de acordo com a população e características locais. Confira tabela abaixo: 

O enquadramento dos municípios é definido por meio do mais recente estudo de regiões de influência das cidades (REGIC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A superação aos valores apresentados na tabela será admitida apenas nas seguintes hipóteses:

  1. Terrenos com qualificação superior, conforme Anexo I da Portaria nº 724 , para os quais é permitida a extrapolação do valor previsto na tabela em 10%, observado o limite de subvenção econômica estabelecido em ato interministerial vigente;
  2. Requalificação de imóvel, considerando o acréscimo de 40% aos valores previstos na tabela.

A partir da próxima segunda-feira (03), a Caixa iniciará a recepção de propostas de forma exclusivamente online, pela página da instituição. Esta etapa ficará aberta até 28 de dezembro de 2023 ou até o cumprimento de até 120% da meta por estado. 

Após esse procedimento, o banco realizará uma pré-análise para avaliação da documentação e realizará vistoria do terreno para conferência das especificações locais. Depois desse processo, acontecerá a validação das informações e as propostas serão encaminhadas ao Ministério das Cidades para a publicação de portaria de enquadramento. 

Apenas após a publicação desta portaria, caberá ao proponente a apresentação da documentação necessária para verificação pela Caixa da viabilidade técnica, financeira e de engenharia. As documentações necessárias podem ser conferidas na Portaria nº 725. 

As metas de contratação por estado para MCMV – FAR em 2023 foram definidas pela  Portaria Mcid nº 727. Serão 115 mil unidades para reduzir o déficit habitacional de cada região do Brasil, distribuídas conforme a figura abaixo.

Nos programas anteriores, a definição de contratação era realizada por município, agora é  direcionada à unidade federativa com as regras de acordo com tamanho de município e suas características, apontou o diretor executivo da Caixa, Rodrigo Wermelinger. 

“O programa MCMV quer fazer 2 milhões de casas em 4 anos, em todas as faixas. Esta não é uma etapa que se esgota. Essa é uma diretriz do governo, portanto, é apenas uma primeira etapa, que terá continuidade nos próximos anos”, destacou. 

“É um início das novas contratações, em um novo patamar de qualidade. A tríade desse marco normativo, disposto nas três portarias, será o guia de contratações do Programa”, disse a diretora do Departamento de Provisão Habitacional da SNH, Ana Paula Maciel Peixoto.

Durante o encontro foram esclarecidas diversas dúvidas enviadas pelos participantes e que devem nortear o material a ser produzido pela Caixa sobre as regras do programa. 

Também participaram da live o presidente eleito da CBIC, Renato Correia; o presidente da Comissão de Habitação de Interesse Social, Carlos Henrique Passos; o superintendente nacional da Caixa, Gustavo Sena; e o vice-presidente do Sinduscon Ceará, Clausens Duarte.

Clique abaixo e confira a íntegra das Portarias: 

Portaria MCidades, n. 724, de 15 de junho de 2023 

Portaria MCidades, n. 725, de 15 de junho de 2023 

Portaria MCidades, n. 727, de 15 de junho de 2023 

Clique aqui e confira o debate!

Agência CBIC

Caixa tenta não frear crédito imobiliário, mas juros precisam cair, diz vice

Com a retirada recorde de recursos da poupança em maio, de R$ 11,75 bilhões, a sustentabilidade do financiamento imobiliário feito pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) tem sido alvo de preocupação.

A vice-presidente de habitação da Caixa, Inês Magalhães, afirmou que o banco já está aplicando mais recursos para o financiamento imobiliário pelo SBPE do que precisaria, e que, com a maior retirada de recursos da poupança, é preciso hoje fazer uma captação mista com Letras de Crédito Imobiliário (LCI) mais cara, para seguir oferecendo o financiamento ao consumidor. “Tem bancos que pararam totalmente”, disse.

Segundo ela, há esforço por parte do banco para “não pisar no freio” da concessão de crédito imobiliário. Apesar disso, disse não ver um novo aumento da taxa cobrada ao consumidor ainda neste ano.

A Caixa já executou R$ 70 bilhões em financiamento imobiliário neste ano, sendo R$ 39 bilhões com recursos da poupança.

“É importante que a gente altere esse cenário com a diminuição, esperamos, da taxa de juros, e que a poupança volte a captar mais”, afirmou.

Segundo Magalhães, a Caixa está se preparando para operar o MCMV com os novos parâmetros, a partir de 7 de julho.

O secretário nacional da habitação, Hailton de Almeida, afirmou que o governo tem a meta de realizar 500 mil casas neste ano, sendo que a seleção para as primeiras 130 mil, com recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), já está aberta. A meta do governo Lula é construir 2 milhões de casas nos quatro anos de governo.

O secretário fez um chamado para que construtoras façam a adesão à faixa 1, que conta com recursos do FAR e é voltada a famílias com renda de até R$ 2.640, para atingir a base do déficit habitacional. Também há um apelo para que Estados e municípios participem do programa, com recursos financeiros ou terrenos, para complementar os incentivos do MCMV.

Ronaldo Cury, vice-presidente institucional da incorporadora Cury, focada em habitação econômica, disse que a empresa está olhando opções de projetos na faixa 1, mas que esse segmento não deverá representar mais de 10% do faturamento da companhia. No passado, a Cury já teve 50% do faturamento vindo da faixa inicial.

Valor Econômico

Conceito de moradia inteligente chega a imóveis do Minha Casa, Minha Vida

O conceito de casa inteligente chega aos imóveis de padrão econômico do Minha Casa, Minha Vida. Por meio da implementação de tecnologias, as residências ganham eficiência no uso dos recursos, como energia e água, reduzindo custos e impactos ambientais.

“O Brasil está entre os cinco países com maior déficit habitacional em todo o mundo, por isso temos o propósito de expandir a nossa operação para outros estados, promovendo o desenvolvimento econômico e social das comunidades”, diz Susanna Marchionni, cofundadora e CEO da Planet Smart City no Brasil.

Desde 2015, a empresa investe na construção de bairros e condomínios inteligentes para a baixa renda no país.

No ano passado, a multinacional investiu mais de R$ 122 milhões. Para este ano, a projeção de faturamento é de R$ 300 milhões, com um investimento de cerca de R$ 140 milhões.

A Planet Smart City tem sete empreendimentos no país, nos estados de Ceará, Rio Grande do Norte e São Paulo. Na capital paulista, os projetos serão verticais, nos bairros Freguesia do Ó (zona oeste) e Itaquera (zona leste), com unidades de R$ 100 mil a R$ 135 mil.

Em São Gonçalo do Amarante, no Ceará, a proptech (startup voltada para o mercado imobiliário) construiu a Smart City Laguna com uma área total de 330 hectares. O bairro planejado tem imóveis para diferentes faixas de renda, além de comércio e lazer. A estimativa é que o local receba 20 mil pessoas.

Uma das tecnologias oferecidas foi selecionada pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente). A iniciativa envolve a instalação de painéis fotovoltaicos, sistemas de armazenamento de e recursos de gerenciamento digital de energia em cerca de 150 residências.

Uma série de sensores que registram informações de sistemas elétricos alertará os moradores diretamente em seus celulares, permitindo que eles adaptem o consumo de energia às suas necessidades, reduzindo o desperdício e as despesas.

O alerta é por meio de aplicativo para residentes de bairros inteligentes. Por meio de um painel de controle, é possível monitorar a casa, controlar o consumo de água, de energia, consultar a qualidade do ar e acompanhar o andamento de obras na região, além de agendar serviços como o uso da biblioteca e as caronas compartilhadas.

A inclusão digital e social são aspectos relevantes no conceito de cidade inteligente. Nos projetos de habitação popular, as empresas buscam garantir o acesso facilitado a serviços e informações essenciais para o desenvolvimento pessoal e profissional dos habitantes. Os projetos são desenvolvidos de forma colaborativa, envolvendo os moradores desde a fase inicial.

A MRV, uma das maiores operadoras no segmento de construção popular, fechou parceria com a uCondo, uma plataforma de administração de condomínios. Por meio do aplicativo Conviver MRV, é possível acompanhar a manutenção do condomínio, administrar as contas e reservar áreas comuns, entre outros serviços.

A ferramenta passou a ser disponibilizada neste ano. Pelo menos 130 condomínios construídos pela empresa já a utilizam. Com o app, as empresas acompanham o comportamento de boa parte do residencial, possibilitando traçar estratégias de negócios e melhorar a oferta de serviços.

“Poderemos avaliar se o pessoal usa mais carro ou transporte público para analisar se conseguimos reduzir o número de vagas de garagem em determinada região, por exemplo. Com o aplicativo, consigo ter de forma praticamente instantânea informações que levariam meses para chegar”, diz Felipe Cardoso dos Reis, diretor de inovação da MRV.

“O aplicativo ajuda no dia a dia do morador, do síndico e da administradora. Por meio do cruzamento de informações, podemos oferecer estratégias até para diminuir a inadimplência e os gastos gerais do condomínio, gerando eficiência”, afirma Marcus, CEO da uCondo.

Folha de SP

Os condomínios-clubes dominam a cena no mercado imobiliário

Os tradicionais clubes esportivos, que sempre viveram de mensalidades, começaram a perder associados com a multiplicação de prédios nas grandes cidades. Eles roubaram a “clientela” que passava a carteirinha na catraca de entrada dessas agremiações incrementando as chamadas áreas comuns com piscinas, quadras poliesportivas e mini-academias de ginástica. A oferta desses atrativos num ambiente seguro transformou esses endereços em espaços preferenciais de muitas famílias brasileiras.

Nos últimos tempos, os condomínios expandiram ainda mais a oferta de serviços. A tendência agora é transformar esses endereços em mini-cidades, com serviços que vão além das áreas de esportes e de lazer. Mais uma vez, o período da pandemia ajudou a acelerar a tendência de transformação. Configurou-se o pensamento de que hora útil é mais importante que hora-extra, o que popularizou o home-office. A quantidade maior de gente trabalhando em casa fez os condomínios incrementar as infraestruturas digital e física, sendo que alguns hoje têm quase espaços com as mesmas facilidades dos chamados coworkings. Dentro dessa mesma lógica, com as pessoas evitando fazer deslocamentos, surgiu também a necessidade de oferecer dentro dos prédios uma área de comércio, que inclui minimercado e serviços necessários para viabilizar despacho de documentos e encomendas.

O Honest Market é um desses serviços. O nome, que em livre tradução para o português significa “mercado honesto”, refere-se a espaços reservados para pequenas compras, como uma loja de conveniência com auto-atendimento com vitrines dispostas nos condomínios 24 horas por dia para atender os moradores. São concebidas sob medida para socorrer uma emergência, seja um vinho que faltou em um jantar, fralda para ser resposta na dispensa ou comida para cachorro. O nome “honesto” já é um spoiler de como funciona o serviço. Sem controle de funcionário, os produtos ficam dispostos para a retirada dos próprios condôminos que podem pagar na hora através de um código de reconhecimento do apartamento ou receber posteriormente a conta adicionada ao boleto do condomínio.

Uma facilidade é que esses minimercados podem ser instalados em módulos customizados conforme a necessidade e regras do condomínio e muitas empresas oferecem o serviço de montagem e gestão desse comércio em prédios residenciais. “O mercado aqui do prédio é uma grande ajuda nas emergências. Já perdi a conta de quantas vezes busquei refrigerante e sobremesa. Na época da pandemia, então, não existia coisa melhor. Não podíamos ir ao mercado, e ele vindo ao nosso encontro”, afirmou à coluna Manuela Caffarelli, moradora de um dos prédios que contam com esse serviço, no bairro do Brooklin na capital paulista.

Além da comodidade das comprinhas, os condomínios têm inovado para dar mais praticidade para todos. Em um prédio como o de Manuela, a quantidade de serviços oferecidos é tão grande que o local ficou com a cara de um mini-bairro. O elevador já avisa das promoções do salão de beleza da semana. Isso mesmo, ali dá para cortar o cabelo e fazer as unhas no térreo. Outro aviso é a lembrança que toda terça-feira acontece uma feira em espaço reservado no prédio, oferecendo uma relação de hortifruti a preços especiais. As crianças recebem uma atenção especial, com monitores fazendo diversas atividades durante a semana, decoração das festas e aulas de esporte com professores especializados para o público infantil. Os condomínios pensaram até nos cachorrinhos, oferecendo passeadores e até creche.

Os benefícios de serviços diferenciaria como um Honest Market não se limitam apenas aos moradores. O próprio condomínio agrega valores e soluções com esse tipo de estabelecimento, como conforto, segurança e potencial de valorização do imóvel. Num futuro próximo, já se fala até em empreendimentos com pistas de pouso demarcadas para drones programados para fazer pequenas entregas. Com a pizza literalmente chegando voando pela janela do apartamento, quem vai querer sair de casa? 

Veja Online

Maioria no Copom vê corte de juros em agosto se inflação continuar caindo

A maioria do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central vê espaço para início de ‘processo parcimonioso’ de corte de juros em agosto se inflação continuar caindo, conforme ata publicada nesta terça-feira (27). Mas o colegiado alerta que redução da taxa básica (Selic) exige confiança e uma flexibilização prematura pode reacelerar a inflação do país.

“A avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião”, afirmou.

Na sinalização de quais serão os próximos passos, houve divergência no colegiado. Para o grupo mais cauteloso, embora minoritário, ainda há dúvida sobre o impacto do aperto monetário até então implementado. Esses membros consideram que é necessário observar melhora na percepção das expectativas de inflação mais longas e acumular mais evidências de desinflação nos componentes mais sensíveis ao ciclo.

Na última quarta-feira (21), o Copom manteve, em decisão unânime, a Selic no patamar de 13,75% ao ano e deixou seus próximos passos condicionados aos dados, mencionando a dinâmica da inflação corrente, as expectativas de inflação, entre outros fatores, em comunicado tido como mais conservador por agentes do mercado financeiro.

A decisão foi recebida negativamente pela equipe econômica, que interpretou o comunicado como um “boicote” ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem cobrado o corte de juros para estimular a atividade econômica.

“O Comitê unanimemente avalia que flexibilizações do grau de aperto monetário exigem confiança na trajetória do processo de desinflação, uma vez que flexibilizações prematuras podem ensejar reacelerações do processo inflacionário e, consequentemente, levar a uma reversão do próprio processo de relaxamento monetário”, diz o documento.

“A materialização desse tipo de cenário pode impactar negativamente não apenas a credibilidade da política monetária, mas também as condições financeiras”, acrescenta.

Folha de SP

Sem queda nos juros, incorporadoras aceitam carro e fecham parcerias para vender imóveis

Enquanto o Banco Central mantém a Selic inalterada, o mercado imobiliário desenvolve iniciativas para reduzir o estoque de imóveis. As ofertas vão de cashback a carro como parte do pagamento.

O atual patamar da taxa básica (a 13,75%) é considerado o principal obstáculo nas vendas pelo setor, porque desencoraja os possíveis compradores e também os investidores. Com os juros em alta, empréstimos imobiliários ficam mais caros, o poder de compra do consumidor diminui e as instituições financeiras tendem a ser mais cautelosas ao conceder crédito.

Se a ideia é comprar imóvel para investir, os juros altos favorecem a preferência por investimentos alternativos.

Diante desse cenário, as estratégias do setor para ampliar as vendas focam em parcerias. As coligadas do Santander, Apê11 e Loop, oferecem, por exemplo, a opção de dar o carro como pagamento na compra de imóvel novo ou usado.

Por meio do site Ape11, o interessado em um dos imóveis da plataforma agenda uma avaliação do veículo. Depois, a Loop fica responsável por intermediar a venda a lojas parceiras ou assessorar o cliente dentro do site Webmotors. Segundo a Apê11, é o cliente quem decide o preço alvo do seu veículo.

“Temos uma expectativa de que a parceria nos traga cinco vezes mais transações imobiliárias em 2023 quando comparado ao volume vendido em 2022, pois ajudamos a dar liquidez ao carro e facilita um desembolso menor pelo cliente em momento de juros altos”, afirma Caio Carrato, diretor de operações da Apê11.

A Helbor entrou neste mês na parceria com imóveis em construção ou prontos para a entrega em Mogi das Cruzes, São Paulo e Curitiba. A ação fez parte do evento “Só a Helbor Tem – Turbo”. Nele, compradores escolheram entre utilizar o valor do carro como parcela de entrada ou abater do saldo do financiamento.

De acordo com a incorporadora, foram mais de 30 avaliações de carros nos dois finais de semana do evento. A quantidade de negócios fechados ainda não foi contabilizada.

“É um dos nossos eventos mais tradicionais, mas desta vez incluímos um diferencial de facilitar a entrada do imóvel”, diz Fabiana Lex, diretora de Marketing, Produto e Comunicação da Helbor.

Em outra parceria para o mesmo evento, a Helbor liberou com o Bradesco taxas de financiamento imobiliário menores do que as disponíveis no mercado. A incorporadora ainda concedeu seis meses de condomínio e pontos Livelo a quem comprasse unidades de empreendimentos em fase de construção.

Folha de SP

Leilão de imóveis com descontos de até 56%

O Santander vai realizar um leilão de imóveis com valores até 56% mais baixos que as avaliações de mercado. Segundo o banco, o financiamento pode chegar a 420 meses e ainda será possível utilizar o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) na aquisição.

Estão sendo ofertadas 57 unidades, entre casas, apartamentos, terrenos e salas comerciais. Os lances podem ser enviados até segunda-feira, dia 3 de julho, às 15h, pela plataforma Superbid Exchange ou no portal www.santanderimoveis.com.br.

Os imóveis estão em diversas regiões do Brasil. No Rio de Janeiro, por exemplo, um apartamento de 178 metros quadrados (m²) está disponível a partir de R$ 254,8 mil. Já em Niterói, uma casa com 486 m² está recebendo ofertas a partir de R$ 495,9 mil.

Para quem ficou interessado, a coluna reforça que é importante ler com atenção o edital do leilão, documento que deve apresentar todos os detalhes sobre o imóvel, entre eles se o bem está ocupado, se existem dívidas como condomínio e IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e quem será o responsável pelas despesas. Vale lembrar que se a unidade estiver ocupada, o arrematante será o responsável pela desocupação.

O Dia, coluna Panorama Imobiliário

Construtoras querem Caixa no financiamento de imóveis até R$ 500 mil

Empresários da construção civil tentam convencer a Caixa Econômica Federal a ampliar os recursos destinados ao financiamento da habitação para imóveis entre R$ 350 mil e R$ 500 mil.

Hoje, imóveis nessa faixa de preço, que o setor chama de intermediária, encontram-se num limbo de mercado.

Nas conversas com o banco estatal, afirmam que, para imóveis de até R$ 350 mil, há dinheiro do FGTS. E que os bancos preferem usar os recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos) para financiar imóveis para a alta renda, acima de R$ 500 mil.

As construtoras consideram haver potencial de venda entre R$ 350 mil e R$ 500 mil.

As conversas avançaram na Caixa, mas as empresas, representadas pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), avaliam que será preciso uma ação junto ao Palácio do Planalto.

Folha de SP, coluna Painel S.A.