Condomínio de grife: tendência que conquistou astros internacionais está perto de chegar ao Brasil

Condomínio Bentley
Conforme um relatório da consultoria imobiliária global, a Knight Frank, a oferta de unidades em condomínios de luxo deve crescer 12% a cada ano, entre 2023 e 2026 (Crédito: Divulgação/ Bentley Residences )

Porsche, Armani e Fendi são grifes já conhecidas dos milionários do mundo. Agora, além de estarem nos guarda-roupas e garagens da elite mundial, elas também estão investindo no mercado imobiliário. 

O mercado residencial de luxo está em franco crescimento no mundo e nem a pandemia de Covid-19 foi capaz de paralisar o interesse dos super-ricos em experiências cada vez mais únicas nessa área. 

Conforme um relatório da consultoria imobiliária global, a Knight Frank, a oferta de unidades em condomínios de luxo deve crescer 12% a cada ano, entre 2023 e 2026. Já é possível conferir alguns desses empreendimentos em Sunny Isles Beach, uma cidade no condado de Miami-Dade, nos Estados Unidos.

Astros como Lionel Messi, Alicia Keys e Swizz Beatz são algumas das celebridades que moram no condomínio da Porsche. Com previsão de entrega para 2026, o condado receberá um dos principais e mais aguardados condomínios de luxo: o Bentley Residences. A torre, com 66 andares, apresenta uma fachada com o icônico design em losangos característico da montadora britânica e terá vista para o mar.

De acordo com a Savills, empresa britânica de serviços imobiliários, este mercado deve dobrar de tamanho até 2027, principalmente por causa do aumento de negócios em locais como Miami, Nova Iorque, Londres e Dubai.

Tendência pode chegar ao Brasil

De olho no mercado brasileiro, algumas dessas grandes marcas podem desembarcar com seus empreendimentos imobiliários no Brasil nos próximos anos. É o que esperam Christianne Leon, Jennifer Chen e Valéria Oropallo, CEOs da Brand Concept, empresa que nasceu em Miami e que incorpora marcas de luxo para projetos imobiliários, além de uma boutique de investimentos. 

“No momento, temos algumas conversas em andamento e negociações estão sendo feitas. Estamos conversando com várias construtoras em Goiânia, Porto Alegre e em São Paulo, no bairro dos Jardins. Também estamos desenvolvendo um projeto em um condomínio de alto padrão no interior de São Paulo junto a uma marca”, afirmou Leon.

No final de agosto, a empresa realizou um evento que contou com a presença de construtoras, empresários e investidores de diversos segmentos, entre eles, o arquiteto brasileiro João Armentano. 

Exclusividade é o diferencial

Um dos diferenciais que o mercado de luxo busca é a exclusividade no serviço. Por conta disso, grifes com tradição no mercado de alto-luxo querem aproveitar o seu know-how para ampliar a gama de experiências para os condomínios. 

“Mais do que um símbolo, os clientes buscam exclusividade e qualidade de marcas que já conhecem. E a experiência oferecida por um condomínio de grife é uma extensão disso. Se o público conhece e gosta da marca, ele terá essa extensão na qualidade dos produtos e serviços”, aponta Chen. 

IstoÉ Dinheiro

Mercado de capitais ganha espaço no financiamento imobiliário

Diante da queda de recursos da poupança, com as retiradas superando os depósitos, o mercado imobiliário tem apostado em outras fontes para atrair mutuários e fechar negócios. O mercado de capitais tem se destacado com um aumento expressivo da participação entre as modalidades de funding (financiamento) para o setor.

O Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que sempre liderou a participação entre as fontes de recursos, passou de 40% em 2022 para 36% em agosto deste ano. Enquanto isso, os fundos e títulos imobiliários vêm registrando alta exponencial nos últimos cinco anos e passaram de 34% no ano passado para 38% em 2023. Por sua vez, os financiamentos, via Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) se mantiveram estáveis, representando 26% do total.

Na esteira da participação, os recursos das Letras Imobiliárias Garantidas (LIGs), por exemplo, dispararam 87% em apenas um ano, passando de R$ 48 bilhões para R$ 90 bilhões, fazendo a participação dessa modalidade de financiamento crescer de 3% para 5% do total em apenas um ano.

Já as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) cresceram 70%, de R$ 141 bilhões para R$ 239 bilhões, com a participação subindo de 8% para 12%, enquanto os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) aumentaram 39%, de R$ 106 bilhões para R$ 148 bilhões, o que fez a fatia aumentar de 6% para 8%.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que a perda de recursos da poupança tem preocupado as entidades, por ser a principal forma de financiamento imobiliário. Ele destacou que é necessário encontrar uma forma de impulsionar o financiamento livre do crédito imobiliário, citando instrumentos de captação privada, como CRIs e LCIs, que segundo ele têm se comportado “relativamente bem”.

“No Brasil a gente tem sistema de crédito imobiliário com direcionamento bastante grande. A poupança tem perdido recursos e é uma das fontes de financiamento”, disse, em evento com investidores.

Investimento

Segundo o diretor executivo da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Felipe Pontual, essas modalidades têm como objetivo atrair um outro tipo de investidor. “A poupança tem pouco poder de atrair mais clientes, obviamente ainda é muito usada, mas qualquer um no Brasil que tenha a capacidade de poupar um pouco busca por outros instrumentos. A maioria deles são investimentos de longo prazo, o que é uma boa aplicação para financiamento de imóveis”, destacou.

Pontual afirma que os meios de financiamento regionais devem seguir resilientes, mas a diversidade de participação de instrumentos de captação privada pode acelerar a participação do crédito imobiliário no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

“Temos quase dois anos seguidos de depósitos líquidos negativos, mas como tem o crédito de juros, o saldo final da poupança cai bem devagarzinho. Ela ainda é fundamental para o crédito imobiliário e continuará sendo por muito tempo, assim como o FGTS”, diz.

“Não podemos mais ter um sistema de financiamento que seja dependente da caderneta de poupança, visto que o saldo aplicado nessa modalidade vem caindo consideravelmente nos últimos anos”, defendeu o presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França, durante 6ª edição do Fórum Incorpora.

Para o executivo, o segmento ainda encontra uma série de desafios, apesar das boas perspectivas, como os juros ainda em patamares altos e a dificuldade da população em conseguir crédito.

“Precisamos realmente que as autoridades monetárias ajam para acelerar a redução da taxa selic, isso é fundamental, e criem mecanismos para ampliar as fontes de recursos para os compradores de imóveis da classe média, fazendo com que esse público recupere as condições de adquirir sua moradia pagando prestações lógicas”, disse.

França mencionou um estudo realizado a pedido da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que apontou que entre 2023 e 2025 a burocracia da construção custará ao Brasil “a bagatela” de R$ 35 bilhões. “E quem paga a conta é o comprador do imóvel, isso quer dizer que, na média, 9,7% do preço do imóvel é composto por excesso de burocracia”, afirmou.

Histórico de queda

O saldo da aplicação na caderneta de poupança voltou a cair pelo terceiro mês seguido, com os saques superando os depósitos no mês passado Em setembro, as saídas superaram as entradas em R$ 5,83 bilhões, de acordo com relatório do BC.

Atualmente, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), hoje em 0,1397% ao mês (1,69% ao ano), mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano). Quando a Selic está abaixo de 8,5%, a atualização é feita pela TR mais 70% da taxa básica de juros.

Juros altos geram reflexos nas taxas cobradas pelos bancos, que ainda estão em patamares historicamente elevados. De acordo com o economista Otto Nogami, professor do Insper, a Selic representa o custo de captação dos bancos, mas não é o elemento mais importante.

“Existem outros fatores como o custo administrativo, o risco comercial e o lucro que a instituição deseja obter na operação, sem falar do maior sócio do banco na operação de crédito que é o governo, impostos que incidem sobre o spread bancário”, disse.

“A redução da taxa básica de juros reduz o custo de captação, mas não podemos esquecer que existem outros elementos na composição das taxas bancárias. Por exemplo, mesmo que a taxa Selic caia ainda mais, se o risco comercial, ou seja, a inadimplência aumentar, uma coisa vai compensar a outra”, acrescentou Nogami.

A aplicação vem perdendo recursos em série desde 2021, afetada pela inflação elevada, o endividamento das famílias e os juros altos. No ano passado, o saldo foi negativo em R$ 103,2 bilhões, o pior número na história da poupança, cuja série foi iniciada em 1995.

Custo do crédito

A coordenadora de projetos de construção do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre), Ana Maria Castelo, alertou que apesar das apostas do mercado para o impulsionamento das novas modalidades de funding, essa composição pode acabar encarecendo o crédito imobiliário.

“De fato, quando olhamos a comparação de 2021 com 2022 vemos que a poupança perdeu espaço no ano passado, em proporção ao funding total, para outras ferramentas que buscam no mercado recursos para financiar”, destacou.

Castelo ponderou que os fundos de investimento imobiliário se destacaram com o avanço da taxa básica de juros, que atingiu o piso de 13,75% ao ano em 2022.

“Por mais que as recentes quedas de juros ainda não tenham refletido nos valores do financiamento imobiliário, esse não é o nosso normal. Nós temos hoje essa realidade em que captar no mercado significa encarecer o crédito habitacional”, disse.

Alternativas para atrair

A Caixa Econômica Federal vem trabalhando em proposta para desburocratizar o acesso a financiamentos para combater o deficit habitacional. Recentemente, antes de sair do cargo, a ex-presidente da instituição Maria Rita Serrano enfatizou a importância do FGTS e a necessidade de repensar a poupança para que o produto volte a ser atrativo.

Serrano mencionou como alternativa a liberação do compulsório vinculado ao financiamento habitacional. A então chefe do banco informou já ter encaminhado uma proposta para o Ministério da Fazenda e ao Banco Central. “Nós entendemos que, já que o mercado vem perdendo muitos recursos em poupança, é necessário também repensar o compulsório”, destacou.

“Entregamos uma proposta com essa possibilidade para que sejam discutidos com o Banco Central novas regras de compulsório. Estamos propondo que seja liberado o compulsório vinculado ao financiamento habitacional, para que ele seja diminuído com foco em investimento em habitação”, comentou, durante o Fórum Incorpora.

Ela enfatizou ainda que a desburocratização reduzirá custos e atenderá às necessidades urgentes da população, agilizando os financiamentos imobiliários: “Não há dúvida que todos nós perdemos com isso. Você tem um custo maior e o banco perde também em produtividade”.

O banco público bateu recorde na concessão de crédito imobiliário no terceiro trimestre deste ano. Ao todo, de julho a setembro de 2023, foram liberados R$ 51,3 bilhões em financiamentos para aquisição da casa própria, o melhor trimestre da série histórica.

A Caixa atribuiu a melhora às recentes mudanças no âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida, que aumentou o valor do imóvel, além da ampliação do valor da renda familiar da Faixa 1 e a redução da taxa de juros.

A instituição mantém a liderança na concessão de financiamentos habitacionais, com 68,27% de participação no mercado imobiliário. Apenas em setembro foi registrada a marca de R$ 700 bilhões em carteira ativa de crédito imobiliário, com 6,6 milhões de contratos.

Correio Braziliense

STF autoriza retomada de imóveis de devedores por bancos sem decisão judicial

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira que, quando houver atraso no pagamento de um financiamento imobiliário, os bancos e outras instituições financeiras podem tomar, sem decisão judicial, aquele imóvel que está sendo financiado.

A decisão foi baseada na lei que criou a alienação fiduciária, termo jurídico que define o uso do próprio imóvel financiado como garantia do empréstimo. Se o mutuário não pagar, o apartamento, casa ou terreno fica para o banco. E essa execução não precisa passar pela Justiça, pode ser feita rapidamente num cartório, chancelou o STF.

A discussão envolve uma lei de 1997 que criou a alienação fiduciária, respaldada agora pelo Supremo para todos os contratos desse tipo, a partir de um caso particular.

No caso que motivou o julgamento, um homem questionou a alienação de seu imóvel realizada pela Caixa Econômica Federal, alegando que não houve direito à ampla defesa, ao contraditório. A sentença foi mantida pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), e houve recurso para o STF, que foi negado pelo ministros.

A decisão do STF foi definida por ampla maioria entre os atuais dez integrantes da Corte (o presidente Lula ainda não indicou o substituto de Rosa Weber, que se aposentou recentemente). Foram 8 votos a favor do entendimento e dois contra. Veja a seguir como votaram os ministros.

O relator do caso, ministro Luiz Fux, considerou a lei constitucional e foi seguido pelos ministros Cristiano Zanin, André Mendonça, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Nunes Marques, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso.

— Eu entendo que essa previsão legal diminui o custo do crédito, o que considero muito importante, e minimiza a demanda pelo Poder Judiciário, já sobrecarregado — afirmou Barroso.

Fachin: ‘Direito fundamental social à moradia’

O ministro Edson Fachin apresentou divergência e votou contra esse entendimento.

— Continuo a entender que, diante da ponderação entre a proteção do agente financeiro pelos riscos assumidos e a preservação dos direitos fundamentais do devedor, especialmente quando se trata do direito fundamental social à moradia, deve assegurar todos os meios para garantir o melhor cenário protetivo do cidadão e sua dignidade como um mínimo existencial — avaliou Fachin.

O ministro Nunes Marques acompanhou o relator em favor da execução extrajudicial da garantia. Disse que a regra dá segurança aos contratos e ressaltou que o devedor pode recorrer à Justiça se considerar que há uma irregularidade:

— Essa solução legislativa impulsionou o mercado imobiliário e deu segurança aos contratos. De resto, se o devedor verificar alguma irregularidade no procedimento, está livre para recorrer ao Poder Judiciário.

Fux concordou com os argumentos de que o modelo atual contribuiu para a redução dos custos do setor:

— A exigência de judicialização da execução dos contratos de mútuos com alienação fiduciária de imóveis iria de encontro aos avanços e aprimoramentos no arcabouço legal do mercado de crédito imobiliário, os quais tiveram significativa contribuição para o crescimento do setor e redução dos riscos e custos — avaliou o relator.

Cármen Lúcia, por sua vez, foi a única a seguir Fachin em voto divergente em relação ao do relator. Ela afirmou que o devedor não pode ter o “ônus da judicialização” e também defendeu a proteção do direito à moradia.

Outros ministros

Acompanharam o relator os outros ministros do colegiado: Cristiano Zanin, André Mendonça, Alexandre de Moraes, Dias Toffolli, Gilmar Mendes e o presidente do STF, Luís Roberto Barroso.

O Globo

FGTS Digital: prazo para empresas se familiarizarem com a plataforma está terminando

O prazo para a fase de testes do FGTS Digital está prestes a se encerrar, com o término previsto para 10 de novembro de 2023. Empresas de todos os tamanhos e setores estão sendo incentivadas a aproveitar esses últimos dias para se familiarizarem com a plataforma. Vale ressaltar que os cadastros realizados durante essa etapa serão salvos, permitindo adiantar processos que serão necessários futuramente.

O FGTS Digital é uma inovação tecnológica em desenvolvimento, com o objetivo de otimizar a arrecadação, fiscalização e apuração do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), substituindo a antiga Conectividade Social (CAIXA). Essa plataforma visa simplificar a gestão do FGTS, tornando-a mais eficiente tanto para empregadores quanto para empregados. Entre as funcionalidades oferecidas, os empregadores poderão emitir guias personalizadas, consultar extratos, solicitar compensações e restituições, além de contratar parcelamentos.

Cronograma de implementação do FGTS Digital

O processo de implementação do FGTS Digital segue um cronograma rigoroso:

  • 19 de agosto de 2023: Início da fase de testes em Produção Limitada para empresas do Grupo 1 do eSocial, com faturamento acima de R$ 78 milhões em 2016;
  • 23 de setembro de 2023: Início da fase de testes em Produção Limitada para empresas dos demais grupos do eSocial (2, 3 e 4);
  • 10 de novembro de 2023: Encerramento da fase de testes em Produção Limitada.
  • 20 de novembro de 2023: Início da fase de testes em Produção Restrita para empregadores de todos os grupos;
  • 1º de janeiro de 2024: Entrada em produção do FGTS Digital e substituição do SEFIP/Conectividade Social para débitos de FGTS a partir de janeiro de 2024.

O que empresas podem fazer durante a fase de testes?

Durante o período de testes, as empresas podem:

  • Utilizar dados reais transmitidos para o eSocial;
  • Gerar guias simuladas e explorar outras funcionalidades do FGTS Digital;
  • Acessar o serviço de atendimento ao empregador;
  • Verificar se as informações de bases de cálculo do FGTS geradas no eSocial estão alinhadas com os recolhimentos atuais efetuados via GFIP/CAIXA.

É fundamental observar as incidências das verbas/rubricas utilizadas e o funcionamento do totalizador do FGTS (S-5003). Se houver divergências nos valores devidos do FGTS, as empresas devem corrigir as rubricas e reenviar os eventos de remuneração para que os totalizadores sejam processados novamente. A fase de testes não afeta os recolhimentos, que continuam sendo realizados via guias GRF/GRRF geradas pelo Conectividade Social/Caixa.

Como e quem pode acessar o FGTS Digital?

O acesso ao FGTS Digital pode ser feito com senha gov.br (categoria prata ou ouro) ou certificado digital. O acesso é restrito ao titular, responsável legal pelo CNPJ na Receita Federal e ao procurador devidamente cadastrado no sistema de procurações do FGTS Digital.

Com o término iminente da fase de testes, as empresas devem se preparar para a transição para o FGTS Digital, que promete simplificar significativamente os processos relacionados ao FGTS e trazer benefícios tanto para empregadores quanto para empregados.

Portal Contábeis

Inovações e o potencial dos painéis de CPC na descarbonização da construção civil

Os painéis de concreto CPC são resultado da tecnologia de “concreto protendido com carbono”, que teve sua origem em um extenso projeto de pesquisa realizado em colaboração entre a Universidade de Ciências Aplicadas de Zurique (ZHAW) e a empresa Silidur AG, sediada em Andelfingen. Esses painéis são reforçados com fios de carbono pré-tensionados, o que possibilita que sejam significativamente mais finos e leves, mantendo a mesma capacidade de carga dos painéis reforçados convencionais.

A abordagem inovadora da CPC na fabricação de painéis de concreto reduz o consumo de materiais em 75% e minimiza a pegada de carbono na produção de concreto. O ArchDaily entrevistou o Professor Josef Kurath, do Departamento de Design de Arquitetura e Engenharia Civil da Universidade de Ciências Aplicadas de Zurique (ZHAW), que desempenhou um papel crucial no desenvolvimento desses painéis de concreto. Na entrevista, discutimos sua perspectiva sobre a descarbonização na arquitetura e as motivações que impulsionaram a criação dos painéis da CPC. Além disso, comparamos o CPC com o concreto tradicional e as possibilidades de escalabilidade e acessibilidade no futuro.

Conheça as ideias de John Kurah sobre a descarbonização da indústria da construção e as perspectivas inovadoras dos painéis da CPC.

Inovações e o potencial dos painéis de CPC na descarbonização da construção civil: entrevista com Josef Kurath - Imagem 10 de 12

Paul Yakubu (ArchDaily): O ambiente construído é responsável por aproximadamente 42% das emissões globais anuais de CO2. Em sua opinião, quais são as principais áreas na construção que a indústria da construção deve reconsiderar e inovar para reduzir essas emissões?

Josef Kurath (CPC AG & ZHAW): Concreto e cascalho são dois dos materiais mais utilizados na construção em todo o mundo. Grandes quantidades deles são usadas e essa demanda só tende a crescer no futuro. No entanto, esses materiais também contribuem significativamente para as emissões de CO2 na indústria da construção. Os componentes que compõem o cascalho e o concreto são abundantes em todo o mundo, e por isso são escolhas apropriadas para a construção de edifícios. No entanto, é crucial otimizar o uso desses recursos no futuro, promovendo a reutilização e minimizando as emissões nos processos de fabricação e construção.

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PY: Quais foram as inspirações iniciais por trás da pesquisa sobre painéis CPC e como você chegou à ideia de utilizar fios de carbono pré-tensionados como alternativa?

JK: Como engenheiro civil, tenho experiência com o concreto armado e, como pesquisador, tenho explorado bastante compósitos de fibras nas últimas décadas. Os compósitos de fibra de carbono (CFRP) possuem uma resistência excepcional à tração, não sofrem fadiga e não corroem. No entanto, eles não são mais rígidos que o aço, são sensíveis a outras cargas e não têm durabilidade infinita quando expostos ao sol. Por outro lado, o concreto é robusto em termos de impactos ambientais e mecânicos e lida bem com cargas de compressão. Esses dois materiais se complementam bem, exceto em relação à rigidez. Quando os fios de carbono são pré-tensionados no concreto, essa incompatibilidade é superada, resultando em um material de construção superior ao concreto armado tradicional.

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PY: Quais são as aplicações atuais desse elemento inovador e quais são as perspectivas estruturais para sua integração na arquitetura? Por exemplo, ele poderia potencialmente substituir completamente o concreto armado tradicional na construção de arranha-céus nas cidades?

JK: Atualmente, a tecnologia CPC, que difere fundamentalmente da construção com concreto armado, é principalmente usada em elementos simples de edifícios e infraestruturas, como coberturas de pontes, degraus de escada, lajes de varanda e as fachadas de edifícios. Nos últimos anos, temos desenvolvido métodos de conexão adaptados ao CPC na Universidade de Ciências Aplicadas de Zurique (ZHAW), o que nos permitiu criar estruturas mais complexas, como pontes completas, lajes e estruturas de arranha-céus. Especificamente em aplicações de construção, diversos projetos de pesquisa estão em andamento na ZHAW, abordando questões como isolamento acústico e resistência ao fogo. O método de construção CPC tem o potencial de substituir o concreto armado tradicional na construção de edifícios, sem perder a flexibilidade oferecida pelo concreto armado. Além disso, devido à sua sustentabilidade, requer até 4 vezes menos material e permite uma melhor organização das atividades de construção, tornando-o uma boa opção.

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PY: Em comparação com o concreto tradicional, os painéis CPC são de três a quatro vezes mais finos e leves. Essa característica única permite que o material se comporte como um material de tração. Você consegue imaginar novas formas de design que podem ser alcançadas através desse comportamento inovador do seu produto?

JK: Há um grande potencial para isso. Já demonstramos em edifícios menores, como a “Ponte para o Futuro” e o “Banco do Arco”. No entanto, o desenvolvimento de novos designs é um campo que cabe aos engenheiros e arquitetos explorar.

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PY: Quando se trata de escalabilidade, quão viáveis economicamente são os fios de carbono em comparação com o aço? Além disso, que métodos sua empresa planeja usar para ampliar a acessibilidade desse material?

JK: No caso de aplicações como coberturas e pequenas pontes, o método CPC já é competitivo no mercado. No entanto, no caso de edifícios altos, o custo está na faixa dos edifícios de madeira, sendo um pouco mais caro do que os edifícios convencionais no mercado em geral. Isso se deve ao volume de produção e ao fato de muitas empresas ainda não estarem familiarizadas com o método de construção. Atualmente, o parceiro da CPC, Holcim AG, está estabelecendo sua primeira fábrica de produção de grandes painéis CPC. Esses painéis têm dimensões de até 4,5m x 17m com espessuras de 40mm e 70mm. Com a capacidade dessa fábrica, será possível construir cerca de 9 edifícios de médio porte, com aproximadamente 100 apartamentos, por ano. No entanto, isso ainda é um volume limitado para o mercado da construção civil. Existe um plano para aumentar significativamente a produção nos próximos anos. À medida que as capacidades de produção aumentam, o CPC se torna uma alternativa economicamente competitiva, mesmo em comparação com a construção convencional. Além disso, considerando os benefícios de sustentabilidade, o CPC se torna uma opção mais atraente. Porém, devido às complexas regulamentações da indústria da construção, ainda levará algum tempo para sua ampla adoção.

Portal Arch Daily

Projetos brasileiros estão entre os 100 ‘mais sustentáveis do mundo’ em premiação do G20

O setor da construção civil do Brasil teve projetos listados entre os 100 mais icônicos edifícios sustentáveis do mundo, em concurso da presidência indiana do G20, grupo que reúne as 20 maiores economias.

A iniciativa, realizada pelo departamento de Eficiência Energética do Ministério de Energia da Índia, visa dar destaque a edifícios comprometidos com a sustentabilidade, desde a sua construção até a operação, homenageando àquelas que corroborem direta ou indiretamente no combate às alterações climáticas.

As construções, que incluem um prédio de escritório, um residencial, um de logística, uma escola, uma casa, uma pequena indústria e o Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, são certificadas pelo Green Building Council Brasil (GBCB), organização não governamental que visa fomentar a indústria de construção sustentável no País e também atestar o projeto como sustentável.

Segundo o CEO da organização, Felipe Faria, além de ser um reconhecimento público, o selo de sustentabilidade ajuda os empreendimentos a atrair investimentos, valorizando o preço do imóvel no mercado imobiliário e se tornando uma ferramenta de “transformação de mercado”.

Ele destaca que a certificação não considera apenas o empreendimento final, mas todo o processo para a sua construção.

“A certificação olha a localização, como ela está se relacionando com o entorno, tendo de comprovar uma prevenção maior do que a regra pede em evitar a sedimentação, a erosão do terreno e a poluição durante o período que a obra estiver acontecendo. Além disso, vai olhar também como evitar o efeito de calor, reduzir o uso de água e tornar mais eficiente o uso de energia”, afirma Faria.

Projetos de destaque

Para um prédio receber o selo de sustentável, são avaliados critérios desde estruturais até o uso de materiais específicos, priorizando àqueles cuja cadeia produtiva é rastreada — o que permite que, inclusive, a quantidade de gases emitidos ao longo de toda a sua vida útil seja acompanhada, facilitando a compensação desse carbono.

Um dos projetos premiados no Brasil, o Hospital Erastinho, especializado no tratamento oncológico infantil, possui várias destas características. Localizado em Curitiba, no Paraná, o hospital se destaca pela redução de 35,9% do uso de água e nas altas taxas de renovação do ar.

Hospital Erastino, em Curitiba

Além disso, o projeto conseguiu alcançar um bom patamar de eficiência energética pelo uso de energia solar e também táticas estruturais. O projeto valorizou a distribuição de iluminação natural, pensando não só na iluminação, mas também no bem-estar dos pacientes.

O conforto foi pensado também em outras áreas, com a instalação de controle térmico individual e iluminação natural em todas as salas, inclusive no centro cirúrgico.

Continuando nesse movimento sustentável, a ideia do hospital é instalar painéis fotovoltaicos em todo o telhado para gerar 100% de sua demanda de energia elétrica, tornando-se um dos únicos no mundo a funcionar 24 horas por dia, sete dias na semana, com esse modelo.

Eficiência energética

Outro projeto destacado pelo G20 foi a Escola Adventista do Sul, com a maior parte de suas unidades em Curitiba. Além da implementação de iluminação e geração de energia renovável em todas as suas unidades — sendo 22 escolas, um campus universitário e a sua sede — a marca também apostou em projetos de eficiência energética, reduzindo cerca de 45% a 50% de sua demanda antes de investir em painéis fotovoltaicos.

Considerando a quantidade de energia gerada, a diretoria da escola é o maior consumidor individual que produz sua própria energia elétrica no País. A expectativa é gerar 4.238 GWh de energia elétrica e economizar 2,2 milhões de reais anualmente.

Abaixo a lista com as construções premiadas:

  • Hospital Erastinho em Curitiba, Paraná;
  • Escola Adventista do Sul em Curitiba, Paraná;
  • IDEA Bagé by Capitânia em Petrópolis, Porto Alegre;
  • FM136 Home by Miguel Aflalo em São Paulo (capital);
  • Museu do Amanhã no Rio de Janeiro (capital).

Segundo a Green Building Brasil, as outras duas empresas não tiveram o nome divulgado a pedido das próprias companhias.

97º ENIC debaterá importância da Reforma Administrativa

A Reforma Administrativa como pilar do crescimento sustentado será um dos temas debatidos durante o 97º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC). Promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o evento acontecerá no dia 12 de dezembro, em Brasília.

Voltado para fortalecer o diálogo do setor com o poder público, o ENIC | Política & Estratégia reúne os principais players da cadeia produtiva da construção com representantes dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, visando ampliar o debate sobre os próximos passos e a agenda do setor no país.

Entre os temas programados para o debate está a Reforma Administrativa, considerada pela CBIC uma oportunidade para melhorar a eficiência do Estado. Para o presidente da entidade, Renato Correia, falar em Reforma Administrativa demonstra responsabilidade fiscal, que é um fator decisivo para estimular o investimento e a competitividade das empresas e da economia. 

“A implementação da Reforma pode trazer melhores serviços prestados ao cidadão, redução de cursos administrativos e maior oportunidade de investimentos em infraestrutura e saneamento”, disse.

O evento terá como tema central “Construindo um Futuro Sustentável” e acontecerá em Brasília, no edifício Brasil 21, às 9h. 

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Agência CBIC

Desoneração da folha é aprovada pelo Senado e segue para sanção do presidente

o plenário do Senado aprovou, na noite desta quarta-feira (25), o projeto de lei que estende até 2027 a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e reduz a contribuição para a Previdência Social paga por pequenos municípios. O texto agora vai para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Existente desde 2011, a política de desoneração da folha perderia a validade em dezembro deste ano. O projeto havia sido aprovado na terça-feira (24) pela manhã pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e tinha tido a urgência aprovada pelo plenário durante a tarde de ontem.

Com a desoneração da folha, a contribuição para a Previdência Social de setores intensivos em mão de obra muda de 20% da folha de pagamento para alíquotas entre 1% e 4,5% sobre a receita bruta. Essa política beneficia principalmente o setor de serviços, que tem faturamento baixo em relação a outros setores da economia, como alguns tipos de indústria, e empregam intensivamente.

Os 17 setores beneficiados são os seguintes: confecção e vestuário; calçados; construção civil; call center; comunicação; empresas de construção e obras de infraestrutura; couro; fabricação de veículos e carroçarias; máquinas e equipamentos; proteína animal; têxtil; tecnologia da informação (TI); tecnologia de comunicação (TIC); projeto de circuitos integrados; transporte metroferroviário de passageiros; transporte rodoviário coletivo; e transporte rodoviário de cargas.

Pequenos municípios

Além de beneficiar esses setores, o projeto reduz, de 20% para 8% da folha de pagamento, a alíquota da contribuição para a Previdência Social de pequenos municípios. O benefício valerá para cidades de até 142.633 habitantes que não recebem cota-reserva do Fundo de Participação dos Municípios.

Diferentemente das médias e das grandes cidades, que têm regimes próprios de Previdência para os servidores públicos locais, as pequenas prefeituras contribuem para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Destaque

Na semana passada, o relator do projeto, senador Angelo Coronel (PSD-BA), rejeitou todas as mudanças feitas pela Câmara dos Deputados em agosto. O parlamentar, no entanto, permitiu a votação de um destaque em Plenário após acordo costurado com o senador Efraim Filho (União Brasil-PB) para evitar o adiamento da votação na CAE.

Pelo acordo, a CAE aprovou a versão original do relatório de Angelo Coronel para levar ao plenário do Senado um destaque do senador Ciro Nogueira (PP-PI). O destaque acabou sendo aprovado, reduzindo a alíquota das empresas de transporte rodoviário coletivo de 2% para 1%.

A desoneração representa uma derrota para a equipe econômica. Por diversas vezes, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que o tema fosse discutido apenas na segunda fase da reforma tributária, que prevê a reformulação do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Em junho, o ministro chegou a dizer que o projeto é inconstitucional, sem entrar em detalhes.

Agência Brasil

Últimos dias para participar do Prêmio de Responsabilidade Social da CBIC

As inscrições para a 16ª Edição do Prêmio CBIC de Responsabilidade Social – Troféu Paulo Safady Simão se encerram amanhã (27), às 18h. Realizada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) a premiação tem como objetivo incentivar as empresas no que diz respeito à agenda da responsabilidade social corporativa, apontou a vice-presidente da área de Responsabilidade Social da CBIC, Ana Cláudia Gomes.

A concepção do Prêmio foi baseada na Norma ABNT NBR ISO 26000, que aponta as principais diretrizes sobre responsabilidade social, sendo referência no tema. A iniciativa da CBIC contemplou, durante os últimos 15 anos, entidades do setor de construção e empresas filiadas às entidades associadas à CBIC, explicou Ana Cláudia. 

Este ano, o Prêmio traz duas novidades, destacou a vice-presidente. “Entidades de classe da Indústria da Construção e do Mercado Imobiliário, associadas à CBIC e os Serviços Sociais da Indústria da Construção – Seconcis, concorrem em uma mesma categoria, a categoria Entidades. A segunda novidade é a inclusão de uma categoria contemplando as empresas e entidades da cadeia produtiva (e empresas associadas a essas entidades), que que compõem uma relação de parceiras da CBIC e que fazem parte do Movimento Construção É+“, apontou. 

De acordo com Ana Cláudia, a mudança foi importante porque essas novas empresas e entidades do Movimento Construção É+ que podem fazer parte do Prêmio são bem estruturadas e contam com uma cultura forte de responsabilidade social, além de projetos muito bacanas, disse. “Acho que vai ser um processo de aprendizado e troca de experiências muito grande com as nossas empresas e entidades”, completou. 

Clique aqui para escolher a sua categoria e participe!

CATEGORIAS 2023:

  • Empresas: práticas, ações ou projetos de Responsabilidade Social desenvolvidos por empresas ligadas à indústria da construção e ao mercado imobiliário, filiadas a entidades de classe do setor, sediadas no Brasil, de qualquer porte;
  • Entidades: práticas, ações ou projetos de Responsabilidade Social desenvolvidos pelas entidades de classe da Indústria da Construção e do Mercado Imobiliário, associadas à CBIC e pelos Serviços Sociais da Indústria da Construção – Seconcis;
  • Cadeia Produtiva: práticas, ações ou projetos de Responsabilidade Social desenvolvidos por empresas filiadas às entidades que compõem o Movimento Construção É +;
  • Reconhecimento Social: categoria que reconhece o papel relevante do Serviço Social da Indústria da Construção – Seconci para o setor observando o critério de antiguidade de fundação de cada Seconci.

Agência CBIC

Caixa leiloa mais de 1.400 imóveis até 31 de outubro

A Caixa Econômica Federal leiloará 1.416 imóveis, entre casas, apartamentos, terrenos e estabelecimentos, de hoje até a próxima terça-feira (31), em uma série de certames.

Os imóveis que fazem parte dos leilões da Caixa Econômica Federal são usados e de propriedade do banco, comumente retomados após execução em contratos de financiamento em que houve inadimplência.

Tipos de leilão 

O imóveis leiloados pela Caixa têm nos contratos a cláusula de alienação fiduciária, que mantém a propriedade do imóvel em nome do banco (Caixa Econômica) até a quitação total do débito, quando finalmente a propriedade passa a ser do comprador.

No primeiro bloco dos leilões, o imóvel será valorado segundo o contrato de financiamento inicial ou seu valor venal (estimado pelo poder público).

Já no 2º leilão (que pode conter imóveis que não foram vendidos no primeiro), o imóvel é valorado segundo a sua dívida (financiamento somado a outros débitos do imóvel).

A Licitação Aberta, processo posterior ao 2º leilão, é parecido com o seu antecessor, mas os lances dados por interessados ficam disponíveis para visualização de todos.

A disputa nas três modalidades pode ocorrer presencialmente ou online, mas o meio digital tem sido mais comum. Vale ressaltar que elas ocorrem exclusivamente por meio de um leiloeiro e não há corretor credenciado para auxiliar o ofertante na sua tomada de decisão.

Como consultar informações dos imóveis?

Em todos os casos, o interessado deve consultar o edital do imóvel na busca de imóveis no site da Caixa para obter mais informações e detalhes, como data e hora do leilão, site do leiloeiro (local para dar os lances em leilões online) e data do resultado.

No site dos leiloeiros também é possível consultar os imóveis que já estão disponíveis para lances ou que estarão disponíveis em certames futuros.

Para participar da disputa, é exigido que o interessado tenha se cadastrado no site do administrador do leilão, por isso é importante ficar atento sobre qual empresa está responsável pelo imóvel em disputa.

Posso visitar o imóvel?

A Caixa explica que não existe previsão de disponibilização de chaves para visitação dos imóveis. Caso o imóvel seja localizado em condomínio, esteja desocupado e a chave de posse do síndico ou Administrador, deverá ser informado o contato do condomínio à CEVEN, que autorizará a entrada.

Posso comprar um imóvel que está ocupado?

Sim. É possível comprar um imóvel que esteja ocupado, seja pelo seu primeiro comprador — quem assumiu o primeiro financiamento, também chamado de ex-mutuário — ou por um inquilino ou familiar do mesmo.

Vale lembrar que, segundo a própria Caixa Econômica, a desocupação do imóvel é de responsabilidade do comprador — então o bolso do arrematante deve estar preparado para gastos extras.

Se a desocupação ocorrer de forma amigável entre o arrematante e o ex-mutuário, ela deve ser mais ágil, ainda que seja recomendada a consultoria de um advogado para auxiliar no processo e até ajudar a estabelecer um contrato entre as partes.

Caso contrário, haverá necessidade de o arrematante ingressar com uma ação judicial — neste caso, será imprescindível uma assessoria jurídica. Aqui os prazos se estendem, podendo durar alguns meses ou anos.

Como saber se o imóvel pelo qual me interessei está ocupado?

Segundo a Caixa Econômica Federal, é possível conferir a situação do imóvel no seu site. O banco orienta o interessado a buscar a informação realizando a pesquisa pelo imóvel (no site da Caixa). 

No entanto, um leiloeiro que falou ao InfoMoney sob condição de anonimato alertou para a dificuldade de encontrar esse tipo de informação. “Quase nunca achamos essa informação no site ou no edital. Por isso, a recomendação é que o interessado entre em contato com o leiloeiro ou busque um telefone no condomínio do imóvel em questão (se esse for o caso), para verificar a situação do mesmo (se está ocupado ou não). Na imensa maioria dos casos os imóveis estão ocupados”, disse.

O profissional aconselha o interessado a buscar informações de dívidas relacionadas ao imóvel, como IPTU, condomínio e até de contas essenciais, como luz, gás e água. “É muito comum haver um acúmulo de dívidas do tipo, que ficarão a cargo do arrematante também”, completou

Como comprar? 

Em leilões e nas licitações abertas, as vendas são realizadas exclusivamente online, diretamente nas plataformas dos leiloeiros, conforme dias e sites informados nos editais, disponíveis na descrição dos imóveis. É nelas que os interessados devem imputar seus lances.

Formas de pagamento

A título de entrada, exige-se o pagamento de pelo menos 5% do valor mínimo de venda, no prazo de 2 (dois) dias úteis contados da homologação da proposta, para a comissão do leiloeiro.

De maneira geral, a Caixa informa que cada imóvel possui as suas próprias condições de pagamento, “devendo ser observada a informação constante na página do imóvel ou no edital de licitação/leilão”.

Além do pagamento à vista, o edital informará se o imóvel aceita financiamento (feito na Caixa) ou FGTS. Importante: interessados nesse tipo de pagamento deverão realizar previamente uma análise de risco de crédito e enquadramento da operação de financiamento até a data da apresentação das propostas, a fim de evitar o cancelamento da venda.

O pagamento deverá ser realizado através do boleto obtido na área restrita do proponente vencedor, no website: www.CAIXA.gov.br/imoveisCAIXA, opção “Meus Resultados”, após a homologação da venda ou no ato da apresentação da proposta, nos casos de Venda Direta Online.

InfoMoney