Investimento coletivo em startups cresce 132% no primeiro semestre

Os investimentos coletivos em uma startups captaram R$ 96,5 milhões no primeiro semestre, uma aceleração de 132% em comparação aos primeiros seis meses de 2020. O dado é da SMU Investimentos, plataforma que intermedia essa modalidade de aplicação financeira e monitora os dados divulgados pelas empresas.

Em plataformas que intermediam essa modalidade de aplicação financeira, também chamada de “crowdfunding de investimento” ou “equity crowdfunding”, as startups abrem campanhas para captar dinheiro e desenvolver seus planos de negócio. Os investidores aplicam a partir de R$ 500 e recebem retornos de dois dígitos por isso, se tudo der certo.

Costuma ser uma rentabilidade alta em comparação à Selic, taxa básica de juros da economia, atualmente em 5,25% ao ano. Contudo o risco do investimento é alto e o mercado tem baixa liquidez. As operações são reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

No primeiro semestre deste ano, 102 ofertas foram finalizadas, alta de 92% em relação ao mesmo período do ano passado, conforme a SMU Investimentos. A taxa de captações que atingiram a meta saltou de 72% para 95%. Havia 36 plataformas cadastradas na CVM no final do primeiro semestre de 2021, aumento de 112% em comparação aos primeiros seis meses de 2020. Entretanto, apenas 13 empresas tiveram captações com sucesso, ou seja, atingiram as metas.

A CVM ainda não divulgou dados oficiais sobre os investimentos coletivos nos primeiros seis meses deste ano.

A modalidade está sendo aliada de algumas startups para atravessar a crise de covid-19. Esse mercado deve atingir o dobro de captação em 2021 em relação a 2020, de acordo com a expectativa de Rodrigo Carneiro, presidente da SMU Investimentos e da Associação Brasileira de Crowdfunding de Investimento (Crowdinvest).

“O investidor brasileiro está em busca de investimentos alternativos e mais retorno, dado o fim dos altos juros em aplicações como títulos do Tesouro Direito”, afirma.

Aos empreendedores, ele dá alguns conselhos para ter uma captação de sucesso. “Quanto mais o empreendedor se dedicar à captação durante o período da campanha, mais rápido ela acontecerá. E um outro ponto importante é conseguir angariar o máximo de investidores antes mesmo da captação iniciar. Quanto mais rápido a régua subir logo na abertura da oferta, maior o sucesso”, diz.

Além disso, Carneiro indica ter boa presença on-line e engajamento com os clientes e atender bem às dúvidas dos investidores, fazendo lives, por exemplo.

Como funciona o investimento

Ao aportar dinheiro por meio de uma rodada de investimento coletivo, o investidor recebe uma participação como sócio e tem direito a uma parte de qualquer sucesso futuro da empresa. A atratividade de aplicar em startups é que elas podem ser disruptivas e apresentar um potencial de crescimento acelerado. Uma empresa desse tipo pode valorizar muito acima dos investimentos tradicionais.

No entanto, o risco de investir em startups é alto. Se tudo der certo, o investidor terá retorno somente quando revender sua participação societária no futuro. Por isso, o investimento coletivo nessas empresas é apenas para o bico de quem pensa no longo prazo e tem outros investimentos com liquidez. Se tudo der errado, o investidor pode não leva nada de retorno e ainda corre o risco de perder 100% do valor investido.

O ideal é que cada um aplique em pelo menos cinco startups — quanto mais, melhor, porque o risco é diluído. Boa parte das plataformas é criteriosa ao selecionar essas empresas. Os investidores têm acesso on-line a informações sobre os negócios e documentações jurídicas. Também podem entrar em contato com os fundadores das startups, em eventos presenciais ou chamadas virtuais.

Valor Investe


Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *