Programa ‘Reviver Centro’ gerou aumento de 118,5% na venda de imóveis em 2021

O programa Reviver Centro, que incentiva a oferta de moradias na região central do Rio, entrou em vigor em julho do ano passado e, em nove meses, registrou 16 pedidos de licença: 4 para novas construções e 12 projetos para converter imóveis comerciais em residenciais.

De acordo com dados do sindicato da habitação (Secovi), o número de imóveis residenciais vendidos no ano passado no Centro do Rio aumentou 118,5%, na comparação com o ano anterior.

2020: 398 imóveis vendidos

2021: 867 imóveis vendidos

O vice-presidente da entidade, Leonardo Conde, aponta que uma das apostas para atrair moradores para o Centro é sua riqueza cultural. “É a integração de todo esse patrimônio cultural do Centro, com eventos, acontecimentos, museus, passeios, praças, prédios e edifícios históricos. Tudo isso integrado faz parte dessa transformação. Esse é o grande desafio: acreditar que o negócio veio realmente para ficar com firmeza”, diz Leonardo Conde.

Um dos novos projetos vai transformar o antigo edifício da Mesbla, de estilo art déco, em um empreendimento misto, com salas comerciais e apartamentos.

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A lei concedeu vários incentivos:

> Isenção de IPTU no período da obra;

> Redução de 50% do imposto, por cinco anos, para retrofit e, de três anos, para empreendimentos novos;

> Taxas de licenciamento e o ITBI com desconto, para a primeira compra;

> Imóveis para a população de baixa renda com incentivos adicionais, como isenção do IPTU.

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“Todo o sistema tem que crescer. Nós precisamos ter mais oferta residencial, para que o mercado recomece a aprender a fazer moradia no Centro. Esse endereço aqui está do outro lado do Campo de Santana, tem biblioteca, tem VLT ao redor, você vai morar em cima do metrô. Então, tem uma série de benefícios urbanísticos que, no Rio de Janeiro, não associamos ao Centro, mas associamos à Zona Sul, só que o Centro tem benefícios urbanísticos e qualidade de vida incríveis”, diz o secretário municipal de Planejamento Urbano, Washington Fajardo.

Há décadas, os antigos casarões da Rua Acre foram transformados em espaço de negócio ou de comércio. Hoje, em cada quadra, há muitas lojas fechadas, mas também restaurantes e outros serviços que poderiam ser mais bem aproveitados, se tivesse mais gente morando na região. Mas, no fim do dia, a maioria das pessoas que circula nessas ruas volta pra casa e toda essa região vira um lugar deserto e pouco acolhedor. Na Rua Acre, já há dois projetos: um edifício deve ser construído onde era um estacionamento e um prédio, na esquina em frente, será transformado em residencial.

O Reviver Centro é inspirado em projetos de outras cidades do mundo, como Melbourne, na Austrália; Boston e São Francisco, nos Estados Unidos.

Claudio Hermolin, presidente do Sindicato da Construção Civil (Sinduscon-Rio), afirma que o Centro vai deixar de ser apenas um local com horário comercial, de segunda a sexta, e se torna uma região com comércio e vida circulando 24 horas por dia. “Isso, automaticamente, vai valorizar, revitalizar e vai chamar outra demanda pra esses equipamentos culturais. O Centro é o coração da nossa cidade, é uma região importante, e a revitalização dele é importante também para a própria autoestima do carioca”, completa Hermolin.

E, após 77 anos, a Avenida Presidente Vargas, a principal do Centro, tem o lançamento de um prédio residencial. O projeto é para um edifício de 18 andares com 360 apartamentos.

Diário do Rio

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