Mercado deve ter desempenho positivo após resultado do 1º turno, diz J.P. Morgan

A vantagem de cerca de 5 pontos percentuais do ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em relação ao presidente Jair Bolsonaro (PL), no primeiro turno das eleições presidenciais, deve resultar em um desempenho positivo dos mercados, nesta segunda-feira. “Torna-se essencial que Lula passe para o centro rapidamente, delineando seu plano macro e, talvez, até dando uma visão mais firme sobre quem será seu ministro da Economia”, dizem os estrategistas do J.P. Morgan.

Em relatório enviado a clientes, Emy Shayo Cherman, Cinthya Mizuguchi e Pedro Martins Junior observam, ainda, que a diferença menor que o esperado entre os dois também indica um aumento das chances de uma vitória de Bolsonaro, o que pode ser outro fator positivo para os ativos locais.

“Além da corrida presidencial, as grandes surpresas vieram no nível estadual, onde os candidatos ligados a Bolsonaro se saíram muito bem tanto nas eleições para governador quanto para o Congresso”, observam os profissionais.

Na visão de estratégia do J.P. Morgan, o mercado acionário deve se favorecer independentemente da eleição. “O período pós-eleitoral deve mostrar uma política econômica moderada e há a eventual opcionalidade positiva de que Lula, se eleito, nomeie uma equipe econômica ‘market friendly’. Além disso, o Brasil foi o primeiro mercado a parar de subir os juros e o Banco Central indicou que as taxas podem começar a cair em junho. As ‘valuations’ são atraentes, os fluxos estrangeiros são bons e os resgates de fundos dedicados a ações locais estão diminuindo”, notam os estrategistas do J.P.

Para eles, setores sensíveis aos juros, como shoppings, concessões, consumo, estatais e setores regulados poderiam se sair melhor em uma estrutura macroeconômica mais liberal. Já em um ambiente mais intervencionista, seriam favorecidas empresas ligadas a setores como consumo de massa, exportadores e setores que se beneficiariam de programas governamentais anteriores, que poderiam ser revividos, como o Minha Casa Minha Vida e o Fies. Além disso, o J.P. Morgan observa que uma eventual eleição de Tarcísio de Freitas em São Pàulo “deve ser um bom presságio para a Sabesp”.

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