Veja as regiões com maior incidência de dengue na cidade do Rio

A dois meses do verão, autoridades de saúde estão em alerta diante do aumento de casos de dengue no Rio. A próxima estação, por ser mais quente e chuvosa, propicia uma maior proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. Dados do Observatório Epidemiológico (Epi Rio) da prefeitura mostram que, de janeiro a setembro, a quantidade de infectados já supera em 451% o total de diagnósticos feitos em todo o ano passado. Fora da capital, as regiões com maior incidência são o Noroeste e o Norte Fluminense, com taxas de 371,94 e 147,13 casos por cem mil habitantes, respectivamente.

A menor taxa no estado — 9,18 — foi observada na Região Metropolitana II — que concentra os municípios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá, Rio Bonito, Silva Jardim e Tanguá. Embora os números comparados aos de 2021 preocupem, Márcio Garcia, superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria municipal de Saúde do Rio, explica que os registros hoje não se aproximam dos que a capital já enfrentou. A cidade teve epidemias de dengue em 1986, 1991, 2002, 2008 e 2012.

— Temos 4.377 casos no município até agora em 2022. O que se observa é que teve um pequeno incremento entre 4 a 24 de setembro, principalmente na Zona Oeste, mas está sob controle. Quando se analisa a série histórica, os números de agora seguem abaixo do limite máximo.

Impacto da doença no Rio — Foto: Arte
Impacto da doença no Rio — Foto: Arte

Além de mais casos, a doença voltou a provocar mortes no município. Este ano, foram quatro, e duas no ano passado. Durante cinco anos, entre abril de 2016 e março de 2021, nenhum óbito causado pelo doença havia sido registrado na cidade. No estado, foram 12 mortos. Já em todo o país, de acordo com o Ministério da Saúde, 504 pessoas morreram de dengue no primeiro semestre deste ano, mais que o dobro de 2021.

Na cidade, a Área de Planejamento 5.3, que abrange o bairro de Santa Cruz, apresenta o maior número de casos: 1.047. A taxa de incidência está em 248 a cada cem mil moradores, o que no mapa de risco da prefeitura faz a região receber a cor laranja escura, o segundo pior nível. A Área de Planejamento 5.2, referente a Campo Grande e Guaratiba, tem a segunda pior taxa: 156 casos a cada cem mil habitantes, diante do total de 1.043 infectados.

A Zona Oeste concentra mais da metade dos casos deste ano. Foram 2.730 — uma média de dez por dia. Em relação a todo o ano passado, o crescimento já é de 300%. Do outro lado da cidade, na região central — que inclui Santa Teresa, Rio Comprido, Paquetá, São Cristóvão e a Zona Portuária —, houve apenas 152 exames positivos para dengue. No ano anterior, tinham sido 55. Os bairros da Tijuca e de Vila Isabel aparecem em seguida, com 180 registros, contra apenas 20 em 2021. O crescimento também foi acentuado na Zona Sul: de 54, em 2021, para 369 casos nos primeiros nove meses deste ano. Em relação à faixa etária, a população entre 20 e 29 anos foi a mais atingida pela doença.

Márcio Garcia ressalta que os números da dengue no ano passado foram impactados pela pandemia de Covid-19.

O Globo

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