Serviços digitais levam mais eficiência ao setor

A transformação digital do mercado imobiliário tem sido acelerada nos últimos anos com a chegada de diversas startups que se tornaram ícones — ou unicórnios — da chamada nova economia digital. Longe dos holofotes, contudo, há uma onda de novas empresas de base tecnológica para dar mais eficiência e velocidade aos processos burocráticos do setor e facilitar o acesso a linhas de crédito e financiamentos.

É o caso da Trinus Co., de Goiânia (GO), cujo foco é oferecer aos incorporadores regionais um nível mais efetivo de governança e maior acesso aos fundos de investimento imobiliário (FIIs). A empresa, que se define como a primeira landtech do mercado, disponibiliza serviços de gestão, linhas de financiamento e assessoria jurídica na mesma plataforma tecnológica.

“Pesquisas apontaram que cerca de 80% da incorporação residencial do Brasil está nas mãos de empreendedores regionais, mas eles não são enxergados pelos fundos de investimento mais tradicionais”, explica Diego Siqueira, sócio-fundador da Trinus.

O motivo dessa falta de visibilidade, segundo ele, seria a estruturação pouco confiável das empresas de menor porte, que impulsionou a oferta de uma governança profissional por meio da interface de programação de aplicativos (API, na sigla em inglês), qualificando o empreendedor regional a acessar os FIIs.

“Esse empresário passa 40% do tempo trabalhando com contabilidade, back office, controladoria e busca de capital, tarefas para as quais, muitas vezes, não está habilitado. Nossa proposta é assumir a parte burocrática do empreendimento e deixá-lo focado na busca por oportunidades de negócios”, explica Siqueira.

Outra funcionalidade da plataforma da Trinus é agilizar esses processos. Com atuação dedicada ao interior do Brasil — são 312 empreendimentos em 110 cidades e 24 estados do país —, a empresa precisava lidar com o transporte de documentos físicos por longas distâncias.

“Contratos que eram levados até a sede de carro, barco ou avião agora são executados digitalmente. O que antes demorava 40 dias para ser feito é finalizado em quatro horas”, compara.

A plataforma ainda permite que empreendedores submetam seus projetos de edifícios, loteamentos e condomínios para avaliação técnica, visando captar financiamento. Todo o processo pode ser acompanhado virtualmente. A startup faturou R$ 140 milhões no ano passado e tem expectativa de fechar 2022 com R$ 2,3 bilhões em patrimônios sob sua gestão.

Valor Econômico, caderno Imóveis de Valore

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