Construção civil aposta na tecnologia para enfrentar dificuldades

Depois da frustração com a economia na largada do ano, empresários da construção civil projetam que o segundo semestre pode trazer incremento aos negócios, apesar de incertezas seguirem no radar. Conhecido por empregar grande quantidade de mão de obra, o setor foi um dos mais abalados pela recessão e ainda tenta se recuperar. Para enfrentar mudanças no mercado, demonstra preocupação com questões como inovação. 

O cenário foi descrito nesta segunda-feira (30) por empresários e executivos durante a 22ª Construsul – Feira Internacional da Construção, em Porto Alegre. O evento vai até sexta-feira (2) no Centro de Eventos da Fiergs.

– A incerteza política não deixou as coisas deslancharem, principalmente a partir do segundo trimestre. Esperamos melhora em meses como outubro e novembro, que historicamente são mais movimentados. O cenário para 2020 é mais otimista – afirmou Gustavo Echel, gerente geral de vendas da siderúrgica ArcelorMittal, que tem unidades em municípios como Caxias do Sul.

Outro expositor na feira, o diretor da empresa Graddus, Felipe Soares, avalia que, devido às dificuldades na economia, o setor buscou novas opções. Com sede em Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, a companhia tem foco em acabamentos e passou a apostar em produtos com menor preço à clientela, formada por lojas de materiais de construção. No primeiro semestre, as vendas subiram 15%. No segundo, devem ter alta de 20% a 25%, estima Soares.

– Adaptamos nosso mix de produtos para oferecer melhor custo-benefício aos clientes – disse.

A maior preocupação com a tecnologia no setor pode ser sentida pela instalação de espaço voltado a 11 startups, apelidadas de construtechs. É uma das novidades do evento neste ano.

Uma das empresas nessa área é a ProjetaBIM, de Porto Alegre. Criada em 2015, desenvolveu programa que permite, por exemplo, a exibição de projetos de construção em 3D.

– Engenheiros podem detectar possíveis problemas e se anteciparem aos erros. A iniciativa busca reduzir desperdícios – explicou o sócio Magnus Mancio.

Outra startup, a Augin, converte, por meio de um aplicativo, projetos de construção civil em realidade aumentada. A ferramenta foi lançada em Porto Alegre há um ano. 

– Hoje há maior procura por tecnologia na construção civil para aumentar a competitividade das empresas – apontou Tiago Azevedo, responsável pela área de marketing do aplicativo.

Promovida pela Sul Eventos, a Construsul tem cerca de 300 expositores neste ano. A meta é alcançar 40 mil visitantes até o final da programação.

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