Privatizar BB é inevitável, diz presidente do banco

O avanço da tecnologia no setor bancário e os fenômenos das fintechs e do open banking (abertura de dados e serviços bancários a outras empresas) tornam inevitável a privatização do Banco do Brasil no futuro, admitiu ontem o presidente do BB, Rubem Novaes.

De acordo com o executivo, o controle do banco pelo Estado impõe amarras que já dificultarão a competição do BB nesse mercado “no horizonte de dois, três, quatro anos”. — É opinião minha, não é de governo, mas eu acho que, em algum momento, a privatização do Banco do Brasil será inevitável. Com as amarras que uma empresa pública tem, vai ser muito difícil o ajustamento, no horizonte de dois, três, quatro anos, a esse novo mundo de open banking e das fintechs. Fica muito difícil em uma instituição ligada a governos acompanhar esse ritmo. Competimos comum a espécie de bola de ferro na canela — afirmou Novaes em palestra na Associação Comercial do Rio.

—Por enquanto, o banco é extremamente eficiente. Mas isso terá que ser enfrentado no futuro. — complementou. Novaes disse nutrira expectativa de que essa também seja a opinião do governo e da classe política, já que a privatização do BB necessitaria de aprovação no Congresso. Mas admitiu que ,“hoje, a classe política não está preparada para dar esse passo.”

— As pessoas ainda acham que a presença do governo no mercado de crédito é importante e que o papel do BB na agricultura não possa ser substituído por bancos privados. Eu acho que isso não é verdade, porque todos os mecanismos de indução que você tem para o crédito rural você pode usar de maneira generalizada —afirmou. Segundo Novaes, o BB já está interessado em privatizar tudo o que não seja seu negócio principal. Ele contou que será assinada até 7 de novembro a parceria entre o suíço UBS e o BB na área de banco de investimento e corretora. A instituição estrangeira ficará com mais de 50% do capital. O BB também está em tratativas com uma “grande empresa de administração de ativos internacional” para fazer uma parceria semelhante na área de gestão de ativos, afirmou o presidente.

‘O PIOR JÁ PASSOU’

Novaes se disse otimista com o desempenho da economia, enxergando uma “mudança significativa de todos os indicadores”. Segundo ele, o Brasil “já está vendo a terra prometida”. —O pior já passou, porque os últimos meses são extremamente positivos, principalmente a recuperação do mercado imobiliário. É impressionante. O mercado ainda não se apercebeu da virada que a economia está dando —acrescentou.

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