Absorção de escritórios tende a crescer em 2020

As contratações de aluguel de escritórios de alto padrão, no mercado paulistano, tendem a aumentar, neste ano, como consequência da expansão da economia e da necessidade de mais áreas por parte das ocupantes, na avaliação do presidente da consultoria Colliers Brasil, Ricardo Betancourt. “As empresas enxugaram, até o limite, os espaços ocupados. Qualquer crescimento impacta a demanda por áreas”, afirma Betancourt.

Nas estimativas do executivo da Colliers, a absorção bruta de escritórios das classes A+ e A chegará a 400 mil metros quadrados e a absorção líquida (diferença entre contratações e devoluções) chegará a 250 mil metros quadrados em 2020. No ano passado, houve absorção bruta de 364,482 mil metros quadrados, com 20,4% de incremento ante 2018. A absorção líquida foi de 212,112 mil metros quadrados, acima da expectativa, de 200 mil metros quadrados.

A taxa de vacância dos escritórios de alto padrão teve forte queda de 19% para 13%. A faixa projetada por Betancourt para o indicador, neste ano, é de 10% a 11%. Segundo a pesquisa da Colliers, no fim de 2019, o Itaim Bibi não apresentava vacância, enquanto a parcela de espaços vagos da Juscelino Kubitschek em relação ao total era de 1%, da Vila Olímpia, de 2% e da Faria Lima, de 6%. Por outro lado, o indicador chega a 29%, na Chácara Santo Antônio, e a 26% na Marginal Pinheiros.

Apesar da diminuição da vacância consolidada dos edifícios dos padrões A+ e A, o preço médio pedido dos estoques disponíveis caiu de R$ 84 para R$ 82. Essa queda resulta de parte dos imóveis de melhor qualidade e localização já ter sido contratada. Betancourt avalia que a tendência é de alta dos preços pedidos, em 2020, em decorrência do novo estoque que chegará ao mercado e da probabilidade de proprietários solicitarem valores maiores aos novos inquilinos no caso de áreas desocupadas.

Há expectativa que, nas revisionais de valores dos contratos, que ocorrem a cada três anos, os ajustes fiquem entre 10% e 15%.

No entendimento de Betancourt, não haverá excesso de oferta de escritórios nos próximos quatro ou cinco anos.

Nos últimos anos, em função da queda de preços de locação, foi comum a migração de empresas para escritórios de melhor qualidade, movimento conhecido no setor como “flight to quality”. Em 2020, poderão ocorrer situações inversas, segundo Betancourt, com alguns ocupantes optando pela redução de custos por meio da troca do escritório por um mais afastado das regiões principais ou de qualidade inferior. “O mercado começará a absorver edifícios de locais mais periféricos, como Santo Amaro”, afirma o executivo.

No ano passado, a absorção bruta dos edifícios de classe B aumentou 25%, em São Paulo, para 277,659 mil metros quadrados. A vacância caiu de 20% para 15%. Houve absorção líquida de 100,46 mil metros quadrados. O preço médio ficou estável em R$ 71, de acordo com a Colliers.

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