Empresas facilitam compra e venda de imóveis

Dos classificados aos portais com anúncios de imóveis, o mercado imobiliário agora vê a chegada de plataformas digitais que mudam a experiência de compra, venda e aluguel de apartamentos e casas. No mundo, as construtechs — como são chamadas as startups com soluções tecnológicas para o setor — captaram US$ 4,4 bilhões em investimentos desde 2010, conforme dados da empresa de pesquisas Pitchbook. No Brasil, existem 562 negócios na área, segundo o levantamento mais recente da Construtech Ventures.

Fundada em 2018, a Loft ingressou no início deste mês no clube de unicórnios brasileiros (com valor de mercado acima de US$ 1 bilhão) depois de receber um aporte de US$ 175 milhões, em sua terceira rodada de investimentos. O modelo de negócio é simples: a empresa compra apartamentos usados, faz reformas e revende os imóveis pela plataforma. Para ampliar a operação, a startup adquiriu em novembro do ano passado o controle da empresa de reformas Decorati. Além de recursos próprios, a empresa utiliza o dinheiro captado por fundo imobiliário.

Atualmente, o negócio tem cerca de 300 apartamentos em reforma em 25 bairros da cidade de São Paulo, com tamanhos que variam de 25 m2 a 350 m2 e custam de R$ 300 mil a R$ 5 milhões. “No fim do ano passado, começamos no Rio pelo Leblon, e estamos expandindo para Lagoa e Ipanema”, conta Mate Pencz, cofundador e CEO da Loft. A expectativa é expandir a atuação para outra capital brasileira e inaugurar a presença na cidade do México neste ano.

No ano passado, a plataforma somou valor geral de vendas (VGV) de cerca de R$ 2 bilhões, de um volume de 1.000 transações. Para 2020, a startup pretende incrementar a oferta de produtos e serviços, como seguro residencial, já em fase de testes. Hoje, a plataforma também ajuda na contratação de financiamento imobiliário, em parceria com grandes bancos.

No ano passado, o Grupo ZAP também anunciou a entrada no segmento de reforma e revenda de imóveis, com o objetivo de melhorar a liquidez dos empreendimentos. “Lançamos a operação com capital próprio, sem captação externa, inicialmente em um bairro de São Paulo. Compramos 30 imóveis e, assim, vamos aprendendo e entendendo a demanda”, diz Lucas Vargas, CEO do Grupo ZAP.

Com presença em seis bairros paulistanos, a meta é ampliar a atuação para pelo menos três cidades neste ano. O foco tem sido apartamentos de classe média que podem ser financiados pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH).

“É o segmento que mais sofre com liquidez e dificuldade para conseguir crédito”, aponta Vargas.

O arquiteto Maurício Carrer se uniu a dois colegas de faculdade para montar a InstaCasa, em operação desde 2017. Com uso de realidade aumentada, a plataforma apresenta ao potencial comprador diversas opções de projetos, como uma espécie de “decorado” do lote. Com 35 empreendimentos em seis Estados, a startup recebeu no ano passado R$ 700 mil do grupo de investidores-anjo Gávea Angels e da Construtech Angels.

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