Estado investirá R$ 2 bilhões em projeto na Rocinha, que prevê moradias

O governo do estado anunciou ontem a aplicação de R$ 2 bilhões num projeto que promete melhorar a vida dos mais de 120 mil moradores da Rocinha. A lista de obras previstas no programa Comunidade Cidade é longa. Serão cinco eixos: saneamento, mobilidade, habitação, lixo e equipamentos. Metade dos investimentos sairá do caixa da Cedae e será destinada à universalização do abastecimento de água e à ampliação do sistema de esgoto na favela, com a recuperação dos reservatórios e ampliação da rede de distribuição domiciliar.

A outra metade da verba virá do Tesouro estadual e será investida, por exemplo, na recuperação e no alargamento de ruas para que ambulâncias e caminhões de coleta de lixo possam circular pela favela. Essa falta de acesso é uma das reclamações de moradores. O valor total do programa será gasto ao longo de cinco anos, mas o cronograma ainda não está fechado. Witzel afirmou, no entanto, que entregará algumas das obras em 2022, mas que vai se esforçar para concluir uma parte já no fim de dezembro do ano que vem. A parte que cabe à Cedae deve se estender até 2025.

— A desordem urbana permitiu que as comunidades fossem cada vez mais aglomerados de pessoas abandonadas pelo poder público. São obras de fachada, verniz, migalhas que foram dadas à população — disse Witzel, ao lado de secretários e deputados no Ciep Ayrton Senna, que fica em São Conrado, em frente à Rocinha.

VIA ÁPIA REVITALIZADA

A revitalização da Rocinha prevê ainda um boulevard na Via Ápia, uma das principais ruas da favela, e um prédio comercial no Largo do Boiadeiro. O governador revelou que o programa foi inspirado no Favela-Bairro, projeto de urbanização iniciado pelo exprefeito Cesar Maia, que hoje é vereador. Witzel desejou sorte ao secretário de Infraestrutura, Bruno Kazuhiro, que cuidará das obras. A criação de uma Faetec, cinema, Centro de Imagens, polo de reciclagem, internet livre e equipamentos culturais e esportivos também foram prometidos no projeto.

Moradora da parte alta da Rocinha, Ana Paula de Souza, de 42 anos, lembrou que muitos projetos de urbanização da comunidade já foram divulgados, mas nunca saíram do papel. Segundo ela, além de saneamento, o alargamento das vielas deve ser encarado como prioridade:

— Essa obra que estão prometendo já deveria ter sido feita há anos. Espero muito que, desta vez, não engavetem.

Cerca de R$ 300 milhões dos recursos vão ser usados na construção de 2,4 mil unidades habitacionais. As obras vão começar ainda este ano, segundo o governo. Serão 18 prédios. A previsão é que os imóveis sejam entregues aos novos moradores até o fim do ano que vem.

Haverá remoção de famílias que vivem onde haverá obras e em áreas de risco. Cerca de 7.400 famílias deverão ser realocadas. Elas poderão optar por indenizações ou por ocupar os novos imóveis que serão construídos.

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