Log mantém plano de expansão apesar dos efeitos da pandemia

O planejamento da Log Commercial Properties de elevar sua área bruta locável (ABL) em 1 milhão de metros quadrados até 2024 está mantido apesar da mudança do cenário em decorrência da disseminação do coronavírus. No primeiro trimestre, a companhia de propriedades comerciais comprou três terrenos – nas regiões Sul, Centro-Oeste e Nordeste – – para a expansão prevista no plano e, em abril, deu continuidade às negociações para aquisições de áreas. As conversas prosseguem, mas a Log tem comprado os terrenos com parcela maior de permuta como forma de pagamento.

Segundo o presidente, Sergio Fischer, há expectativa de continuidade de demanda por galpões por parte de empresas de “e-commerce”, segmento que tem se beneficiado da crise, e por ocupantes que buscam migrar para empreendimentos de mais qualidade, movimento conhecido como “fly-to-quality” no jargão do setor. Desde 2019, mais da metade das áreas negociadas pela Log foi com clientes do segmento de comércio eletrônico ou que têm, nesse ramo, parte de suas atividades.

Neste mês, a companhia iniciou obras e, em maio, também vai começar construções. Pré-locações continuam acontecendo, e a Log já sente aumento da demanda de galpões por empresas de comércio eletrônico. Em abril, a Log fechou contrato com uma subsidiária da ArcelorMittal para construção sob medida (“build to suit”) no Parque Industrial Betim, projeto assinado com a siderúrgica, será erguido centro de distribuição. Na última etapa, será implantada a fábrica.

De acordo com Fischer, não tem havido devolução de áreas pelos clientes, e a Log está concedendo descontos. Nos casos de clientes de setores mais prejudicados pela crise, a companhia oferece a possibilidade de diferimento, ou seja, de suspensão do pagamento do aluguel por um ou dois meses, mediante acordo de que o valor correspondente será pago, em parcelas, no segundo semestre.

O executivo ressalta que os principais setores que alugam galpões da Log – alimentos e bebidas, bens de consumo, farmacêutico e e-commerce – são justamente os que não são afetados, negativamente, pela crise.

No primeiro trimestre, o lucro líquido atribuível aos acionistas controladores da Log cresceu 33%, na comparação anual, para R$ 17,3 milhões. A receita líquida aumentou 13,4%, para R$ 34 milhões. O Ebitda ajustado cresceu 9,1%, para o valor recorde de R$ 26,6 milhões.

“Estamos super satisfeitos com o resultado. A demanda por galpões está muito forte”, diz Fischer. Em março, a companhia entregou 10 mil metros quadrados de ABL, no Rio, totalmente pré-locados para o setor farmacêutico. Houve recorde de ocupação total, no trimestre, e a companhia renovou 75% dos contratos vencidos no período. A empresa tem 861,6 mil metros quadrados de ABL própria de galpões entregues.

No fim de março, a Log tinha caixa de R$ 773 milhões. No último trimestre de 2019, a Log captou recursos por meio de oferta subsequente de ações (“follow-on”) e reforçou seu caixa também pela venda de ativos para o LOGCP Inter Fundo de Investimento Imobiliário. Os vencimentos de 2020 somam R$ 72,3 milhões.

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