REM reorganiza gestão, e Renato Mauro Filho assume a presidência

A REM Construtora passa por uma reorganização, que abrange a sucessão do fundador Renato Mauro por Renato Mauro Filho na presidência, a formalização do conselho de administração e a criação de acordo de acionistas. A partir de novembro, Renato Mauro e sua irmã, Rosa Mauro, diretora financeira e também fundadora da REM, deixarão de ter funções executivas e se tornarão conselheiros. O colegiado será composto também por Renato Filho, Rodrigo Mauro – outro filho do fundador -, e pelo membro independente Jonas de Almeida Federighi Jr. Com as mudanças, a REM se tornará uma S.A. de capital fechado.

“A empresa é familiar, mas tem a cabeça no futuro”, diz Rodrigo Mauro, diretor executivo. Renato Mauro Filho acrescenta que a incorporadora tem o DNA do “Dr. REM”, como os filhos se referem a Renato Mauro. O processo de reestruturação começou em novembro de 2019, com prazo previsto de 12 meses, e abrange também o “valuation” da REM. “O que mais importa não é o valor da companhia, mas como valorizá-la nos próximos dez anos”, diz Renato Filho. A empresa tem 42 funcionários, no escritório, e 150 empregados nas obras, incluindo terceiros.

A REM foi constituída por Renato Mauro – filho de Aniello Mauro, um dos fundadores da Paulo Mauro Incorporadora e Construtora – quando deixou a empresa da família em 1990. No ano passado, a Paulo Mauro e a REM anunciaram as primeiras parcerias de incorporação, referentes a três empreendimentos dos padrões médio e alto na zona Oeste da cidade de São Paulo. A REM também incorpora projetos para esses perfis de clientes sozinha e com dois fundos – RB Capital e RBR. Em Bragança Paulista (SP), atua no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.

A meta de lançamentos para este ano é de R$ 500 milhões, incluindo a participação dos sócios no projetos, ante os R$ 370 milhões de 2019. Havia previsão de apresentação de projeto de R$ 350 milhões, a ser incorporado em conjunto com a Paulo Mauro e com a Exto, no bairro paulistano de Perdizes, neste mês. Em função da novo cenário decorrente da pandemia de covid-19, porém, o lançamento foi adiado para agosto. Entre julho e outubro, serão apresentadas duas fases de um projeto popular de casas, em Bragança Paulista, com Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 36 milhões neste mês. A empresa vai decidir se lança, ainda em 2020, projeto de R$ 130 milhões, com a RBR, na Vila Romana, ou outro de R$ 40 milhões em Pinheiros, em São Paulo.

A REM pretende entrar no segmento de propriedades comerciais para renda. Segundo Rodrigo Mauro, na região da avenida Paulista, a empresa possui 2 mil metros quadrados de terreno e busca parceiro que possa adquirir 2,5 mil metros quadrados para desenvolvimento, na área total, de um prédio residencial e um e um edifício comercial, com lojas embaixo das torres. Há possibilidade de mudança, no projeto, do prédio corporativo de padrão triple A por empreendimento de salas comerciais, em função da tendência de as pessoas usarem menos escritórios. Na avenida Escola Politécnica, a REM tem terreno de 7 mil metros quadrados, onde vai desenvolver empreendimento de moradias estudantis. A intenção é dar início às obras dos dois projetos em 2021.

Segundo Federighi, que ocupa o cargo de diretor de desenvolvimento e novos negócios da REM, a incorporadora não interrompeu o processo de aquisição de terrenos e tem reforçado a prioridade de dispêndio menor de caixa, com pagamento das áreas pelo máximo possível de permuta. O banco de terrenos corresponde ao VGV potencial de R$ 1 bilhão.

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