Dívida pública sobe em janeiro e chega a 89,7% do PIB, o maior patamar da história

A dívida pública subiu para 89,7% do PIB em janeiro, um crescimento de 0,5 ponto percentual na comparação com o mês anterior, de acordo com as estatísticas divulgadas nesta sexta-feira pelo Banco Central (BC). Esse é o maior patamar da série histórica iniciada em dezembro de 2006.

De acordo com o BC, os principais fatores para o aumento do endividamento foram a incorporação dos juros nominais e os efeitos da desvalorização do dólar.

Durante 2020, o endividamento subiu principalmente por contas das despesas necessárias para o enfrentamento dos efeitos da Covid-19, como investimento em saúde e no pagamento do auxílio emergencial. A relação dívida/PIB em janeiro era de 74,6%, pulou para 84,5% em julho e terminou o ano em 89,2%.

A Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado, projeta que a relação dívida/PIB continue crescendo durante o ano e termine 2021 em 92,7%. Segundo a mesma projeção, a estatística deve atingir 100% do PIB entre 2027 e 2028.

Ainda existem muitas incertezas quanto às despesas do governo este ano que podem contribuir para o aumento do endividamento. Um deles é o futuro do auxílio emergencial. Na noite de quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro prometeu um novo benefício em quatro parcelas de R$ 250, o que deve ser um fator de crescimento da dívida brasileira.

A estatística divulgada nesta sexta-feira considera a dívida pública bruta, que compreende o governo federal, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e os governos estaduais e municipais. O dado é acompanhado de perto pelo mercado financeiro para medir a capacidade do país de pagar suas dívidas, o chamado nível de solvência.

Contas públicas

Apesar do crescimento da dívida, as contas públicas registraram um superávit em janeiro de R$ 58,4 bilhões, de acordo com o BC. O resultado é levemente superior ao do mesmo mês de 2020, quando o superávit foi de R$ 56,3 bilhões.

Essa estatística exclui os gastos com juros da dívida e é referente ao chamado setor público consolidado, que engloba União, estados, municípios e empresas estatais.

O governo central teve superávit de R$ 43,2 bilhões, seguido dos governos regionais, que registraram resultado positivo de R$ 14,8 bilhões e das estatais, com R$ 446 milhões.

O Globo

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